— O que você está fazendo aqui? — Rosa, desde que admitiu que Osvaldo e Beatriz eram seus pais, começou a sentir uma forte sensação de pertencimento. Agora, ao ver Isadora naquele ambiente, ela sentiu como se alguém estivesse invadindo o seu território. E mais, Isadora frequentemente fazia coisas que a incomodavam. Cada vez que Rosa a via, uma sensação de irritação a tomava.Às vezes, Rosa se perguntava se a verdadeira responsável pelo vazamento de informações confidenciais da empresa não era Isadora. Afinal, como explicava o fato de a família Machado ter investigado durante tanto tempo e não ter encontrado nada?— Rosa, faz tempo que não venho te visitar, então resolvi passar aqui. Parece que você não está me recebendo bem. — Isadora disse com um sorriso forçado. Desde que soube que Ricardo estava por trás de Viviane e que Gustavo havia morrido, Isadora pensou em tentar se aproximar de Rosa. No entanto, ela sabia que essa chance havia se esvaído. Rosa não era tola e, com tudo o que h
Era sábado, e Viviane estava esperando Rosa no hospital. Quando deu a hora, Viviane recebeu a ligação de Rosa e então saiu. Ao passar pelo quarto de Ricardo, Viviane deu uma olhada rápida, mas notou que não havia ninguém lá. Devia ser o caso de Ricardo ter saído. Viviane não pensou muito nisso e seguiu seu caminho para fora do hospital. Na porta do hospital, Viviane viu imediatamente Rosa e Igor, que estavam de mãos dadas, com o olhar cheio de cumplicidade. De repente, um sentimento de ciúmes surgiu no coração de Viviane. "Antigamente, eu e o Ricardo também éramos assim, mas agora..." Ela estava prestes a entrar no carro quando parou bruscamente, os olhos se fixando no interior do veículo. Ela piscou várias vezes, sem acreditar no que estava vendo, e só então se convenceu de que não estava se enganando. — O que você está fazendo aqui? — Viviane hesitou por um momento, pensando se deveria ou não entrar no carro. Ricardo respondeu, sem pressa: — O Igor vai escolhe
Viviane ainda pensava que os dois estavam apenas tímidos e não pôde deixar de rir:— Não é possível, eu falo de casamento e vocês dois ficam em silêncio?Rosa olhou para Igor e, então, com dificuldade, disse:— Viviane, eu lembro que, na nossa tradição, a madrinha precisa ser solteira...O que Rosa queria dizer era que, como Viviane já estava casada, ela não poderia ser a madrinha.— Existe essa regra? — Viviane perguntou, surpresa.— Sim. — Não tem problema, afinal... — Viviane falou com calma. — Eu logo vou me tornar solteira de novo, e não deve haver nenhuma regra dizendo que alguém que se divorciou não pode ser madrinha, certo?O clima no carro ficou instantaneamente constrangedor.Igor olhou pelo retrovisor para Ricardo e percebeu que o rosto dele estava terrivelmente sombrio.Rosa também não sabia como responder, então tentou mudar de assunto:— Viviane, o que você acha que o Igor deve vestir quando for encontrar os sogros dele? O que seria mais adequado?Viviane parecia não per
Viviane Ribeiro se casou.O noivo não era Gustavo Barros, seu namorado de oito anos de amor. Era um homem que ela conheceu por menos de cinco minutos, de quem tinha apenas informações básicas.- Ainda há tempo para se arrepender. - No saguão de espera do cartório, o homem olhou para Viviane com um ar cínico, lembrando-a.Com os dedos apertando a bainha quase desfiada de sua roupa, o rosto frio e indiferente de Gustavo preencheu sua mente...Três dias atrás, Gustavo, que normalmente evitava vê-la, a convidou para jantar. No momento em que recebeu o telefonema, ela ingenuamente pensou que oito anos de dedicação finalmente receberiam uma resposta.Ela se vestiu cuidadosamente para o encontro, porém, foi recebida não apenas por Gustavo, mas também por Débora Ribeiro, sua prima, que estava sentada em uma cadeira de rodas e segurava as mãos dele com um sorriso doce no rosto.- Doe seu rim para Débora e eu me casarei com você. - Gustavo soltou essa bomba antes que ela pudesse assimilar o rel
- Há algum problema?Ricardo levantou as pálpebras, observando-a.Viviane entreabriu os lábios vermelhos, indecisa sobre o que dizer. Preocupada que Ricardo pudesse interpretar errado, optou por falar:- Nada de errado, vamos.Mais cedo ou mais tarde, teria que enfrentar isso.A meio caminho, Viviane recebeu uma chamada de Gustavo.Ao ver o brilho intermitente na tela, sua expressão congelou, como se estivesse vendo a si mesma nos últimos oito anos.Sempre foi ela a tomar a iniciativa de ligar para Gustavo, perguntando como ele estava.Mas Gustavo nunca a ligou uma única vez.Mesmo quando ela esteve hospitalizada para uma cirurgia, não recebeu nenhuma palavra de preocupação.Agora, por causa de Débora, ele podia ligar repetidamente.Algumas pessoas simplesmente não eram nem comparáveis.- Você não vai atender? - Ricardo, que estava fechando os olhos no banco do passageiro, virou a cabeça para olhar pela janela.Viviane olhou para o perfil impecável do homem. Embora não pudesse ver sua
O coração de Viviane de repente se tornou muito tenso, como se alguém à deriva no oceano vasto finalmente tivesse encontrado um pedaço de madeira flutuante. Levantou o olhar e cruzou diretamente com os olhos de Ricardo. O olhar dele não era mais de descaso e escárnio; era intenso e cheio de sentimento. Por um momento, até mesmo Viviane quase foi enganada por ele.Desesperada, ela olhou para Hugo e Sofia Lopes. Ambos, chocados, se sentaram no sofá. Após um momento de silêncio, Hugo foi o primeiro a reagir. Levantou a cabeça e perguntou a Viviane:- Viviane, o que está acontecendo?Viviane estava prestes a falar, Ricardo a interrompeu e a colocou atrás dele. Este novo sentimento de ser protegida deixou sua mente em branco, enquanto a voz profunda e magnética de Ricardo ecoava em seus ouvidos.- Nós acabamos de registrar nosso casamento hoje, foi tudo muito às pressas, não tivemos tempo de avisar nossos pais.Controlando a raiva, Hugo tentou manter a compostura:- Viviane!Juntando corag
Ricardo, com um rosto sério, a empurrou para o assento do passageiro e fechou a porta. Viviane se encolheu de medo e lançou um olhar furtivo ao rosto carrancudo de Ricardo, sem entender. A pessoa que deveria estar com raiva era ela. Então, por que Ricardo parecia ainda mais irritado? No segundo seguinte, Ricardo ligou o carro abruptamente e o veículo disparou como uma flecha solta do arco. Viviane quase foi arremessada para fora; ela agarrou-se firmemente ao apoio de mão, sua voz distorcida pelo vento:- O que você está tentando fazer?Ricardo parecia não ter ouvido sua pergunta e pisou fundo no acelerador, seus olhos escuros como os de uma fera na noite, fixos à frente. Imediatamente, o Audi comum tornou-se como uma enxurrada de água que escapava, correndo desenfreadamente pelas ruas silenciosas. Viviane estava pálida e só conseguiu se segurar no apoio de mão, usando toda a sua força. Ela questionou em alto e bom som, mas era inútil; o estrondoso som do vento abriu sua enorme bo
Viviane se divertiu com a suposição de Helena.- Você tem lido romances demais, minha amiga. Ele é apenas alguém que eu conheci casualmente, sem qualquer ligação com a família Barros. A única conexão é que ele trabalha no Grupo Barros.- Ah. - Helena ficou visivelmente desapontada. - Então, ele é subordinado de Gustavo. Isso não facilita para Gustavo te incomodar no futuro?Os olhos de Viviane escureceram um pouco:- Acredito que não. Gustavo deve me deixar em paz agora, principalmente por causa de David e o fato de eu já estar casada.Helena se sentiu um pouco aliviada, mas ainda assim estava indignada com Gustavo:- Eu diria que você deveria ter dado um soco nele. Ele não sabe o quanto você queria se casar com ele...Viviane a interrompeu suavemente:- Isso é passado, Helena. Daqui para frente, Gustavo e eu seguiremos nossos próprios caminhos, sem interferência um no outro.- E o noivado? David já sabe disso? Se ele descobrir, ficará devastado.O semblante de Viviane se fechou novame