No zoológico, havia tantas pessoas que era fácil criar uma confusão e, na oportunidade, levar uma criança. O ambiente estava repleto de famílias, crianças correndo e gritos de alegria, criando um cenário caótico perfeito para criminosos agirem despercebidos.No centro da cidade, onde havia câmeras de segurança por toda parte, os criminosos não teriam a mesma facilidade para agir nem ousariam ser imprudentes. A presença constante de guardas, a movimentação intensa de pedestres e o incessante tráfego de veículos tornavam qualquer ação ilícita extremamente arriscada.Bruno especulou que, se os criminosos tentassem novamente, levaria pelo menos alguns meses. Ele imaginou que os responsáveis precisariam de tempo para planejar um novo ataque e encontrar uma oportunidade semelhante.Aurora pensou por um momento, depois disse: - Você está certo. Vou considerar o incidente do zoológico como um acidente e continuar com minha rotina normal, esperando que os inimigos se revelem.Bruno, com um sor
- E também o Bebê foi levado. Se não fosse a Aurora mandar alguém perseguir, sua irmã nem sei como estaria agora. - Lamentou Juliana, com a voz trêmula de emoção.Depois de recuperar seu filho, Carolina se ajoelhou para agradecer a Aurora, deixando Juliana chocada. A cena de uma mãe se ajoelhando em gratidão era impactante, revelando o desespero e a profundidade do agradecimento dela.Ser mãe, por causa dos filhos, realmente podia fazer qualquer coisa.Daulo suspirou fundo, sua voz cheia de inquietação:- Você não viu o Bruno trazendo tantas pessoas para buscar elas de volta? E o Sr. Pedro trouxe um grupo de pessoas. Michel estava tão bem protegido que eu, como pai, nem tive a chance de chegar perto dele para me preocupar.Juliana ficou em silêncio, ponderando sobre as palavras de Daulo.- O Bebê ficou muito assustado, minha irmã também. Não é só minha irmã, todos nós ficamos apavorados. - Continuou Daulo.Daulo, ultimamente, não estava se dando bem com sua irmã. Mas Bernardo era seu s
- Seus pais te criaram com dificuldade, e os meus criaram eu com facilidade, é? Você quer que eu tolere eles, mas por quê? Sua mãe não me criou, ela me ataca o tempo todo, diz que não sou como a Madalena, me compara com a Madalena e ainda não posso ficar brava? Todo dia na minha frente ela fala como a Madalena é maravilhosa e como eu sou um desastre, que eu não sei viver, não cozinho, sempre peço delivery. Eu também estou ocupada! Ela fica em casa sem fazer nada e ainda espera que eu volte para fazer comida pra ela. Isso não é me explorar? Quando eu cheguei na sua casa, sua mãe era tão boa comigo, até sua irmã me tratava bem. Eu achava que era a Madalena que não sabia lidar com a sogra, mas agora eu vejo que elas são boas em atuar. Eu fui enganada. - Juliana dizia tudo isso com raiva, sua voz trêmula revelava a frustração acumulada. Ela gesticulava com as mãos, tentando expressar a profundidade de seus sentimentos enquanto Daulo a observava, visivelmente desconfortável e sem saber como
Ela havia se esforçado tanto para tirar Daulo de Madalena e se tornar sua esposa, que, por mais difícil que fosse o caminho, estava determinada a seguir em frente. Caso contrário, Madalena só a ridicularizaria, dizendo que ela mereceu o que estava passando.- Durma logo, pare de se revirar na cama. Bernardo nem é seu filho. Minha irmã talvez nem esteja perdendo o sono por causa disso, mas você, como tia, está tão assustada que não consegue dormir? - Disse Daulo enquanto abraçava Juliana e bocejava. Ele fechou os olhos e murmurou. - Estou morto de sono.Juliana resmungou em seu coração. Ela não estava preocupada com Bernardo. Ele era uma criança terrível, destruiu tantos dos seus produtos de beleza e maquiagem. Ela odiava aquele garoto. Quando viu Bernardo ser levado, sentiu apenas um choque momentâneo, sem nenhuma preocupação, até um pouco de satisfação. Ela franziu a testa, olhando para o teto, revivendo a cena na mente.Só Aurora e Madalena eram boas e generosas o suficiente para man
Sra. Erica apenas murmurou algumas palavras, sem continuar com o assunto. - Querido, aquele carro que você me deu de presente no Dia dos Namorados, peça para a dona Izete trazê-lo. Sem carro é muito inconveniente sair. - Pediu Aurora, virando-se para Bruno.- Claro. - Bruno respondeu com um sorriso afável. A felicidade em seus olhos era evidente. Finalmente conseguiu entregar o presente de Dia dos Namorados que havia planejado para sua esposa. Ele se sentiu satisfeito.Sra. Erica se virou para Aurora, que estava sentada ao seu lado. - Aurora, é assim mesmo que deve ser. Seu homem trabalha para ganhar dinheiro para você gastar. Quanto mais você gastar, mais feliz ele fica e mais motivado ele fica para ganhar dinheiro. Se você não gastar, o dinheiro dele vira apenas uma sequência de números, sem nenhum significado ou senso de realização.Aurora riu suavemente, os olhos brilhando com carinho e gratidão. - Vovó, eu não estou precisando de dinheiro. Ela sabia que Bruno frequentemente
- Amor, você precisa dar um jeito de tirar a Eliana da prisão. Ela nunca passou por algo assim na vida. - Disse a Sra. Leite, com uma expressão de profunda preocupação no rosto, os olhos inchados e vermelhos de tanto chorar.O que mais inquietava a Sra. Leite era a sua filha mais nova. Mesmo com o filho no ensino médio, ela não se preocupava tanto com ele. Para ela, Eliana sempre foi a criança mais frágil e sensível, que precisava de proteção constante.Seu filho, um estudante do terceiro ano do ensino médio, morava no internato e só voltava para casa uma vez por mês. Ela só precisava garantir que o saldo do cartão de alimentação dele estivesse sempre cheio. Ele era bem mais sensato que Eliana. A única coisa que incomodava a Sra. Leite era que ele sempre defendia Natália, com uma determinação que às vezes a surpreendia.Quando ele estava em casa, a Sra. Leite precisava ser mais amável com Natália para evitar discussões com ele. O menino, alto e já demonstrando traços da virilidade que
Natália estava na calçada, de frente para o carro que havia acabado de estacionar, erguendo os ouvidos, tentando identificar quem estava ao volante pelo som. A chuva fina da manhã caía suavemente em seu rosto, e ela só podia perceber a fraca luz através da cortina de chuva, sem conseguir distinguir qualquer detalhe. As gotas de chuva caíam em seu guarda-chuva, produzindo um leve som de pingos, misturando-se ao ruído de fundo da rua. Sentia a luz tão próxima, quase ao alcance, mas inatingível, como se uma barreira invisível a impedisse de chegar até ela.- Você caminha todos os dias para voltar à loja? - Uma voz grave rompeu a tranquilidade.Natália reconheceu imediatamente a voz, era Rivaldo. Ele havia sido enganado por Aurora, mas ainda assim a acompanhou até a floricultura. Quando Natália agradeceu e perguntou seu nome, Rivaldo, ao contrário de Bruno, não ocultou sua identidade e lhe disse que era o segundo filho da família Alves.- Sr. Rivaldo. - Disse Natália, esboçando seu sorri
Rivaldo lançou um olhar rápido para ela, seus olhos brilhando com uma mistura de preocupação e curiosidade. - Você não pode ver. Mesmo que o ônibus passe, você não conseguirá sinalizá-lo.Com uma serenidade que contrastava com a sua situação, Natália respondeu: - Os seguranças na entrada do condomínio são muito prestativos. Todos os dias, eles me ajudam a parar o ônibus e garantem que eu embarque com segurança.Rivaldo ficou em silêncio após a resposta. Ele mal a conhecia, e ainda assim, se sentia compelido a protegê-la. Depois de ser enganado por Aurora, se sentia obrigado a cortejar Natália, não apenas por orgulho, mas para não dar ao Bruno e à Aurora, a satisfação de vê-lo falhar. Contudo, Natália permanecia um mistério para ele. Sua avó tinha fornecido apenas as informações básicas. O resto, ele teria que descobrir por si mesmo.A falta de conhecimento e familiaridade criava um silêncio palpável entre os dois. Rivaldo dirigia concentrado, enquanto Natália ouvia atentamente a músi