Traidor à Solta.

Após conquistar a confiança de seu chefe, ele finalmente descobriu para quem estava trabalhando: Dom Rafael, também conhecido como Zeus no submundo. Rafael é um dos principais líderes da máfia italiana, comandando com mãos de ferro a Napolitana da Camorra, uma das organizações mais poderosas, com filiais em vários países. Observando de perto seu pupilo e vendo sua dedicação total, Rafael passa a tratá-lo como um filho, tornando-se seu favorito. Rafael nunca havia encontrado alguém tão cruel e impiedoso, alguém que não sentia um pingo de remorso pelo que fazia. Matias era completamente objetivo e cumpria todas as ordens sem hesitação. Com sua devoção ao longo de seis meses, Matias já acumulou uma boa quantia em dinheiro. No entanto, ele guarda a maior parte de seus ganhos com Zeus, pois tem planos ambiciosos para o futuro. Trabalhar na máfia exige muito esforço e dedicação, e ele deseja garantir uma vida tranquila e segura para seu irmão.

Sabendo que criou inimigos em tão pouco tempo, ele quer proteger Lorenzo dos perigos que a máfia traz. Lorenzo sente muita falta de seu irmão e, embora saiba que ele está ocupado e quase não tem tempo, sempre tenta ligar para ele para terem uma conversa. No entanto, Matias sempre o ignora, consciente de que manter seu irmão afastado é o melhor para ambos, evitando chamar atenção desnecessária.

Lorenzo está disposto a ir atrás de Matias, pois acha esse trabalho estranho demais. Matias, percebendo que está encurralado e não pode deixar seu irmão descobrir em que está envolvido, decide voltar para casa e fingir que está tudo bem. Sabe que sua mãe não se importa com ele e, embora isso possa atrair visitantes indesejados, ele toma precauções para evitar problemas.

Ao chegar em casa, Matias sobe para seu quarto exausto após um dia cansativo de trabalho. Depois de um banho relaxante, ele se deita e adormece rapidamente. No meio da madrugada, é despertado por barulhos e movimentações ao redor de sua casa, o que o deixa intrigado, pois seu bairro costuma ser tranquilo. Ele se levanta silenciosamente e se aproxima da janela. Ao afastar a cortina, depara-se com um furgão azul estacionado em frente à sua casa. Matias se abaixa e se arrasta até a parte inferior de sua cama, onde guarda uma maleta. Ele a abre e retira uma submetralhadora, uma arma poderosa capaz de disparar 600 balas por minuto, perfeita para enfrentar um confronto direto. Além disso, pega uma pistola .380 e a coloca na cintura, ciente de que essas armas lhe proporcionarão vantagem. Matias também separa uma pistola Glock e algumas facas, preparando-se para enfrentar qualquer ameaça.

Com cautela, ele se movimenta pela casa, esgueirando-se pelos corredores. Chegando ao topo da escada, Matias observa a sala e avista os homens vestidos de preto, armados com fuzis. Agora, ele tem certeza de que eles estão atrás dele, possivelmente inimigos que ele fez enquanto trabalhava para seu novo chefe. Sem hesitar, Matias dispara sua pistola, mirando na cabeça dos homens com o silenciador, ouvindo apenas o som abafado dos corpos caindo no chão. A ação gera uma grande confusão e Lorenzo, apavorado, surge no topo da escada, testemunhando a cena. Matias faz um gesto silencioso para que ele fique quieto, consciente de que a situação é perigosa e qualquer movimento ou barulho pode atrair mais atenção.

Determinado a proteger seu irmão e sua mãe, Matias desce novamente as escadas, preparado para enfrentar qualquer outro adversário que possa aparecer.

Ele se esgueira na escuridão e, assim que chega próximo à porta que dá acesso ao porão, ele escuta uma movimentação. Abre a porta devagar e desce imediatamente. Na parte de baixo do porão, avista mais dois homens. Confia no que está fazendo e percebe que não será difícil lidar com eles. Dispara, deixando-os caídos no chão. Sobe as escadas devagar, arma em punho, totalmente alerta para ver se encontra mais alguém na casa. Ao se aproximar da cozinha, avista a sombra de outro homem agachado. Pela posição deste, sabe que não poderá fazer nada, pois seria alvejado ao tentar. Matias sempre foi esperto e audacioso, o que o manteve em vantagem. Continua se movendo pela casa, à espreita, mas não encontra mais ninguém. Ao dar a volta, em busca de algo suspeito, vê o homem que estava na cozinha subindo as escadas em direção aos quartos. Matias sobe devagar, sem fazer nenhum ruído, e ao se aproximar do homem, enfia duas facas em seu pescoço. Subitamente, sente um forte impacto em seu corpo e cai ao chão. Olha rapidamente para a fonte do ataque, surpreso por não imaginar que houvesse mais alguém em sua casa. Ao olhar para o lado, vê outro homem escondido atrás de uma parede, que avança em sua direção atirando. Matias rola escada abaixo, tentando se esquivar dos tiros, e se pergunta de onde aquele homem surgiu, já que havia vasculhado praticamente toda a casa sem encontrá-lo. Buscando proteção, se esconde atrás de um móvel, enquanto o homem continua disparando incessantemente em sua direção. Enquanto observa para identificar a localização do atirador, Matias vê o outro homem, que estava no andar de cima, cair para trás com uma faca cravada em seu pescoço. Escuta mais alguns disparos em sua direção e, com a mão na cintura, percebe que a bala atravessou de um lado para o outro. Não consegue acreditar que, mesmo após tanto treinamento, foi atingido. Movido pela raiva provocada pela situação, decide atacar de uma vez por todas para pôr fim ao ataque.

— Esse desgraçado vai me pagar! Ele pensa que isso vai ficar por isso mesmo? Não vai, vou pegar esse infeliz e ele vai se arrepender até do dia em que nasceu", diz enquanto rasteja contornando a casa.

O homem não espera e é pego desprevenido. Matias enfim crava a faca em seu pescoço, enquanto o homem luta desesperadamente para se soltar. Uma briga se inicia, com o homem tentando acertar Matias com mais tiros, mas Matias é mais rápido, consegue desarmá-lo e atira em sua perna, fazendo-o cair gritando de dor.

— Ah, desgraçado! Você pensa que vai morrer tão facilmente assim? Não vai, não. Você vai me pagar. Vai sofrer primeiro pelo que fez comigo, seu infeliz. — Matias trinca os dentes, transbordando de raiva.

Antes de acabar com o homem agonizante no chão, Matias percorre a casa com a arma em punho, verificando minuciosamente se não há mais ninguém. Ele aprendeu a lição e não quer ser pego de surpresa novamente. Um pequeno descuido pode custar-lhe a vida. Se não tivesse agido rapidamente, agora estaria estendido no chão junto dos outros. Ele pega o telefone, com a arma ainda em punho e apontada para o homem à sua frente, e liga para Zeus.

— Alô, Zeus! Aqui é o Matias. Preciso falar com você urgentemente. Desculpe ligar a essa hora, mas não tenho outra opção neste momento. — Ele respira ofegante enquanto fala.

— O que foi, Matias? Se você está me ligando a essa hora, tenho certeza de que é algo muito sério. Você nunca me incomoda, nem mesmo quando está com os piores problemas. Isso está realmente estranho. Diga-me logo o que está acontecendo para que eu possa tomar as providências.

— Na verdade, estou com um probleminha aqui em casa. Dessa vez, não consigo resolver sozinho. Realmente, vou precisar de ajuda. Você sabe que se não precisasse, eu não ligaria para você. Mas as circunstâncias são diferentes e preciso que você me dê suporte.

— Sua mãe de novo? Esse assunto está ficando um pouco cansativo. Você sabe muito bem que já disse que não é necessário que você more aí com ela. Essa situação está fugindo do controle.

— Não! Dessa vez, não tem nada a ver com a mamãe. Uns caras vieram aqui tentar me matar, mas eu já dei um jeito neles. Isso aqui está uma verdadeira bagunça, parece mais uma zona de guerra. Então, você já deve imaginar como está com certeza. A essa hora, os vizinhos já devem ter ligado para a polícia, corpo de bombeiros, entre outros. Tentei ser o mais silencioso possível, mas não deu.

— Bom garoto! Eram quantos? Vou enviar uma equipe de limpeza para sua casa o mais rápido possível. Além disso, temos que descobrir quem é o desgraçado que está tentando matar meu melhor homem. Isso não pode ficar assim. Não posso deixar que ele saia impune. Você sabe muito bem como as coisas funcionam.

— Eu sei, eu entendo. Primeiro, tenho que lidar com a polícia, que com certeza chegará aqui em questão de minutos pelo tempo que já passou. Se você puder desviar, seria maravilhoso. Na minha sala, tem uns cinco. Dois estão no porão, um na minha escada e outro perto da minha sala de jantar. Esse desgraçado me atingiu. — Ele olha para os ferimentos, que ainda estão sangrando.

— Você está bem, Matias? Você sabe o quanto é importante não ser atingido.

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