Sebastian’s pov
– Você é um idiota! – Luiza me deu um soco no braço. Eu queria me defender, mas o que eu podia fazer se até eu mesmo me achava um idiota?
– Calma, a gente dá um jeito. – Tentei tranquilizá-la antes de levar outro golpe.
– Ah, é? E como, gênio?
– É só a gente chegar e explicar o mal entendido. Tenho certeza que eles irão compreender. – Ela me olhava com cara de cética.
– Sebastian, em que mundo você vive? Pensei que você fosse mais inteligente...
– Tem alguma ideia melhor? – fez que não.
– Mas sei que pior que a sua com certeza não vai ser.
– Acha minha ideia horrível? Pelo menos é uma ideia. – alfinetei.
– Vai lá então, espertão! Vai lá pedir o anel de volta. Fala que o anel que tá no dedo daquela mulher vale mais que a vida daqueles dois. Quem sabe ela não fica com medo de ser roubada e te devolve?
– Luiza, às vezes você precisa ter um pouco de fé na humanidade. – avisei
Luiza’s povRodei... como rodei. Fui a tantas joalherias que estava até pensando em gravar a frase num gravador e botar pra repetir. Quando dei por mim já eram 11h30 e ainda não tinha conseguido alguém que colocasse aquela bendita pedra no anel.Por que as desgraças sempre nos perseguiam? Desde pequena parece que fui programada pra sempre ser zoada. Nada nunca podia sair de forma normal, sempre tinha que acontecer algo. Eu sabia disso e na maioria das vezes tentava me prevenir o máximo possível, mas dessa vez não tinha como.Me sentei em um banco da praça onde estava e liguei pra Sebastian.– Alô?– Sebastian, sou eu.– Diga.– Não consegui consertar o anel. Todas as joalherias disseram que não fazem esse tipo de serviço, principalmente com tão pouco tempo. – Ele me ouviu em silênc
– Tem certeza que é aqui? – olhei pra rua.– Absoluta. – Sebastian respondeu. – Então, qual é a primeira notícia?– Hm... – olhei os papéis. – Temos que contar pra um cara que o amigo tá comendo a mulher dele e pegando o dinheiro dele também. Quer contar? – ofereci o envelope com as provas.– Não, obrigado. To passando. – Sorriu. – Hoje sou um mero acompanhante.– Claro, claro. – Sorri forçadamente. – Mas como eu vou contar isso pro cara?– Fala rápido e sai correndo.– Tive uma ideia. – Puxei Sebastian pra casa do homem e toquei a campainha. – Quando ele aparecer, faz batuque de funk, por favor.– Ta falando sério? – arqueou uma sobrancelha.– Só faz o que eu digo, tá? – ele bateu continência.
– E então, o que você acha? – Sabe, eu já vi muitas ideias idiotas, mas a sua... dessa vez você se superou! – Estela falou sentada no extremo do sofá. Eu precisava conversar com alguém sobre aquilo. Alguém que pudesse me ajudar. Depois de ter esfriado a cabeça, percebi a loucura na qual eu tinha entrado. Não sabia como fazer, o que fazer e pra que fazer. A única coisa que eu tinha certeza no momento era que se arrependimento matasse, bom, eu já estaria me decompondo. – Estela, estou falando sério! O que você acha que eu devo fazer? – O que você deve fazer eu não sei, mas o que você deveria ter feito era ter recusado essa ideia absurda! – O que eu posso fazer? Sebastian mexeu com meu orgulho. Eu não podia abaixar a cabeça pra ele! E também queria fazê-lo engolir aquelas palavras... – Então se eu disser que você não é capaz de pular de uma ponte você vai pular pra me mostrar que estou errada? – ela arqueou uma sobrancelh
Luiza’s pov Aquilo tinha excedido os parâmetros de um trabalho normal. Mesmo que eu não quisesse admitir, eu sabia, e creio que Sebastian também, que levamos aquela tarefa mais para o lado pessoal do que deveríamos fazer. Ele queria provar que conhecia muito bem as mulheres e eu que ele sabia absolutamente nada sobre elas. Pelo menos as meninas de valor. Matheus e Thalia até que ficavam bonitinhos juntos, o que me deixou com um dó no coração na hora de estragar os planos deles, mas eu precisava. Eram eles ou eu, e com toda a certeza eu não me ferraria. O garoto fez o velho truque do fingir bocejar e passar o braço pelo ombro da menina. Aquilo era truque de Sebastian, só podia ser. Eu tinha que arranjar um jeito de tirar aquele bracinho dali. Por sorte, eu sempre andava com um desodorante na bolsa. O que me deu uma ideia. – Com licença. – Sussurrei entre os dois. – Meu querido, será que você poderia abaixar o braço? O cheiro tá muito f
– Nem pensar! Você não vai! – Por que não? – Por que eu não quero! – Sebastian segurou minha mala. – E quem é você pra querer alguma coisa? – puxei a mala com força. – Sou seu marido! E como seu marido digo que você deve ficar ao meu lado! – Tá pagando aluguel de mim por acaso? Porque até onde eu saiba não to recebendo coisa alguma pra ficar ao seu lado! – Sebastian fez cara de ofendido. – Como assim você não recebe coisa alguma? Estou te dando a oportunidade de ficar ao meu lado e cuidar de mim e você ainda me diz uma coisa dessas? Definitivamente você não merece sair desta casa! – puxou com mais força ainda a mala, me fazendo soltá-la. – Nossa, realmente, eu deveria dar mais valor à honra que é cuidar de um idiota como você! Meu sonho sempre foi cuidar de crianças do primário, esqueci disso. – Tá chamando quem de criança do primário, protótipo de ditadora? – Você mesmo, Johnny Bravo. Por que a
Naquela tarde liguei para Vincent que se empolgou com a minha resposta. Disse que passaria no dia seguinte para me buscar. Quando a noite caiu, comecei a arrumar minhas malas. Sebastian estava parado na porta do meu quarto, sentado no chão de pernas cruzadas e me encarando fixamente como uma criança. – Acha que me olhar assim vai me fazer mudar de ideia? – continuei prestando atenção no que fazia. – Não custa nada tentar. – Uma hora você vai cansar. – Fechei a mala. – Só vai levar isso? – mudou de assunto. – Foi o que eu consegui comprar nesse tempo que saímos do acampamento. – Ajeitei minhas coisas num canto do quarto. – Se ficar comigo posso te dar uma loja inteira. – Sorriu. – Acha que vai me comprar fácil? – Você acha que comprar uma loja é pouco, Luly? – Pelo sacrifício de continuar morando sob o mesmo teto que você, sim. E já disse pra não me chamar assim. – Mas pra morar com um co
– O que está fazendo aqui? – o velho saiu entrando sem minha permissão. – Vim ver meu filho, é claro. – Como chegou aqui em cima? – Hm... pelo elevador. – Nossa, que piada boa. – To falando sério. Eu pago condomínio pra não ser pego por essas surpresas, sabe? – Se tivesse olhado quem era antes de abrir a porta não estaria com essa cara de otário agora. – Se jogou no sofá. – Bom, as únicas pessoas que poderiam chegar aqui sem passar pela vistoria do porteiro são meus vizinhos. – Inclusive, muito simpático esse seu porteiro. Quando cheguei ele estava vendo aquelas revistas de mulheres nuas. – Esse punheteiro... – revirei os olhos. – Você não deveria estar na Europa? – O pai de Luiza está cuidando de tudo por lá. Resolvi tirar umas férias. – Colocou o pé sob a mesinha de centro. – Será que você poderia tirar esse pé imundo daí? – chutei sua perna. – Espero que não pretenda ficar aqui, porqu
Tem gente que diz que primeira impressão é a que fica. Vincent me deixou várias impressões ao longo do tempo, mas depois que fui morar com ele as coisas mudaram. Dois dias foram o necessário para que eu conhecesse um cara carinhoso, bobo, engraçado e que quando necessário sabia mandar. Sempre que eu estava com Vincent, misteriosamente Sebastian desaparecia dos meus pensamentos.Todas as noites eu cozinhava para ele. Vincent sempre chegava umas 19h do trabalho. Comíamos, ele me falava do seu dia (geralmente eu dava alguns pitacos que ele tinha paciência em ouvir), então nós fazíamos algo juntos como ver um filme, jogar algum jogo, caminhar, ver algum programa legal na TV. A cada dia eu me sentia mais confortável ao lado dele e mais ansiosa para passar as horas com ele.Ele tinha me dado vários momentos fofos e eu ficava igual uma boba lembrando deles.