Após ouvir a resposta de Ricardo, Viviane não conseguiu se conter e disse:— Não havíamos combinado? Estamos apenas fingindo que nos reconciliamos, estamos apenas encenando. Agora que o Samuel já foi embora, você não precisa continuar com a farsa.Ricardo levantou ligeiramente as sobrancelhas e respondeu:— Vivi, mesmo que seja uma encenação, não deveria terminar tão rápido, não acha?Viviane se calou.Ela não queria continuar esse assunto com Ricardo e, então, se virou para Rosa:— Você já terminou de ler os documentos? O que achou? Tem certeza de que foi o Vicente quem fez isso?— Sim, nos documentos descobrimos até como o Vicente falsificou as provas. Se eu entregar esses documentos para a polícia, o Vicente com certeza será preso.Ao ouvir o nome de Vicente, Viviane soube que ainda havia algo que não tinha sido dito, então perguntou:— O que foi? Você está preocupada que, se o Vicente for preso, ninguém vai cuidar dos seus pais adotivos?Rosa sorriu levemente e respondeu:— Viviane
No andar de cima, Hugo, ao ouvir o barulho vindo de baixo, também saiu e olhou preocupado para Flaviane.Somente Flaviane estava ali, e seu rosto exibia um sorriso satisfeito. No instante seguinte, ela se afastou, dando passagem para os funcionários que carregavam várias sacolas.— Podem colocar as coisas aqui. — Flaviane disse, se dirigindo aos trabalhadores.Ao ver que as sacolas eram todas de marcas de luxo, Sofia e Hugo ficaram ainda mais surpresos.— Flaviane, de onde você tirou tanto dinheiro para comprar tudo isso? — Perguntou Sofia, espantada.Flaviane só falou depois que os funcionários saíram.— Eu comprei presentes para vocês. Vejam, são coisas boas. Gostaram? — Disse ela, mostrando as sacolas.Sofia abriu uma das sacolas por acaso e, ao ver as roupas de marca, ficou com os olhos arregalados.— Flaviane, de onde você tirou tanto dinheiro? — Perguntou Sofia, ainda incrédula.Flaviane sorriu e respondeu:— Dinheiro do Grupo Ribeiro.— Você está desviando dinheiro da empresa! T
Hugo e as outras duas ainda sonhavam acordados com a ideia de Viviane, após desenvolver Alzheimer, assumir o comando do Grupo Ribeiro, mas Viviane, por sua vez, se via cheia de preocupações por ter que morar com Ricardo.Embora já tivessem convivido no mesmo espaço no hospital, agora, morar juntos parecia-lhe desconfortável. Era como se cada poro de seu corpo se erguesse a cada ruído vindo de fora da porta. Porém, assim que o menor som aparecia, ela desejava que ele se calasse imediatamente.Em meio a esse ciclo torturante de pensamentos, Viviane passou sua primeira noite em casa de uma forma quase mágica, sem sofrer de insônia. No entanto, no dia seguinte, ela recebeu uma mensagem no grupo das garotas, digitada por Helena: [Você e Ricardo reataram? Estão morando juntos agora, é isso? Estão realmente planejando ficar juntos? Uma coisa tão grande, e você não me contou nada? Se não fosse o Júlio me falar sobre isso, eu nem saberia que você e o Ricardo estavam de novo. Será que ainda sou
Alguns minutos depois.Rosa, com cuidado, digitou e enviou uma mensagem: [Viviane, se dissermos o que pensamos, você precisa prometer que não vai ficar chateada.]Viviane respondeu rapidamente: [Podem falar, vocês sabem como sou, não é? Já que fui eu quem pediu, não tenho motivos para ficar brava.]Com essas palavras de Viviane, Helena e as outras finalmente se animaram e começaram a digitar: [Vivi, eu acho que, embora o Ricardo tenha te enganado sobre a questão da identidade dele, em outras coisas, ele não te mentiu.]Viviane, ainda digitando, perguntou: [Então, Helena, você acha que eu não deveria mais me preocupar com a mentira do Ricardo?][Mais ou menos isso.]Viviane continuou a digitar e perguntou: [E você, Rosa, o que acha?]Rosa pensou um pouco e respondeu com cuidado: [Bom, eu vou dizer minha opinião. Eu acho o Sr. Ricardo uma pessoa muito boa. Se você procurar no mundo todo, talvez não encontre outro homem que te trate tão bem quanto ele. Então, se fosse eu no seu lugar, não
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo