Jaqueline discordou das palavras de Valentino. Seus olhos estavam firmes, refletindo sua sinceridade e frustração. Ela realmente tinha dado um conselho sincero a Diana, mas a outra não quis ouvir.Valentino, segurando o riso, apontou para o andar de cima e disse com uma leve ironia: - Se você quer vê-los, é melhor ir logo. Está ficando tarde, e amanhã teremos muitas coisas para fazer. Jaqueline, sem dizer mais nada, caminhou diretamente em direção às escadas.No quarto de Samuel e Luana, o ambiente estava envolto em uma atmosfera de ternura. Os dois estavam mergulhados em palavras doces, os rostos iluminados por sorrisos genuínos. Finalmente, depois de superar suas diferenças, estavam dispostos a ouvir um ao outro com seriedade. Antes, quando ainda havia barreiras entre eles, nem sequer poderiam ser considerados um casal em conflito, apenas dois estranhos vivendo no mesmo espaço.Luana ainda se lembrava vividamente de como, naquele período, Samuel tinha olhos apenas para Jaqueline. E
Samuel estava com uma expressão preocupada no rosto, suas sobrancelhas franzidas em uma mistura de frustração e cuidado. - Você sempre cuidou de si mesma desse jeito? Não sabe que mesmo eventos improváveis podem acontecer? - Seu tom era de leve repreensão, mas seus olhos mostravam uma preocupação genuína enquanto terminava de aplicar o curativo no dedo de Luana.Luana observava o curativo, novo e colorido com desenhos de personagens de desenhos animados, e não pôde deixar de exclamar, surpresa: - Você anda com curativos assim o tempo todo?- É tão estranho? - Perguntou Samuel, continuando a recolher os cacos de vidro do chão. - Na verdade, não costumo carregar isso comigo, mas hoje parece que vou começar a fazer isso. Talvez eu precise carregar alguns a mais, para alguém que nem sabe estancar o próprio sangue. O comentário de Samuel fez Luana sorrir de maneira quase imperceptível. O calor de sua preocupação parecia curar não só o corte em seu dedo, mas também feridas invisíveis em s
Jaqueline ainda estava de costas para a porta, preocupada em não causar nenhum constrangimento adicional aos dois. Sentia suas bochechas queimarem, incapaz de acreditar que havia presenciado um momento tão íntimo entre Samuel e Luana.Samuel deu um leve toque no ombro de Jaqueline, sua voz baixa e gentil: - Pode virar agora, Jaqueline. Vai ver como a Luana está. Ela já está sóbria e estava se perguntando por que você não voltou ainda.Jaqueline se virou lentamente, seu rosto ainda vermelho de vergonha. Seu olhar encontrou o de Samuel, que, igualmente embaraçado, tentou manter uma expressão serena. A situação era desconfortável para ambos, mas havia um entendimento mútuo.Mesmo com toda a experiência de vida e as incontáveis cenas de beijos que já assistiu na TV, nada a preparou para ver isso ao vivo, especialmente entre dois de seus amigos mais próximos. A cena de Samuel e Luana trocando um beijo apaixonado era um contraste gritante com a animosidade que antes existia entre eles. Jaqu
Enquanto desciam as escadas, Luana queria desesperadamente perguntar a Jaqueline o que exatamente ela havia entendido, mas a expressão enigmática da amiga a deixava inquieta. Jaqueline sorria de uma forma que Luana não conseguia decifrar, fazendo-a sentir um arrepio percorrer sua espinha.- Jaqueline, você pode parar com isso? - Luana finalmente soltou, incapaz de aguentar mais a tensão. - Prefiro que você me bombardeie com perguntas a ficar aí me olhando desse jeito. Jaqueline, percebendo a ansiedade de Luana, decidiu ser direta. - Vocês dois já se acertaram, não é?Luana corou, surpresa com a percepção da amiga. - Sim, como você sabe?Jaqueline revirou os olhos dramaticamente, como se a resposta fosse óbvia. - Luana, até um cego perceberia a química entre vocês. Você e o Samuel quase incendiaram o ambiente com tanta tensão romântica. É impossível não notar.Luana tentou disfarçar, mas sua voz traiu um leve tremor. - Mas nós... Nós não fizemos nada de mais!Jaqueline conhecia bem
Jaqueline conhecia algumas histórias sobre Diana, mas, para ela, esses assuntos não tinham grande importância. A maioria das informações sobre Diana vinha de outras pessoas, e raramente alguém mencionava aquele passado tumultuado. Ela sabia que Diana sempre teve uma personalidade impetuosa e difícil, mas não tinha ideia da extensão dos escândalos que a envolviam.Por outro lado, Luana, cada vez mais animada, começou a relatar os antigos escândalos de Diana com uma empolgação crescente. Seus olhos brilhavam enquanto relembrava as histórias sórdidas. - Me deixe te contar, Jaque, as histórias da Diana são um verdadeiro espetáculo! Naquela hora, havia um grupo de paparazzi muito eficaz em descobrir segredos de celebridades. Foi quando revelaram que Diana estava envolvida com vários herdeiros de grandes corporações fora do País C. No início, todo mundo achou que era só fofoca e criticaram os paparazzi por inventarem histórias. Mas, com o tempo, as pessoas perceberam que Diana não era aquel
Diana, afinal, ainda mantinha o título de princesa do País C, e apesar de Jaqueline ter um status igual, Diana já ocupava essa posição havia muito tempo, o que lhe conferiu uma certa influência no país. Se Jaqueline realmente seguisse o conselho de Luana e revidasse fisicamente sempre que Diana a provocasse, onde ficaria a honra da família realeza do País C? Essa era a maior angústia de Jaqueline.Jaqueline sempre foi conhecida por ser resiliente e trabalhadora, capaz de suportar muita coisa. No entanto, ela não era um alvo fácil para qualquer um que ousasse ultrapassar seus limites. Diana parecia saber disso e se aproveitava da paciência de Jaqueline, atormentando-a continuamente, até por pequenas coisas. Cada comentário ácido e gesto desdenhoso de Diana era uma prova de sua intenção maliciosa.A falta de reação de Jaqueline apenas intensificava o desprezo e a animosidade de Diana. Luana, ao terminar de comer o último pedaço de bolo, colocou o prato de lado e olhou seriamente para Jaq
Luana parou por um momento, esboçando um leve sorriso. - Você está aprendendo rápido, Jaqueline. Já está pegando o jeito! Mas se eu for te proteger, você vai ter que me dar algo em troca. Essa não é uma tarefa fácil. Tem certeza de que quer que eu seja sua guarda-costas?Jaqueline percebeu o tom brincalhão e continuou na mesma linha, uma expressão divertida iluminando seu rosto. - Claro, quem mais além de você em todo o país tem essa habilidade? Pode pedir o quanto quiser, eu pago!As duas saíram da cozinha, rindo e brincando, seus passos ecoando pelos corredores do palácio. Estavam tão imersas na conversa que não perceberam a figura espreitando nas sombras. Diana estava por perto, observando-as com olhos estreitos e um sorriso amargo nos lábios.Luana foi a primeira a notar Diana, sua expressão alegre mudando para uma de surpresa calculada. - Olha só, falando no diabo, olha quem aparece!Jaqueline seguiu o olhar de Luana e viu Diana, agora vestida com roupas de casa, segurando uma x
Diana, extremamente irritada, finalmente jogou com toda a força a xícara no chão. O delicado copo de vidro se chocou contra o mármore, emitindo um estalo alto e estridente. Fragmentos afiados se espalharam como uma flor quebrada, cortando o tornozelo exposto de Diana, de onde começou a jorrar sangue. No entanto, ela não sentiu dor, apenas uma ardente raiva queimando dentro de seu peito. O sangue escorria devagar, criando um contraste perturbador com o brilho frio do mármore.Ela não podia negar que apenas a presença de Jaqueline era suficiente para encher seu coração de fúria. Só de pensar no favoritismo da rainha para com Jaqueline, ela era consumida pela inveja. Por que todos os seus anos de esforço e a construção de sua reputação na realeza do País C, ao longo de quase vinte anos, foram destruídos no momento em que Jaqueline retornou? De um dia para o outro, suas posições foram trocadas.Se ela tolerasse o tratamento que Jaqueline lhe dava, isso significaria que, eventualmente, ela