Quando cheguei a um dos cassinos em chamas, percebi que eles estavam realmente furiosos. Os homens designados ao ataque não se preocuparam muito em fugir e Jun fez um ótimo trabalho mandando interrogar o primeiro que capturamos.Me aproximei do homem que havia sido arrastado até a casa de meu pai, um dos 49ers haviam me ligado assim que perceberam o ataque e sai de casa diretamente para a antiga residência do meu antigo líder, para ouvir em primeira mão as notícias do que quer que a Yakuza soubesse agora.Maito era quem o interrogava e seus punhos pingavam sangue, o outro cara tinha os olhos e boca inchados, o nariz quebrado e sangue por toda parte.Ergui uma das mãos ao me aproximar do refém, pedindo para parar.- Diga o que eles sabem sobre ela. – perguntei friamente, com uma raiva descomunal surgindo em mim. O simples pensamento de que poderiam chegar perto dela deixava meus nervos à flor da pele.- Eu... Eu não sei de NADA! – seu grito desesperado dizia o contrário.- Eu sei que a
Estava tão atordoada que sequer reconheci a velha entrada da casa de meus pais quando o carro passou pela entrada horas depois, apenas quando Miles estacionou em frente à casa que me dei conta de onde estava.Já faz anos que eu não vinha aqui, desde criança, escondida da Tríade, organização essa que agora eu fazia parte e devia minha lealdade.Desci do carro sem esperar por permissão, eu estava em casa! E sabia que não atirariam em mim, ou essa pessoa se arrependeria antes mesmo de sacar a arma, considerando que quem abria a porta era Enrico Provenzano, com uma expressão de alívio e preocupação em seu rosto e ao seu lado uma Isabela que derramava lágrimas de emoção ao finalmente me ver. Não em uma tela a quilômetros de distância, mas aqui, em carne e osso.Não pude reagir ou dizer qualquer outra coisa além de apenas ficar ali, encarando-os e me perguntando se aquilo de fato era real.Minha mãe foi a primeira a correr em minha direção e senti-la era como finalmente estar de fato em casa
Arranjei uma calça na cor rosa bebê de tecido leve e uma blusa combinando e separei para colocar após o banho.Quando a banheira encheu e as espumas subiram do líquido que despejei nela, desliguei a água, adentrei e me permiti relaxar um pouco. Me lavei silenciosamente mesmo que minha mente estivesse barulhenta e minutos depois sai da água, me secando no roupão enquanto vasculhava os cosméticos que minha mãe deixou ali abastecidos para mim. Eles, sim, seguiam meus gostos, os mesmo que usava na fazenda. Voltei para onde havia deixado o conjunto de roupas e as vesti, soltando o cabelo que estava preso em um coque e calcei pantufas brancas que encontrei no canto do closet, voltando em seguida ao quarto.Pensei em me enfiar embaixo das cobertas e tentar me esconder do mundo, pensar no que faria a seguir, porque eu não fazia ideia do que meu pai planejava e nem do que Lee certamente seria capaz para me resgatar, pensei em ignorar tudo isso e apenas tentar dormir, para que amanhã tudo isso
Seguiram-se dias com meus pais me tratando como se eu fosse feita de porcelana. Meu pai evitava assuntos sobre o sequestro, sendo fiel à promessa que fez a minha mãe de ao menos me dar tempo para digerir tudo e minha mãe sempre super protetora, me analisava a cada gesto ou palavra minha. Ela tinha uma expressão de desconfiança no rosto por diversas vezes em que falava comigo e minha avó e eu havíamos passado horas conversando ao longo dos dias, onde ela me contou sobre esse acordo dos meus pais e as terríveis noites em que Isabella acordava aos gritos chamando por sua filha e meu pai sempre corria para ampará-la. Também me disse como havia sido o surto dele ao saber que haviam me levado e como Enrico parecia irreconhecível nos dias seguintes quando não tinha a menor paciência de lidar com qualquer um de seus subordinados, apenas com ela e com minha mãe que ele mantinha o controle. Saber o quanto sofreram em minha ausência fez eu me sentir péssima por passar os últimos meses fechada e
Jun estava ao meu lado quando caminhei em direção à porta da enorme mansão dos Provenzano, viemos em uma declaração de paz e quem nos recebeu foi o Consigliere de Enrico que não hesitou em nos guiar para dentro quando aleguei que Paola era minha esposa.- Permita-me fazer as coisas da maneira certa, soldado. Afinal, acredito que isso seja um assunto de família considerando os fatos atuais. – falei, quando Matthia ousou sugerir que falaria com Enrico primeiro e o que recebi foi uma carranca de desaprovação, mas ele assim o permitiu considerando toda a guarda que apontava suas miras para a minha cabeça.Não me incomodei com os homens ao meu redor empunhando suas armas, ordenei que Jun mantivesse as suas para si e agir apenas se de fato fosse necessário, o que eu esperava que não. Mas, ordenei que não matasse se possível, caso as coisas ficassem fora de controle e acima de tudo, que não sacasse arma alguma se Paola estivesse presente.Dei duas batidas na porta e esperei, quando ela se a
Enrico foi na frente, Jun se manteve ao meu lado enquanto caminhávamos para o lado de fora e os soldados da Cosa Nostra se aproximavam em todas as direções, sorrateiramente. Jamais imaginei o dia em que estar numa situação como essa seria considerado algo bom.- Considerando as chances que temos de morrer hoje, quero fazer uma pergunta. – disse Jun, baixo para que só eu o ouvisse.- E qual seria? – olhei atrás do vidro e pude ver um relance da imagem de Haruki e alguns de seus homens que o acompanhavam.- Quando foi que lhe pareceu brilhante dar a vida por uma mulher? – se a situação não fosse tão ruim, eu teria sorrido.- Não faço a menor ideia! – ele bufou ao meu lado.- Espero que Paola faça valer a pena, conheço algumas boas moças que ficariam com o coração partido com a minha morte tão prematura! – não tive tempo de responder à sua observação prepotente, pois saímos para a área onde ficava a piscina, com cadeiras de repouso, mesas brancas e cadeiras estrategicamente decoradas.H
- Odeio quando apelam para o meu emocional, é realmente o meu ponto fraco! – sua zombaria fez meu sangue ferver, provavelmente seus homens interceptaram o carro em que Paola e sua mãe estavam e Matthia não conseguiu tirá-las da propriedade a tempo e era isso que havia informado a Enrico a pouco. – Mas considerando que isso ofende minha honra, Enrico, terá que fazer melhor. E não sairá barato! – ao dizer a última parte olhou para mim. – Quanto será que está disposto a pagar pela moça?- Diga o seu preço. – repeti as palavras de Enrico.Haruki não pestanejou em pedir dois dos resorts mais movimentados de Manhattan, local onde era concentrado a maior parte dos jogos ilícitos dos cassinos subterrâneos e venda de drogas, somada a uma grande quantia de dinheiro. Jun praguejou baixo ao meu lado ao ouvir a proposta, mas ele sabia que eu aceitaria. Faria tudo por Paola.- De acordo! – ele sorriu com satisfação com a facilidade em que aceitei a proposta e exigiu uma boa quantia de Enrico para q
Finalmente, retornamos à nossa casa, Lee e eu, e depois dos acontecimentos dos últimos dias, parece que estamos longe a meses e não apenas dias, pois o desejo que sinto de senti-lo ultrapassa qualquer raciocínio lógico quando adentramos a casa.- Amanhã acenderei velas aos meus antepassados em agradecimento, podemos considerar um milagre estarmos vivos. – sorri com o comentário de Jun, mas Mei sorrateiramente se afastou de nós, seguindo para seu quarto sob o olhar atento e curioso dele, enquanto Lee olhava para a porta de nosso quarto e quando encontrou meu olhar eu retribui de uma forma que soubesse que eu estava pensando na mesma coisa. – Bem, não quero ser empata foda de ninguém, então vou me retirar, apenas… Façam pouco barulho, as pessoas estarão tentando dormir. – e piscou para mim, revirei os olhos enquanto Lee balançava a cabeça negativamente em uma repreensão divertida.- Ora! Não desconte suas frustrações sexuais em nós, Jun. Qualquer moça da cidade que não o conheça aceitar