ELIZA
Passei o dia inteiro no hospital acompanhando minha mãe. Embora ela não estivesse se sentindo bem o suficiente para falar comigo, já me sinto ótima só de poder olhar para ela. Quando o elevador chegou ao sétimo andar, entrei e apertei o térreo. As portas do elevador se abriram novamente no quinto andar, olhei para a pessoa que tinha acabado de entrar e arregalei os olhos. — É você! — Apontei meu dedo para o cara que eu tinha socado há poucos dias. O cara olhou para mim como se visse um fantasma antes de virar a cara para longe de mim. Eu estou curiosa sobre o por que de ele está no hospital. O toque repentino do telefone dele me fez pular de susto. — Olá mãe, sim, estou chegando. O pai precisa de alguma coisa para sua estadia aqui? Eu posso pegar para ele. — O quê? O pai dele está internado no hospital? O senhor Thomas está doente? Esperei que ele encerrasse a ligação antes de perguntar. — O senhor Thomas está doente? O que ele está fazendo no hospital? — Ouvi-o suspirar antes de responder à minha pergunta. — Ele desmaiou em casa há alguns dias e estamos aqui para um check-up, só por precaução. Antes que ele pudesse continuar, eu atirei outra pergunta. — Então, posso visitá-lo? Só quero ter certeza de que ele está bem. — Sua sobrancelha se ergueu, mostrando um pouco de confusão antes que ele assentisse levemente para mim. Então eu o segui silenciosamente, sem dizer uma única palavra. Logo chegamos em frente a uma enfermaria, indicando o quarto 501. Ele bateu de leve na porta antes de entrar no quarto e foi atrás de mim. — Oi pai, oi mãe. Hum, essa garota aqui quer visitar o pai, nos encontramos no elevador e ela acabou descobrindo sobre sua hospitalização. — Eu fiquei na frente do cara um pouco antes de abaixar a cabeça e me apresentar. — Olá, Sr. E Sra. Thomas, eu sou Eliza Collins e trabalho na livraria que o senhor Thomas visita todos os dias e fiquei preocupada quando soube sobre sua estadia aqui, então decidi visitá-lo e peço desculpas por não ter trazido nada. Ambos me deram um sorriso agradecido antes que a senhora Thomas me chamasse para sentar. — Olá Eliza, nós apreciamos o fato de você se importar o suficiente para nos visitar e não é necessário trazer nada, então sinta-se em casa. — O senhor Thomas também interveio. — Certo Eliza, eu não consegui apresentar vocês dois direito da última vez, então eu deveria fazer isso agora. Este é meu filho, Alessandro Thomas, ele tem 27 anos e ele ainda não conseguiu encontrar uma namorada e se estabelecer. Suspiro tristemente... Sempre que penso que não vou ver o dia em que ele vai encontrar o amor da sua vida e começar sua família própria. Ouvi Alessandro Thomas murmurar algo sobre isso não ser uma sessão de encontro às cegas e sobre por que o senhor Thomas estava falando tanto sobre sua vida pessoal. Eu só pude oferecer um sorriso estranho porque eu realmente não sabia o que dizer. O senhor Thomas não pareceu satisfeito então continuou. — Certo Eliza, eu lembro que você disse anteriormente que ainda estava solteira, certo? Você tem alguém em mente agora porque se não, acho que tenho alguém perfeito em mente. — Ele me lançou uma piscadela brincalhona antes que a senhora Thomas me desse um largo sorriso como se estivessem tramando algo. — Ah... Não tenho ninguém em mente, mas de qualquer forma acho que este não é o momento certo para um relacionamento. — Isso era um fato e, além disso, preciso me concentrar em ganhar mais dinheiro para pagar o tratamento da minha mãe, então não posso me dar ao luxo de ficar em qualquer tipo de relacionamento com o qual não posso me comprometer. — Mas você tem 23 anos e este é o melhor momento para você estar em um relacionamento, não é? — O senhor Thomas não parece estar recuando neste tópico. — Pai, tenho muito trabalho para fazer na empresa, então vou embora agora. Venho visitá-lo novamente mais tarde, à noite. — Alessandro Thomas interrompeu a conversa. Sim, graças a Deus ele salvou minha língua da explicação. — Ah... Sr. e a Sra. Thomas e eu também vou me despedir agora porque ainda tenho que ir para o meu trabalho. Vou visitá-los novamente. — Eu rapidamente me despeço e quase corro em direção à porta e quase esbarrei no Senhor Cara Mal-humorada. Certo, esse apelido é perfeito para ele. Passei por ele casualmente, fingindo que nada aconteceu antes de ir para o elevador.ALESSANDRO — Tinny, cancele minhas reuniões esta tarde. Tenho que ir ao hospital. — Informo minha secretária pelo telefone. Papai estava se sentindo mal nos últimos dias e até desmaiou, então mamãe e eu decidimos levá-lo ao hospital para fazer um check-up completo para que ficássemos tranquilos. Quando cheguei ao hospital, fiquei bastante chocado ao encontrar aquela mulher no elevador. Nossos olhos se encontraram quando ela levantou a cabeça para ver quem entrou. Ela apontou os dedos para mim quando me viu e pude ver que ela também estava bastante chocada. Eu apenas a encarei e me perguntei como tive tanto azar de encontrá-la aqui novamente antes de me afastar dela. Meu telefone começou a tocar e eu pude vê-la pular assustada pelo canto dos meus olhos, o que me fez querer rir muito, mas me segurei. Atendi o telefone e minha mãe me disse que eles conseguiram uma ala privada no hospital e que meu pai tinha acabado de voltar do check-up. Depois de saber sobre a situação, desliguei o t
ELIZAEu estava trabalhando no meu turno no café esta manhã quando uma ligação do hospital me fez sentir como se o mundo tivesse sido despedaçado. A condição da minha mãe piorou esta manhã e o doutor Stephen sugeriu colocar ela sob quimioterapia para controlar as células cancerígenas e impedir de se espalharem ainda mais. No entanto, eu não tenho condições de pagar os custos enormes, mas, mesmo assim, concordei com a sugestão. Durante meu intervalo, eu estava procurando por mais empregos de meio período ou talvez até mesmo um emprego de período integral que pudesse me permitir ganhar o suficiente para pagar os custos do tratamento. Cassie veio até mim com uma xícara de café nas mãos e suspirou.— Como está sua mãe agora? — Tentei dar a ela um sorriso, mas falhei terrivelmente, antes de responder. — Não muito bem agora. Mas espero que a quimioterapia ajude de alguma forma.— Lizz, se você precisar de dinheiro para pagar as contas da sua mãe, eu tenho algum dinheiro sobrando e posso e
ALESSANDROCheguei ao escritório por volta das 7h30 da manhã e agora estou a caminho do café onde Eliza trabalha. Para ser honesto, estou meio nervoso e preocupado, tenho medo de que ela não concorde com a proposta repentina e, além disso, não começamos bem, mas sim com um soco na minha cara. Ugh, tanto faz, vou tentar mesmo assim porque não estou apenas ajudando a mim mesmo, mas também a empresa do meu pai.Com isso em mente, peguei meu casaco e fui em direção ao café. Ao chegar o cheiro de café e torrada me atingiu e eu estava com fome de novo, mesmo tendo tomado café da manhã. Me desculpem sou um fanático por café e torradas. Quero dizer, quem consegue dizer não a comida saborosa? Definitivamente não eu.Olhei ao redor do café e logo avistei a Eliza, que estava limpando uma mesa em um canto do café. Andei até ela, dei um leve tapinha em seus ombros, o que a fez pular assustada. Será que está devendo?Ela se virou com um olhar penetrante e me viu parado na frente dela sem jeito, o q
ALESSANDRO Um dia se passou e não houve resposta da Eliza. Eu estava realmente ansioso para que ela me ligasse e aceitasse minha proposta, mas nada, o que desanimou minha esperança. Só falta mais um dia, o último dia. ELIZAAcabei de sair do trabalho na livraria e estava indo para casa. Tenho pensando na oferta o dia todo e depois de tudo isso continuo em conflito. Ao chegar em casa, deixei tudo de lado e fui para o banheiro para um banho quente e gostoso que aliviou meus músculos doloridos. No entanto, todas as minhas preocupações voltaram no momento em que saí do chuveiro. Tirei o pedaço do cartão de visita da minha bolsa e apertei meu telefone contra o peito. Eu deveria aceitar para poder conseguir o dinheiro para o tratamento da minha mãe e também para pagar todas as minhas contas atrasadas. Afinal, é apenas um casamento sem amor e acabará mais cedo ou mais tarde, então não custa nada tentar, certo?Depois de toda a ponderação, finalmente criei coragem para discar o número do c
ALESSANDRO Já faz uma semana desde o registro do nosso casamento e, claro, da cerimônia de casamento em si. Meus pais ficaram tão felizes que por um momento pensei que realmente iria começar minha própria família, mas voltei à realidade quase imediatamente. Embora o casamento não tenha sido por amor, ainda devo considerar um pouco minha esposa no nome e tratá-la bem, já que ela é muito gentil comigo. Afinal, não sou um pirralho ingrato. Meus pais continuaram apressando Eliza para morar comigo, já que agora estamos casados e não seria bom para nenhum de nós se a notícia de que não fomos morar juntos depois de nos casarmos vazasse. Hoje é o dia em que Eliza deveria se mudar para morar comigo, já que ela disse que tinha que fazer as malas, mas ela nunca estava livre devido a todos os seus empregos de meio período. Algo que me intrigou foi que ela pediu emprestado 30 mil dólares logo após o casamento. Embora eu estivesse curioso, não a questionei e, além disso, foi sua recompensa por co
ELIZA Honestamente, quando o senhor Cara ma... espera, eu quis dizer Alessandro. Quando ele me ofereceu a ideia de cozinhar o jantar todas as noites em troca de pagar os 30 mil para ele, fiquei bem pasma. Quero dizer, ele é um bilionário que pode se dar ao luxo de comer em todos aqueles restaurantes de alta classe com chefs que poderiam cozinhar um bilhão de vezes melhor do que eu, mas mesmo assim ele me pediu para cozinhar o jantar para ele. Bem, acho que eu cozinho muito bem também, agora eu realmente deveria agradecer a minha mãe por me ensinar todas essas habilidades básicas de culinária desde que eu era jovem. De qualquer forma, hoje era meu dia de folga, então decidi ficar em casa para fazer uma faxina de primavera no meu quarto porque eu só tinha espalhado minhas coisas por todo o cômodo sem organizá-las direito. Depois de passar cerca de 2 horas arrumando minhas coisas ordenadamente, meu estômago roncou e olhei para o relógio. Eram 14:30 da tarde e eu nem tinha tomado café d
ALESSANDRO Dizer que estou chocado é pouco. Eu não esperava que Eliza se incomodasse em me entregar o arquivo quando eu nem percebi que esqueci de trazer. Honestamente, eu também fiquei chocado comigo mesmo com o que eu disse para aquela recepcionista. Mas, na verdade, foi bom. Espera, o quê? Eu me senti bem? Embora eu tenha tomado um bom café da manhã, ainda decidi sair para almoçar com a Eliza, já que ouvi seu estômago roncando alto. Afinal, quem poderia dizer não a mais comida? Eu a levei para um pequeno restaurante que eu sempre visito quando tenho tempo. A senhora dona do estabelecimento é muito gentil.Ao entrar no restaurante, ela me recebeu com um grande sorriso no rosto.— Faz tanto tempo desde a última vez que você veio aqui! Oh, quem é essa linda moça ao seu lado? — seu lado travesso estava aparecendo e eu podia ver o canto de sua boca ligeiramente curvado para cima. — Ela é uma amiga, Sarah. E eu quero os pratos de sempre, por favor. — Não sei por que, mas isso simplesm
ELIZAQuando terminei o trabalho na livraria por volta das 19h, fui direto ao supermercado para comprar algumas coisas. Juro por Deus que aquela geladeira é esvaziada a cada 2 dias, apesar da enorme quantidade de coisas que compro todas as vezes. Aquele cara é um grande comilão e, claro, eu também sou, mas só um pouquinho. Acabei de pagar tudo e estava prestes a tirar minha carteira para pegar meu cartão para embarcar no ônibus quando percebi que minha carteira tinha sumido. Comecei a entrar em pânico. Corri de volta para o supermercado com todas as sacolas nas mãos, pude sentir meus braços queimando de dor, mas não me importei muito. Tudo o que me importava era minha carteira. Não porque ela tinha dinheiro dentro, mas era a carteira em si. Foi um presente da minha mãe antes de ela ficar doente e eu a usei pelos últimos 3 anos. Eu tinha que encontrá-la a qualquer custo. Perguntei aos caixas no balcão se tinham visto minha carteira, mas todos negaram. Me sentindo desanimada, estava p