Henrique acariciou a cabeça dela com impaciência, como se estivesse mimando Luna, o gato: - Já estamos casados, qual é o problema?- Assinamos um contrato com um prazo de três anos. Quando o prazo terminar, teremos que nos divorciar. – Carolina o repreendeu.- Não é necessário nos divorciarmos. Ou você deseja o divórcio? – Henrique perguntou maliciosamente. Carolina balançou a cabeça, falando seriamente: - Não é isso que eu quero dizer. Podemos nos separar em termos de namoro e contrato. Namoro é namoro, contrato é contrato. Os sentimentos se desenvolvem gradualmente, e quando ambos sentirmos que podemos avançar, não precisaremos mais do contrato. - Mas ela ainda planejava pagar os dois bilhões de reais que devia, na forma de um cheque.- Você não acredita que nosso relacionamento pode durar até o final? – Henrique perguntou mais uma vez.Carolina queria muito assentir, mas devido à grande disparidade entre as origens familiares e o status social dela e de Henrique, tinha medo de qu
As palavras de Daniel deixaram Carolina um tanto inquieta.Parecia que Beatriz estava recebendo apoio de alguém nos bastidores, alguém com considerável influência. No entanto, ela não podia deixar essa quantia de dinheiro escapar. Além disso, as coisas já haviam se deteriorado entre ela e a Família Santos há muito tempo. Isso não faria diferença significativa.Carolina aceitou a proposta com entusiasmo, e, para demonstrar sua sinceridade, Daniel transferiu cinquenta mil reais como adiantamento assim que desligaram o telefone."Beatriz é realmente uma pessoa difícil de lidar." Pensou Carolina, até com um pouco de dó, mas logo esse sentimento se dissipou e ela só conseguia pensar que esse um milhão mais e a herança que sua mãe deixou iriam permitir que ela chegasse perto dos dois bilhões, como sempre sonhou.Enquanto fazia planos mirabolantes com todo esse dinheiro, Carolina se lembrou de que Fernanda havia enviado algumas das joias que sua mãe tinha deixado para ela há algum tempo, mas
Beatriz se sentiu momentaneamente tensa, mas manteve um sorriso no rosto:- Minha irmã não vai ficar com ciúmes de você, certo?- Eu não tenho tempo para invejar um homem assim. – Carolina pigarreou.Um colega ao lado puxou levemente a manga dela:- Carolininha, você está difamando o Daniel...- Todos os difamadores dele estão apenas perdendo tempo. - Carolina riu inocentemente. - Você não se tornou diretora de uma empresa de entretenimento? Por que está escolhendo alguém tão sem importância? Deveria pelo menos procurar alguém do nível de um ator famoso, não acha?De repente, todos ficaram em silêncio.Beatriz piscou os olhos, surpreendentemente concordando com o que ela disse. Daniel realmente não se destacava na indústria do entretenimento, considerando sua posição e status atual, ela deveria estar buscando alguém melhor. Beatriz olhou para o homem que não ousou dizer uma palavra após ser repreendido por todos, se sentindo cada vez mais irritada. Carolina, alcançando seu objetivo, n
Beatriz teve sua ferida exposta e ficou furiosa: - Sua empresa ensina seus funcionários a tratar outras pessoas dessa maneira?Desta vez, Henrique nem sequer dirigiu seu olhar a Beatriz, apenas se voltou para a equipe de filmagem no saguão e perguntou: - O que está acontecendo aqui?O Sr. Carlos inclinou a cabeça e explicou em voz baixa para ele.- Expulsem eles. – Henrique ordenou.- Mas já pagamos a taxa pelo local e a quebra de contrato exige uma compensação três vezes maior...- O diretor tentou argumentar.- Eu posso arcar com a compensação. - Henrique falou com indiferença.Henrique deu a ordem e entrou no elevador junto com o Sr. Alberto.O Sr. Carlos chamou a segurança para dispersar a equipe de filmagem.- Nós já pagamos pela locação do local, vocês não podem fazer isso, não é correto. - O diretor protestava.- Minha empresa vai compensar de acordo com o que está previso no contrato. - O Sr. Carlos sorriu levemente.- Mas ainda não terminamos de filmar, os atores e a equipe d
Duarte ficou sem palavras: - Então, devo educar Beatriz para que eles a reconheçam novamente?- Desculpe, tio Duarte. - Simão se levantou da cadeira, alisou as rugas de sua camisa branca com a mão e se preparou para sair. Assim que se aproximou da porta do escritório, parou de repente e virou a cabeça para olhar para Duarte. - Encontrei uma garota a caminho de Cidade T que se parece um pouco com a tia Raquel.- Há muitas pessoas por aí que se parecem com outras. - Duarte não pareceu impressionado- Sim. - Ele pausou e continuou. - Quanto ao plano de casamento que os pais arranjaram, não estou mais considerando. Este ano completo vinte anos, Beatriz tem três anos a mais do que eu e parece que ela tem um namorado agora, certo?- Tudo bem, tudo bem. Apenas deixe isso claro para o Sr. Pietro. - Duarte pensou em Daniel e acabou ficando com dor de cabeça. Ele não tinha a intenção de realmente fazer esse casamento acontecer. Depois de se despedir de Simão, Duarte pegou o celular e deu uma o
O Sr. Carlos hesitou por um momento e entregou o café para Carolina:- Preparei duas xícaras de café, com açúcar. Carolina assentiu, respirou profundamente e bateu à porta.- Entre. - A voz de Henrique ressoou, trazendo-lhe segurança. Com ele por perto, ela não precisava temer.Carolina abriu a porta e encontrou Henrique sentado à mesa, usando uma gravata azul celeste que realçava sua juventude e beleza e as mangas da camisa viradas do avesso.Quando ele viu Carolina entrar, seus olhos brilharam.Duarte também notou a presença de Carolina e imediatamente se endireitou, mantendo os olhos fixos nela, murmurando para si mesmo. “Ela se parece... Um pouco...”Fisicamente, para Duarte, Carolina tinha algumas semelhanças com Raquel, já que quando ela faleceu, não era muito mais velha do que Carolina. Mas havia o detalhe de que no coração de Duarte, a mulher que ele amava sempre tinha uma aparência jovem e bonita, assim como a jovem diante dele, que irradiava juventude e vitalidade.- Há algo
Henrique envolveu Carolina com os braços, enterrando o rosto em seu pescoço, preguiçosamente dizendo: - Você descobrirá quando chegar a hora.- Me solte, estou começando a ter dificuldade para respirar. - Carolina se sentia um pouco apertada em sua prisão, se debatendo.- Não vou soltar, a menos que você me dê um beijo. – Henrique encarava os lábios de Carolina.Então, ela segurou o rosto bonito de Henrique com as mãos e lhe deu um beijo, depois inclinou a cabeça com um toque de desânimo: - Agora pode me soltar?Henrique, sentindo os lábios úmidos, seus olhos ficaram mais profundos enquanto se inclinava para outro beijo.- Chega, pelo menos mantenha a compostura no escritório. - Carolina empurrou Henrique com as bochechas coradas, olhando para baixo de maneira envergonhada.- Certo, então até à noite em casa. - Os olhos de Henrique, cheios de charme, brilhavam como a luz da primavera, com um olhar ardente.- Acabamos de oficializar o relacionamento, você não acha que está indo rápido
Carolina questionou Paola sobre qual era o problema e se poderiam discuti-lo naquele momento, mas não recebeu resposta. O encontro com Paola estava marcado apenas uma hora antes do fim do expediente, então Carolina decidiu se levantar e descer no elevador. Estar ali embaixo, a poucos passos de distância, não levaria muito tempo.Fora do prédio, Paola segurava um guarda-chuva enquanto esperava tranquilamente, sua aparência não parecia das melhores. Ela vestia um casaco felpudo por cima e era possível perceber vagamente que estava usando uma roupa de paciente hospitalar por baixo. - Algum problema? – Carolina disse arqueando a sobrancelha assim que alcançou Paola.- Sim, desculpe por incomodá-la novamente. - Disse Paola.- Vamos direto ao assunto. - Respondeu Carolina.- Tenho estado no hospital recentemente, fazendo quimioterapia, e não tive tempo de cuidar do Oreo. Não me sinto à vontade em deixá-lo o tempo todo na loja de animais de estimação. Você e Henrique poderiam ajudar a cuidar