Bruno confortou a esposa, com um sorriso suave nos lábios: - Não pense tanto nisso. Eu acredito que sua irmã ficará cada vez melhor.Aurora refletiu por um momento e depois concordou: - É verdade. Minha irmã e o Sr. João nem sequer começaram a namorar ainda. Vamos deixar as coisas seguirem seu curso. Como você disse, o Sr. João é um homem de muita determinação. Ele toma as rédeas da própria vida. Se ele realmente se apaixonar pela minha irmã, tenho certeza de que ele pode dar a ela a felicidade que ela merece.Bruno assentiu, seu olhar cheio de carinho. - Sim, vamos deixar as coisas fluírem naturalmente. Você está se preocupando demais. - Com isso, ele foi até o armário e pegou algumas roupas para ela, entregando-as com um sorriso terno. - Vamos, tome um banho para relaxar.Aurora pegou as roupas e, antes de se afastar, deu um beijo rápido no rosto dele, deixando um rastro de afeto. - Obrigada, meu amor.Meia hora depois.O casal estava deitado na cama, conversando sobre o dia.Bru
- Pois é, João. Ter uma esposa realmente faz toda a diferença. - Disse Bruno com um sorriso no rosto enquanto virava a carne na frigideira. - Eu preparo o bife para minha esposa e para mim, e vê-la saboreando algo que eu cozinhei é uma felicidade indescritível. Esse tipo de felicidade, meu amigo, você não consegue entender sendo um solteiro.Ele continuou, agora com um tom mais provocativo: - Você pode até comer carne de dragão sozinho, mas não é tão gostoso. Eu e minha esposa podemos comer a refeição mais simples juntos e ainda assim será deliciosa. Não dá para comparar. João resmungou, sem palavras para retrucar: - Você fala sobre homens na cozinha de um jeito que parece poesia. Parece que nós, que não sabemos cozinhar, estamos condenados à infelicidade. Eu posso não ser um chef, mas posso encontrar uma esposa que seja uma excelente cozinheira e desfrutar das delícias da vida do mesmo jeito.Bruno riu e respondeu: - Você está procurando uma esposa ou uma cozinheira? João, sentin
Às oito horas, João passou de carro pela Cantina Exclusiva de Café da Manhã e decidiu parar. Depois de uma breve hesitação, ele saiu do carro. Ao dar alguns passos, se lembrou de algo e voltou para abrir a porta do carro. Do banco traseiro, repleto de caixas, ele escolheu uma. Dentro da caixa havia um conjunto de blocos de montar da Lego.João gostava muito de Michel e sempre mantinha vários brinquedos no carro. Dessa forma, sempre que ele visitava a loja e via Michel, podia lhe dar um presente, mostrando que seu carinho era genuíno e não apenas uma desculpa para ver Madalena.No passado, ele costumava dar cata-ventos, mas Michel já tinha perdido o interesse por eles. Então, João passou a variar os presentes.Com a caixa de Lego em mãos, João entrou na Cantina Exclusiva de Café da Manhã.- Sr. João, bom dia. - Madalena o cumprimentou com um sorriso caloroso. - O de sempre?- Sim, o de sempre. - Respondeu João, com um aceno de cabeça.Ele saía da casa de seu amigo sem estar completament
- Acordei tarde hoje. - João mentiu, sem mencionar que já havia tomado café da manhã na casa de Bruno, mas não ficou satisfeito.Ver Bruno e Aurora apaixonado o fez perder o apetite, mas depois, quando estava sozinho, a fome voltou com força. Ele precisava de um café da manhã decente, e Madalena sempre preparava uma refeição gostosa.João continuava orientando Michel na montagem dos blocos de Lego enquanto comia. Madalena se aproximou, se sentou ao lado do filho e disse:- Michel, vou te ajudar.Ela pegou o manual de instruções e ficou olhando para ele por um bom tempo. Ao ver as peças espalhadas de forma caótica pela mesa, sentiu uma leve dor de cabeça.- Desculpe, querido, eu não sou muito boa nisso. - Disse Madalena, com um sorriso culpado.Mas Aurora era muito mais habilidosa. Aurora costumava fazer trabalhos manuais, e sua destreza e criatividade a tornavam excelente na montagem de blocos de Lego.Naquele momento, um novo cliente entrou na cantina. Madalena deixou o manual de lado
A mãe de João já havia mencionado Madalena para Dalila.Embora o foco de Dalila estivesse em Aurora, tentando estabelecer uma boa relação com primeira nora da família Alves, ela com certeza prestava atenção em Madalena, afinal, Madalena era a irmã da Sra. Alves.- Aquela loja é minha, está alugada. - Explicou João, acrescentando uma informação para que Dalila não pensasse que ele estava defendendo o estabelecimento sem motivo.Dalila disse com um sorriso:- Não é à toa que você toma café da manhã lá, afinal, a loja é sua.- Já estou cheio, não consigo comer mais nada. Srta. Dalila, leve o café da manhã de volta, por favor, e obrigado pela gentileza. - Recusou João, diretamente.Ele não queria, de forma alguma, levar Dalila para o escritório.Dalila, no entanto, insistiu com um sorriso:- Vou levar mais tarde. Agora, gostaria de visitar a sua empresa. Além de resolver alguns assuntos na Cidade G, também estou aqui para discutir possíveis parcerias.A família Guedes tinha um grande negóc
- Mamãe, o Michel não me deixa brincar com o brinquedo dele. Mamãe, eu quero brincar, eu quero o brinquedo do Michel! - Bernardo correu de volta para a mãe, puxando a roupa de Carolina, exigindo que ela pegasse o brinquedo para ele.Carolina sempre via seu próprio filho como um tesouro e os filhos dos outros como nada mais do que isso. Ela estendeu a mão para Michel, dizendo com seriedade:- Michel, deixe o Bernardo brincar um pouco com o seu brinquedo.- Este é meu! - Michel abraçou a caixa com força, recusando-se a soltar.Carolina deu dois passos à frente, tentando pegar Michel, mas Madalena imediatamente interveio com uma colher batendo em sua mão, fazendo-a recuar de dor.- Madalena, o que você está fazendo? - Carolina exclamou, segurando o pulso dolorido.Madalena, com o rosto frio, respondeu:- A pergunta é o que você está fazendo? O brinquedo é do Michel. Se ele não quer emprestar para o Bernardo, ele não precisa. Você, como tia, ainda quer forçar?Carolina ficou sem palavras d
Aurora estava voltando para a livraria no carro luxuoso de seu marido. Ela tinha agendado uma entrega com suas trabalhadoras de artesanato, que acabavam de trazer as peças finalizadas. Após inspecionar a qualidade, que estava excelente, Aurora não conteve sua alegria e elogiou as colegas várias vezes antes de lhes pagar conforme combinado.- Aurora, nós que ficamos em casa cuidando dos filhos, ganhamos um bom dinheiro com esses artesanatos. Minha sogra até parou de me tratar mal. - Uma das mulheres comentou, com um sorriso aliviado, os olhos brilhando de gratidão. Ela segurava delicadamente uma das peças, admirando o trabalho detalhado.Aurora sorriu calorosamente, sentindo um profundo orgulho pelo impacto positivo que estava causando na vida dessas mulheres.- Comigo foi a mesma coisa. Minha sogra agora até me ajuda com as crianças. Aurora, pode aceitar mais pedidos. Não importa quantos, nós damos conta. - Outra colega acrescentou, o entusiasmo evidente em sua voz. Essas mulheres, q
Apesar de sua mãe ter apenas uma mecha de cabelo cortada, Juliana estava apavorada. Aquele gesto, aparentemente simples, carregava uma ameaça silenciosa e mortal. Se eles quisessem realmente a vida dos familiares dela, poderiam facilmente consegui-la. Embora Juliana tivesse brigado com sua família por causa do casamento, afinal de contas, eles ainda eram seus parentes. Ela não poderia deixar que sua família sofresse por causa de Michel, que, no fim, era um estranho.Aquele dia era o dia mais promissor para colocar o plano em ação. Cada detalhe estava meticulosamente planejado, mas a ansiedade de Juliana era palpável, como uma corda esticada prestes a arrebentar.Aurora perguntou a Michel: - Sua mãe também vai?Os olhos de Michel brilharam com entusiasmo infantil. - Sim, minha mãe vai. Tia, você vai também?Aurora pensou por um momento antes de responder:- A que horas vocês vão sair? Preciso ver se consigo organizar meu tempo.- Minha mãe disse que em cerca de meia hora podemos sair.