- Fique calma, qualquer problema a gente resolve quando voltar. - Henrique não queria discutir com ela.Igor se aproximou, visivelmente ansioso: - Sr. Henrique, a Srta. Paola foi assediada por um mendigo que invadiu o recinto. Parece que ela ficou assustada. O senhor deveria ir lá para conferir o que aconteceu. - Venha comigo. - Henrique puxou Carolina à força desta vez. Ele não podia deixá-la com Simão. O moleque era jovem, mas também muito astuto.Carolina, curiosa para ver o que Paola estava tramando, concordou com Henrique. Ela cumprimentou Simão e saiu.Na sala de descanso, Paola chorava, parecendo desamparada. Suas roupas estavam rasgadas, revelando uma pele branca como a neve. Ao ver Henrique, ela desmoronou emocionalmente e se lançou em seus braços.- Henrique, um mendigo quase arrancou minhas roupas. Estou com medo de que ele machuque nosso filho. – Ela disse com uma voz chorosa. Henrique tentou se afastar, mas as mãos de Paola seguraram firmemente suas mangas, deixando-o
Em um instante, todos os olhares se voltaram para Simão. Os seus olhos âmbar eram claros e transparentes, transparecendo uma expressão inocente como se não soubesse de nada.- Diga o que viu agora pouco. - Henrique disse, cerrando os dentes e se aproximando em passadas largas. O seu rosto bonito agora estava coberto por uma sombra assustadora. Ele sabia que Simão estava agindo de propósito.- Você realmente acha que vou ajudar você? - Simão sussurrou.- Mentir é coisa de quem vai levar bronca dos pais, garoto. - Henrique riu friamente e o encarou de forma desdenhosa. No rosto jovem e inexperiente de Simão, não havia nenhum sentimento de culpa por se intrometer no amor alheio.- Você é que está velho demais, enquanto eu e a Carolina temos apenas três anos de diferença. - O jovem disse de forma provocativa. - Ter sonhos é algo bom. - Henrique não se abalou.- E ter confiança também é bom. – Simão respondeu.- Simão, o que você viu? - Carolina não esperou que ele falasse e iniciou a con
- Henrique, é tudo culpa minha. Vá atrás da Srta. Carolina, não se preocupe comigo. – Paola disse, tentando parecer compreensiva.- Já chamei a ambulância, deve chegar em breve. Eu vou indo. – Henrique assentiu com uma expressão sombria.- Entendi, tenha cuidado no caminho. - Paola disse, observando Henrique sair. Seu rosto abatido e fraco, gradualmente, se transformou em malícia. Embora o plano não tivesse sido executado perfeitamente, ela considerava um sucesso. Era exatamente isso que ela queria, destruir aos poucos a confiança entre eles, consumir o sentimento mútuo. Paola vestiu o paletó de Henrique com calma, como se tivesse vencido uma batalha. Arrumou a maquiagem e o penteado, apresentando mais uma vez uma postura elegante. Ao sair, ela percebeu que Simão ainda estava lá, olhando fixamente para ela. Paola imediatamente se lembrou da insistência de Letícia para ela ser a porta-voz da Celestial Shine Jewelry. “Seria ainda melhor se eu conseguisse. Carolina é a porta-voz, é verd
Carolina ouviu furtivamente por mais de dez minutos. Henrique parecia ter ido embora, e não havia mais movimento. Se sentindo arrepiada, depois de quase um ano juntos, a paciência dele com ela ainda era tão escassa.Desapontada, ela se deitou na cama, relembrando o passado com Henrique. Havia alegrias, brigas, tristezas, momentos tocantes. Sua mãe faleceu cedo, o que fez com que ela fosse constantemente maltratada na Família Santos, mas Diego, de vez em quando, trazia alguns lanches e roupas bonitas. Naquela época, ela estava extremamente feliz e sentia que ele era insubstituível em sua vida. Mais tarde, Diego a traiu, e Fernanda se tornou a única pessoa boa para ela.Gradualmente, Henrique entrou em sua vida. Ele falava de maneira rude, era uma pessoa intensa, mas às vezes ele a tratava bem, conseguindo empregos para ela, defendendo-a quando ela estava em apuros. Se não fosse por Henrique, Beatriz certamente ainda estaria causando problemas, e a verdadeira razão da morte de sua mãe a
- Por que me enviou flores? - Carolina perguntou com sarcasmo, fazendo beicinho. - Não dizem que as mulheres gostam de flores? - Henrique respondeu com um tom perplexo.- Por favor, muitas pessoas são alérgicas a flores. Como você pode gostar dessa situação? – Ela continuou implicando. - Tudo bem, se você não gosta, não comprarei mais. – Henrique assentiu. Carolina ficou sem palavras. Há momentos para ser obediente, mas, neste caso, ela não seguiria a regra.- O que você quer saber? Me diga e eu te contarei tudo! - Henrique puxou uma cadeira, se sentando, temporariamente deixando o orgulho de lado e mostrando uma atitude razoável.- Não tenho nada para perguntar. - Carolina olhou fixamente para ele. Para ela, Simão já havia explicado tudo, ela apenas estava chateada com a atitude dele em relação a Paola.Henrique franziu a testa de maneira sutil, um tanto perplexo com as mulheres. Ela estava falando sem parar durante o encontro no fórum, mas agora, em casa, ela estava completamente
Zeca atendeu o telefone e, ao ouvir a situação, disse impacientemente: - Três meses é impossível para uma amniocentese, a menos que abram sua barriga. Pare de se desesperar.Ao ser repreendida dessa forma, Paola se acalmou. Sim, era impossível fazer uma amniocentese em três meses. Quatro meses até era um prazo mais realista, mas sua condição física também não permitiria. Paola conseguiu acalmar seus ânimos, já não estava tão nervosa quanto antes.- Tudo bem, a menos que seja algo sério, não me ligue. - As instruções do chefe a mantiveram ocupada, mas pelo menos hoje todas as mercadorias deveriam ser entregues, considerando a tarefa cumprida. Paola desligou o telefone e, ao mesmo tempo, chegou ao hospital.Este hospital privado foi investimento da família Mendonça, com um andar exclusivamente dedicado ao serviço de Rodrigo.Paola seguiu a enfermeira até a maternidade, e surpreendentemente, Cecília também estava lá.- Sra. Mendonça, olá. – Paola cumprimentou. - Você chegou. - Cecília
- Se você não acredita em mim de coração, não adianta eu dizer nada. Mesmo que o resultado da amniocentese confirme que é descendente da família Mendonça, você ainda pode dizer que o resultado é falso, certo? – Paola disse com seus lábios trêmulos. - Se você não fez nada de errado, por que reagir dessa forma? – Rodrigo resmungou.- Então, se eu seguir suas instruções, você não vai mais duvidar de mim? – Paola não abaixou a guarda.- Isso não é certo. - Rodrigo retrucou. Ele sabia que após a amniocentese, ainda poderia haver o teste de paternidade após o nascimento, mas ele não conseguia decidir qual seria confiável, para garantir que Paola não alterasse o resultado.- Pai, isso é problema deles, por que você está sendo tão difícil com uma mulher? - Cecília, incapaz de assistir, interferiu.- Não é da sua conta! – O velho respondeu. - Eu sei que não é da minha conta, mas além de assustar a Paola, você não pode realmente fazer a amniocentese. - Cecília aconselhou pacientemente. - Na mi
Ao despertar, Carolina se deparou com uma escuridão envolvendo o ambiente lá fora. Num impulso, ela verificou a hora em seu celular, e surpreendeu que já eram duas da manhã. Ela havia dormido por oito horas completas, a ponto de compensar o sono perdido da noite anterior. Carolina permaneceu na cama por um tempo, ponderando sobre continuar dormindo até mais tarde. Depois de rolar na cama por cerca de dez minutos, e com o estômago roncando de fome, ela decidiu levantar.Henrique ainda estava na sala, dormindo.Com os olhos fechados, a frieza interior não era visível, dando uma suavidade à sua figura, mesmo deitado no sofá, ele parecia tão nobre quanto sempre.De repente, Henrique abriu os olhos, envolvendo Carolina pela cintura e a puxando para seus braços: - Decidiu aparecer?- Você estava fingindo estar dormindo? – Carolina perguntou irritada. - Não, nunca dormi. Você está com fome? - Ele apoiou o queixo em seu ombro, com a voz preguiçosa.Carolina assentiu.- Vá para a cozinha. – H