Até mesmo Aurora sentia que algo estava errado. A sensação de desconforto persistia em seu peito, um pressentimento que ela não conseguia ignorar. Eles apenas não compartilharam suas suspeitas na frente de todos, preferindo discutir em particular.- Certo. - Respondeu Michel, que ainda não tinha se divertido o suficiente. Seus olhos brilhavam ao lembrar do show no aquário, especialmente os golfinhos que saltavam graciosamente pela água. Mas sua mãe o levou embora antes que o espetáculo terminasse, deixando-o desapontado.Os seguranças da família Alves se alinharam como soldados, formando duas filas na frente do carro de luxo. Suas expressões eram sérias, atentos a qualquer movimento suspeito ao redor. Bruno, carregando Michel com firmeza e cuidado, entrou no carro junto com Aurora, que ainda mantinha uma expressão de preocupação.Madalena, visivelmente abalada, preferiu entrar no carro dos seguranças, sem seguir sua irmã.Letícia entrou no carro do irmão, deixando seu próprio carro par
Agora, todo mundo na Cidade G sabia que Bruno adorava sua esposa. Se algo acontecesse com Aurora, seria como tirar uma parte vital de sua vida. Essa devoção era conhecida e admirada, mas também tornava Aurora um alvo potencial para aqueles que queriam ferir Bruno de forma mais indireta e dolorosa.- Será que foi a Sra. Leite quem fez isso? - Aurora imediatamente pensou na Sra. Leite. Seus olhos se estreitaram enquanto considerava essa possibilidade, sentindo uma onda de raiva e preocupação crescendo dentro dela.Bruno ficou em silêncio por um momento antes de responder, sua expressão se tornando sombria e pensativa: - Agora, não posso afirmar nada, mas desde que você teve aquele desentendimento com a Eliana, eu pedi para o Paulo vigiar o velho Sr. Leite e sua esposa. Até agora, eles não mostraram nada de suspeito. Aurora, precisamos investigar mais a fundo para saber se o alvo verdadeiro dessa ação era você ou eu.Bruno colocou Michel ao seu lado e envolveu Aurora em um abraço apertad
- Se vocês fossem pessoas comuns, aprender artes marciais não faria diferença. Mas agora... É melhor que Michel aprenda alguma coisa para se proteger. - Bruno comentou, preocupado. Ele olhou para Aurora, seus olhos refletindo a ansiedade que sentia pela segurança do sobrinho.Bruno sempre gostou muito de Michel, seu sobrinho, e via nele um grande potencial. Ele já planejava treinar Michel quando ele ficasse mais velho, então apenas estava adiantando o processo.- É verdade, vamos fazer do jeito que você sugeriu. Obrigada, querido. - Aurora ficou sinceramente grata a Bruno por querer que Michel fosse bem-preparado tanto intelectualmente quanto fisicamente. Ela agradeceu com sinceridade, sua voz carregada de gratidão.Bruno, segurando Michel com um braço, usou a outra mão para dar um leve toque no nariz de Aurora e brincou com um tom leve: - Você só me chama de Bruno. Agora que vou contratar um mestre para Michel, você me chama de querido. Michel é mais importante para você do que eu, n
As duas pareciam ter acabado de voltar das compras, com Dalila segurando o braço da mãe de João e carregando várias sacolas nas mãos. - João, você vai sair? - Perguntou a Sra. Ferreira ao ver o filho, com um tom de preocupação e curiosidade. - Oi, mãe, Srta. Dalila. - João cumprimentou rapidamente, tentando esconder a pressa em sua voz. - Mãe, eu tenho uma urgência, não vou poder ficar com você e a Srta. Dalila agora. Vocês preferem esperar no meu escritório ou voltar para casa?- Que urgência é essa, João? - A Sra. Ferreira franziu a testa, claramente preocupada.- É uma coisa importante, mãe. - Respondeu João, tentando disfarçar o nervosismo. Ele sabia que não poderia revelar a verdadeira razão de sua pressa. Muitas pessoas achavam que ele estava interessado em Madalena, mas João sempre insistia que sua preocupação era genuína pelo bem-estar de Michel, embora poucos acreditassem nisso.- É coisa da empresa? - A Sra. Ferreira insistiu, seus olhos buscando a verdade nos olhos do filh
- Eu estive ocupada com os preparativos para o casamento. Em breve, estarei de licença de casamento. O Sr. João não pode ficar sem um assistente. - A secretária respondeu de maneira impecável, sem deixar margem para dúvidas. Dalila ficou sem palavras, olhando para a secretária com um misto de surpresa e respeito. Ela sabia que não poderia competir com uma resposta tão bem articulada.João, por sua vez, não sabia que, após sua saída, sua mãe e Dalila fariam tantas perguntas à secretária. Felizmente, a secretária respondeu de forma a não levantar suspeitas. Além disso, o incidente no zoológico não era algo que interessasse diretamente à Sra. Ferreira e Dalila, pois não as envolvia pessoalmente.João, dirigindo-se rapidamente para o Condomínio Rosa, sentia seu coração acelerar a cada quilômetro. A ansiedade em ver Michel e se certificar de que ele estava realmente bem o consumia. Ele precisava ver com seus próprios olhos que o menino estava seguro.Ao chegar ao Condomínio Rosa, João noto
A Sra. Erica tossiu algumas vezes, chamando a atenção de João. Quando ele olhou para ela, ela lembrou com gentileza: - João, o Michel não foi assustado pelos sequestradores, mas sim por você. Olhe, Michel está se debatendo para descer. - Sr. João, me solte. - Michel pediu de novo, com uma voz firme. Seu rostinho estava rígido, claramente irritado. A força de João era demasiada, e Michel não conseguia se soltar do abraço.João rapidamente colocou o garoto no chão e, agachando-se, segurou os ombros de Michel suavemente, dizendo com uma voz calma e reconfortante: - Michel, que bom que você está bem, que bom que está bem.Michel olhou para João com seus grandes olhos brilhantes. Ele conseguia perceber a verdadeira afeição de João. Não era apenas uma brincadeira, mas um carinho genuíno.Ele levantou a mãozinha, hesitante, tocando levemente a cicatriz no rosto de João, retirando a mão rapidamente, como se estivesse com medo. Quando viu que João não demonstrou dor, ele estendeu a mão novam
João se acomodou sozinho no sofá, com uma expressão pensativa no rosto, e perguntou calmamente sobre o que havia acontecido mais cedo.- Parece que o objetivo deles era levar o Michel à força. - Disse Aurora, seu tom de voz carregado de preocupação.João, instintivamente, compartilhava da mesma suspeita que Aurora e Bruno.- Madalena, você consegue lembrar como eles eram? Pode desenhar os rostos deles para que eu possa encontrar eles? - Perguntou João, sua voz firme, mas gentil. Ele não estava mais envolvido na vida do crime, mas sua reputação ainda persistia no submundo. Se precisasse, poderia contar com a ajuda daqueles que ainda o respeitavam.- Eles estavam usando máscaras pretas e óculos escuros. Não dava para ver seus rostos, mas eram altos e fortes, não pareciam criminosos comuns. Mais como seguranças. - Respondeu Madalena, com um olhar perdido, tentando recordar os detalhes. Ela estava acostumada com os guarda-costas ao redor de Bruno e achou que os sequestradores tinham uma ap
- Você disse que voltaria para jantar esta noite. Que horas são agora? E você ainda não voltou? - A voz da Sra. Ferreira estava cheia de frustração enquanto pressionava seu filho pelo telefone. - Volte logo, Dalila preparou algumas de suas especialidades para você. Eu provei e está delicioso, com o nível de um chef de hotel cinco estrelas.- Mãe, eu não vou voltar para jantar. Ainda não resolvi minhas coisas. Você e a Srta. Dalila podem comer. Mãe, a Srta. Dalila está visitando nossa casa. Não deixe ela cozinhar, isso não é hospitalidade adequada. - Respondeu João, tentando ser firme, mas educado.A Sra. Ferreira franziu a testa, uma expressão de desapontamento marcando seu rosto. - Ainda não resolveu? Mesmo que não tenha resolvido, você deveria jantar. Está escuro lá fora, venha para casa, jante primeiro e depois continue ocupado.- Mãe, eu já comi, jantei fora. - João mentiu, tentando encerrar a conversa rapidamente.A Sra. Ferreira ficou em silêncio por um momento, engolindo a irri