Hugo e as outras duas ainda sonhavam acordados com a ideia de Viviane, após desenvolver Alzheimer, assumir o comando do Grupo Ribeiro, mas Viviane, por sua vez, se via cheia de preocupações por ter que morar com Ricardo.Embora já tivessem convivido no mesmo espaço no hospital, agora, morar juntos parecia-lhe desconfortável. Era como se cada poro de seu corpo se erguesse a cada ruído vindo de fora da porta. Porém, assim que o menor som aparecia, ela desejava que ele se calasse imediatamente.Em meio a esse ciclo torturante de pensamentos, Viviane passou sua primeira noite em casa de uma forma quase mágica, sem sofrer de insônia. No entanto, no dia seguinte, ela recebeu uma mensagem no grupo das garotas, digitada por Helena: [Você e Ricardo reataram? Estão morando juntos agora, é isso? Estão realmente planejando ficar juntos? Uma coisa tão grande, e você não me contou nada? Se não fosse o Júlio me falar sobre isso, eu nem saberia que você e o Ricardo estavam de novo. Será que ainda sou
Alguns minutos depois.Rosa, com cuidado, digitou e enviou uma mensagem: [Viviane, se dissermos o que pensamos, você precisa prometer que não vai ficar chateada.]Viviane respondeu rapidamente: [Podem falar, vocês sabem como sou, não é? Já que fui eu quem pediu, não tenho motivos para ficar brava.]Com essas palavras de Viviane, Helena e as outras finalmente se animaram e começaram a digitar: [Vivi, eu acho que, embora o Ricardo tenha te enganado sobre a questão da identidade dele, em outras coisas, ele não te mentiu.]Viviane, ainda digitando, perguntou: [Então, Helena, você acha que eu não deveria mais me preocupar com a mentira do Ricardo?][Mais ou menos isso.]Viviane continuou a digitar e perguntou: [E você, Rosa, o que acha?]Rosa pensou um pouco e respondeu com cuidado: [Bom, eu vou dizer minha opinião. Eu acho o Sr. Ricardo uma pessoa muito boa. Se você procurar no mundo todo, talvez não encontre outro homem que te trate tão bem quanto ele. Então, se fosse eu no seu lugar, não
Quem estava ligando era Denis.Viviane ficou surpresa ao ouvir a voz de Denis e perguntou:— Sr. Denis, o que o traz aqui hoje, com tempo para me ligar?Denis, na verdade, não queria fazer essa ligação, mas não tinha outra opção. Alguns dos altos executivos o haviam encurralado na empresa, obrigando ele a fazer a chamada.— Srta. Viviane, você soube que, após assumir temporariamente o cargo de CEO do Grupo Ribeiro, a Flaviane desviou fundos da empresa?Viviane, ao ouvir isso, não conseguiu esconder o sorriso que surgiu em seu rosto:— Quando isso aconteceu?Denis, ao perceber que o tom de Viviane estava longe de ser de reprovação, e mais parecido com uma certa excitação, franziu a testa, confuso:— Foi ontem. Você acabou de passar o comando da empresa para a Flaviane e, logo em seguida, ela cometeu essa loucura. Srta. Viviane, trabalhamos juntos desde antes de você assumir o Grupo Ribeiro, e eu conheço bem o tipo de pessoa que você é. Tenho total confiança nas suas capacidades. Mas o q
Infelizmente, neste mundo, não havia remédio para arrependimentos.Depois de hesitar por um longo minuto, Flaviane finalmente atendeu ao telefone.Neste momento, o celular em suas mãos era, sem dúvida, uma bomba prestes a explodir.Flaviane, tremendo, disse ao interlocutor do outro lado da linha:— Srta. Viviane.A voz de Viviane era completamente diferente do que Flaviane imaginava. Ela não estava brava; na verdade, sua voz soava até com um tom de satisfação:— Eu soube que você desviou dinheiro da empresa?— Srta. Viviane, me deixe explicar! — Flaviane, sem tempo para se preocupar com o tom de Viviane, estava desesperada para se justificar.— Você não precisa explicar, eu sei que você deve ter seus próprios motivos para usar esse dinheiro, Flaviane. Como eu te considero uma amiga, vou confiar em você. — Viviane falou com sinceridade. — Portanto, eu acredito que você deve estar usando esse dinheiro para algo importante para a empresa, certo?Flaviane ficou atônita.Viviane realmente d
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo