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Adrenalina Desafiadora

Ele testemunha três homens fortes espancando brutalmente o homem, que está pendurado por uma corda. Utilizam um bastão de beisebol para atingir suas costelas, enquanto ele grita e se contorce de dor, ocasionalmente cuspindo sangue. Matias não compreende o que os homens estão gritando, pois estão falando em outra língua. Seu coração dispara e uma descarga de adrenalina percorre seu corpo. Parece que ele está participando daquela cena. Enquanto continua observando, Matias, sem querer, acaba caindo da caixa em que estava apoiado, fazendo um barulho estrondoso ao bater em algumas placas de metal.

— Droga! Sou mesmo azarado. Que merda eu fiz? Agora tenho certeza de que estou metido em uma encrenca do tamanho de um trem. Como vou sair daqui sem que esses caras me vejam?”, ele pensa, enquanto se levanta rapidamente e limpa sua roupa.

Matias tenta encontrar uma maneira de sair despercebido, mas percebe dois homens se aproximando rapidamente para verificar o que aconteceu. Apesar de suas tentativas de passar despercebido, um dos homens o encontra em um canto e o arrasta para dentro do galpão, fazendo uma série de perguntas.

— Quem é você? O que está fazendo aqui? Para quem você trabalha?", diz o homem com um tom ameaçador. — É melhor você falar logo, senão a situação não vai ficar nada boa para você. Acredite, você preferiria estar morto."

Matias não sente medo naquele momento. Ele não consegue sentir nem mesmo o medo da morte. Ele abre a boca e responde que é apenas um curioso, que estava passando por ali e, ao ver o que estava acontecendo, ficou observando. Os homens acham essa resposta absurda e estranha e continuam perguntando para quem ele trabalha e como se chama. No entanto, Matias permanece calado, observando os homens à sua frente. Eles perdem o controle ao serem ignorados e começam a agredi-lo, desferindo socos em seu estômago. Matias sente uma dor intensa e cospe um pouco de sangue. Mesmo assim, ele decide revelar seu nome aos homens. Enquanto eles pensam que ele está odiando aquela situação, na verdade, Matias está gostando. É algo completamente novo para ele, algo que ele nunca havia experimentado antes. A adrenalina está alimentando seus desejos mais sombrios.

Matias Toscano encarou os homens à sua frente, a coragem fluindo em suas veias. Ele não se intimidou diante da violência, mas suas palavras afiadas feriram o ego daqueles brutamontes. Os golpes caíram com mais força, fazendo-o cuspir sangue em meio às risadas que ecoavam pelo local. Para eles, Matias era um insolente, um sujeito que precisava aprender uma lição. Enquanto um dos homens desejava encerrar sua vida ali mesmo, outro vislumbrou uma utilidade em seu ímpeto, intendendo que apenas o chefe poderia decidir seu destino.

Decididos a levarem Matias até a sede escondida, os homens optaram por encapuzá-lo. Jogaram-no bruscamente dentro da van, rumando para o desconhecido. Com o capuz cobrindo seus olhos, Matias perdeu a noção de tempo e destino. Finalmente, a van parou, e ele foi arrastado para fora, guiado por mãos ásperas até um local desconhecido. Através dos murmúrios de vozes desconhecidas, Matias sentiu-se envolto numa língua estrangeira, incapaz de compreender. Após alguns momentos de tensão, o capuz foi retirado, forçando seus olhos a se adaptarem à claridade. Diante dele, um homem de barba por fazer o encarava com curiosidade. Matias, impetuoso como sempre, decidiu se apresentar.

— Olá, meu nome é Matias Toscano. Estou à sua disposição. — Mesmo com as mãos amarradas atrás das costas, ele fez um gesto reverente.

O homem permaneceu em silêncio, observando Matias como se o estivesse avaliando. Após uma breve conversa com seus comparsas, ele dirigiu novamente seu olhar ao jovem.

— Muito bem, Matias. Interessante. Quantos anos você tem? Parece tão jovem.

— Tenho 18 anos, inclusive hoje é meu aniversário. Ganhei um presente e tanto. — Matias indicou as marcas e machucados que cobriam seu corpo. O homem demonstrava cada vez mais intriga, enquanto acariciava a barba.

— Muito interessante, coragem é o que vejo em você. Desafiar-me dessa maneira exige bravura. Ou você é louco, ou realmente tem uma predileção pelo perigo.

— Sempre fui fascinado pela adrenalina. Tudo isso me excita, é algo maravilhoso para mim. — Ele proferiu tais palavras com um sorriso presunçoso estampado no rosto.

O homem sorriu e caminhou até a mesa, pegando um charuto de cima dela. Ele cortou a ponta do charuto e o acendeu enquanto falava: — Gostei de você, garoto! Meus soldados me contaram que, enquanto o espancavam, você sorria! Isso é muito incomum para uma pessoa. Eles me disseram que parecia que você sentia prazer naquilo. Sei que você não tem experiência, já que afirmou não trabalhar para ninguém e ainda é muito jovem, mas vou lhe fazer uma proposta. No entanto, aviso desde já que, uma vez dentro, não há como sair. E se você tentar, será morto. Você quer trabalhar para mim?

— Mas eu não sei o que fazer e nem como agir. Além disso, como é que você pode me pedir para trabalhar para você desse jeito? Você nem me conhece direito.

— Não se preocupe. Por enquanto, vou colocá-lo como um dos meus homens e você aprenderá o que precisa ser feito. Além disso, não se preocupe, já tenho pessoas descobrindo tudo sobre sua vida. Em questão de minutos, terei um dossiê detalhado sobre você na minha mesa. Sou muito cuidadoso com meus negócios, mas reconheço um talento quando vejo um, e você não é alguém descartável.

— Ah! Então eu aceito, com certeza. Minha vida é muito monótona, e realmente preciso de algo para fazer, já que sou maior de idade. Esses trabalhinhos por aí não são muito a minha praia.

— E sua família? Será um empecilho? Como eu disse, uma vez dentro, não há como sair. E, como você pode perceber, o que eu faço não é algo legal e traz riscos para sua vida.

— Não! Minha família não se importa muito comigo. Assim que eu conseguir uma boa quantia em dinheiro, quero morar sozinho. Não me dou muito bem com minha mãe, e o único que realmente se importa comigo é meu irmão. Mas não vejo problema com ele.

Um dos homens ao lado do velho falou algo em outra língua, e o homem respondeu de forma enérgica, fazendo com que o soldado se calasse.

— Seja bem-vindo à família! — o velho se levantou, contornou a mesa novamente e caminhou em direção a Matias. Olhando para seus homens, ele disse: — Pelo amor de Deus, já resolvemos essa situação aqui. Soltem o garoto!

Então, um dos homens se aproximou rapidamente e cortou as amarras de seus pulsos. No mesmo dia, Matias começou seu treinamento. Ele aprendeu tudo muito rapidamente, sendo minucioso e sempre atento aos detalhes. Já se passaram seis meses desde então, e Matias está desempenhando seu papel com perfeição.

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