Quando eles saíram do restaurante, já era madrugada. Carolina, pensando em algo, puxou a manga do homem ao seu lado:- Então, o fórum que você mencionou é depois de amanhã. Na realidade, já passou da meia-noite.- Quinta-feira.- Entendi, é depois de amanhã.De volta ao seu prédio, Henrique a seguiu subindo para o apartamento.Ele olhou ao redor, a decoração era simples e as instalações eram modestas, morar em um lugar assim era um pouco desolador.Carolina olhou desconfiada:- Você também vai ficar aqui?- Não fale besteira.- Posso recusar?Henrique a olhou, estendeu a mão e desabotoou a gravata, jogando-a no sofá:- O que você acha?- Pode ficar, mas você não pode me tocar.- Por quê? - Ele franziu a testa, descontente. - Você não está se sentindo mal hoje, e até bebeu água gelada.- Eu simplesmente não quero, e, além disso, não é importante respeitar a vontade do outro nesse tipo de situação? - Carolina abaixou a cabeça, seus cílios longos e curvados escondendo a emoção.Seus lábi
Carolina franziu a testa, mas sem dar atenção, contou o dinheiro com agilidade, totalizando mil reais. A dona do estabelecimento, segurando o dinheiro, satisfeita, devolveu a foto a Simão.- Ainda bem que chegamos até aqui, senão teríamos perdido. - Carolina disse, erguendo as sobrancelhas para ele com um sorriso orgulhoso. – Você confia em mim, certo?- Sabendo que estavam tentando nos enganar, por que você ainda deu o dinheiro? - Simão segurava a antiga foto, acariciando-a delicadamente com a ponta dos dedos.- Porque essa foto é muito importante para você, é um tesouro inestimável em seu coração. Além disso, recuperá-la é uma alegria, e se podemos fazer isso, não vale a pena ficar com raiva por causa de pessoas que não merecem. – Carolina respondeu com a voz suave e calma.O rosto de Carolina, sem maquiagem, era bonito e radiante. A luz da lua se derramava sobre ela como se a envolvesse em uma áurea, quase como um anjo.Simão a olhava, sua mente ficou em branco por um momento. “A
- Só gosto das bonitas, incluindo você. - Igor tinha uma boa aparência, corpo esguio e um par de olhos que pareciam profundamente apaixonados para qualquer um que olhasse.Paola não caiu nessa, mas se aproximou voluntariamente, estendendo a mão para acariciar o rosto dele: - Que tal fazermos amor antes do casamento?- Te ajudar é o meu limite. Lidar com aquela mulher não está dentro desse escopo. - Igor entendeu imediatamente a intenção dela e recusou.A única mulher que Henrique trouxera para um evento público, além da que estava presente, era essa bela mulher que ele conheceu hoje. E a intuição de Igor dizia que esta última era ainda mais do agrado de Henrique, então, ele definitivamente não queria se envolver em confusões desnecessárias.- Além de Henrique, aquela mulher nunca teve relações sexuais com outros homens. Não quer experimentar um pouco? - Paola fez uma maquiagem leve, aplicou um pouco de brilho labial em seus lábios transparentes, revelando uma sensação de fragilidade q
A escada que descia do palco media cerca de cinco metros de comprimento, uma distância que normalmente seria percorrida em apenas um minuto. No entanto, para Carolina, cada passo de Henrique e Paola parecia uma eternidade. De mãos dadas, o trajeto adquiria uma dimensão interminável, como se tivesse se prolongado por uma hora inteira. Um desconforto agudo apertava o coração de Carolina, tornando insuportável continuar assistindo. Movida pela raiva, ela se virou abruptamente e se afastou. Enquanto caminhava, ela ouviu passos atrás de si. Inicialmente, pensou que fosse Henrique percebendo sua ausência e vindo à sua procura. - Carolininha, não há caminho à frente. - A voz do jovem era nítida e única, não era Henrique, era Simão.- Por que você veio atrás de mim? - Carolina, com uma expressão derrotada, se virou para encará-lo. - Vi que você não estava bem, e como não tenho nada para fazer agora, pensei em te fazer companhia. – Simão respondeu. Ela ficou perplexa por um momento e dis
Carolina não questionou a ação de Simão, achando que ele estava cumprindo as tarefas designadas pelo Sr. Rodrigo, buscando mais envolvimento com essa indústria.Seguindo os passos de Igor, eles chegaram a uma sala de conferências.Muitas pessoas estavam sentadas ao redor da grande mesa, nenhuma delas conhecida por Carolina. Exceto Henrique, Paola também estava presente, sentada ao lado dele, parecendo ser sua acompanhante.Os pés de Carolina pareciam estar presos no lugar, incapazes de se mover, seu rosto repleto de raiva.Igor, vendo que seu objetivo foi alcançado, falou de propósito: - Sr. Henrique, a Srta. Carolina chegou. – Igor se virou para o outro convidado e disse. - Sr. Simão, fique à vontade para se sentar.Simão assentiu e encontrou um lugar vago entre as pessoas.Quando Henrique viu os dois entrando juntos, sua expressão ficou ligeiramente sombria: - Venha.Carolina olhou para o espaço vago ao lado dele, se ela se sentasse ali, ela e Paola estariam de lados opostos dele.
- Fique calma, qualquer problema a gente resolve quando voltar. - Henrique não queria discutir com ela.Igor se aproximou, visivelmente ansioso: - Sr. Henrique, a Srta. Paola foi assediada por um mendigo que invadiu o recinto. Parece que ela ficou assustada. O senhor deveria ir lá para conferir o que aconteceu. - Venha comigo. - Henrique puxou Carolina à força desta vez. Ele não podia deixá-la com Simão. O moleque era jovem, mas também muito astuto.Carolina, curiosa para ver o que Paola estava tramando, concordou com Henrique. Ela cumprimentou Simão e saiu.Na sala de descanso, Paola chorava, parecendo desamparada. Suas roupas estavam rasgadas, revelando uma pele branca como a neve. Ao ver Henrique, ela desmoronou emocionalmente e se lançou em seus braços.- Henrique, um mendigo quase arrancou minhas roupas. Estou com medo de que ele machuque nosso filho. – Ela disse com uma voz chorosa. Henrique tentou se afastar, mas as mãos de Paola seguraram firmemente suas mangas, deixando-o
Em um instante, todos os olhares se voltaram para Simão. Os seus olhos âmbar eram claros e transparentes, transparecendo uma expressão inocente como se não soubesse de nada.- Diga o que viu agora pouco. - Henrique disse, cerrando os dentes e se aproximando em passadas largas. O seu rosto bonito agora estava coberto por uma sombra assustadora. Ele sabia que Simão estava agindo de propósito.- Você realmente acha que vou ajudar você? - Simão sussurrou.- Mentir é coisa de quem vai levar bronca dos pais, garoto. - Henrique riu friamente e o encarou de forma desdenhosa. No rosto jovem e inexperiente de Simão, não havia nenhum sentimento de culpa por se intrometer no amor alheio.- Você é que está velho demais, enquanto eu e a Carolina temos apenas três anos de diferença. - O jovem disse de forma provocativa. - Ter sonhos é algo bom. - Henrique não se abalou.- E ter confiança também é bom. – Simão respondeu.- Simão, o que você viu? - Carolina não esperou que ele falasse e iniciou a con
- Henrique, é tudo culpa minha. Vá atrás da Srta. Carolina, não se preocupe comigo. – Paola disse, tentando parecer compreensiva.- Já chamei a ambulância, deve chegar em breve. Eu vou indo. – Henrique assentiu com uma expressão sombria.- Entendi, tenha cuidado no caminho. - Paola disse, observando Henrique sair. Seu rosto abatido e fraco, gradualmente, se transformou em malícia. Embora o plano não tivesse sido executado perfeitamente, ela considerava um sucesso. Era exatamente isso que ela queria, destruir aos poucos a confiança entre eles, consumir o sentimento mútuo. Paola vestiu o paletó de Henrique com calma, como se tivesse vencido uma batalha. Arrumou a maquiagem e o penteado, apresentando mais uma vez uma postura elegante. Ao sair, ela percebeu que Simão ainda estava lá, olhando fixamente para ela. Paola imediatamente se lembrou da insistência de Letícia para ela ser a porta-voz da Celestial Shine Jewelry. “Seria ainda melhor se eu conseguisse. Carolina é a porta-voz, é verd