Viviane,— Você lembra de mim, pelo menos? — pergunto, e ela balança a cabeça concordando. — E como não se lembra do que aconteceu lá no beco?Minto para ver sua reação, e ela ergue uma das sobrancelhas. Sorrio, pois peguei ela na mentira, mas ao ver o meu sorriso, ela tenta disfarçar.— Os policiais disseram que foi na mata, que eu caí no barranco. — me sento na poltrona, olhando para sua cara de pau.— Não precisa mentir para mim, Diaz, sua cara de falsidade já te entregou. Já entreguei todos os boletins de ocorrência que eu tinha para o meu advogado, e mesmo que você queira se fazer de vítima desentendida, não vai colar comigo.— Eu não estou mentindo, eu não me lembro do que aconteceu lá. A última coisa que me lembro foi de nós duas dentro do carro, e você puxando o volante para o lado, até batermos na árvore.— Deixa de ser falsa. — me levanto indo para cima dela, mas aí me lembro que só vai complicar mais a minha vida, e é bem o que ela quer, que eu me complique.Viro as costas
Peter,Quando eu a vejo saindo do hospital nervosa e tensa, tento entender o porquê. Depois da sua resposta, tudo que eu preciso é fazê-la relaxar de alguma forma. Não sou psicólogo, não sei dar bons conselhos, mas sei provocar e seduzir, e sei que disso ela gosta, e sua mente viaja longe.Faço um jantar maravilhoso. Na verdade, é a única coisa que sei fazer. É estilo comida de preguiçoso, onde você coloca várias coisas em uma travessa, mete o queijo em cima e coloca para gratinar. Faço tudo de forma lenta e provocativa, e vejo que ela está caindo no meu encanto.Bom, era o que pensava até ela descer as escadas com a barriguinha e as pernas de fora. Meu coração até parou, pois todo meu sangue desceu para o meu pau. Estou ferrado, mil vezes ferrado. Tento continuar nas provocações, até ver ela cruzando as pernas, e sei que ela está tão excitada quanto eu.— Me quer como sua sobremesa?— Sim, vou degustar de todo seu corpinho com a minha língua.— Vai começar por onde? — provocadora, es
Peter,Deito ela no chão, e dou leves tapas em seu rosto, chamando pelo seu nome. Fico apavorado sem que ela acorde. A pego no colo, e quando vou saindo pela porta, ela começa a despertar.— Vivi? O que você tem?— Não sei, senti uma tontura e não vi mais nada.— Vou levar você só hospital, não vou arriscar sua saúde não.— Não, me coloque no chão, por favor. — ela estica e eu a coloco no chão, fico olhando para ela preocupado, mas ela parece nem se importar com o seu desmaiado. — Vamos para o quarto. Apoio ela no meu ombro, e vamos subindo as escadas. Assim que chegamos no quarto, a sento na cama.— Peter, você ia me levar ao hospital assim, sem roupa nenhuma?— Eu não pensei nisso, eu só fiquei com medo de ver você daquele jeito. Acha que eu ia subir aqui, colocar uma roupa em você, para depois ir ao hospital?Ela sorrir balançando a cabeça, e se deita na cama com o braço na testa. Continuo a olha para ela com preocupação, quero arrastar ela para o médico, mas como faço para ela ir
Peter,Preocupado com o seu sumiço, começo a ligar para vários hospitais, clínicas e até mesmo para as delegacias. Quando me dou conta, já está anoitecendo, e nada da Viviane aparecer. Ligo novamente para os pais dela e para os meus, e informo que ela está desaparecida o dia todo.Todos vêm até a minha casa, e o pai dela começa a ligar para a polícia para iniciar as buscas. Vem à minha mente que seja a Diaz atacando novamente, então, assim que os policiais chegam, sigo com eles até a casa dela. Assim que a empregada abre a porta, entramos, e eu já vou procurando por ela.– Cadê a Viviane? – pergunto, já ansioso para agarrar seus cabelos e puxar até arrancar.– Eu não sei, saí do hospital vindo direto para casa, não a vi.– Não minta para mim, você já a sequestrou uma vez, e como não foi bem sucedido, fez de novo, não foi? – parto para cima dela, mas o policial segura meu braço. Meu celular começa a tocar, olho para ela irritado e atendo sem nem olhar a tela. – Alô?– Peter, eu subi no
Viviane,Suas palavras tocaram o meu coração, senti sinceridade em tudo que ele falou. Mas o medo me assola, que isso seja novamente passageiro. Peter só está casado comigo porque foi obrigado a isso, não está casado porque quis.Passo a noite toda pensando em ir embora e ver como ele reage ao abandono, ou ficar para construir uma vida de verdade com ele. Será que com a minha partida, ele ficará da mesma forma que eu fiquei quando ele foi embora? Ou será que ele voltará para sua vida de mulherengo?Olho no relógio, são 4:39 da manhã, e eu tenho que me decidir logo se vou ou se fico. Tiro a mão dele de cima de mim, viro e fico de frente para ele. Apesar de amá-lo de todo o meu coração, ele precisa me mostrar que realmente quer estar casado comigo.Me levanto e faço a minha mala sem fazer barulho nenhum, me troco no outro quarto. Chamo um carro de aplicativo que me leve até o aeroporto e, assim que vejo que ele chegou, deixo o meu celular em cima do sofá e dou um até logo para nossa cas
Perter,Me levanto ao amanhecer sem vontade nenhuma. Tiro a minha roupa e vou para o meu banho matinal. De baixo da água, penso como será a minha vida daqui para frente. Ela não voltou ontem, nem sequer deu um jeito de me ligar, e nem os policiais a encontraram.Tenho que seguir a minha vida, mesmo que tenha apenas um dia de abandono, não vou deixar que isso me abale. Iludido, como isso não vai me abalar? Saio do banheiro com a toalha enrolada em minha cintura. Olho para o quarto e tudo me lembra ela, desde as suas travessuras, até o seu mau humor.Mas acima de tudo, nossas noites quentes. Droga, eu pensando que estávamos indo bem, que finalmente alguém conseguiu me laçar de verdade, e ela vai embora. Me troco e vou para a empresa, ficar em casa bebendo e ouvindo música romântica só vai me deixar mais para baixo.Na empresa pelo menos vou poder distrair a mente. Entro no meu carro olhando para o banco do passageiro, que muitas vezes eu a puxava para ir comigo, agora está vazio. Olho p
Viviane,Acordo no outro dia de madrugada com muito enjoo. Me lembro sobre o que o médico falou da anemia e resolvo procurar por um especialista. Pego o telefone e a vontade de ligar para ele continua me consumindo.Coloco de volta no gancho, não consigo, não ainda. Mas e se eu só ouvir a sua voz para saber como ele está? Me arrisco e ligo. Ouço sua voz que parece estar irritado, não digo nada, até ele soltar suas palavras contra mim. Desligo, ele nem deve estar sentindo a minha falta, já que foi isso que transpareceu em suas palavras.Me levanto, faço a minha higiene e saio do hotel, em busca de alguma clínica para fazer um exame de sangue. Entro em uma, faço um cadastro e, assim que sou chamada, sou levada para falar com o médico. Faço o exame de sangue e ele manda eu voltar às 12:00 para pegar o resultado.Volto para o hotel e fico aqui até dar o horário. Minha barriga borbulha, pela primeira vez na vida, estou sentindo fome. Estava acostumada a comer as refeições com o Peter e, de
Viviane,Meu mundo caiu com suas palavras, seu orgulho ferido falou mais alto que seus sentimentos, e ele só me provou o que eu mais temia, que ele não mudou em nada.Levanto a minha cabeça, seco as minhas lágrimas, pois dessa vez não vou cair em depressão, tenho uma vida dentro de mim, e é por ele que vou lutar.Vou começar uma nova vida aqui em Florença mesmo, e não vou mais voltar para Milão, a não ser para visitar os meus pais. Uso o telefone para ligar para minha mãe, digo que estou bem, e que só estou me vingando do Peter. Não conto sobre a gravidez ainda e nem sobre a minha doença.Depois de desligar o telefone, arrumo as minhas coisas e saio do hotel. Agora entendi o porquê a menina sorria para mim, com certeza ele a enganou para subir para o meu quarto. Chamo um táxi e busco por uma imobiliária, meu primeiro passo vai ser comprar um apartamento, onde eu possa começar a minha vida.A corretora me mostra algumas opções, e eu escolho um médio, não tão caro, mas também não tão ba