Capítulo 3 Scarlett

Estou com a minha garganta seca, parece que passei muito tempo sem beber água, começo a me mexer e sinto algo macio embaixo do meu corpo, abro os meus olhos, e estou no quarto escuro, só as luzes vindo de fora, fechos os meus olhos e abro novamente, tento olhar ao meu redor, e quando me viro, sinto alguém deitado ao meu lado, eu engulo seco, fico com medo de quem possa ser.

Como eu vim parar aqui?

Retiro o lençol e eu estou vestida com uma camisa grande, merda eu não me lembro de ter vestido algo, minha cabeça dói. Tento sair da cama e meu corpo está todo dolorido, solto um suspiro de dor. Mas tento sair e quando consigo colocar os meus pés no chão, sinto a frieza, com dificuldade consigo ficar fora da cama, mas uma voz me assusta me fazendo parar.

— Para onde você vai? — sinto meu corpo gelar. Tento me manter tranquila. Para me virar e ver de quem é essa voz que quase não consigo reconhecer. O abajur é aceso e consigo ter o vislumbre do homem com os olhos da noite. Ele fica me olhando esperando responder.

— É, e o que eu estou fazendo aqui?— pergunto temorosa. Porque eu não me lembro de nada.

— Você precisa voltar para cama, continua fraca! — ele diz calmo, mas não me responde, o que eu estou fazendo aqui.

— Você não me respondeu. — enfrento para saber o que está acontecendo.

— Você não pode simplesmente me agradecer e ser obediente e voltar a deitar para se recuperar! — ele diz, mas não gosto da forma que ele fala, nem parece que já me machucou outras vezes.

— Não tenho nada para lhe agradecer, prefiro morrer a estar aqui com você! — falo cheia de raiva e ele levanta da cama e fica parado em minha frente e segura em meus braços.

— Nunca mais repita uma merda dessa entendeu? Nunca mais repita!— ele diz alterado e sou desperta com o Latido do monstro que agora chega perto da cama e fica me encarando.

Merda por que esse monstro estar aqui?

— Você não respondeu? Não sei por que se importa tanto, para vocês sou apenas uma moeda de troca. Para vocês ficarem ainda mais ricos. — falo e não consigo segurar minhas lágrimas.

— Scarlett, eu ainda não tenho as respostas, mais, por favor, só tente se recuperar e no momento certo eu prometo responder qualquer pergunta que você tenha em sua cabeça. — ele diz mais calmo e enxugando as minhas lágrimas que estão banhando minhas bochechas, ele não desvia os seus olhos do meu, e isso me deixa inquieta. — Agora volte para cama, amanhã você vai estar bem melhor. — ele diz e deixa um beijo em minha testa.

— Está bem, eu estou com a boca seca, pode pegar um pouco de água para mim?— pergunto olhando para ele, que está preso com o olhar dele na minha boca. Eu o vejo engolir seco.

— Se deite que eu vou buscar, me prometa que não vai levantar dessa cama?

— Eu prometo. — eu falo e pela primeira vez eu o vejo com ar de sorriso. Ele me ajuda a deitar na cama e na hora que me acomodo o monstro também sobe me fazendo soltar um grito pelo susto.

— Trovão, desça! — Ele diz, mas o cachorro fica olhando de um jeito como se quisesse ficar na cama e amolecer o coração dele. — Trovão! — ele diz mais uma vez e o cachorro desce e fica do meu lado na cama o fazendo ficar com ar de riso. — Não se preocupe que ele não vai machuca, só está aqui para te proteger. — ele diz e eu duvido muito.

— Só manter ele longe de mim e ficarei bem.

— Pode não parecer mais ele gostou de você. — eu apenas aceno. Ele vai em direção da saída do quarto e liga a luz e agora eu vejo onde eu estou, o quarto é grande e alguns móveis escuro, com um contraste azul-claro. Agora eu fico com a pergunta em minha mente.

Por que ele me trouxe para sua casa?

Fico com essa pergunta em minha mente e sou desperta com ele vindo com uma bandeja, e ele estar sem camisa, merda ele tem um corpo lindo, tento focar em outra coisa para ele não perceber, coloca a bandeja do meu lado, tem uma garrafa de água, uma fatia de bolo e frutas.

— Eu trouxe para você comer um pouco. — ele diz e eu pego a garrafa de água e bebo, eu realmente estava precisando de tomar água. Após saciar minha sede fico com água na boca de ver esse pedaço de bolo mais o medo de ter algo nele para me fazer dormir é maior. Coloco a garrafa de volta na bandeja e viro meu rosto. — Pode comer, o bolo está bom.

— Não quero, obrigada. — falo e ele fica olhando para o bolo e fico surpresa quando ele pega o prato com a fatia de bolo e olha para mim, e come um pedaço do bolo mostrando que não tem nada dentro, abro um sorriso pela primeira vez desde que cheguei aqui.

— Você pode comer, não tem nada no bolo. — ele diz e pega um pedaço no garfo e me dá direto na minha boca, me fazendo ficar sem graça, recebo o pedaço do bolo que está uma delícia... Ele se senta próximo a mim, e começa a comer o bolo e intercalar para me dar, mesmo eu tentando pegar o garfo, mas ele não permite. Fico satisfeita e aceno que não, pego a garrafa de água e bebo, quando eu retiro da minha boca me surpreendo quando ele pega a garrafa e toma o restante da água. Me fazendo analisar cada movimento que ele está dando, engulo seco quando percebe que estou o olhando. Tento disfarça, ele acaba e coloca as coisas na bandeja.

— Se você precisar ir ao banheiro me chame, pois da última vez você desmaiou.

— Está bem. — me ajeito para deitar e ele dá a volta na cama para deitar também, procuro uma posição para sentir menos desconfortável, e tento descansar, ele desliga a luz, porém deixa o abajur aceso. O monstro ainda continua do lado da minha cama, e acabo fechando meus olhos para descansar um pouco mais.

Se isso é possível. Com as perguntas gritando em minha cabeça o porquê ele está tendo todo esse cuidado comigo. Acabo me rendendo ao sono… E quando eu acordo me sinto até um pouco melhor, olho ao meu redor e não o vejo, e nem o monstro. Preciso ir para o banheiro, mais não sei onde é, mais vejo duas portas, uma delas deve me levar para o banheiro, me levanto devagar e vou até a primeira porta e de cara acerto, o banheiro é grande. Faço minhas necessidades e aproveito para lavar o meu rosto e quando para de frente para a pia me olho no espelho, e eu vejo o quanto os meus olhos estão fundo e escuro, minha aparência está muito abatida.

Quando eu vou volta ao normal?

Fico com essa pergunta e lavo meu rosto e tento fazer a minha higiene. Quando eu acabo, me arisco a sair do quarto, a casa é grande no corredor tem mais portas mais não me atrevo abrir ao sair do corredor vejo a sala grande e do outro lado uma cozinha tem uma senhora mexendo nas panelas, mesmo sem graça, pois continuo com uma camisa dele, vou até ela, e antes que eu chegue nela, se vira e abre um sorriso.

— Bom dia, menina! Como você está se sentindo? — ela parece se importa comigo.

— Bom dia, estou melhor sim. — respondo sem graça.

— Venha você deve está com fome, logo o senhor Green chega! — ela diz ajeita as coisas na bancada me chamando para sentar na bancada, eu vou e quando estou preste a sentar ele entra na casa acompanhado do seu monstro, e como ontem eu não consigo tirar os meus olhos de cima dele, que está apenas de tênis e um short folgado, sua pele está suada, eu engoli o nó em minha garganta.

O que está acontecendo comigo?

Dei agora para me interessar pela pessoa errada?

Eu não posso me interessar por ele! Não posso! Sou desperto dos meus pensamentos com ele falando.

— Como você está se sentindo?— ele me pergunta parando bem perto de mim.

— Estou melhor. Me desculpe, sei que me pediu para não sair da cama, mais eu estou com fome e como você não estava acabei saindo. — confesso, pois não quero receber seus gritos ou grosseria.

— Não tem problema, se sente preciso só de um banho e venho para fazer companhia. — ele diz e mexe em meus cabelos. Me afasto do seu toque e me sento na bancada que já tem pão, bolos, frutas e uma jarra de suco. Fico olhando e sou desperta com a senhora falando.

— Pode comer menina. Senhor Green gosta mesmo de você. — ela diz me fazendo olhar para ela.

— Não sei o porquê, só quer me fazer mal.— falo e me sirvo com uma fatia de bolo e algumas frutas, e não demora para ele voltar agora vestido e o seu monstro vem em minha direção e fica sentado perto de mim.

— Maria vou precisar trabalhar, cuide da Scarlett, ela continua se recuperando, então não deixe que ela faça nada, e a ordem continua não é para sair, meus homens estão cientes da ordem, tentarei voltar na hora do almoço. Scarlett tente descansar e coma bem para se recuperar. — ele diz deixando claro que agora que sou a sua prisioneira.

— Não se preocupe senhor cuidarei dela. — a mulher responde e ele se senta ao meu lado.

— Não precisa se preocupar, eu sei que só mudei de prisão. Não farei nada se é isso que está preocupado.

— Scarlett. — ele diz com um tom de repreensão. Eu não falo nada e continuo comendo. — Maria comprei algumas coisas e fique atenta para receber. — ele fala e mulher só acena que sim. Eu fico saciada e decido voltar para o quarto, o monstro também fica de pé me fazendo travar no lugar. — Não precisa ter medo, ele gosta de você. — ele diz mais uma vez.

— Não foi isso que vi da última vez, quando você o mandou me atacar. — falo com raiva por me lembrar. Escuto ele batendo na bancada e xícara que ele estava tomando café se quebrar. Ele fica de pé e fica me encarando e vejo a raiva espantada em seu rosto.

— Você parece gostar de me provocar! — ele diz com o tom de voz baixo. E fica me encarando.

— Eu só não sou idiota, eu sei o que passei e o que venho passando. Eu nunca vou esquecer o que você e seu pai me fizeram! — eu falo e sinto o peso de sua mão em meu rosto! No mesmo instante o cachorro lati, ficando entre mim e ele.

— Prefiro quando a pessoa mostra quem é de verdade, seu covarde! — grito e saio de perto dele...

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