- Por quê?- Está muito inapropriado.Carolina ficou boquiaberta, analisou a roupa cuidadosamente por vários minutos e, perplexa, respondeu:- Não é não, é só uma blusa de alcinha.- Tire. Não esqueça quem você é agora; você não está representando apenas a si mesma.Carolina queria retrucar, mas como estava quase na hora de sair, ela voltou contrariada para o quarto e trocou a blusa de alcinha por uma camiseta bem comprida. A camiseta longa cobria parte do shorts, fazendo parecer que ela não estava usando calças.Parecia comum, mas vestida daquele jeito, ela tinha mais facilidade para chamar atenção dos homens.Henrique franziu a testa:- Quem você está tentando seduzir agora?Desta vez, Carolina não se submeteu e colocou as mãos na cintura em desafio:- O que é apropriado, então? Você só me olha com preconceito, trocar de roupa não adiantaria nada!Henrique, com seus olhos estreitos e intensos, se levantou do sofá e a encurralou contra a parede. A figura imponente dele a do
Eunice, como se já estivesse preparada, empurrou Carolina com força:- Eu te disse para checar tudo com muito cuidado antes de vir. Por que você não ouviu?Carolina ficou atordoada:- Mas eu chequei...Ela de fato tinha revisado o conteúdo do plano, e qualquer coisa colada nos documentos deveria ser visível.Espere um minuto...Algo ocorreu a ela. Ela pegou a pasta novamente e viu que não era um clipe comum, era um clipe de arame de aço, pontiagudo!Eunice mostrou preocupação:- Sr. Henrique, essa foi uma falha dela. Tenho um kit de primeiros socorros no meu escritório, vou buscar para tratar sua ferida.Henrique agiu como se nada tivesse acontecido, pegou um lenço de papel e limpou a gota de sangue em seu dedo. Depois olhou para Carolina.- Você se machucou? – Ela perguntou, preocupada. - Eu lembro que quando Iara me entregou a pasta não tinha isso. E eu nunca usei esse tipo de clipe, mas a falha foi minha. Me desculpe.- Quando você comete um erro, deve admiti-lo imediatam
Henrique estava impaciente com a lentidão dela. Ele se inclinou e preencheu o espaço entre eles, colando o seu corpo no dela.Com uma mão ele segurou seu queixo, forçando-a responder ao seu avanço.Em um instante, se tornaram inseparáveis.Os lábios dela eram como geleia, doce e suave, irresistivelmente convidativos à exploração profunda.Partindo seus lábios, ele envolveu a cintura delgada de Carolina, saboreando a doçura que era embriagante.Henrique percebeu, de repente, que em algum momento ele começou a gostar da intimidade. Desde a primeira vez, ele sentiu uma atração fatal por tais gestos, especialmente nos tempos recentes, quando ansiava por um contato mais próximo com ela.Num momento de desfoque, Carolina abriu os olhos e viu o belo rosto dele. Os cílios longos ocultavam o brilho frio nos olhos dele enquanto suas mãos a envolviam gentilmente.Carolina não tinha certeza se estava delirando.Ela achou, por um momento, que Henrique poderia estar emocionalmente envolvido,
Henrique não respondeu, cruzou as pernas elegantemente e focou no conteúdo financeiro de seu celular.Felipe captou a resposta no silêncio e não conteve o suspiro:- Você realmente decidiu levar Carolina a sério?Henrique não respondeu.- Você tem certeza? Isso é um compromisso para toda a vida. Não seja infiel pensando em Paola enquanto está com Carolina!Felipe tinha coletado algumas informações sobre a família de Carolina através de André. Ele estava convencido, após o primeiro encontro com ela, de que o pai dela não era uma boa pessoa.- Que moral você tem para me jugar trocando de mulher igual você troca de cueca?Felipe balançou a cabeça:- O que nós temos são relações consensuais, não é a mesma coisa.- Ah, você é nobre.- Eu estou falando sério. Paola veio falar comigo ontem. Ela volta na próxima sexta-feira. É hora de você tomar uma decisão.Ao ouvir isso, o rosto esculpido de Henrique ficou sarcástico, e com uma voz gelada, ele respondeu:- Você quer ser o mediado
Carolina exibiu um semblante surpreso:- Não, tia, por que?Quando entrou na Brilhante Max, Carolina trabalhou brevemente com a zeladora e, posteriormente, foi transferida para o departamento de planejamento. Eventualmente elas se encontravam e conversavam na empresa, elas tinham se tornado boas colegas de trabalho.- Uma moça do seu departamento está falando mal de você no banheiro, já faz alguns dias. É sempre a mesma pessoa.O olhar de Carolina escureceu:- Tia, você sabe o nome dela?- Acho que ouvi alguém chamá-la de Eunice.Carolina sabia de quem se tratava; só havia uma Eunice no departamento de planejamento.Coincidentemente, enquanto ela estava a caminho para encontrar Henrique, ela cruzou com um executivo de outro departamento que fez um “joinha sorridente” para ela.- Carolina, procurando o Sr. Henrique de novo? – Ele perguntou.O corpo dela ficou tenso, e ela respondeu com um sorriso forçado:- Estou indo ao terraço pegar um ar.- Não seja tímida, Eunice já cont
A frase provocou uma onda de sentimentos em Carolina:- Para com isso. Você é meu chefe, e meu companheiro de quarto. Por que eu ficaria brava?Como se ela já não estivesse dizendo que o amava.Henrique, entre a resignação e um toque de ternura, respondeu com um humor raro:- Paola voltou ao Brasil hoje. Depois de desembarcar, ela passou na Brilhante Max para me ver. Ela desmaiou enquanto falava, então levei ela para o hospital e saí.- Você está mentindo! Vocês devem ter saído para jantar!- Não.- E o que é isso nas suas mangas? - Carolina perguntou indignada, como se tivesse interrogando o próprio marido.Ela mesma não tinha noção do que estava acontecendo.- Ela fez isso quando desmaiou.- Jura?Henrique a pegou pela orelha, alongando sua fala:- Você está se aproveitando da situação, não está?- Só estou brincando! Você não tem senso de humor? Vou passear com a Luna, vai descansar!Carolina se libertou e correu para fora, a caminhada daquele dia foi claramente mais a
Henrique olhou nos olhos ardentes e sinceros dela, sentindo uma leve coceira na garganta, e virou o rosto para o lado:- Você está pensando demais.- Não, você realmente tem sentimentos por mim. - Carolina parecia estar falando tanto para ele quanto para si mesma. - Por que você não admite? Aceite esse sentimento! - Antes que ele pudesse responder, ela continuou. - Eu também tenho sentimentos por você!Ela não era tola, tinha notado todas as mudanças sutis ao longo dos dias. Ele nunca tinha pensado nessa direção. Neste momento, a reação dele confirmou as suspeitas dela.Visivelmente descontente, Henrique cruzou as pernas e olhou para Carolina com um olhar gelado:- São apenas sentimentos aparentes, ainda não podem ser chamados de amor.Não era amor, aquele sentimento que nos faz perder a razão, aquele sem o qual não podemos viver?Carolina tocou o nariz e baixou os olhos naturalmente, ocultando um lampejo de incerteza. De perfil, ela parecia um coelhinho ferido:- Claro que não.
- Eunice, que brincadeira sem graça.Eunice revirou os olhos:- Falei da boca para fora, você levou a sério?- Ah, que brincadeira de mau gosto.Carolina segurou o colega ao lado e sacudiu a cabeça para ele.- Deixa ela falar, é só ignorar.Afinal de contas, ela tinha razão, e não havia como contestar.Eunice lançou um olhar para Carolina e se afastou.O dia estava cheio de tarefas, e Carolina passou a manhã organizando dados e análises de negócios para a reunião da tarde.Depois da reunião fatídica, Eunice chegou ostentando confiança e ordenou:- Escreva o plano estratégico do projeto e me entregue amanhã. Marque os custos, cronograma e resultados previstos.Carolina massageou o pescoço dolorido, sem entender:- Se eu fizer tudo sozinha, o que você vai sobrar para você fazer?“Só supervisionar?”- Vou avaliar o plano que você criou e fazer as alterações necessárias se for preciso. Esta é uma boa oportunidade para você ser promovida e você ainda está fazendo drama?- Não