- Desliga agora. - Ordenou Henrique, com os olhos levemente estreitados.André agiu rapidamente, encerrando a chamada e lançando o celular no sofá sem hesitar.- Suspeita que o gravador foi trocado? - Indagou Otávio, com curiosidade.Todos estavam cientes do incidente enigmático com Jenifer naquele dia.- Sem prova concreta, fica incerto. - Disse Henrique, pressionando a testa e lançando um olhar fugaz para o celular silencioso, ele estava visivelmente irritado.“Pequeno bobinho, não me procurou a noite toda, está ficando esperto.”Percebendo seu mau humor, Felipe, segurando um copo de bebida, se sentou ao lado de Henrique. - Irmãos, raramente nos reunimos durante o ano, que tal uma bebida? - Sugeriu Felipe.- Silêncio. - Respondeu Henrique, absorto em pensamentos sobre Carolina.- Tudo isso por uma mulher? - Questionou Otávio, confuso e com uma expressão delicada.Otávio não compreendia a mudança no seu bom amigo, nem via tanto encanto em Carolina.Para ele, ela era apenas um pouco m
Francisco agitava a cabeça veementemente, como se quisesse provar um ponto.- Eu não fui abandonado pelo Grupo Mendonça, veja só, ainda resido na mansão da família Mendonça e possuo ações. - Afirmou Francisco. - Ações? Isso é o Henrique te menosprezando, enganar a si mesmo não tem graça nenhuma. - Zombou o homem. Para um indivíduo comum, uma fração das ações do Grupo Mendonça garantiria uma vida confortável, mas para Francisco, parecia não haver mais esperança de ascensão.- Henrique e o Grupo Mendonça são diferentes. Jamais trairei a família Mendonça. - Disse Francisco, segurando os punhos com força.Ele desejava superar Henrique, mas não arruinar o Grupo Mendonça.O Grupo Mendonça era seu.Vasco possuía agora vários bilhões, ele não estava desesperado ao ponto de trair sua própria família.- Sem pressa, creio que em breve você terá uma necessidade. - Disse o homem sereno, deixando um cartão sob a mesa. Após dizer isso, ele deixou a sala e partiu no carro.Francisco fixou o olhar n
Carolina acordou naturalmente, se levantou e desfrutou de torradas com leite quente. Ao verificar o celular, se recordou da discussão com Henrique no dia anterior, ele ainda não havia retomado o contato. Se sentindo desapontada, mas sem culpar Henrique, Carolina refletiu sobre sua própria mentira. Ponderava se deveria ir à BrilhanteMax o procurar. Deveria tomar a iniciativa de se reconciliar? Mimar ele como fazia quando estava atrás dele? Enquanto considerava isso, a campainha tocou inesperadamente.Os olhos de Carolina se iluminaram, pensando ser Henrique, ela correu para abrir a porta.- Olá, você é a Sra. Carolina, certo? - Perguntou um senhor idoso e energético à porta.- Sim, sou eu. Quem é o senhor? - Perguntou Carolina. - O Sr. Henrique me enviou para te examinar. Aqui estão minha licença profissional e a prova da minha identidade. Por favor, verifique. - Disse o senhor, entregando os documentos para ela. - Henrique mandou o senhor me examinar? - Indagou Carolina, confusa
O Sr. Carlos observava calmamente os passos ágeis de Henrique, que pareciam flutuar, enquanto se esforçava para manter o ritmo.Ao se aproximarem da porta, o celular tocou.O Sr. Carlos olhou para a tela, vendo a chamada de Fernanda e parou para atender.- Sr. Henrique, vou atender esta ligação. Se precisar de algo, estarei perto da entrada. - Avisou Carlos, de forma respeitosa. Henrique o ignorou, abrindo a porta de forma abrupta e imediatamente, seus olhos encontraram Carolina.A jovem estava sentada à mesa, concentrada nas planilhas, com uma leve ruga de preocupação entre as sobrancelhas.Seu perfil era encantador, um nariz delicado arqueado perfeitamente e lábios vermelhos, suaves como gelatina, irresistivelmente atraentes.Os olhos de Henrique se escureceram um pouco. Carolina parecia ainda mais bela do que há algumas horas.Ela tinha a consideração de ter ido ao encontro de Henrique.- Você terminou o que estava fazendo? - Perguntou Carolina, ao ouvir a chegada de Henrique. Hen
- Sem provas concretas, não podemos fazer julgamentos precipitados. - Comentou Henrique, começando a sentir dor de cabeça. Ele conhecia muito bem o círculo social e os amigos de Paola, afinal, estiveram juntos por muitos anos.Suas investigações anteriores, realizadas por subordinados, não revelaram nada suspeito, a não ser alguns relacionamentos passados questionáveis.- A intuição feminina às vezes é mais astuta que as evidências! - Afirmou Carolina, impaciente, acreditando que Henrique protegia Paola e não conseguia deixar o assunto de lado, se esquecendo do motivo original de sua visita.Um bater de porta interrompeu a discussão.- Entre. - Disse Henrique. Sr. Carlos entrou, lançando um olhar rápido para Carolina.- Sr. Henrique, espero não estar incomodando. - Disse Carlos, timidamente. - Diga o que precisa. - Disse Henrique. - Bem, Sr. Henrique... Gostaria de pedir um dia de folga. - Solicitou Carlos. Henrique o examinou com um olhar penetrante e desconfiado.- Você acabou d
- Não ligue para ela. - Disse Carolina, com indiferença. - Só de ver Paola fico tão irritada! - Exclamou Fernanda, claramente ansiosa para confrontar Paola.- É melhor evitar problemas. Não quero discutir com ela agora, é inútil. - Disse Carolina. Afinal, faltava apenas um mês e não valia a pena se envolver em confusões, dando brechas para Paola.- Tá bom, vou seguir seu conselho. - Suspirou Fernanda, desapontada.- Senhora, recomendo que não compre muitas roupas para o recém-nascido. Eles crescem muito rápido. As roupas que servem agora podem não caber em dois meses. - Aconselhou o atencioso funcionário da loja de bebês, dizendo: - Por exemplo, este conjunto, tanto em azul quanto em verde, é bonito. Escolha um. Se estiver em dúvida, talvez possa ligar para o pai da criança e perguntar.Paola, acariciando as roupinhas de bebê, lançou um olhar furtivo para fora da loja.- Você tem razão, vou perguntar. - Disse Paola. Carolina, que estava prestes a sair, parou subitamente, como se est
Fernanda pegou um copo e tomou um gole de limonada, visivelmente desapontada:- Na última vez que participei de um encontro às cegas no resort, não deu certo. Ronaldo conversou com o intermediário e sugeriu que o Sr. Carlos era meu amante. Depois, o intermediário foi se queixar aos meus pais, que insistiram para que eu trouxesse o Sr. Carlos para eles avaliarem. - Fernanda hesitou por um momento e continuou. - Pensei em usar isso a meu favor, pedindo ajuda ao Sr. Carlos, assim evitaria futuros encontros às cegas e me pouparia muitos problemas.- Seus pais não vão gostar do Sr. Carlos, eles já o conheceram e não ficaram muito impressionados. - Analisou Carolina racionalmente.- Se não gostam, paciência. Se eles ainda me pressionam, vou dizer que já estamos dormindo juntos!Eles exigem um salário alto e um emprego público, duas exigências conflitantes!Ela, com suas condições medíocres e uma família comum, deveria se contentar com alguém de status similar. Como poderia aspirar a um prín
Henrique olhava profundamente para Carolina, sem dar muitas explicações:- Elder está a caminho, e neste ponto, ele não ousaria mentir.Dez minutos depois, Elder entrou, carregando um saco plástico.Ele tinha um machucado no rosto e parecia abatido, sinalizando dias difíceis.- Sr. Henrique...Henrique, sem desviar o olhar, cortava lentamente seu bife:- E as canetas gravadoras?- Estão aqui. - Elder esvaziou o saco plástico, revelando as canetas gravadoras.À primeira vista, eram pelo menos trinta, idênticas àquela que Jenifer havia trazido dias antes.Carolina, com a testa franzida, pegou uma das canetas para escutar.Um chiado começou, e ela, pacientemente, seguiu ouvindo.Por três longos minutos, só ruídos, sem nada mais.Ela insistiu e experimentou outra caneta.Fernanda também ajudou a verificar, e após escutarem todas, não encontraram pistas úteis.Elder, então, falou:- Jenifer sempre gostou de enganar as pessoas desde pequena. Ela invejava você por se casar com o Sr. Henrique,