Quando chegaram ao hospital, Viviane olhou para Ricardo dentro do carro. Ela pensou por um momento e, finalmente, falou:— Hoje, realmente, muito obrigada.— Você está se referindo àquela situação? — Sim. A propósito, quem era aquela pessoa? Por que ele queria me matar? Será que ele é alguém do Manuel?Ricardo fixou o olhar em Viviane, demorando um pouco para responder:— A morte do Gustavo já não é mais segredo. O Manuel acredita que fomos nós dois que vazamos as informações. Ele queria nos matar.Viviane arregalou um pouco os olhos:— Você acabou de dizer "nós". Ou seja, alguém também tentou fazer algo contra você?— Sim.O coração de Viviane imediatamente ficou apertado de preocupação.— E você está bem? — Ela perguntou rapidamente.Ricardo a olhou e um sorriso ligeiro apareceu em seu rosto:— Você está preocupada comigo?Viviane ficou um pouco irritada ao responder:— Agora somos parceiros de trabalho. Se acontecer algo com você, como eu vou encontrar o primeiro e o segundo coloca
— Se uma pessoa usar esse chá perfumado por um longo período, pode causar danos ao sistema nervoso central. Em casos graves, isso pode levar a um quadro precoce de Alzheimer. Além disso, ao analisar a fórmula do chá, vejo que ele é bastante potente. Se eu estiver certo, após aproximadamente meio mês de uso contínuo, a pessoa pode começar a apresentar sintomas de demência senil.Viviane ficou aterrorizada ao ouvir aquelas palavras:— Ou seja, se eu tomar esse chá perfumado por meio mês consecutivo, vou desenvolver Alzheimer?— Sim. Foi por isso que perguntei se realmente foi sua amiga quem lhe deu o chá. Mas... — O médico olhou a embalagem e, com um suspiro, continuou. — A embalagem só tem a versão em árabe. Parece que sua amiga não deve ter entendido nada, não é? Ah, Srta. Viviane, você não começou a beber esse chá perfumado, certo?Viviane ficou em silêncio por um momento, seus pensamentos estavam tumultuados.Flaviane havia crescido no exterior, como poderia não entender a embalagem
Viviane disse um "obrigada" antes de desligar o telefone. Enquanto pensava nas palavras de Joaquim, uma sensação de impotência tomou conta dela, e Viviane soltou um suspiro profundo.Quando viu Samuel voltar, Viviane já sabia que ele não havia conseguido deixar de lado seus sentimentos por ela. No entanto, o coração de Viviane realmente não tinha mais espaço para outra pessoa. Ela só podia pedir desculpas ao Samuel.Ela sabia que, nesta vida, jamais poderia corresponder aos sentimentos de Samuel.Ao abrir a porta do quarto, Viviane logo avistou Amadeu, que estava com o café da manhã em mãos.— Você veio novamente trazer o café da manhã para o Sr. Ricardo? — Perguntou Viviane.Amadeu olhou surpreso para Viviane.Seu olhar se direcionou para Ricardo, que já estava de pé no quarto. Ao ver que o semblante de Ricardo não estava mais tão sombrio, as sobrancelhas de Amadeu se levantaram.— Sim, Sra. Barros, você não quer entrar e tomar café conosco? — Disse ele, ainda surpreso.Viviane sorr
Ricardo observava Viviane em silêncio, seu olhar carregado de dor, como se estivesse se fragmentando por dentro. Seus dedos tremiam, e em seu coração uma revolta silenciosa se agitava, mas, com toda a intensidade de seus sentimentos, ele apenas disse:— Eu entendo.Viviane, ao ver Ricardo assim, também sentia uma dor profunda em seu peito. Mas se continuassem juntos, ela sabia que só conseguiria reviver o passado, e, no fim, ninguém seria capaz de recomeçar. Apenas se perderiam nas lembranças.— Eu... Acho que não vou tomar o café da manhã. — Disse Viviane apressadamente, deixando a tigela de lado antes de sair rapidamente do quarto.Ao entrar no carro, a sensação de sofrimento que a consumia ainda persistia. "Se ao menos o Ricardo não fosse da família Barros... Mas por que Deus tinha que nos fazer passar por isso?"Ela olhou para o tapete do carro, mergulhada em seus pensamentos, até que o motorista a despertou do torvelinho de emoções. Quando ela percebeu, já havia chegado à empresa
Flaviane ouviu as palavras delas e sorriu satisfeita, mas não se esqueceu de sua situação atual, que era bastante delicada. Ela sabia que não podia deixar ninguém descobrir que ela era, na verdade, a antiga Viviane. Especialmente, ela não podia permitir que Viviane a visse ao lado de Sofia, porque isso certamente levantaria suspeitas.Após expressar suas preocupações, Sofia, no entanto, parecia despreocupada:— Não vai ser tão simples assim. A cidade é enorme. A gente sai para passear e, de repente, vamos cruzar com a Viviane? Não acredito.Hugo também achava improvável, mas...— A Flaviane tem razão. Nosso plano está quase no fim, e não podemos deixar que nada atrapalhe agora. Se você realmente quer comprar um vestido, é melhor levar a Flaviane para ir até o subúrbio. A Viviane com certeza não vai até lá fazer compras.Sofia, desconfortável, retrucou:— No subúrbio, que vestido bom você acha que vai encontrar?Flaviane, apesar de entender a preocupação de Sofia, sabia que, embora foss
— O que você está fazendo aqui? — Rosa, desde que admitiu que Osvaldo e Beatriz eram seus pais, começou a sentir uma forte sensação de pertencimento. Agora, ao ver Isadora naquele ambiente, ela sentiu como se alguém estivesse invadindo o seu território. E mais, Isadora frequentemente fazia coisas que a incomodavam. Cada vez que Rosa a via, uma sensação de irritação a tomava.Às vezes, Rosa se perguntava se a verdadeira responsável pelo vazamento de informações confidenciais da empresa não era Isadora. Afinal, como explicava o fato de a família Machado ter investigado durante tanto tempo e não ter encontrado nada?— Rosa, faz tempo que não venho te visitar, então resolvi passar aqui. Parece que você não está me recebendo bem. — Isadora disse com um sorriso forçado. Desde que soube que Ricardo estava por trás de Viviane e que Gustavo havia morrido, Isadora pensou em tentar se aproximar de Rosa. No entanto, ela sabia que essa chance havia se esvaído. Rosa não era tola e, com tudo o que h
Era sábado, e Viviane estava esperando Rosa no hospital. Quando deu a hora, Viviane recebeu a ligação de Rosa e então saiu. Ao passar pelo quarto de Ricardo, Viviane deu uma olhada rápida, mas notou que não havia ninguém lá. Devia ser o caso de Ricardo ter saído. Viviane não pensou muito nisso e seguiu seu caminho para fora do hospital. Na porta do hospital, Viviane viu imediatamente Rosa e Igor, que estavam de mãos dadas, com o olhar cheio de cumplicidade. De repente, um sentimento de ciúmes surgiu no coração de Viviane. "Antigamente, eu e o Ricardo também éramos assim, mas agora..." Ela estava prestes a entrar no carro quando parou bruscamente, os olhos se fixando no interior do veículo. Ela piscou várias vezes, sem acreditar no que estava vendo, e só então se convenceu de que não estava se enganando. — O que você está fazendo aqui? — Viviane hesitou por um momento, pensando se deveria ou não entrar no carro. Ricardo respondeu, sem pressa: — O Igor vai escolhe
Viviane ainda pensava que os dois estavam apenas tímidos e não pôde deixar de rir:— Não é possível, eu falo de casamento e vocês dois ficam em silêncio?Rosa olhou para Igor e, então, com dificuldade, disse:— Viviane, eu lembro que, na nossa tradição, a madrinha precisa ser solteira...O que Rosa queria dizer era que, como Viviane já estava casada, ela não poderia ser a madrinha.— Existe essa regra? — Viviane perguntou, surpresa.— Sim. — Não tem problema, afinal... — Viviane falou com calma. — Eu logo vou me tornar solteira de novo, e não deve haver nenhuma regra dizendo que alguém que se divorciou não pode ser madrinha, certo?O clima no carro ficou instantaneamente constrangedor.Igor olhou pelo retrovisor para Ricardo e percebeu que o rosto dele estava terrivelmente sombrio.Rosa também não sabia como responder, então tentou mudar de assunto:— Viviane, o que você acha que o Igor deve vestir quando for encontrar os sogros dele? O que seria mais adequado?Viviane parecia não per