Os olhos negros de Carolina se fixaram no rosto de Henrique, ela entendeu de imediato. Com timidez, ela perguntou:- O vô quer que eu vá trabalhar na sua empresa?- Mais ou menos.- Ele mesmo me disse, mas encontrei uma desculpa para recusar.A implicação era clara: não era da conta dela.Henrique olhou friamente para ela e disse:- Você se esquiva de responsabilidades com muita rapidez.- Não tem nada a ver comigo, por que eu não deveria me esquivar? - Carolina respondeu com seriedade.O vô era excessivamente entusiasmado, e ela não conseguia resistir. Não que ela não pudesse resistir, mas sim porque ela não era a verdadeira nora da família Mendonça. Carolina não queria mentir e enganar o vô toda vez que se encontrassem, pois ele realmente era muito bom para ela. Assim, ela se sentiu culpada e envergonhada.Rodrigo pegou um lenço de papel e limpou a boca, perguntando casualmente:- Você está muito ocupada na Empresa R?- Um pouco.- Cansada?- De cansaço físico nem tanto, lá o esgotam
Carolina descansou em casa por vários dias, passando pelo período de menstruação, só restava a ela o dia seguinte de folga.Ela planejava ir às compras com Fernanda.Ao sair, Carolina fez questão de dizer a Henrique para ele cuidar do jantar.Henrique, ao ver a mensagem enviada por Carolina, bufou. "É só melhorar um pouco que já perde o controle, quer sair correndo, sem descansar."André colocou o contrato de trabalho preparado diante de Henrique:- Veja se tem algo a adicionar.Henrique pegou o papel, dando uma olhada rápida.Naquele momento, Carlos entrou segurando duas caixas de doces, ao ver André, cumprimentou-o com um sorriso.- Presidente Henrique, dois dos nossos colaboradores se casaram, e eles distribuíram esses doces.Ao ouvir, Henrique olhou para a caixa de doces, com a voz fria e baixa ele disse:- Acrescente uma cláusula, proibindo relacionamentos no escritório.André ficou sem palavras:- E se a Carolina recusar?- Ela não tem direito de recusar.André permaneceu em silê
Beatriz alcançou e ouviu Alberto chamando Carolina de irmã. Ela olhou para Carolina, um arrepio percorreu a espinha dela:- Você chamou ela de quê?- Irmã, ela é mais velha do que eu, qual é o problema chamar ela assim?Alberto estava vestido em roupas esportivas, com dreads no cabelo, a imagem perfeita de um jovem delinquente da escola. Beatriz ficou em choque diante do contraste de aparência e personalidade do Adalberto.Carolina revirou os olhos, Alberto não havia falado assim quando importunou ela alguns dias atrás.- Como vocês se conheceram?Alberto revirou os olhos:- Nos conhecemos na empresa do meu pai. Por que tantas perguntas?A expressão de Beatriz suavizou, ela tentou parecer calma:- Você não sabe, não é? Eu sou a irmã mais velha de Carolina.- Eu sei. E sei também que vocês fizeram Carolina ir embora.Claro, isso foi o que Miguel havia dito a ele quando soube que Alberto estava em contato com Beatriz.Ao ouvir isso, o sorriso no rosto de Beatriz começou a falhar. Ela não
Os pelos da nuca de Carolina se arrepiaram, e ela sentiu um medo inexplicável.Ela balançou a cabeça, cobrindo o estômago:- Você vai primeiro, eu preciso usar o banheiro.- Tem um banheiro no quarto.- Não precisa, eu ainda prefiro...Carolina não terminou a frase, seu corpo foi erguido por Henrique, e ela perdeu repentinamente o equilíbrio, deixando escapar um grito curto e agudo. Seus braços instintivamente envolveram o pescoço de Henrique.Os belos olhos de Henrique continham um traço malicioso, os lábios finos dele chegaram perto do ouvido dela e ele sussurrou em uma voz que só eles podiam ouvir:- Como você gosta de usar palavras para me provocar, hoje eu vou fazer o que você quiser, vou ver até onde consigo chegar.O aroma masculino veio ao encontro dela, e a respiração quente e úmida soprou no ouvido de Carolina, fazendo até as orelhas ficarem em uma tonalidade suavemente rosada.Ela olhou fixamente para ele, aqueles olhos envernizados, sem conseguir discernir se ele estava bri
Quando ambos estavam prestes a sucumbir ao calor que os circundavam, o celular na cabeceira da cama tocou de repente.Os olhos de Henrique, antes preenchidos com paixão, recuperaram um traço de clareza, e ele olhou para a mulher desnuda, subitamente acordado.No momento seguinte, ele se levantou da cama, pegou o celular e entrou no banheiro.Com uma batida forte ele fechou a porta, a parede inteira pareceu vibrar, misteriosamente misturada com um toque de raiva e confusão.Esta situação era completamente inesperada.Carolina, na cama, ficou atordoada por um bom tempo, até ouvir o som do chuveiro no banheiro. Ela baixou o olhar para o próprio peito."Não é pequeno! O que ele quis dizer om isso, que ele não está satisfeito comigo? Sou tão ruim assim?"Carolina recordou sua iniciativa anterior, e de repente, um imenso sentimento de vergonha e derrota encheu o peito dela. Seus olhos se encheram de lágrimas, ela arrumou as roupas, bateu a porta e saiu.No andar de baixo, não havia sinal de
Carolina foi de ônibus para a Empresa R, atordoada. Ainda não era hora de começar o trabalho, o segurança e a faxineira estavam conversando casualmente no térreo.- Como está aquela sua parente, ela se divorciou?- Sim. E está passando dificuldades agora, ela é analfabeta e cuida sozinha de dois filhos. Eu disse para ela não divorciar, mas ela não me ouviu. Agora se arrepende, mas não há nada a fazer. Só para você saber, o marido dela ganha mais de um milhão por ano. Apesar do temperamento ruim, ele não fez nada de errado. Se ela não tivesse se divorciado, ela não teria que se preocupar com roupa e comida. Agora que se divorciou, quem sofre são as crianças.- Não tem jeito, os jovens são muito impulsivos, não há como detê-los.Carolina parou de prestar atenção no que eles diziam, ela fechou as mãos com força, tão apertado que os nós ficaram brancos.Carolina ficou parada, pensou profundamente por um longo tempo, antes de finalmente desistir da ideia de renunciar."Talvez ficar ao lado
- Não, já encontrei um novo emprego. - Carolina tomou um gole de água e dizendo.- Já? Vai trabalhar para qual empresa? - Lucas perguntou, surpreso.- Uma pequena empresa.- Você tem boas qualificações, por que escolheu uma empresa pequena?Cláudio interveio:- Posso te apresentar algumas oportunidades, não desperdice sua juventude.- Ele está certo, você pode usar isso como um trampolim, mas se quiser desenvolvimento a longo prazo, deve ir para uma grande empresa.- Sim, Carolina, não seja impulsiva em suas decisões.Carolina ouviu os conselhos deles, se sentindo acolhida. Ela sabia melhor do que ninguém, ela só aceitou o acorde de Henrique, justamente porque não podia ser impulsiva. Ela se sentia igualmente grata.- Vocês todos estão certos, vou fazer isso, não serei impulsiva. - Carolina sorriu astutamente, os olhos dela brilhavam como estrelas. - Eu pensei bem antes de tomar minha decisão, só aceitei porque essa empresa oferece um salário maior do que a Empresa R.Lucas olhou em se
Lucas soltou uma risada, achando que seus olhos o enganaram, ele continuou a caminhar até chegar no balcão.- Senhor, a conta da mesa oito já foi paga.Lucas hesitou, pensando subconscientemente que Carolina tinha pago a conta, mas quando voltou à mesa, descobriu que Carolina havia desaparecido.- Onde está Carolina?Cláudio abriu as mãos, sinalizando que não sabia.- Pergunte para Cristina.- Cristina não saiu agora pouco?- Eu estava com muito calor, fui na sorveteria aqui do lado comprar um picolé. Quando voltei, Carolina já tinha ido embora. – Disse Cristina, pegando o celular. – Vou ligar e perguntar. Talvez ela tenha ido ao banheiro.Lucas franziu a testa ligeiramente.- Carolina bebeu bastante, deve ter batido.Na rodovia.Carolina estava deitada no banco de trás do carro, sua cabeça estava zumbindo como se um trem estivesse correndo de um lado para o outro. A paisagem do lado de fora da janela parecia um quadro.Ela estava tonta e pensou em ligar para Cristina, mas o celular to