SinopseOliver Blackwell sempre foi conhecido como o libertino mais charmoso e escandaloso de Londres. Filho de um conde renomado, ele cresceu com privilégios e expectativas, mas escolheu viver sem amarras, entregando-se a prazeres mundanos nos salões mais exclusivos da cidade. Contudo, sua vida toma um rumo inesperado quando ele conhece Layla, uma jovem enigmática que cresceu dentro dos muros de um dos bordéis mais luxuosos de Londres.Layla, filha de uma cortesã, é inteligente, forte e dona de uma beleza incomum. Apesar de seu passado difícil, ela construiu para si mesma uma fortaleza de orgulho e determinação. Diferente das mulheres que Oliver está acostumado a conquistar, Layla não se impressiona com títulos ou riquezas, e muito menos com promessas vazias.Determinados a resistir à atração que cresce entre eles, ambos se veem desafiados a enfrentar os fantasmas de seus passados e as expectativas da sociedade. Mas quando segredos obscuros sobre a origem de Layla e os erros do passa
Uma Intriga InesperadaLondres, 1867Oliver Blackwell era um homem acostumado aos olhares. Desde a sua juventude, ele percebia o fascínio que sua presença causava, seja por suas feições marcantes, seja pelo charme natural que parecia exalar de cada palavra ou gesto. Aos trinta anos, já havia conquistado mais corações do que poderia se lembrar — e perdido o interesse por todos com a mesma rapidez.Naquela tarde, enquanto passeava pelas ruas agitadas de Londres em sua carruagem, Oliver observava o movimento com um misto de tédio e leve curiosidade. A alta sociedade inglesa, com todos os seus bailes, intrigas e teatros, começava a parecer um ciclo sem fim de repetições. Ele ansiava por algo diferente, algo que despertasse nele a velha emoção de descobrir o inesperado.Foi então que sua atenção foi capturada por um pequeno tumulto à frente. Diante do imponente prédio que abrigava o La Rose Noire, o mais famoso bordel da cidade, uma carruagem de aparência simples se afastava apressadamente
LaylaO buquê de flores repousava sobre a cômoda em meu quarto, lançando um perfume delicado que preenchia o ar. Olhei para ele como se fosse um enigma a ser resolvido, tentando decifrar as intenções do homem que o havia entregue. Lorde Oliver Blackwell. Um nome que já era sussurrado em quase todas as salas deste lugar.— O que ele pensa que está fazendo? — murmurei para mim mesma, enquanto ajustava a fita no meu vestido simples.Madame Amélie, minha mãe, sempre dizia que homens como ele eram como tempestades: fascinantes à distância, mas devastadores quando deixados chegar perto demais. "Layla," ela dizia, "não confunda curiosidade com destino. Um homem como ele só sabe brincar com o que não pode ter."E ainda assim, lá estava eu, prestes a encontrar aquele libertino descarado para um passeio. Por quê? Porque parte de mim queria confrontá-lo, talvez jogá-lo no chão metafórico e mostrar que nem todas as mulheres caíam de joelhos diante de seu charme irritantemente cativante.Quando de
OliverEu estava sentado em meu escritório, olhando fixamente para o copo de uísque em minhas mãos, algo incomum para aquela hora da manhã. O calor da bebida deveria me trazer conforto, mas, ao invés disso, havia uma inquietação que não conseguia dissipar.Layla.A filha de uma cortesã, uma jovem que carregava a sofisticação de uma dama, mas também a força de alguém que havia crescido enfrentando o mundo com as próprias mãos. Ela era tudo que eu não esperava encontrar. Eu sabia que devia deixá-la em paz, seguir com a vida que sempre conheci: festas, jogos, mulheres fáceis e uma rotina de diversão despreocupada. Mas ela era diferente, e isso era ao mesmo tempo intrigante e insuportável.— Senhor, a senhorita Evelyn está aqui para vê-lo — informou meu mordomo, interrompendo meus pensamentos.Suspirei e coloquei o copo na mesa. Evelyn era uma das debutantes mais cobiçadas da temporada e, segundo minha mãe, a esposa perfeita para alguém como eu. Claro que eu discordava completamente, mas
LaylaO som abafado dos saltos contra o piso de madeira ecoava pelo salão principal da mansão Blackwood. Layla segurava a respiração, seus olhos fixos no chão enquanto tentava evitar os olhares altivos que recaíam sobre ela. Não era novidade ser o centro de comentários maliciosos, mas hoje, havia algo particularmente cruel nos sussurros.— Vejam só, é ela... A filha da cortesã, andando como se tivesse nascido para isso. — A voz sibilante de Lady Winstone soou próxima o suficiente para que Layla ouvisse.Layla ergueu o queixo, recusando-se a demonstrar fraqueza. Desde pequena, sua mãe lhe ensinara que palavras cortantes só tinham o poder de ferir se ela permitisse. Contudo, naquela noite, a presença imponente de Oliver Blackwood, filho do duque, tornava tudo mais difícil. Ele estava encostado na lareira, o semblante calmo, mas os olhos atentos, como se pudesse sentir o desconforto dela mesmo de longe."Por que ele tem que estar em todos os lugares?" Layla pensou, forçando-se a manter
Oliver Blackwood nunca teve problemas para lidar com as pessoas. Com uma combinação de charme e sarcasmo afiado, ele navegava pela alta sociedade como um peixe na água. Mas algo em Layla mexia com ele de um jeito que ele não sabia explicar.Enquanto caminhava pelas ruas do centro da cidade naquela manhã, ele refletia sobre os últimos encontros com ela. Havia algo diferente em Layla, algo que o atraía e o desconcertava ao mesmo tempo. Ela não se intimidava com suas provocações, nem se impressionava com seu título ou riqueza. Era refrescante e, ao mesmo tempo, exasperante.“Por que diabos ela está na minha cabeça?”, Oliver se perguntou, passando a mão pelos cabelos.— Oliver, meu caro amigo!A voz familiar de Aiden, seu amigo de infância e agora cunhado, interrompeu seus pensamentos. Oliver ergueu o olhar e viu Aiden aproximando-se com um sorriso no rosto.— Aiden, o que faz aqui tão cedo? Não deveria estar em casa com Jasmine?— Jasmine está organizando um chá com as damas da vizinhanç
Layla sempre soube que o coração era uma criatura caprichosa, volúvel e imprudente. Sua mãe a alertara diversas vezes sobre os perigos de se entregar a sentimentos tolos, especialmente quando se tratava de homens de posição elevada. "Nunca se iluda, minha menina", dissera-lhe certa vez. "Eles podem desejar, mas jamais escolherão."E, no entanto, ali estava ela, cada vez mais ciente da maneira como seus pensamentos gravitavam em torno de Oliver Blackwood.Ele era insuportável. Arrogante, teimoso e presunçoso. Mas também era perigosamente encantador quando queria.E Layla temia estar começando a ver esse lado dele com demasiada frequência.O duque, pai de Oliver, organizara um jantar, e Layla fora inesperadamente convidada—ou melhor, arrastada para o evento por Jasmine, que insistira que ela precisaria de distração. A ideia de estar entre aristocratas a deixava desconfortável, mas recusá-la teria sido impossível.O salão iluminado por centenas de velas brilhava em dourado, com as mesas
Layla estava ciente de que deveria evitá-lo.A conversa da noite anterior ainda ecoava em sua mente, cada palavra dita, cada promessa velada. Oliver Blackwood não era um homem qualquer. Ele era um libertino, um aristocrata, alguém que nunca deveria ter cruzado seu caminho de maneira tão íntima.E, no entanto, ali estava ela, de pé diante de um espelho gasto, tentando controlar os tremores em suas mãos enquanto se preparava para encontrá-lo novamente.A manhã estava fria, e a neblina pairava sobre as ruas como um véu fantasmagórico. Layla apertou o casaco ao redor do corpo, respirando fundo antes de sair.Ela havia concordado em vê-lo. Contra todas as probabilidades, contra todos os avisos de sua mãe e contra sua própria lógica, havia cedido ao desejo de estar perto dele novamente, num Encontro Não Tão CasualOliver a esperava em um parque discreto nos arredores da cidade, onde poucos membros da sociedade costumavam frequentar. Ele estava encostado em um velho carvalho, as mãos nos bol