— Como eu fui inventar de falar essas coisas? Eu não disse a verdade? — Perguntou Viviane, já dentro do carro, olhando para Ricardo.Ricardo deu uma olhada rápida no relógio e respondeu, sem querer entrar no assunto:— Dá tempo, sim.Viviane olhou para ele, desconfiada:— Dá tempo? Mas eu preciso limpar... — Nesse momento, o carro parou de repente. Viviane olhou para Ricardo, surpresa. — O que foi?— Chegamos. Viviane se virou para olhar a casa atrás deles, e ficou paralisada. Uma onda de memórias antigas a invadiu. Aquele lugar era onde eles haviam morado antes.Viviane abriu a porta do carro e saiu. Ao dar alguns passos, a sensação de familiaridade a envolveu, carregada de lembranças do passado, quase sufocando ela. Era impossível negar que, naquele lugar, Viviane viveu uma das melhores fases de sua vida.— Vamos logo entrar, não é bom sermos vistos aqui. — Disse Ricardo, percebendo seu estado.Viviane voltou a si, empurrou a porta e entrou. Ela seguiu direto para o banheiro para
O coração de Viviane começou a bater mais rápido, e ela não sentiu nenhum desgosto com os gestos de Ricardo. Na verdade, algo dentro de si despertou uma sensação de expectativa.Porém, no instante seguinte, Viviane ouviu a voz calma de Ricardo:— Suas mãos estão um pouco frias. Você precisa se preocupar mais em se aquecer no dia a dia.Viviane permaneceu em silêncio.Ela saiu do banho cinco minutos depois. Embora o rubor em suas bochechas já tivesse desaparecido, a cor nas orelhas ainda estava lá, e ao perceber que Ricardo, no banco do motorista, continuava calmo, Viviane sentiu ainda mais vergonha de si mesma. Sentiu vergonha do quanto seu coração havia acelerado no momento em que estava no banheiro."Talvez o Ricardo já tenha esquecido o que aconteceu no passado... Só eu é que ainda estou presa a essas lembranças", pensou ela, um tanto frustrada, enquanto finalmente chegavam ao hotel.Osvaldo, Beatriz e Rosa já estavam lá. Quando viram Viviane e Ricardo entrarem, se levantaram imedia
Beatriz, visivelmente constrangida, disse:— O que eu quis dizer foi que a Srta. Viviane poderia ajudar a Rosa a escolher o homem mais adequado. Não me entendam mal.Viviane olhou rapidamente para Ricardo, que já tinha virado de costas e voltado a conversar com Osvaldo, antes de responder a Beatriz:— Quando se trata de procurar um parceiro, o mais importante é que a pessoa esteja satisfeita consigo mesma.Beatriz replicou:— Sim, eu sei. Mas você é amiga da Rosa, e se vocês podem ser amigas, é porque têm visões de mundo muito semelhantes. Quem sabe um dos homens aqui seja aquele que tanto você quanto ela gostem.Viviane deu uma olhada na Rosa, que permanecia em silêncio.Parece que Rosa não tinha intenção de contar nada sobre ela e Igor.Viviane pensou por um momento, pegou as fotos das mãos de Beatriz e começou a observá-las com atenção. Durante a pausa entre os pratos, Viviane encontrou uma desculpa e saiu da sala com Rosa.— Por que você não conta para eles sobre você e o Igor? Ro
Quando chegaram ao hospital, Viviane olhou para Ricardo dentro do carro. Ela pensou por um momento e, finalmente, falou:— Hoje, realmente, muito obrigada.— Você está se referindo àquela situação? — Sim. A propósito, quem era aquela pessoa? Por que ele queria me matar? Será que ele é alguém do Manuel?Ricardo fixou o olhar em Viviane, demorando um pouco para responder:— A morte do Gustavo já não é mais segredo. O Manuel acredita que fomos nós dois que vazamos as informações. Ele queria nos matar.Viviane arregalou um pouco os olhos:— Você acabou de dizer "nós". Ou seja, alguém também tentou fazer algo contra você?— Sim.O coração de Viviane imediatamente ficou apertado de preocupação.— E você está bem? — Ela perguntou rapidamente.Ricardo a olhou e um sorriso ligeiro apareceu em seu rosto:— Você está preocupada comigo?Viviane ficou um pouco irritada ao responder:— Agora somos parceiros de trabalho. Se acontecer algo com você, como eu vou encontrar o primeiro e o segundo coloca
— Se uma pessoa usar esse chá perfumado por um longo período, pode causar danos ao sistema nervoso central. Em casos graves, isso pode levar a um quadro precoce de Alzheimer. Além disso, ao analisar a fórmula do chá, vejo que ele é bastante potente. Se eu estiver certo, após aproximadamente meio mês de uso contínuo, a pessoa pode começar a apresentar sintomas de demência senil.Viviane ficou aterrorizada ao ouvir aquelas palavras:— Ou seja, se eu tomar esse chá perfumado por meio mês consecutivo, vou desenvolver Alzheimer?— Sim. Foi por isso que perguntei se realmente foi sua amiga quem lhe deu o chá. Mas... — O médico olhou a embalagem e, com um suspiro, continuou. — A embalagem só tem a versão em árabe. Parece que sua amiga não deve ter entendido nada, não é? Ah, Srta. Viviane, você não começou a beber esse chá perfumado, certo?Viviane ficou em silêncio por um momento, seus pensamentos estavam tumultuados.Flaviane havia crescido no exterior, como poderia não entender a embalagem
Viviane disse um "obrigada" antes de desligar o telefone. Enquanto pensava nas palavras de Joaquim, uma sensação de impotência tomou conta dela, e Viviane soltou um suspiro profundo.Quando viu Samuel voltar, Viviane já sabia que ele não havia conseguido deixar de lado seus sentimentos por ela. No entanto, o coração de Viviane realmente não tinha mais espaço para outra pessoa. Ela só podia pedir desculpas ao Samuel.Ela sabia que, nesta vida, jamais poderia corresponder aos sentimentos de Samuel.Ao abrir a porta do quarto, Viviane logo avistou Amadeu, que estava com o café da manhã em mãos.— Você veio novamente trazer o café da manhã para o Sr. Ricardo? — Perguntou Viviane.Amadeu olhou surpreso para Viviane.Seu olhar se direcionou para Ricardo, que já estava de pé no quarto. Ao ver que o semblante de Ricardo não estava mais tão sombrio, as sobrancelhas de Amadeu se levantaram.— Sim, Sra. Barros, você não quer entrar e tomar café conosco? — Disse ele, ainda surpreso.Viviane sorr
Ricardo observava Viviane em silêncio, seu olhar carregado de dor, como se estivesse se fragmentando por dentro. Seus dedos tremiam, e em seu coração uma revolta silenciosa se agitava, mas, com toda a intensidade de seus sentimentos, ele apenas disse:— Eu entendo.Viviane, ao ver Ricardo assim, também sentia uma dor profunda em seu peito. Mas se continuassem juntos, ela sabia que só conseguiria reviver o passado, e, no fim, ninguém seria capaz de recomeçar. Apenas se perderiam nas lembranças.— Eu... Acho que não vou tomar o café da manhã. — Disse Viviane apressadamente, deixando a tigela de lado antes de sair rapidamente do quarto.Ao entrar no carro, a sensação de sofrimento que a consumia ainda persistia. "Se ao menos o Ricardo não fosse da família Barros... Mas por que Deus tinha que nos fazer passar por isso?"Ela olhou para o tapete do carro, mergulhada em seus pensamentos, até que o motorista a despertou do torvelinho de emoções. Quando ela percebeu, já havia chegado à empresa
Flaviane ouviu as palavras delas e sorriu satisfeita, mas não se esqueceu de sua situação atual, que era bastante delicada. Ela sabia que não podia deixar ninguém descobrir que ela era, na verdade, a antiga Viviane. Especialmente, ela não podia permitir que Viviane a visse ao lado de Sofia, porque isso certamente levantaria suspeitas.Após expressar suas preocupações, Sofia, no entanto, parecia despreocupada:— Não vai ser tão simples assim. A cidade é enorme. A gente sai para passear e, de repente, vamos cruzar com a Viviane? Não acredito.Hugo também achava improvável, mas...— A Flaviane tem razão. Nosso plano está quase no fim, e não podemos deixar que nada atrapalhe agora. Se você realmente quer comprar um vestido, é melhor levar a Flaviane para ir até o subúrbio. A Viviane com certeza não vai até lá fazer compras.Sofia, desconfortável, retrucou:— No subúrbio, que vestido bom você acha que vai encontrar?Flaviane, apesar de entender a preocupação de Sofia, sabia que, embora foss