Ela não conseguia pegar no sono, como se os dias após a separação de Beatriz não estivessem sendo bons. Isso a atormentava. No entanto, Carolina não se incomodava, pois ela não era do tipo que voltava atrás em suas decisões, ela era determinada.As tentativas de Diego em encenar afeto tarde da noite não a interessavam nem um pouco. Aquelas demonstrações emocionais não a tocavam.Após fazer sua higiene, Carolina desceu as escadas ao lado de Henrique. O clima estava excepcionalmente agradável naquele dia, o céu estava limpo e sem nuvens.A estação de trabalho de Carolina ficava próxima à janela. Ao abri-la, uma brisa suave entrava, melhorando consideravelmente seu humor. Seus dedos dançavam sobre o teclado em um ritmo único e cadenciado.- Carolzinha, tem alguém procurando por você lá embaixo.Perdida em seus pensamentos, a equipe da recepção a interrompeu para entregar a mensagem. Carolina retirou os fones de ouvido e fez uma pausa:- Certo, vou lá embaixo.Quando chegou lá embaixo ela
Carolina saiu do elevador e se deparou com o andar inteiramente ocupado por Henrique. Ela de repente percebeu que, embora Henrique tivesse um temperamento difícil e fosse sarcástico, ele não tinha o hábito de se envolver em relações amorosas casuais. Depois de conhecê-lo por tanto tempo, ele parecia ser alguém que valorizava a moralidade.Esse tipo de homem também parecia ser bom...Carlos saiu e viu Carolina parada na entrada do elevador, parecendo pensativa. Ele acenou para ela e interrompeu seus devaneios:- A Srta. Carolina está procurando pelo Sr. Henrique?- Sim, ele está aqui?- Sim. – Carlos respondeu, acrescentando especificamente. - O Sr. Henrique pediu que, da próxima vez, a senhorita entre diretamente. Seria mais conveniente.Carolina olhou estranhamente para ele."Vou lá apenas na hora do almoço para entregar a marmita, o que há de tão conveniente nisso."Enquanto pensava assim, ela respondeu educadamente.Dentro do escritório, Henrique estava tirando um cochilo. Ele estav
No quarto.Roupas se encontravam espalhadas pelo chão e, na cama d'água, uma mulher desconhecida estava nua e gritando.Todas as evidências eram inegáveis, trazendo de volta à memória o dia em que Carolina flagrou Beatriz e Diego juntos.Ela pensava que já havia superado aquela dor, mas presenciar algo semelhante novamente a fez sentir repulsa, seu estômago revirou involuntariamente.Carolina começou a vomitar, enquanto ao redor ouvia discussões e xingamentos.Carlos tinha acompanhado Henrique por muito tempo, então sabia agir rapidamente. Ele separou Fernanda e o cafajeste, confirmou os fatos e tirou algumas fotos como evidência com o celular antes de levar Carolina e Fernanda embora.Os três desceram as escadas e, com lágrimas ainda nos olhos, Fernanda finalmente reagiu:- Eu nem tive a chance de bater nele. Por que você me arrastou para fora?- Poupe suas energias para coisas mais importantes. – Respondeu Carlos.Carolina inclinou a cabeça, achando a linguagem dele muito familiar.-
Carolina apertou os dedos ao lado do corpo, exibindo um sorriso que não chegava aos olhos:- Por quê?O sorriso no rosto de Patrícia se alargou, inclinando o pescoço na direção dela:- Porque a mulher que ele ama está no exterior. Ele a espera há muito tempo. Quando ela voltar, você será descartada. Ele se casou com você apenas porque ele te acha obediente e fácil de manipular. Será conveniente para ele se livrar de você no futuro, sem se envolver em problemas. As famílias Souza e Mendonça são antigas, com um século de história. O casamento é uma questão de aliança. Não pode ser tratado como um jogo infantil, onde se fala de divórcio e se divorcia.O olhar de Patrícia se fixou no rosto de Carolina, com um sorriso sarcástico e zombador, ela continuou:- Mas você é diferente. Sua mãe morreu cedo, seu pai não te ama. Se levar um chute, não terá ninguém para te apoiar. Ele poderia te fazer sumir sem deixar rasto, sem grandes custos. Henrique é um empresário. Ele sabe como minimizar perdas.
Carolina saiu de seu devaneio, fechando rapidamente a página do computador e respondendo:- Já estou indo.No térreo, na sala de estar.Henrique também havia trocado de roupa para uma mais confortável, ele usava uma camisa azul marinho de mangas compridas e calças, o que o tornava um pouco menos distante e um pouco mais acolhedor. No entanto, seus olhos escuros, cheios de avaliação, não transmitiam exatamente amizade.- O que você estava fazendo escondida no quarto?- Trocando de roupa. - Carolina encarou seu rosto frio e pensou nas palavras de Patrícia. Ela escondeu a pontada de desconforto que havia surgido do nada, e sorriu docemente. - Algumas pessoas têm privilégios que outras não têm, não é mesmo?Ambos compartilhavam algo: a primeira coisa que faziam ao chegar em casa era trocar de roupa, como se estivessem se livrando das impurezas do mundo exterior.Henrique sorriu de maneira irônica:- Cinco minutos para trocar de roupa seriam suficientes, mas você ficou lá dentro por quarent
Beatriz usava um vestido branco esvoaçante, ela ria e conversava com um homem desconhecido. A aparência delicada e elegante dela deixava o homem ao lado com o rosto corado.- Eu confio esse caso a você. – Beatriz dizia.- Sem problemas, é uma questão menor. Mas você realmente aguenta beber? Você parece tão contida... – Respondeu ele.- Posso beber um pouco. Você, advogados, trabalhamos muito, então hoje é uma oportunidade para relaxar.- Então vou beber contigo de bom grado. Graças à chuva lá fora, tivemos essa chance. Ter alguém como a Srta. Beatriz me acompanhando é uma honra.Com apenas algumas palavras, Carolina quase compreendeu a situação. Ela riu de forma cética, não evitou e avançou.Quando Beatriz viu Carolina, o sorriso desapareceu instantaneamente do rosto dela, ela congelou. O homem ao lado a observou curiosamente:- O que aconteceu?Beatriz apertou os lábios e falou quase como um sussurro:- Eu vi minha irmã.O homem parou por um momento, seguiu o olhar dela e fixou os olh
Ao ouvir isso, uma onda de raiva percorreu Carolina dos pés à cabeça. Ela rosnou com frieza:- Você não teria coragem!- Vamos ver se eu tenho coragem ou não. - Os olhos de Beatriz se moveram, e de repente ela teve uma ideia. - Daqui a dois dias é o aniversário do papai. Se você aparecer podemos conversar, eu vou pensar se vou deletar aquelas fotos da Fernanda. Como irmãs, sinceramente, não quero levar isso para os tribunais.- Você não tem medo que eu chame a polícia? - Carolina controlou a raiva, seus olhos ficaram vermelhos.- Claro que tenho medo, mas vou te dar um conselho. Não acabe com a vida da Fernanda por um momento de satisfação egoísta. Uma garota que passa por esse tipo de golpe pode acabar fazendo besteiras.Os olhos de Carolina ficaram úmidos, suas pupilas se contraíram.Ela sabia, sabia de tudo.Carolina entendia o quanto isso prejudicaria Fernanda se essas fotos fossem divulgadas.Fernanda era a amiga que estava ao seu lado por todo esse tempo, quase como uma irmã. Fer
- Você não me obedece, mas está pronta para obedecer algum desconhecido? - Henrique ignorou automaticamente a primeira metade da frase, segurando o queixo dela e questionando com frieza. Os antigos sempre diziam que o marido era o pilar da família, então não seria um problema ela obedecer a ele. A aura de Henrique se intensificou imediatamente. Carolina engoliu a seco, se sentindo um pouco intimidada.- Eu quis dizer que nossa relação é um pouco desigual. Devíamos nos tratar com respeito mútuo.- Tudo bem, contanto que você esteja à altura das minhas expectativas.- Mesmo que eu não esteja, ainda mereço ser tratada com humanidade. Cozinho para você todos os dias e até tenho que te bajular como a Luna faz. Sou uma pessoa com sentimentos, mereço dignidade!- O que há de errado em ser como a Luna? - Henrique ergueu o queixo. - Você sabe que muitas pessoas no mundo invejam a vida dela?Carolina olhou para o border collie deitado perto da porta. Até a cama em que Luna dormia era importada