- Henrique, é tudo culpa minha. Vá atrás da Srta. Carolina, não se preocupe comigo. – Paola disse, tentando parecer compreensiva.- Já chamei a ambulância, deve chegar em breve. Eu vou indo. – Henrique assentiu com uma expressão sombria.- Entendi, tenha cuidado no caminho. - Paola disse, observando Henrique sair. Seu rosto abatido e fraco, gradualmente, se transformou em malícia. Embora o plano não tivesse sido executado perfeitamente, ela considerava um sucesso. Era exatamente isso que ela queria, destruir aos poucos a confiança entre eles, consumir o sentimento mútuo. Paola vestiu o paletó de Henrique com calma, como se tivesse vencido uma batalha. Arrumou a maquiagem e o penteado, apresentando mais uma vez uma postura elegante. Ao sair, ela percebeu que Simão ainda estava lá, olhando fixamente para ela. Paola imediatamente se lembrou da insistência de Letícia para ela ser a porta-voz da Celestial Shine Jewelry. “Seria ainda melhor se eu conseguisse. Carolina é a porta-voz, é verd
Carolina ouviu furtivamente por mais de dez minutos. Henrique parecia ter ido embora, e não havia mais movimento. Se sentindo arrepiada, depois de quase um ano juntos, a paciência dele com ela ainda era tão escassa.Desapontada, ela se deitou na cama, relembrando o passado com Henrique. Havia alegrias, brigas, tristezas, momentos tocantes. Sua mãe faleceu cedo, o que fez com que ela fosse constantemente maltratada na Família Santos, mas Diego, de vez em quando, trazia alguns lanches e roupas bonitas. Naquela época, ela estava extremamente feliz e sentia que ele era insubstituível em sua vida. Mais tarde, Diego a traiu, e Fernanda se tornou a única pessoa boa para ela.Gradualmente, Henrique entrou em sua vida. Ele falava de maneira rude, era uma pessoa intensa, mas às vezes ele a tratava bem, conseguindo empregos para ela, defendendo-a quando ela estava em apuros. Se não fosse por Henrique, Beatriz certamente ainda estaria causando problemas, e a verdadeira razão da morte de sua mãe a
- Por que me enviou flores? - Carolina perguntou com sarcasmo, fazendo beicinho. - Não dizem que as mulheres gostam de flores? - Henrique respondeu com um tom perplexo.- Por favor, muitas pessoas são alérgicas a flores. Como você pode gostar dessa situação? – Ela continuou implicando. - Tudo bem, se você não gosta, não comprarei mais. – Henrique assentiu. Carolina ficou sem palavras. Há momentos para ser obediente, mas, neste caso, ela não seguiria a regra.- O que você quer saber? Me diga e eu te contarei tudo! - Henrique puxou uma cadeira, se sentando, temporariamente deixando o orgulho de lado e mostrando uma atitude razoável.- Não tenho nada para perguntar. - Carolina olhou fixamente para ele. Para ela, Simão já havia explicado tudo, ela apenas estava chateada com a atitude dele em relação a Paola.Henrique franziu a testa de maneira sutil, um tanto perplexo com as mulheres. Ela estava falando sem parar durante o encontro no fórum, mas agora, em casa, ela estava completamente
Zeca atendeu o telefone e, ao ouvir a situação, disse impacientemente: - Três meses é impossível para uma amniocentese, a menos que abram sua barriga. Pare de se desesperar.Ao ser repreendida dessa forma, Paola se acalmou. Sim, era impossível fazer uma amniocentese em três meses. Quatro meses até era um prazo mais realista, mas sua condição física também não permitiria. Paola conseguiu acalmar seus ânimos, já não estava tão nervosa quanto antes.- Tudo bem, a menos que seja algo sério, não me ligue. - As instruções do chefe a mantiveram ocupada, mas pelo menos hoje todas as mercadorias deveriam ser entregues, considerando a tarefa cumprida. Paola desligou o telefone e, ao mesmo tempo, chegou ao hospital.Este hospital privado foi investimento da família Mendonça, com um andar exclusivamente dedicado ao serviço de Rodrigo.Paola seguiu a enfermeira até a maternidade, e surpreendentemente, Cecília também estava lá.- Sra. Mendonça, olá. – Paola cumprimentou. - Você chegou. - Cecília
- Se você não acredita em mim de coração, não adianta eu dizer nada. Mesmo que o resultado da amniocentese confirme que é descendente da família Mendonça, você ainda pode dizer que o resultado é falso, certo? – Paola disse com seus lábios trêmulos. - Se você não fez nada de errado, por que reagir dessa forma? – Rodrigo resmungou.- Então, se eu seguir suas instruções, você não vai mais duvidar de mim? – Paola não abaixou a guarda.- Isso não é certo. - Rodrigo retrucou. Ele sabia que após a amniocentese, ainda poderia haver o teste de paternidade após o nascimento, mas ele não conseguia decidir qual seria confiável, para garantir que Paola não alterasse o resultado.- Pai, isso é problema deles, por que você está sendo tão difícil com uma mulher? - Cecília, incapaz de assistir, interferiu.- Não é da sua conta! – O velho respondeu. - Eu sei que não é da minha conta, mas além de assustar a Paola, você não pode realmente fazer a amniocentese. - Cecília aconselhou pacientemente. - Na mi
Ao despertar, Carolina se deparou com uma escuridão envolvendo o ambiente lá fora. Num impulso, ela verificou a hora em seu celular, e surpreendeu que já eram duas da manhã. Ela havia dormido por oito horas completas, a ponto de compensar o sono perdido da noite anterior. Carolina permaneceu na cama por um tempo, ponderando sobre continuar dormindo até mais tarde. Depois de rolar na cama por cerca de dez minutos, e com o estômago roncando de fome, ela decidiu levantar.Henrique ainda estava na sala, dormindo.Com os olhos fechados, a frieza interior não era visível, dando uma suavidade à sua figura, mesmo deitado no sofá, ele parecia tão nobre quanto sempre.De repente, Henrique abriu os olhos, envolvendo Carolina pela cintura e a puxando para seus braços: - Decidiu aparecer?- Você estava fingindo estar dormindo? – Carolina perguntou irritada. - Não, nunca dormi. Você está com fome? - Ele apoiou o queixo em seu ombro, com a voz preguiçosa.Carolina assentiu.- Vá para a cozinha. – H
Carolina, temendo esse tipo de pessoa, aconselhou Henrique em voz baixa: - Não seja tão impulsivo, estamos em menor número, sairemos perdendo.Henrique apertava os dedos com firmeza, seus olhos de fênix mostravam uma solidão assustadora, claramente sem prestar atenção.Carolina ficou um pouco nervosa, uma mão protegendo a barriga, enquanto a outra discretamente tirava o spray de defesa pessoal da bolsa, preparada para qualquer eventualidade.- Vocês querem morrer? - O americano falou com um tom ríspido e em uma língua pouco fluente.- Quem autorizou você a trazer o caixão para cá? - Henrique estava furioso.Deixando de lado o fato de que o dinheiro para comprar a casa desse homem era de origem duvidosa, esta é uma área conhecida por seus ricos, além de ser uma região escolar. Nos últimos anos, os preços das casas aumentaram rapidamente, e mesmo os ricos possuíam dificuldade em comprar. No entanto, aquele americano havia comprado a casa para usar como cemitério, mostrando uma crueldad
Ao dirigir até o hospital, Paola estava trancada em um quarto separado, que, embora pequeno, estava bem equipado.Era evidente que Rodrigo apenas a havia mantido presa, sem maltratá-la.Ao ver Henrique chegando, Paola percebeu que Zeca já havia ligado para Cecília, e ela sabia de sua situação atual.- Henrique, não posso ficar aqui. Este hospital não tem os medicamentos para tratar meu corpo, me tire daqui! – Paola suplicou. Observando isso, Carolina piscou os olhos, sentindo uma espécie de satisfação vingativa. Internamente, ela deu um polegar para cima para o Sr. Rodrigo. Rodrigo era incrível.- Eu vou tirar você daqui. - Henrique respondeu.Paola estava certa, este hospital era privado, com recursos limitados em termos de medicamentos e equipamentos médicos.Ao ouvir Henrique, Paola rapidamente saiu da cama e seguiu os passos dele.Depois de um tempo, como se tivesse acabado de notar Carolina, ela sorriu suavemente: - Srta. Carolina, você também veio.Carolina, de maneira sarcást