5. Ele de novo

ALESSANDRO

 

— Tinny, cancele minhas reuniões esta tarde. Tenho que ir ao hospital. — Informo minha secretária pelo telefone. Papai estava se sentindo mal nos últimos dias e até desmaiou, então mamãe e eu decidimos levá-lo ao hospital para fazer um check-up completo para que ficássemos tranquilos. 

 

Quando cheguei ao hospital, fiquei bastante chocado ao encontrar aquela mulher no elevador. Nossos olhos se encontraram quando ela levantou a cabeça para ver quem entrou. Ela apontou os dedos para mim quando me viu e pude ver que ela também estava bastante chocada. Eu apenas a encarei e me perguntei como tive tanto azar de encontrá-la aqui novamente antes de me afastar dela. 

 

Meu telefone começou a tocar e eu pude vê-la pular assustada pelo canto dos meus olhos, o que me fez querer rir muito, mas me segurei. Atendi o telefone e minha mãe me disse que eles conseguiram uma ala privada no hospital e que meu pai tinha acabado de voltar do check-up. Depois de saber sobre a situação, desliguei o telefone e a mulher começou a me atirar perguntas atrás de perguntas, para saber se meu pai estava bem. 

 

Para ser honesto, foi bem surpreendente ver como a mulher estava preocupada com meu pai, porém, pensei que talvez ela soubesse que nossa família era rica, então queria ganhar favores sendo legal com meu pai.

 

 Mas ela não parece esse tipo - minha voz interior me disse.

 

Suspirei antes de responder às suas perguntas intermináveis e ela finalmente ficou em silêncio e seguiu atrás de mim até a enfermaria do meu pai. Cheguei ao quarto e bati antes de entrar. Pude ver o rosto confuso da mamãe quando viu a mulher atrás de mim e a surpresa do meu pai, então comecei a explicar, se é que isso conta como uma explicação.

 

— Oi pai, oi mãe. Hum, essa garota aqui quer visitar o pai, nos encontramos no elevador e ela acabou descobrindo sobre sua hospitalização. —  A mulher então se aproximou um pouco de mim para ter uma visão melhor dos meus pais, fez uma reverência para eles e então começou a se apresentar.

 

Ah, então o nome dela é Eliza. 

 

Pelo que pude ver, mamãe e papai estavam secretamente se olhando, o que significava que estavam tramando algo ruim. Mamãe fez Eliza se sentar ao lado dela e eu pude ver como ela ficou tensa porque começou a mexer os dedos.

 

— Certo Eliza, eu lembro que você disse anteriormente que ainda estava solteira, certo? Você tem alguém em mente agora porque se não, acho que tenho alguém perfeito em mente. Suspiro tristemente... Sempre que penso que não vou ver o dia em que ele vai encontrar o amor da sua vida e começar sua família própria. — Eu literalmente me dei um tapa na testa mentalmente porque lá vai ele de novo, jogando a carta do velho lamentável.

 

 Suspirando, murmurei baixinho.

 

— Lá vai ele de novo, agarrando todas as oportunidades para me marcar em encontros às cegas aleatórios com garotas que eu nem gosto. E por que diabos ele está revelando minha vida privada para uma mulher desconhecida, não consigo entendê-lo.

 

Para ser honesto, o que Eliza disse depois disso meio que me chocou um pouco.

 

— Ah... Não tenho ninguém em mente, mas de qualquer forma acho que este não é o momento certo para um relacionamento. — Sim, foi o que ela disse. Quer dizer, ela é bonita, apesar de muito rude, mas por que ela não iria querer estar em um relacionamento? Eu fui trazido de volta à realidade depois de ouvir o tiroteio interminável de perguntas dos meus pais e vi o quanto ela ficou nervosa, a garota estava praticamente gaguejando durante suas frases, acho que ela não sabe mais como respondê-los.

 

Então ajudei interrompendo a conversa deles.

 

— Pai, tenho muito trabalho para fazer na empresa, então vou embora agora. Venho visitá-lo novamente mais tarde, à noite. — Todos olharam para mim e pude ver como Eliza deu um suspiro de alívio quando não precisou mais inventar explicações para responder aos meus pais. Com isso, ela se despediu e correu para a porta, o que quase me fez cair na gargalhada. 

 

[...]

 

Olhei para o meu relógio, eram quase três da tarde e eu nem percebi que ainda não tinha almoçado, então decidi ir a um café próximo para pegar alguma comida. Como o café ficava na esquina, dei uma rápida caminhada de 10 minutos em vez de dirigir meu carro até lá porque estacionar dá muito trabalho. Quando entrei no café, o aroma de torradas e café encheu minhas narinas e logo pude notar o quanto estava com fome. Andei em direção ao balcão para fazer meu pedido e fui recebido pela última pessoa que eu esperava ver.

 

— Bem-vindo a... espera o quê? É você? — Eliza perguntou em choque quando me viu parado bem na frente dela. Pensei que ela trabalhasse na livraria. Como ela está aqui agora? 

 

— Sim, sou eu. Você vai atender meu pedido ou não? Porque estou com fome e não tenho tempo. — Dei a ela uma cara vazia e, honestamente, pareci um bastardo agora, mas não posso evitar porque fico mal-humorado quando estou com fome e este café cheira muito bem, o que não está ajudando em nada. Eu vi Eliza respirando fundo antes de murmurar algo sobre não socar alguém bem na cara. Espera, ela está falando de mim? Não pode estar... Certo? 

 

— Bem-vindo ao café Sweetdot, senhor. O que você gostaria de pedir? — Eliza perguntou antes de dar um pequeno e falso sorriso. 

 

— Quero uma torrada de queijo e presunto, com uma xícara de café expresso, e vou tomá-la aqui.

 

— Tudo bem, serão US$ 9,45. Você gostaria de pagar em dinheiro ou cartão?

 

Coloquei a mão nos bolsos para pegar minha carteira e percebi que ela não estava lá dentro. Ah, merda, eu a deixei no escritório. 

 

Eliza levantou as sobrancelhas, confusa, quando viu que eu estava parado como uma pedra.

 

— Ah... é possível eu cancelar meu pedido agora? Eu esqueci minha carteira e minha assistente está cuidando de alguns assuntos importantes agora, então ela não está livre, no momento. — Nunca me senti tão envergonhado em toda a minha vida antes e só quero cavar um buraco no chão e me enterrar vivo. 

 

Eliza não disse nada, em vez disso, ela foi para o fundo da cozinha e logo voltou com algum dinheiro em suas mãos.

 

— Já que o pedido já foi retirado e está sendo preparado, eu pago por ele. Você pode sentar na mesa perto das janelas e esperar sua refeição ser servida. — Minha boca se abriu ligeiramente quando ouvi suas palavras. 

 

— Hum... obrigada por pagar minha refeição e eu te pago de volta mais tarde. — Ela assentiu para mim enquanto colocava o dinheiro na caixa registradora.

 

 Fui até a mesa que ela disse, e me acomodei, tentando me recuperar do constrangimento que passei agora. Graças a Deus não havia muitos clientes no café. Fiquei olhando para ela de onde estava sentado, ela está limpando as mesas depois que os clientes vão embora, trabalhando sem parar. 

 

Eliza Collins, está me deixando cada vez mais curioso sobre ela. 

Continue lendo no Buenovela
Digitalize o código para baixar o App

Capítulos relacionados

Último capítulo

Digitalize o código para ler no App