Henrique olhava para Carolina, vendo a determinação em seus olhos, sentia como se tivesse algodão preso na garganta, incapaz de dizer uma palavra.“Por que eu arruinei um casamento que estava indo bem...Eu decidi conversar seriamente com ela, como acabamos em confronto novamente?”Carolina, não querendo lidar com Henrique naquele momento, foi embora puxando Simão.Henrique observava os dois se afastando, se sentindo extremamente irritado.- Sr. Henrique, vamos, Flávio está esperando. – O Sr. Carlos saiu do carro e veio lembrar Henrique. - Sim. - Ele respondeu, franzindo a testa antes de voltar para o carro. Havia assuntos importantes a resolver, ele procuraria Carolina depois.- Sr. Henrique, hoje vi muitas fofocas sobre você na internet. – O Sr. Carlos seguia o GPS, saindo da área urbana em direção aos subúrbios.Henrique o encarava com um olhar frio e confuso. Afinal, ele não era uma celebridade, então, não fazia ideia de como essas fofocas iam parar na internet. - Eu achei estranh
Breno segurou a xícara, tomou um gole e a recolocou delicadamente sobre a mesa: - Zeca foi surpreendido por Henrique enquanto tentava ajudar você a se livrar de Carolina. – Disse Breno, capturando a atenção de Paola. - Mas ela não tinha fugido para as montanhas? - Paola ergueu a cabeça, seus olhos exibiam surpresa. - Sim, ela entrou, mas não conseguiu sair. – Respondeu Bruno calmamente.- Ela não vai nos entregar, vai? - A voz de Paola aumentou de tom, revelando sua ansiedade. Breno pausou, seus olhos encontraram com os dela enviando um calafrio por sua espinha. - Sr. Breno, eu não quis dizer isso... A atitude do Henrique em relação a mim mudou muito recentemente. Se algo der errado agora, todo nosso esforço terá sido em vão. - Paola rapidamente mudou de assunto.Breno, com mais de quarenta anos, parecia muito vigoroso, vestido todo de branco, como uma brisa fresca sob a lua cheia, limpo como um professor.O sorriso que se formava em seus lábios se aprofundava, mas não transmitia
- Por favor, me passe o celular. - Henrique exibia uma expressão levemente gélida enquanto pronunciava essas palavras. ...Perto de uma escola, na rua das lanchonetes, Simão e Carolina planejavam o projeto de empreendedorismo na França para os próximos anos. Carolina escutava atentamente, demonstrando grande interesse. Simão, sem dúvida, era um excelente parceiro. Até aquele momento, tudo o que ela sabia sobre ele confirmava isso: rico, com um sólido histórico e extremamente responsável. Cada uma dessas qualidades era difícil de encontrar, especialmente considerando que era sua primeira experiência empreendendo. A falta de experiência e confiança fazia com que ela não quisesse ser um peso para ninguém.- Por enquanto, é isso que planejei. Você tem alguma sugestão? - Simão a olhou com gentileza.Carolina estava prestes a responder quando o celular de Simão tocou. Ela hesitou por um instante e sorriu:- Por favor, atenda.Simão assentiu e se afastou para um canto.- Vovô? - Estou cui
As sobrancelhas levemente arqueadas de Hélio testemunharam sua preocupação enquanto ele suspirava, optando por não contestar. - O problema é que ela era esposa do Henrique. – Disse ele. - Vovô, eles se divorciaram. Estamos num novo século, qual o problema em perseguir a garota que eu gosto? – Insistiu o neto. Embora preferisse que Carolina não voltasse à família Braga trazendo um filho de Henrique, Hélio não desejava mais fazer nada que pudesse ferir a jovem. - Não podemos aceitar a falta de decoro dela na família Braga. Tenho que pensar no seu avô, Simão. – Ponderou Hélio. Simão era neto de um velho amigo, confiado a ele há mais de uma década, e ele tinha a responsabilidade de cuidar de Simão. Casamento não era brincadeira, e ele não poderia permitir que Simão cometesse erros por ser jovem e ingênuo. Ele admitia que, como ancião, não desgostava de Carolina, até sentia pena dela. Mas permitir que ela se casasse com Simão era absolutamente impossível.- E se Carolina fosse sua neta
Carolina, pensando que ele não estava satisfeito e franzindo os lábios, disse em voz baixa:- Eu posso fazer um pedido de desculpas público na internet, admitindo que o fim do nosso relacionamento foi por minha culpa. Não tem nada a ver com você ou com Paola; tudo foi culpa minha. Isso seria aceitável?Ela estava disposta a fazer qualquer coisa para que ele a deixasse em paz, até mesmo admitir a culpa pelo fim do relacionamento não era um problema. Ela simplesmente não tinha mais energia para continuar discutindo sobre quem estava certo ou errado. Ela estava exausta. Era como se tivesse perdido essa batalha emocional. Henrique sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Pela primeira vez, ele percebeu que uma mulher tão gentil como Carolina poderia ser mais cortante do que uma faca com suas palavras. Ela não estava mais disposta a lutar? Não queria mais tentar? Ele fechou os olhos por um momento, segurou o queixo de Carolina, forçando ela a olhar para ele diretamente.- Você está disposta
- Vá embora e pense bem no que eu disse. Estou disposta a cooperar - Disse Carolina, sem esperar por uma reação. Ela voltou para o quarto, levantou o cobertor e se enfiou embaixo dele, emitindo sons de respiração uniformes, como se realmente tivesse adormecido.Henrique ficou parado na porta do quarto, olhando para a silhueta dela por muito tempo. Queria dizer a ela que nunca havia pensado em largar dela, apenas estava muito irritado ultimamente e jamais havia considerado machucar ela de verdade. Mal sabia ele que Carolina também queria dizer a ele que muitos amores se desfazem entre suspeitas e escolhas, pois o amor é muito egoísta e não permite terceiros....André assumiu o caso do Grupo Mendonça e veio até a Cidade S para discutir os detalhes com Henrique, percebendo que seu bom amigo não estava bem. Com uma mistura de curiosidade e genuíno desejo de ajudar, perguntou o que estava acontecendo. Depois de perguntar, percebeu que não poderia ajudar. Amor, ele não entendia dessas
Ao acordarem no dia seguinte, as três pessoas já haviam partido. Na grande casa, restava apenas Carolina. Ela pensava que seria restrita como antes, mas desta vez não foi assim. Podia ir onde quisesse, desde que estivesse acompanhada por seguranças. Carolina não entendia as atitudes de Henrique, não sabia por que ele de repente parecia ter mudado. Agora, ela podia usar o celular, e Fernanda ligou para uma conversa por voz e vídeo. - Que tal se eu for te visitar? Estou de férias e não tenho nada para fazer. – Fernanda disse. - Vir para Cidade S? - Carolina hesitou.- Sim, ficar sozinha deve ser entediante, e se nos encontrarmos em algum lugar externo, será estranho estar acompanhada por tantos seguranças. As pessoas poderiam pensar que somos filhas de algum grande mafioso. – Fernanda respondeu. - Ok, venha. - Carolina calculou o tempo, Henrique provavelmente não voltaria tão cedo. Quarenta minutos depois, Fernanda chegou carregando um monte de guloseimas, erguendo o queixo orgulho
- O que você disse? - Fernanda ficou paralisada, tocando os próprios ouvidos. "Ele é tão solícito assim?"- Apaixonado pelas obras do Sr. Solange, ele as adquiriu todas, ocupando espaço. - Disse Henrique ao Sr. Carlos, que estava atrás dele. - Ajude ela a levar algumas.O Sr. Carlos assentiu e se virou para ir ao porão.Henrique trocou os sapatos na entrada e olhou para Fernanda ao seu lado, que parecia um pássaro assustado, e hesitou:- Fui impulsivo na semana passada, no hospital.Fernanda, percebendo tarde demais que ele estava se desculpando, provavelmente por ter agido às escondidas sem muita consideração, aceitou a desculpa graciosamente:- Tudo bem, aceito suas desculpas...- Quando tiver tempo, venha visitar Carolininha mais vezes, ela fica entediada sozinha aqui. - Os olhos profundos de Henrique se fixaram na direção do quarto.- Então, por que não a libera? - Fernanda não gostou do que ouviu.- Agora não é possível. O lado sombrio é muito perigoso, nunca se sabe quando podem