As palmas das mãos de Henrique estavam pegajosas de sangue. Ele limpou o sangue na roupa e apertou o volante.- Você confia em mim? - Perguntou Henrique. Ele já tinha pensado nessa opção, mas as chances de sucesso em tal situação eram mínimas. Se isso acelerasse o colapso do solo, as consequências seriam impensáveis. Ele podia arriscar sozinho, mas com duas pessoas, sempre havia hesitação.- Confio. Dê ré, qualquer chance de sobrevivência deve ser tentada. - Disse Carolina.Henrique olhou para frente, e manteve seus olhos firmes.- Se estiver com medo, feche os olhos. - Disse Henrique. Carolina segurou seu ventre com as mãos, respirando ofegante. Ela queria ver claramente a estrada à frente, mas o carro balançou violentamente, e ela instintivamente fechou os olhos ao som de um estrondo. A estrada desabou, e pedras e terra caíram.Henrique ligou o carro, virou o volante e acelerou para trás. O chão sob seus pés estava se quebrando pedaço por pedaço, levantando poeira e lama. Er
Após o médico e o Sr. Carlos discutirem a condição médica, o Sr. Carlos se virou para Carolina e disse:- Uma costela quebrada e extensos ferimentos nas costas, mas, no geral, nada que seja grave. Com tratamento adequado, ele deverá estar quase recuperado em cerca de duas semanas. Dada a sua condição física, é possível que ele se recupere ainda mais rápido.- Que bom que não é nada sério. - Carolina respirou aliviada.- Nossa chegada coincidiu com o avistamento da mulher mascarada - Disse o Sr. Carlos, de repente.- Ela fugiu? - Perguntou Carolina, buscando mais detalhes. - Para as montanhas. Flávio enviou pessoas para procurar ela por lá. - Respondeu Carlos, esclarecendo a situação. As montanhas não eram grandes, mas após a chuva, o terreno montanhoso se tornava escorregadio e difícil de atravessar. Com a proximidade do inverno, uma pessoa comum dificilmente sobreviveria um dia lá. A mulher mascarada, no máximo, aguentaria dois ou três dias.- Flávio trabalha para a BrilhanteMax ou
- Eu disse a Henrique que também gostava, e ele conseguiu uma para mim. Com você, ele agiu da mesma maneira. Afinal, o que você tem, eu também posso ter. – Paola continuou.Carolina olhou para as chaves do carro em sua mão, seu corpo magro congelou, e, finalmente, sua expressão mudou, uma enorme sensação de humilhação a atingiu, como se ouvisse uma voz zombeteira ao seu redor dizendo. "Veja, este é o homem que você amou; até o amor dele é uma cópia."- A propósito, fui eu quem incentivei Lucas a te difamar. Não esperava que Henrique acreditasse tão facilmente. Os sentimentos dele por você são tão frágeis que não resistem a um mínimo teste, Carolina. Eu tenho pena de você. - Paola se aproximou, falando baixo e com veneno.- Então foi você... - O corpo de Carolina balançou, seus olhos se encheram de ódio. Não era de se admirar que Lucas pudesse de repente fazer tal coisa. Ela deveria ter suspeitado antes. A pessoa que mais se beneficiaria com a separação dela e de Henrique só poderia ser
Carolina parou em frente a uma porta de quarto de hospital, prestes a entrar, quando ouviu vozes lá dentro.- Henrique, que bom que você acordou. Beba um pouco de água para hidratar a garganta - Disse Paola. - Eu já ouvi o Sr. Carlos dizer que hoje foi muito perigoso. Da próxima vez que sair, leve mais seguranças com você. Foi terrível, e se algo tivesse acontecido com você, o que seria do nosso bebê...- Está bem, pare de chorar. Não estou bem aqui? - Henrique falou, sem demonstrar muita emoção na voz.- É que eu tenho medo... - Paola mordeu o lábio. - Quando eu estava subindo, encontrei a Srta. Carolina, e ela não parecia estar em um bom estado...- Como assim? – Henrique perguntou. - Ela estava muito agitada, dizendo que foi por minha causa que o relacionamento de vocês acabou assim, e que eu e o Lucas estamos conspirando... Claro, Henrique, não estou culpando a Srta. Carolina, só acho que ela deve estar se sentindo muito pressionada ultimamente. A gravidez pode causar muito estres
Fernanda pegou um punhado de sementes de girassol e começou a comer uma por uma, manifestando silenciosamente sua concordância e pensando consigo mesma. “Quando Henrique era bom, te colocava nas nuvens; porém, quando era ruim, te lançava impiedosamente no inferno. A cena de comprar todas as bolsas de luxo da cidade T e enviar para Carolininha com um caminhão parece ter ocorrido apenas ontem. Homens, uma vez que conseguem, não dão valor.”- O que planejas fazer agora? – Fernanda percebeu que estava vagando em seus pensamentos e decidiu voltar ao assunto com Carolina. - Não quero mais ficar aqui. - Carolina baixou os olhos, com uma expressão indiferente.- E a empresa? – Fernanda perguntou surpresa. - Estou pensando em vender. – Carolina respondeu, afinal, ela não nutria nenhum sentimento especial pelo Grupo Santos. A maior parte eram memórias dolorosas, e agora era apenas uma ferramenta para ganhar dinheiro. Durante o semestre em que assumiu a liderança, embora não tenha expandido o n
Um brilho estranho cruzou os olhos de Simão, mas rapidamente voltou ao normal.- Não foi nada, apenas proferi algumas palavras indelicadas. Creio que o Sr. Henrique acabou por entender por conta própria. – Simão disse. - Entendeu? Prefiro não elogiar. - Carolina respondeu com ironia.- Inclusive, eu vi num relatório de entretenimento que o Sr. Henrique e a Paola reataram, é verdade isso? - Simão mudou de assunto.- Não sei, talvez tenham reatado. - Carolina mordeu o lábio, forçando um sorriso.- Não fique triste, há muitos homens bons no mundo. No futuro, posso te apresentar alguns. Se você quiser, claro. - Simão deu um tapinha reconfortante no ombro de Carolina.- Eu não quero namorar agora, estou bem sozinha... Além disso, estou ocupada com algumas coisas. – Carolina falou de maneira gentil. Fosse Diego ou Henrique, ambos haviam provado que seu discernimento era terrivelmente falho. Após vivenciar um relacionamento fracassado, ela deveria ter aprendido com os erros, mas acabou sendo
Para ser sincero, após despertar no hospital, Henrique se viu mergulhado em reflexões por um bom tempo. "Como manejar este relacionamento da forma mais acertada?" Embora, no instante em que soube de sua traição, seu primeiro impulso fosse banir a mulher de sua vida, mas ele se viu incapaz de tal ato. E, nos últimos dias, a ausência dela o deixou à beira da loucura, com o coração apertado e sem vontade de comer.Mesmo diante da vida e da morte, ele desejava oferecer a ela uma chance de redenção, sem olhar para trás. “Que magia essa menina possui, que faz com que, diante dela, seus princípios pareçam tão voláteis?”Simão deu um passo à frente, se colocando entre Henrique e Carolina, com um olhar calmo e amável:- O Sr. Henrique deseja algo?- Isso não é da sua conta, garoto, se afaste. - Henrique o afastou e segurou o braço de Carolina, se dirigindo ao carro.- Me solte, eu não quero voltar! - Carolina resistiu com emoção, o golpeando com força. Sem perceber, ela acertou a região de seu
Henrique olhava para Carolina, vendo a determinação em seus olhos, sentia como se tivesse algodão preso na garganta, incapaz de dizer uma palavra.“Por que eu arruinei um casamento que estava indo bem...Eu decidi conversar seriamente com ela, como acabamos em confronto novamente?”Carolina, não querendo lidar com Henrique naquele momento, foi embora puxando Simão.Henrique observava os dois se afastando, se sentindo extremamente irritado.- Sr. Henrique, vamos, Flávio está esperando. – O Sr. Carlos saiu do carro e veio lembrar Henrique. - Sim. - Ele respondeu, franzindo a testa antes de voltar para o carro. Havia assuntos importantes a resolver, ele procuraria Carolina depois.- Sr. Henrique, hoje vi muitas fofocas sobre você na internet. – O Sr. Carlos seguia o GPS, saindo da área urbana em direção aos subúrbios.Henrique o encarava com um olhar frio e confuso. Afinal, ele não era uma celebridade, então, não fazia ideia de como essas fofocas iam parar na internet. - Eu achei estranh