Carolina parou em frente a uma porta de quarto de hospital, prestes a entrar, quando ouviu vozes lá dentro.- Henrique, que bom que você acordou. Beba um pouco de água para hidratar a garganta - Disse Paola. - Eu já ouvi o Sr. Carlos dizer que hoje foi muito perigoso. Da próxima vez que sair, leve mais seguranças com você. Foi terrível, e se algo tivesse acontecido com você, o que seria do nosso bebê...- Está bem, pare de chorar. Não estou bem aqui? - Henrique falou, sem demonstrar muita emoção na voz.- É que eu tenho medo... - Paola mordeu o lábio. - Quando eu estava subindo, encontrei a Srta. Carolina, e ela não parecia estar em um bom estado...- Como assim? – Henrique perguntou. - Ela estava muito agitada, dizendo que foi por minha causa que o relacionamento de vocês acabou assim, e que eu e o Lucas estamos conspirando... Claro, Henrique, não estou culpando a Srta. Carolina, só acho que ela deve estar se sentindo muito pressionada ultimamente. A gravidez pode causar muito estres
Fernanda pegou um punhado de sementes de girassol e começou a comer uma por uma, manifestando silenciosamente sua concordância e pensando consigo mesma. “Quando Henrique era bom, te colocava nas nuvens; porém, quando era ruim, te lançava impiedosamente no inferno. A cena de comprar todas as bolsas de luxo da cidade T e enviar para Carolininha com um caminhão parece ter ocorrido apenas ontem. Homens, uma vez que conseguem, não dão valor.”- O que planejas fazer agora? – Fernanda percebeu que estava vagando em seus pensamentos e decidiu voltar ao assunto com Carolina. - Não quero mais ficar aqui. - Carolina baixou os olhos, com uma expressão indiferente.- E a empresa? – Fernanda perguntou surpresa. - Estou pensando em vender. – Carolina respondeu, afinal, ela não nutria nenhum sentimento especial pelo Grupo Santos. A maior parte eram memórias dolorosas, e agora era apenas uma ferramenta para ganhar dinheiro. Durante o semestre em que assumiu a liderança, embora não tenha expandido o n
Um brilho estranho cruzou os olhos de Simão, mas rapidamente voltou ao normal.- Não foi nada, apenas proferi algumas palavras indelicadas. Creio que o Sr. Henrique acabou por entender por conta própria. – Simão disse. - Entendeu? Prefiro não elogiar. - Carolina respondeu com ironia.- Inclusive, eu vi num relatório de entretenimento que o Sr. Henrique e a Paola reataram, é verdade isso? - Simão mudou de assunto.- Não sei, talvez tenham reatado. - Carolina mordeu o lábio, forçando um sorriso.- Não fique triste, há muitos homens bons no mundo. No futuro, posso te apresentar alguns. Se você quiser, claro. - Simão deu um tapinha reconfortante no ombro de Carolina.- Eu não quero namorar agora, estou bem sozinha... Além disso, estou ocupada com algumas coisas. – Carolina falou de maneira gentil. Fosse Diego ou Henrique, ambos haviam provado que seu discernimento era terrivelmente falho. Após vivenciar um relacionamento fracassado, ela deveria ter aprendido com os erros, mas acabou sendo
Para ser sincero, após despertar no hospital, Henrique se viu mergulhado em reflexões por um bom tempo. "Como manejar este relacionamento da forma mais acertada?" Embora, no instante em que soube de sua traição, seu primeiro impulso fosse banir a mulher de sua vida, mas ele se viu incapaz de tal ato. E, nos últimos dias, a ausência dela o deixou à beira da loucura, com o coração apertado e sem vontade de comer.Mesmo diante da vida e da morte, ele desejava oferecer a ela uma chance de redenção, sem olhar para trás. “Que magia essa menina possui, que faz com que, diante dela, seus princípios pareçam tão voláteis?”Simão deu um passo à frente, se colocando entre Henrique e Carolina, com um olhar calmo e amável:- O Sr. Henrique deseja algo?- Isso não é da sua conta, garoto, se afaste. - Henrique o afastou e segurou o braço de Carolina, se dirigindo ao carro.- Me solte, eu não quero voltar! - Carolina resistiu com emoção, o golpeando com força. Sem perceber, ela acertou a região de seu
Henrique olhava para Carolina, vendo a determinação em seus olhos, sentia como se tivesse algodão preso na garganta, incapaz de dizer uma palavra.“Por que eu arruinei um casamento que estava indo bem...Eu decidi conversar seriamente com ela, como acabamos em confronto novamente?”Carolina, não querendo lidar com Henrique naquele momento, foi embora puxando Simão.Henrique observava os dois se afastando, se sentindo extremamente irritado.- Sr. Henrique, vamos, Flávio está esperando. – O Sr. Carlos saiu do carro e veio lembrar Henrique. - Sim. - Ele respondeu, franzindo a testa antes de voltar para o carro. Havia assuntos importantes a resolver, ele procuraria Carolina depois.- Sr. Henrique, hoje vi muitas fofocas sobre você na internet. – O Sr. Carlos seguia o GPS, saindo da área urbana em direção aos subúrbios.Henrique o encarava com um olhar frio e confuso. Afinal, ele não era uma celebridade, então, não fazia ideia de como essas fofocas iam parar na internet. - Eu achei estranh
Breno segurou a xícara, tomou um gole e a recolocou delicadamente sobre a mesa: - Zeca foi surpreendido por Henrique enquanto tentava ajudar você a se livrar de Carolina. – Disse Breno, capturando a atenção de Paola. - Mas ela não tinha fugido para as montanhas? - Paola ergueu a cabeça, seus olhos exibiam surpresa. - Sim, ela entrou, mas não conseguiu sair. – Respondeu Bruno calmamente.- Ela não vai nos entregar, vai? - A voz de Paola aumentou de tom, revelando sua ansiedade. Breno pausou, seus olhos encontraram com os dela enviando um calafrio por sua espinha. - Sr. Breno, eu não quis dizer isso... A atitude do Henrique em relação a mim mudou muito recentemente. Se algo der errado agora, todo nosso esforço terá sido em vão. - Paola rapidamente mudou de assunto.Breno, com mais de quarenta anos, parecia muito vigoroso, vestido todo de branco, como uma brisa fresca sob a lua cheia, limpo como um professor.O sorriso que se formava em seus lábios se aprofundava, mas não transmitia
- Por favor, me passe o celular. - Henrique exibia uma expressão levemente gélida enquanto pronunciava essas palavras. ...Perto de uma escola, na rua das lanchonetes, Simão e Carolina planejavam o projeto de empreendedorismo na França para os próximos anos. Carolina escutava atentamente, demonstrando grande interesse. Simão, sem dúvida, era um excelente parceiro. Até aquele momento, tudo o que ela sabia sobre ele confirmava isso: rico, com um sólido histórico e extremamente responsável. Cada uma dessas qualidades era difícil de encontrar, especialmente considerando que era sua primeira experiência empreendendo. A falta de experiência e confiança fazia com que ela não quisesse ser um peso para ninguém.- Por enquanto, é isso que planejei. Você tem alguma sugestão? - Simão a olhou com gentileza.Carolina estava prestes a responder quando o celular de Simão tocou. Ela hesitou por um instante e sorriu:- Por favor, atenda.Simão assentiu e se afastou para um canto.- Vovô? - Estou cui
As sobrancelhas levemente arqueadas de Hélio testemunharam sua preocupação enquanto ele suspirava, optando por não contestar. - O problema é que ela era esposa do Henrique. – Disse ele. - Vovô, eles se divorciaram. Estamos num novo século, qual o problema em perseguir a garota que eu gosto? – Insistiu o neto. Embora preferisse que Carolina não voltasse à família Braga trazendo um filho de Henrique, Hélio não desejava mais fazer nada que pudesse ferir a jovem. - Não podemos aceitar a falta de decoro dela na família Braga. Tenho que pensar no seu avô, Simão. – Ponderou Hélio. Simão era neto de um velho amigo, confiado a ele há mais de uma década, e ele tinha a responsabilidade de cuidar de Simão. Casamento não era brincadeira, e ele não poderia permitir que Simão cometesse erros por ser jovem e ingênuo. Ele admitia que, como ancião, não desgostava de Carolina, até sentia pena dela. Mas permitir que ela se casasse com Simão era absolutamente impossível.- E se Carolina fosse sua neta