Luana quase pulou de susto.- Samuel, o que você está fazendo? Samuel não respondeu, simplesmente apertou Luana contra seu peito. O abraço de Samuel era quente, e, através das roupas, Luana conseguia ouvir claramente as batidas do coração dele, cada vez mais fortes.- Samuel, eu posso perdoar você pelo que havia acontecido antes, afinal, fui eu que me iludiu. Mas agora, o que você realmente quer de mim? - A frustração de Luana emergiu de uma vez. Antes, Samuel a ignorava, e depois do que aconteceu entre eles, ele ainda tentava se distanciar. Isso a deixava furiosa e, mais ainda, profundamente magoada.De repente, Luana sentiu um aperto no nariz, e seus olhos começaram a ficar vermelhos. As lágrimas estavam prestes a cair. Ela pensou que naquela noite suas lágrimas realmente não tinham valor, pois já havia chorado uma vez na frente de Samuel e agora estava prestes a chorar novamente.Ela não era assim. Na frente dos outros, Luana sempre comandava com autoridade, e seus homens a respeit
Samuel respirou fundo, jamais imaginou que Luana poderia ser tão fria com ele, como se entre os dois nunca tivesse existido qualquer tipo de sentimento. O ar no quarto parecia pesado, carregado de tensão. Será que Luana realmente não sentia nada por ele? Ele sentiu como se o mundo desabasse sobre sua cabeça, como se seu coração tivesse se partido de uma forma irreparável. Cada batida doía, como se cada pedaço quebrado perfurasse ainda mais seu peito.Desolado, ele afundou no sofá, os olhos fixos no rosto de Luana, procurando qualquer indício de tristeza ou dor. Ele estudava cada detalhe de suas feições, desde os olhos, que evitavam os dele, até a boca, que permanecia cerrada em uma linha dura. No entanto, a expressão dela permanecia impassível, sem revelar nenhuma emoção. Samuel queria desesperadamente encontrar um sinal de que ela também estivesse sofrendo, mas não encontrou nada. A indiferença dela era um gelo que se espalhava pelo ambiente, aumentando sua angústia.De repente, as pa
- Samuel, o que você acabou de dizer é verdade? - Luana perguntou, segurando firmemente a mão de Samuel. Ele olhou para ela, seus olhos cheios de seriedade, e puxou a mão dela gentilmente para baixo, assentindo com determinação. - Sim, Luana, cada palavra foi do fundo do meu coração. Se você não pode acreditar nisso, então não tenho mais o que dizer. O silêncio no quarto parecia cheio de eletricidade, como se cada palavra proferida estivesse prestes a desencadear uma tempestade. Samuel sabia que já havia esgotado a confiança de Luana em várias ocasiões. Ele não esperava que ela acreditasse completamente em suas palavras agora, mas precisava expressar seus sentimentos, independentemente da resposta dela. Mesmo ao dizer que desejava felicidade para ela, seu coração doía tanto que seus dedos tremiam. O toque dela em sua mão era uma âncora que o mantinha no momento, evitando que ele se perdesse na dor.- Se você está sendo sincero, por que está indo embora? - Luana perguntou, a voz chei
As palavras de Jaqueline atingiram Valentino em cheio. Era óbvio que, após uma declaração de amor, os dois estariam imersos em seus sentimentos. Subir para interromper não faria sentido. - Foi um erro meu, Jaque. Vamos, você esteve ocupada o dia todo e não comeu nada. Os chefs do palácio prepararam alguns lanches. Vamos pegar algo para comer?Jaqueline acariciou seu estômago vazio e assentiu com vigor. Ela estava faminta, mas a correria do dia, somada à situação inesperada com Samuel e Luana, não lhe deu tempo para pensar em comida. Quando Valentino mencionou isso, seu estômago roncou audivelmente, um som quase cômico no silêncio do corredor.Valentino riu, seus olhos brilhando com diversão. - Parece que te conheço muito bem, até o horário em que você fica com fome.- Claro, você é como uma lombriga no meu estômago, sabe de tudo sobre mim. - Jaqueline respondeu brincando, um sorriso suave iluminando seu rosto cansado.Os dois caminharam entre risos e piadas até o local de refeições d
Jaqueline não podia deixar Diana agir de forma tão descontrolada. Com um gesto firme, ordenou que os empregados se retirassem. Diana, furiosa, quase jogou a água da sua taça no rosto de Jaqueline. Quando estava prestes a agir, Valentino interveio e segurou seu braço com força.- Você... - Diana começou a falar, mas a dor em seu pulso, apertado por Valentino, a fez parar. Ela olhou para ele, surpresa pela firmeza incomum, e percebeu que seu pulso estava ficando vermelho, quase machucado. O olhar de Valentino era implacável, seus olhos refletindo uma determinação que ela nunca havia visto nele.Valentino, sempre cortês, raramente usava de força, mesmo em situações difíceis. Sua atitude surpreendeu até Jaqueline, que nunca o tinha visto tão impaciente. A tensão no ar era palpável, cada movimento parecia carregado de eletricidade estática, prestes a se transformar em uma tempestade.Ignorando a reação de Diana, Valentino se sentou e comentou com voz firme, que reverberou pela cozinha: -
Jaqueline deu uma risada seca. A tensão entre ela e Diana parecia interminável, e a diferença entre as duas era gritante. Embora ambas ocupassem os mesmos títulos e vivessem no mesmo palácio invejado por todos, a essência delas era completamente distinta. Essa diferença se refletia em seus pensamentos, comportamentos e modos de vida. Nada que Jaqueline dissesse poderia fazer Diana entender.- Eu posso não entender tudo, mas sei que desperdiçar e esbanjar sem necessidade é errado. Acho que nossa mãe está certa e espero que você possa entender a boa intenção dela. - A voz de Jaqueline era calma, mas firme, carregada de uma sabedoria que vinha das adversidades que enfrentava ao longo dos anos. - Jaqueline deu de ombros e acrescentou. - Se você não quer comer, tudo bem. Ninguém está te obrigando.Ela se levantou da mesa com elegância, decidida a encerrar a conversa.Diana, porém, não deixava o assunto morrer. Seguiu Jaqueline com passos rápidos e irritados, a frustração estampada em cada m
Jaqueline discordou das palavras de Valentino. Seus olhos estavam firmes, refletindo sua sinceridade e frustração. Ela realmente tinha dado um conselho sincero a Diana, mas a outra não quis ouvir.Valentino, segurando o riso, apontou para o andar de cima e disse com uma leve ironia: - Se você quer vê-los, é melhor ir logo. Está ficando tarde, e amanhã teremos muitas coisas para fazer. Jaqueline, sem dizer mais nada, caminhou diretamente em direção às escadas.No quarto de Samuel e Luana, o ambiente estava envolto em uma atmosfera de ternura. Os dois estavam mergulhados em palavras doces, os rostos iluminados por sorrisos genuínos. Finalmente, depois de superar suas diferenças, estavam dispostos a ouvir um ao outro com seriedade. Antes, quando ainda havia barreiras entre eles, nem sequer poderiam ser considerados um casal em conflito, apenas dois estranhos vivendo no mesmo espaço.Luana ainda se lembrava vividamente de como, naquele período, Samuel tinha olhos apenas para Jaqueline. E
Samuel estava com uma expressão preocupada no rosto, suas sobrancelhas franzidas em uma mistura de frustração e cuidado. - Você sempre cuidou de si mesma desse jeito? Não sabe que mesmo eventos improváveis podem acontecer? - Seu tom era de leve repreensão, mas seus olhos mostravam uma preocupação genuína enquanto terminava de aplicar o curativo no dedo de Luana.Luana observava o curativo, novo e colorido com desenhos de personagens de desenhos animados, e não pôde deixar de exclamar, surpresa: - Você anda com curativos assim o tempo todo?- É tão estranho? - Perguntou Samuel, continuando a recolher os cacos de vidro do chão. - Na verdade, não costumo carregar isso comigo, mas hoje parece que vou começar a fazer isso. Talvez eu precise carregar alguns a mais, para alguém que nem sabe estancar o próprio sangue. O comentário de Samuel fez Luana sorrir de maneira quase imperceptível. O calor de sua preocupação parecia curar não só o corte em seu dedo, mas também feridas invisíveis em s