Henrique discou o número do Sr. Carlos enquanto olhava para a entrada do restaurante. O Sr. Carlos ainda estava lá, aguardando pacientemente. Henrique perguntou:- Sr. Carlos, a Srta. Carolina ainda não saiu? Você já terminou aí? A voz de Henrique soou gelada e opressiva quando falou, carregada com uma raiva incontrolável.- Sr. Henrique... - O Sr. Carlos percebeu imediatamente que a irritação de Henrique estava fervendo além do normal. Arrepios percorreram seus braços. - Fiquei aqui fora o tempo todo, não me afastei nem por um momento.- Quem disse para você esperar do lado de fora? O que você pode descobrir daí?Apesar de ser injustamente acusado, o Sr. Carlos sabia que a alternativa não seria outra pessoa senão Henrique.Ele respondeu com um toque de tristeza: - Tudo bem, estou entrando.- Não deixe ela ficar lá dentro.Ver Carolina conversando animadamente com outro homem estava mexendo com os nervos de Henrique.Após encerrar a ligação, Henrique digitou algumas palavras em inglê
Henrique apoiou o queixo com uma mão, seu olhar gélido percorreu o rosto de Carolina enquanto sua voz soou incontestável:- Daqui para frente, você está proibida de ter qualquer tipo de contato com o Lucas.- Por quê? Não aconteceu nada entre a gente, eu não sinto nada por ele.- Mesmo que você não sinta, está claro para mim que ele sente por você. - Henrique franziu a testa, seus olhos profundos como pedras de gelo. - Ou você gosta da ideia de ser cortejada por outros?- Se você percebeu que não sinto nada pelo Lucas, por que não confia em mim?Ele resmungou friamente pelo nariz, um som zombeteiro e ainda mais desdenhoso.- Se você realmente não sente nada, então deve manter distância de forma clara e simples. Não sair em encontros, não usar Lucas como plano B, não planejar ficar com ele depois de me deixar.Carolina olhou para seu rosto frio, à beira das lágrimas:- Não é isso, eu não sabia que ele gostava de mim. Se soubesse, não teria saído para jantar com ele. Se eu quisesse me en
Carolina estava sem palavras. Enquanto observava o homem que já tinha aberto seu laptop e estava imerso em seu trabalho, ela se sentia estufada pelas palavras não ditas. Pegando os documentos que haviam caído no chão, ela bateu a porta com força ao sair, como uma forma de desabafo.No departamento de planejamento, restavam apenas duas ou três pessoas. Iara estava arrumando suas coisas quando notou os documentos em francês que Carolina segurava. Ela perguntou confusa:- Você precisa traduzir esses documentos?- Sim, Iara. – Carolina respondeu.- Mas não é trabalho do departamento de tradução? Quem te atribuiu essa tarefa?Carolina apertou os dentes e riu com raiva:- Além do Sr. Henrique, quem mais teria o direito de fazer isso?Iara ficou perplexa por um momento:- O Sr. Henrique não sabe que você é do departamento de planejamento?Brilhante Max era tão grande que o CEO não poderia se lembrar de todos os funcionários. Bastava esclarecer a situação.- Ele sabe. - Carolina suspirou e não
Carolina ouviu a voz suplicante no telefone e ficou em silêncio por um momento. O coração dela se abrandou e ela concordou.Seguindo as instruções do entregador do outro lado da linha, Carolina saiu do edifício da Brilhante Max. Uma rajada de vento frio e úmido soprou, fazendo com que ela sentisse o gelo percorrendo seus ossos.Após caminhar algumas centenas de metros, ela chegou a um prédio residencial. Apesar das luzes, Carolina ainda sentia algo estranho. A voz no telefone continuava a orientá-la a prosseguir.Ela parou, um olhar de alerta piscou em seu belo rosto. Sem hesitar, ela desligou o telefone e retornou pelo mesmo caminho.Ela andava rapidamente, seus saltos finos batendo nas pequenas poças d'água na rua, quase a fazendo escorregar.Carolina se equilibrou, por capricho, virou a cabeça e olhou para trás.Foi um erro olhar. Um arrepio percorreu seu corpo.Patrícia trajava uma saia de couro preta, um casaco longo envolvia seu corpo, e quatro ou cinco guarda-costas a acompanhav
Ao ouvirem isso, todos interromperam suas atividades e voltaram seus olhares fixamente para Henrique. O Sr. Carlos se aproximou e abriu a porta do compartimento, permitindo que Carolina e Diego saíssem. Diego ficou atônito, nunca imaginara que seu reforço viria na forma de Henrique...Carolina se apressou em se aproximar de Henrique para desabafar:- Riquinho, essa mulher é realmente maldosa. Se você tivesse chegado cinco minutos mais tarde, não teria tido a chance de me ver.- Fica quieta, não exagere!Patrícia repreendeu em voz alta. Ela só queria assustar a mulher dissimulada, sem a intenção de causar um problema maior.- Riquinho, ela tem inveja de você, guarda rancor porque o sentimento não é recíproco. Ela quer me destruir e te ter só para ela!Carolina não ligava para as palavras de Patrícia. Com os lábios tremendo e o rosto franzido, ela estava à beira das lágrimas, cheia de ressentimento.O que esperar do futuro? Ela ousou perseguir alguém com vários homens em público, o que j
O Sr. Carlos agiu rapidamente, e o carro chegou em cinco minutos.Diego observou o Rolls-Royce à sua frente, com uma placa de número sequencial, e ficou chocado. Ele reconhecia o carro. Quando Carolina terminou com ele, ela estava sentada neste carro, ao lado de um homem mais velho no banco do motorista.O carro pertencia a Henrique, e o homem mais velho que supostamente estava dirigindo poderia muito bem ser apenas um motorista!Diego manteve o olhar fixo no Sr. Carlos, que estava no banco da frente dirigindo. A chuva gelada caía em seu rosto enquanto ele se deu um tapa.Sr. Carlos olhou surpreso e voltou o olhar para os bancos de trás, perguntando:- Sr. Henrique, como devo lidar com ele?- Não se preocupe com isso. - Respondeu Henrique sem sequer olhar.- Entendido.Gotas de água atingiram Diego, mas ele não se moveu. Ele olhou na direção em que Carolina havia ido embora, sentindo o peso da derrota em seus ombros.Aos olhos dele, Henrique era uma figura quase divina, uma entidade tr
- Sr. Henrique, chegamos - Disse o Sr. Carlos enquanto estacionava o carro, interrompendo as palavras que ela ainda não havia proferido.Henrique foi o primeiro a sair do carro e olhou para os sapatos inadequados nos pés de Carolina. - Quando voltar, troque esses sapatos. – Ele se voltou para ela, dizendo.Os sapatos de Carolina desapareceram durante a fuga. Havia alguns pares que ele costumava guardar no porta-malas do carro, e ele a fez usá-los temporariamente.As palavras que Carolina ainda não tinha pronunciado foram engolidas, e ela perguntou curiosamente:- Eu tenho sapatos aqui?- Anteriormente, o Sr. Rodrigo providenciou algumas coisas suas para facilitar seu retorno.Os olhos de Carolina brilharam, e ela sorriu ternamente:- Ele é muito atencioso.Henrique resmungou friamente.Rodrigo nem estava sendo atencioso; ele havia organizado tudo.Comparado com essa falta de atenção, quando o carro que seguia atrás parou, Patrícia entrou apressada e animada, procurando por Rodrigo.Ne
- Não é porque eu gosto de você! - Patrícia encarou o lugar onde as mãos deles estavam entrelaçadas, os olhos pareciam prestes a lançar chamas. - Se eu não gostasse de você, por que iria atrás de você?Carolina massageou a testa, um pouco chocada.Ela e Henrique tinham apenas um acordo matrimonial. Se fossem um casal de verdade, mesmo que tivessem muita paciência, não conseguiriam evitar uma briga com Patrícia, se ela agisse daquela maneira.- Você gosta do Henrique, é a sorte dele. Agora que ele está casado, você não precisa ficar obcecada. Se é hora de encontrar um namorado, arranje um para você. Se é hora de casar, case. – Rodrigo dizia.- Mas ela fez algo que prejudicou o Sr. Henrique. Vovô, você não pode simplesmente ignorar isso. – Patrícia tentava se defender.Carolina franziu a testa e deu alguns passos à frente.- Você não está indo longe demais? Eu nem te pedi desculpas ainda, e você continua me difamando. Tenha algum respeito na frente dos mais velhos.Ao ver como Patrícia e