Carolina apertou os dedos ao lado do corpo, exibindo um sorriso que não chegava aos olhos:- Por quê?O sorriso no rosto de Patrícia se alargou, inclinando o pescoço na direção dela:- Porque a mulher que ele ama está no exterior. Ele a espera há muito tempo. Quando ela voltar, você será descartada. Ele se casou com você apenas porque ele te acha obediente e fácil de manipular. Será conveniente para ele se livrar de você no futuro, sem se envolver em problemas. As famílias Souza e Mendonça são antigas, com um século de história. O casamento é uma questão de aliança. Não pode ser tratado como um jogo infantil, onde se fala de divórcio e se divorcia.O olhar de Patrícia se fixou no rosto de Carolina, com um sorriso sarcástico e zombador, ela continuou:- Mas você é diferente. Sua mãe morreu cedo, seu pai não te ama. Se levar um chute, não terá ninguém para te apoiar. Ele poderia te fazer sumir sem deixar rasto, sem grandes custos. Henrique é um empresário. Ele sabe como minimizar perdas.
Carolina saiu de seu devaneio, fechando rapidamente a página do computador e respondendo:- Já estou indo.No térreo, na sala de estar.Henrique também havia trocado de roupa para uma mais confortável, ele usava uma camisa azul marinho de mangas compridas e calças, o que o tornava um pouco menos distante e um pouco mais acolhedor. No entanto, seus olhos escuros, cheios de avaliação, não transmitiam exatamente amizade.- O que você estava fazendo escondida no quarto?- Trocando de roupa. - Carolina encarou seu rosto frio e pensou nas palavras de Patrícia. Ela escondeu a pontada de desconforto que havia surgido do nada, e sorriu docemente. - Algumas pessoas têm privilégios que outras não têm, não é mesmo?Ambos compartilhavam algo: a primeira coisa que faziam ao chegar em casa era trocar de roupa, como se estivessem se livrando das impurezas do mundo exterior.Henrique sorriu de maneira irônica:- Cinco minutos para trocar de roupa seriam suficientes, mas você ficou lá dentro por quarent
Beatriz usava um vestido branco esvoaçante, ela ria e conversava com um homem desconhecido. A aparência delicada e elegante dela deixava o homem ao lado com o rosto corado.- Eu confio esse caso a você. – Beatriz dizia.- Sem problemas, é uma questão menor. Mas você realmente aguenta beber? Você parece tão contida... – Respondeu ele.- Posso beber um pouco. Você, advogados, trabalhamos muito, então hoje é uma oportunidade para relaxar.- Então vou beber contigo de bom grado. Graças à chuva lá fora, tivemos essa chance. Ter alguém como a Srta. Beatriz me acompanhando é uma honra.Com apenas algumas palavras, Carolina quase compreendeu a situação. Ela riu de forma cética, não evitou e avançou.Quando Beatriz viu Carolina, o sorriso desapareceu instantaneamente do rosto dela, ela congelou. O homem ao lado a observou curiosamente:- O que aconteceu?Beatriz apertou os lábios e falou quase como um sussurro:- Eu vi minha irmã.O homem parou por um momento, seguiu o olhar dela e fixou os olh
Ao ouvir isso, uma onda de raiva percorreu Carolina dos pés à cabeça. Ela rosnou com frieza:- Você não teria coragem!- Vamos ver se eu tenho coragem ou não. - Os olhos de Beatriz se moveram, e de repente ela teve uma ideia. - Daqui a dois dias é o aniversário do papai. Se você aparecer podemos conversar, eu vou pensar se vou deletar aquelas fotos da Fernanda. Como irmãs, sinceramente, não quero levar isso para os tribunais.- Você não tem medo que eu chame a polícia? - Carolina controlou a raiva, seus olhos ficaram vermelhos.- Claro que tenho medo, mas vou te dar um conselho. Não acabe com a vida da Fernanda por um momento de satisfação egoísta. Uma garota que passa por esse tipo de golpe pode acabar fazendo besteiras.Os olhos de Carolina ficaram úmidos, suas pupilas se contraíram.Ela sabia, sabia de tudo.Carolina entendia o quanto isso prejudicaria Fernanda se essas fotos fossem divulgadas.Fernanda era a amiga que estava ao seu lado por todo esse tempo, quase como uma irmã. Fer
- Você não me obedece, mas está pronta para obedecer algum desconhecido? - Henrique ignorou automaticamente a primeira metade da frase, segurando o queixo dela e questionando com frieza. Os antigos sempre diziam que o marido era o pilar da família, então não seria um problema ela obedecer a ele. A aura de Henrique se intensificou imediatamente. Carolina engoliu a seco, se sentindo um pouco intimidada.- Eu quis dizer que nossa relação é um pouco desigual. Devíamos nos tratar com respeito mútuo.- Tudo bem, contanto que você esteja à altura das minhas expectativas.- Mesmo que eu não esteja, ainda mereço ser tratada com humanidade. Cozinho para você todos os dias e até tenho que te bajular como a Luna faz. Sou uma pessoa com sentimentos, mereço dignidade!- O que há de errado em ser como a Luna? - Henrique ergueu o queixo. - Você sabe que muitas pessoas no mundo invejam a vida dela?Carolina olhou para o border collie deitado perto da porta. Até a cama em que Luna dormia era importada
Ouvindo essas palavras, o coração de Carolina se aqueceu, mas ela sabia que Henrique estava sendo dominado pelo desejo autoritário. De qualquer forma, ele estava pensando de forma muito cuidadosa desta vez.- Sim, eu também sou muito grata a ele. - Carolina respondeu com um sorriso sincero.O Sr. Carlos sorriu e assentiu.No salão de banquetes, todos estavam muito elegantes. Antônio e Beatriz estavam na entrada, recebendo os convidados. Parecia que o divórcio com a família Mendes não os afetou muito.Quando Beatriz viu Carolina, imediatamente a abraçou carinhosamente:- Maninha, você chegou. Vou te levar para dentro.Carolina se afastou discretamente dela, com uma expressão impassível:- Eu posso entrar sozinha.Beatriz ficou momentaneamente atônita, escondendo a malícia em seus olhos e sorrindo:- Certo, Diego também está lá dentro. Você pode se sentar com ele.Carolina não respondeu, encontrou um lugar vago e se sentou. Depois de se afastar de Diego com dificuldade, ela estava tentan
Carolina apertou os lábios e falou com suavidade:- Mais ou menos isso. Ele me ajudou muito, e agora não há como voltar atrás.O contrato estava assinado, resistir não fazia sentido, então a melhor opção era obedecer para evitar problemas maiores.De qualquer forma, ela não conseguiria competir com aquele homem.Ouvindo essa resposta, Lucas olhou para ela com olhos cheios de compreensão:- Você pode contar comigo, estou aqui para ajudar. Não quero te ver sofrendo.- Não, não precisa. Estou bem agora, vou conseguir.Três anos não era muito nem pouco tempo; ela era jovem e tinha muito tempo pela frente.- Não me veja como estranho. Não tenho dinheiro como o Sr. Henrique, mas tenho alguns recursos. Se você tiver dificuldades, estou disponível a qualquer hora e em qualquer lugar, contanto que você não... não sofra assim.Carolina ficou emocionada, um sorriso de alívio iluminou seu rosto:- De verdade, estou bem. Você não precisa se importar comigo. Não sou dramática. Se encontrar algo que
Antônio pegou uma caixa quadrada das mãos de Mariana e entregou a Carolina: - Aqui estão as economias que a sua mãe me instruiu a deixar como o seu dote. São 500 mil em ativos líquidos e 2 milhões em joias de jade. Eu não te dei isso antes porque você era jovem e poderia gastar de forma impulsiva. Mas agora é diferente. Você cresceu e tem as suas próprias ideias. Sinto que posso confiar em você.- Carolzinha, não brigue com o seu pai. - Interveio Mariana.- É verdade, irmãzinha. Nossa família fica mais forte quando estamos unidos. Vou cuidar do papai, você só precisa evitar deixá-lo zangado no futuro. – Completou Beatriz.Nesse momento, a mídia do lado de fora entrou apressadamente, capturando o momento da "reunião familiar" com suas câmeras.As luzes dos flashes eram tão fortes que Carolina não conseguia abrir os olhos. Instintivamente, ela deu um passo para trás, e nesse momento, ela viu claramente o colar de jade branco que Beatriz ainda estava usando em volta do pescoço.Carolina