João, sentindo-se um pouco constrangido, disse: - Bruno, realmente me desculpe por isso.- Se está tão constrangido assim, vá para um hotel. - Respondeu Bruno, sua voz cheia de impaciência.- Eu não estou tão constrangido assim. Afinal, não é a primeira vez que fico na sua casa. Antes, eu e Paulo também ficávamos aqui quando bebíamos demais ou quando a noite estava muito avançada. - João tentou justificar-se, exibindo um sorriso sem graça.Bruno suspirou, sem esconder sua frustração, e disse: - Vá dormir no quarto de hóspedes mais distante da suíte principal. Descanse logo.Com isso, ele puxou Aurora pela mão e os dois subiram as escadas.De volta ao quarto, Bruno começou a resmungar: - Desde quando eu, Bruno, virei o escudo dele? Minha casa virou refúgio agora?Aurora deu um sorriso suave e disse: - Sr. João só está aqui porque não tem outra opção. Vocês são amigos de longa data.- Ele não está sem opções. Ele está é me usando como escudo. Dizer que ele é emocionalmente inepto é p
Bruno confortou a esposa, com um sorriso suave nos lábios: - Não pense tanto nisso. Eu acredito que sua irmã ficará cada vez melhor.Aurora refletiu por um momento e depois concordou: - É verdade. Minha irmã e o Sr. João nem sequer começaram a namorar ainda. Vamos deixar as coisas seguirem seu curso. Como você disse, o Sr. João é um homem de muita determinação. Ele toma as rédeas da própria vida. Se ele realmente se apaixonar pela minha irmã, tenho certeza de que ele pode dar a ela a felicidade que ela merece.Bruno assentiu, seu olhar cheio de carinho. - Sim, vamos deixar as coisas fluírem naturalmente. Você está se preocupando demais. - Com isso, ele foi até o armário e pegou algumas roupas para ela, entregando-as com um sorriso terno. - Vamos, tome um banho para relaxar.Aurora pegou as roupas e, antes de se afastar, deu um beijo rápido no rosto dele, deixando um rastro de afeto. - Obrigada, meu amor.Meia hora depois.O casal estava deitado na cama, conversando sobre o dia.Bru
- Pois é, João. Ter uma esposa realmente faz toda a diferença. - Disse Bruno com um sorriso no rosto enquanto virava a carne na frigideira. - Eu preparo o bife para minha esposa e para mim, e vê-la saboreando algo que eu cozinhei é uma felicidade indescritível. Esse tipo de felicidade, meu amigo, você não consegue entender sendo um solteiro.Ele continuou, agora com um tom mais provocativo: - Você pode até comer carne de dragão sozinho, mas não é tão gostoso. Eu e minha esposa podemos comer a refeição mais simples juntos e ainda assim será deliciosa. Não dá para comparar. João resmungou, sem palavras para retrucar: - Você fala sobre homens na cozinha de um jeito que parece poesia. Parece que nós, que não sabemos cozinhar, estamos condenados à infelicidade. Eu posso não ser um chef, mas posso encontrar uma esposa que seja uma excelente cozinheira e desfrutar das delícias da vida do mesmo jeito.Bruno riu e respondeu: - Você está procurando uma esposa ou uma cozinheira? João, sentin
Às oito horas, João passou de carro pela Cantina Exclusiva de Café da Manhã e decidiu parar. Depois de uma breve hesitação, ele saiu do carro. Ao dar alguns passos, se lembrou de algo e voltou para abrir a porta do carro. Do banco traseiro, repleto de caixas, ele escolheu uma. Dentro da caixa havia um conjunto de blocos de montar da Lego.João gostava muito de Michel e sempre mantinha vários brinquedos no carro. Dessa forma, sempre que ele visitava a loja e via Michel, podia lhe dar um presente, mostrando que seu carinho era genuíno e não apenas uma desculpa para ver Madalena.No passado, ele costumava dar cata-ventos, mas Michel já tinha perdido o interesse por eles. Então, João passou a variar os presentes.Com a caixa de Lego em mãos, João entrou na Cantina Exclusiva de Café da Manhã.- Sr. João, bom dia. - Madalena o cumprimentou com um sorriso caloroso. - O de sempre?- Sim, o de sempre. - Respondeu João, com um aceno de cabeça.Ele saía da casa de seu amigo sem estar completament
- Acordei tarde hoje. - João mentiu, sem mencionar que já havia tomado café da manhã na casa de Bruno, mas não ficou satisfeito.Ver Bruno e Aurora apaixonado o fez perder o apetite, mas depois, quando estava sozinho, a fome voltou com força. Ele precisava de um café da manhã decente, e Madalena sempre preparava uma refeição gostosa.João continuava orientando Michel na montagem dos blocos de Lego enquanto comia. Madalena se aproximou, se sentou ao lado do filho e disse:- Michel, vou te ajudar.Ela pegou o manual de instruções e ficou olhando para ele por um bom tempo. Ao ver as peças espalhadas de forma caótica pela mesa, sentiu uma leve dor de cabeça.- Desculpe, querido, eu não sou muito boa nisso. - Disse Madalena, com um sorriso culpado.Mas Aurora era muito mais habilidosa. Aurora costumava fazer trabalhos manuais, e sua destreza e criatividade a tornavam excelente na montagem de blocos de Lego.Naquele momento, um novo cliente entrou na cantina. Madalena deixou o manual de lado
A mãe de João já havia mencionado Madalena para Dalila.Embora o foco de Dalila estivesse em Aurora, tentando estabelecer uma boa relação com primeira nora da família Alves, ela com certeza prestava atenção em Madalena, afinal, Madalena era a irmã da Sra. Alves.- Aquela loja é minha, está alugada. - Explicou João, acrescentando uma informação para que Dalila não pensasse que ele estava defendendo o estabelecimento sem motivo.Dalila disse com um sorriso:- Não é à toa que você toma café da manhã lá, afinal, a loja é sua.- Já estou cheio, não consigo comer mais nada. Srta. Dalila, leve o café da manhã de volta, por favor, e obrigado pela gentileza. - Recusou João, diretamente.Ele não queria, de forma alguma, levar Dalila para o escritório.Dalila, no entanto, insistiu com um sorriso:- Vou levar mais tarde. Agora, gostaria de visitar a sua empresa. Além de resolver alguns assuntos na Cidade G, também estou aqui para discutir possíveis parcerias.A família Guedes tinha um grande negóc
- Mamãe, o Michel não me deixa brincar com o brinquedo dele. Mamãe, eu quero brincar, eu quero o brinquedo do Michel! - Bernardo correu de volta para a mãe, puxando a roupa de Carolina, exigindo que ela pegasse o brinquedo para ele.Carolina sempre via seu próprio filho como um tesouro e os filhos dos outros como nada mais do que isso. Ela estendeu a mão para Michel, dizendo com seriedade:- Michel, deixe o Bernardo brincar um pouco com o seu brinquedo.- Este é meu! - Michel abraçou a caixa com força, recusando-se a soltar.Carolina deu dois passos à frente, tentando pegar Michel, mas Madalena imediatamente interveio com uma colher batendo em sua mão, fazendo-a recuar de dor.- Madalena, o que você está fazendo? - Carolina exclamou, segurando o pulso dolorido.Madalena, com o rosto frio, respondeu:- A pergunta é o que você está fazendo? O brinquedo é do Michel. Se ele não quer emprestar para o Bernardo, ele não precisa. Você, como tia, ainda quer forçar?Carolina ficou sem palavras d
Aurora estava voltando para a livraria no carro luxuoso de seu marido. Ela tinha agendado uma entrega com suas trabalhadoras de artesanato, que acabavam de trazer as peças finalizadas. Após inspecionar a qualidade, que estava excelente, Aurora não conteve sua alegria e elogiou as colegas várias vezes antes de lhes pagar conforme combinado.- Aurora, nós que ficamos em casa cuidando dos filhos, ganhamos um bom dinheiro com esses artesanatos. Minha sogra até parou de me tratar mal. - Uma das mulheres comentou, com um sorriso aliviado, os olhos brilhando de gratidão. Ela segurava delicadamente uma das peças, admirando o trabalho detalhado.Aurora sorriu calorosamente, sentindo um profundo orgulho pelo impacto positivo que estava causando na vida dessas mulheres.- Comigo foi a mesma coisa. Minha sogra agora até me ajuda com as crianças. Aurora, pode aceitar mais pedidos. Não importa quantos, nós damos conta. - Outra colega acrescentou, o entusiasmo evidente em sua voz. Essas mulheres, q