Ivy Hunter-Assim que eu a vi, prendi meus punhos de raiva e me levantei no mesmo instante, encarando Linda com a mandíbula travada. O que diabos ela estava fazendo ali?— O que você quer? — Perguntei, deixando minha voz sair mais firme e carregada de irritação.Linda apenas sorriu, cruzando os braços de forma teatral, como se estivesse prestes a se divertir às minhas custas.Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, senti Dominic se levantar ao meu lado. Sua mão firme segurou meu braço, e quando olhei para ele, vi seus olhos escuros fixos em Linda com uma expressão séria.— Chega, Linda. Pare de provocar a Ivy. – Disse ele com um timbre de voz firme e um olhar escurecido.Ela riu, inclinando a cabeça de lado.— Conseguir o que eu queria? Por favor, Dondom, eu só vim dizer um oi para minha irmãzinha… será que não posso?O veneno em sua voz era perceptível, e eu senti minha paciência começar a se esgotar.— Você nunca faz nada sem uma segunda intenção, Linda. — Rebati a encarando com
Ivy Hunter -Entramos dentro do carro e eu podia sentir o clima pesar. A tensão sobre nós era palpável e Christian nem se quer conseguia me olhar.Ele estava encarando a tela do celular dele, travando o maxilar.Enchi meus pulmões de ar algumas vezes para falar com ele, sempre hesitando, por medo de acabarmos brigando.De repente, a voz de Christian surgiu tomando minha atenção.—Explique-se! – Disse ele com um tom frio, olhando para o meu dedo e em seguida para os meus olhos.Respirei fundo e falei:—Eu perdi a minha aliança! – Menti, mas não podia falar a verdade.— Você perdeu a aliança…? — Ele repetiu devagar, com a sua voz baixa, carregada de algo que eu não conseguia decifrar.— Sim — sussurrei.Um silêncio pesado se instalou entre nós e eu sabia que ele estava irritado.Christian não era um homem de perder o controle facilmente, mas quando algo o contrariava, sua postura ficava ainda mais rígida e o ar ao redor dele se tornava sufocante.— E você achou que era melhor simplesmen
Ivy Hunter -O dia amanheceu e com ele, a minha rotina de volta.Acordei, me arrumei, tomei café, me despedi da tia Meire e fui par ao trabalho.Assim que cheguei na empresa, respirei fundo antes de atravessar as portas de vidro. O dia mal havia começado e eu já sentia que precisaria de uma dose extra de paciência.—Bom dia Ivy! – Disse Andressa com aquele maldito sorriso vencido.Eu a olhei revirando os olhos e dei espaço para que ela entrasse no elevador.—Bom dia! – Respondi mínima, e me sentindo obrigada, a final, havia mais pessoas entrando e eu não poderia ser rude com ela.O cheiro do perfume forte e enjoativo dela invadiu o espaço e seu sorriso malicioso surgiu no instante em que nossos olhares se cruzaram. Ela apertou o botão do andar e se posicionou ao meu lado, ajeitando os cabelos como se quisesse chamar minha atenção.— E aí, senhorita Hunter, já comprou seu vestido para o baile de máscaras? — perguntou ela, com uma expressão de pura provocação. — O meu será vermelho e co
Christian Müller –Já se passavam das quatro e eu ia me atrasar para a reunião.Peguei meu celular, ligando para Ivy na intenção de a avisar. Foram uma, duas, três e nada dela me atender.Mas eu não desisti.— Aqui está sua encomenda, senhor Müller! — Disse a atendente me entregando a sacola.— Obrigado. – Falei saindo rapidamente de lá.Eu estava em um joalheria; espero que a minha tentativa de surpreender Ivy não seja em vã.Respirei fundo olhando para a sacola de papel em minhas mãos, tentando imaginar o sorriso dela ao me ver.Caminhei até o carro e ao tentar novamente, o telefone nem chamou dessa vez.Desligado!Um peso se instalou no meu peito. Algo não parecia certo. Ivy não era assim.Sem pensar duas vezes, liguei para Mark no mesmo instante, ansioso para que ele me atendesse logo.— Fala, Christian. – Disse ele com seu jeito descontraído. Ao menos era assim que ele me tratava na maioria das vezes.— Você está na empresa? — Falei indo direto ao ponto.— Sim. Algum problema?
Ivy Hunter –Eu estava prestes a enlouquecer.Depois de notar um sorriso no canto dos lábios de Andressa ao abraçar alguém que muito parecia Arthur, eu encenei.Eu confesso que, quase acreditei que fosse ele. Quase. Ela só errou por uma coisa:E conheço o corpo de Christian. Eu o reconheceria de olhos fechados, só pelo meu tato.O fio dos cabelos, o modelo do corte, a forma como ele fica parado deixando sua postura impecável, ombros alinhados.Saí correndo primeiro, como uma primeira reação, mas ao entrar dentro do carro, respirei fundo e toquei meu entre tentando nos acalmar.—Não é ele. Ele não faria isso! – Falei respirando fundo, vendo a paisagem passar pelos meus olhos.O motorista me deixou onde pedi, paguei pela corrida com dinheiro para não deixar indícios, mas eu sabia bem que ele me encontraria.Eu não tive medo e sim esperança.Assim que entrei na casa de praia, abri todo o lugar e fui tomar um banho relaxante. Me deitei na cama e acredite, cada canto daquele lugar já havia
Ivy Hunter –Mais um dia havia chegado e mais uma vez, Christian me deu um beijo no topo da minha cabeça, saindo mais cedo.Me levantei da cama com um sorriso nos lábios; eu não sabia explicar, mas eu estava me sentindo mais confiante do que nunca. Talvez ouvir Christian com aquelas sinceras palavras, me fez muito bem.Caminhei até o closet e peguei um conjunto de saia e Blazer social para vestir e ir para a empresa, mas antes, eu tinha uma consulta.Me arrumei e desci as escadas, vendo Meire colocar a mesa.—Bom dia! – Falei a vendo me estender um copo de suco e sorrir.—Bom dia querida. Fiz o seu preferido, laranja e acerola. Aproveita e pega uma maça, está fresca. Virei o copo de suco rapidamente na boca e mordi um pedaço do bolo de leite que estava em cima da mesa.—Hmm, que delícia, você realmente é a melhor! – Falei a fazendo sorrir e então, peguei a maça, fazendo menção de sair, mas antes de dar um passo, ela me chamou.—Ivy! – Disse ela, me fazendo frear os pés no chão, me vi
Christian Müller –Mark havia combinado uma reunião ente nós dois para acertarmos algumas coisas.Eu estava saindo da sala com ele depois de acabarmos a nossa conversa e quando passei pela porta, meu peito congelou.— Ivy! — Minha voz ecoou pelo andar, imponente, autoritária, carregada de fúria e desespero.Corri até ela e me abaixei ao lado dela em um instante, pegando-a no colo.Meu olhar percorreu cada centímetro do seu corpo, buscando qualquer sinal de dor, qualquer indício de que algo estivesse errado.—Christian... - A forma como sua respiração saiu trêmula, a maneira como suas mãos foram direto para a barriga... Eu sabia que não estava.Meus dentes rangeram, minha mandíbula ficou tensa.Me virei ao redor e vi os olhares assustados, culpados, mas o olhar de Bianca já a entregava.—Você tem noção do que acabou de fazer? – Perguntei tentando me segurar, mas primeiro Ivy.—Senhor...foi sem... – Eu não dei espaço para que ela respondesse.—Cale-se! Eu não te autorizei falar. – Falei
Ivy Hunter –Meus olhos estavam nele.O homem que tantas vezes me tirou do eixo, que me fez sentir tanto em tão pouco tempo.Agora estava aqui, bem na minha frente se declarando.Cansei de fugir. Não vou mais esperar.Meu peito subiu e desceu em um suspiro contido antes que eu tomasse a única decisão que fazia sentido para mim.Me joguei nos braços dele, encostando minha cabeça em seu peito enquanto seus braços me apertavam com força. Como se fosse impossível me deixar ir.Fechei os olhos, sentindo seu cheiro, sua presença, sua segurança.Christian era rude, implacável, impiedoso com o mundo. Mas comigo… comigo, ele era meu lar.Senti a mão dele afanar meus cabelos e então, levantei meu olhar, encontrando o dele.— Posso mesmo te amar? — Minha voz saiu como um sussurro, carregada de tudo o que eu sentia.Os lábios dele se curvaram em um riso baixo e rouco e sua mão veio até minha bochecha, acariciando meu rosto com uma ternura que só ele sabia esconder tão bem.Meu coração saltou, e a