No luxuoso quarto da cobertura de Robert, Ana se sentia presa em um turbilhão de emoções enquanto ele a dominava com uma voracidade egoísta.
O aroma do uísque invadia suas narinas, misturando-se com o medo e a excitação que pulsavam dentro dela.Embora soubesse da real razão por trás daquele encontro, Ana não conseguia resistir ao desejo avassalador que a consumia.Seus gemidos ecoavam pelo ambiente, uma mistura de prazer e desconforto que revelava sua entrega ao homem que a possuía com maestria.Enquanto ele se movia com intensidade, Ana sentiu as palavras escaparem de seus lábios trêmulos: Por favor, devagar...Mas suas súplicas foram abafadas por um beijo feroz, um gesto que misturava paixão e controle, deixando Ana sem fôlego.E então, o momento de êxtase chegou, seguido por uma descoberta terrível: a camisinha havia se rompido.Exausta e assustada, Ana mal conseguia articular suas preocupações: "Eu sabia que isso poderia acontecer...A resposta de Robert foi gélida, como se estivesse calculando cada palavra: "Amanhã você toma a pílula do dia seguinte e tudo estará resolvido.Mas e se mesmo assim eu engravidar o que faremos?O homem a encara com um olhar gélido, o rosto de Robert se contrai em desdém enquanto pronuncia suas palavras com uma crueldade calculada.Você é apenas minha secretária... Seria inconveniente um homem como eu engravidar uma mulher como você... Se por acaso isso acontecer, faremos um aborto e estará tudo resolvido. Os olhos dela se enchem de lágrimas, uma mistura de tristeza e indignação."É desumano pensar em fazer um aborto" murmura Ana, lutando para conter o tremor em sua voz.Robert, um homem de coração gelado e visão pragmática, enxerga o mundo apenas através do filtro do dinheiro, sua única obsessão.Ana é uma recém-chegada na empresa, ingênua o suficiente para acreditar que poderia resistir aos encantos manipuladores de seu chefe. Ele a seduziu como fizera com tantas outras, levando-a para a cama sem um pingo de consideração por seus sentimentos.Para Robert, as mulheres são meros brinquedos descartáveis; sua reputação como mulherengo era conhecida em toda a cidade. Mesmo ciente do perigo, Ana se deixou levar pela ilusão de paixão, agora enfrentando as consequências dolorosas de ser a amante de Robert.Você fará o que eu mandar ordena ele com autoridade. Vista-se imediatamente, por favor. Não quero que te vejam saindo daqui. Para o mundo lá fora, nossa relação continua sendo estritamente profissional.Envergonhada, Ana abaixa os olhos, sentindo-se pequena e vulnerável diante do poder implacável de seu chefe. Com um suspiro resignado, ela responde com voz trêmula: Está bem, senhor, farei como ordena.Robert observa enquanto ela se veste, tirando sua carteira e jogando um cheque sobre ela com um gesto de desprezo.Aqui está, pelo seu serviço esta noite."Com os olhos brilhando de raiva e sentindo-se profundamente ofendida, Ana pegou o cheque e o jogou em cima de Robert. Com uma voz trêmula, quase desaparecendo, ela disse: "Não sou um objeto, Sr. Craner. Fique com seu amado dinheiro. Suas palavras carregavam uma mistura de indignação e determinação.Você vai se arrepender disso, Ana, ele responde com voz dura, sua expressão endurecida pela raiva. Mas Ana, embora ainda tremendo de nervoso, mantém-se firme em sua decisão. Ela encara Robert com determinação, recusando-se a recuar diante de sua ameaça implícita. "Não tenho nada a perder, Sr. Craner", ela retruca, sua voz ecoando com uma coragem recém-descoberta. Exceto minha dignidade, que já foi ultrajada o suficiente.Com um último olhar de desdém, Robert vira as costas e sai do quarto, deixando Ana com um sentimento misto de libertação e apreensão pelo que ainda está por vir. "Esse homem não tem um pingo de sentimento dentro dele... eu me arrependo de ter me deitado com um homem como ele. murmura Ana, pesarosa consigo mesma.Ana sente um nó se formar em sua garganta, uma mistura de angústia e raiva fervilhando dentro dela. Ela caminha até a janela do luxuoso quarto da cobertura, observando as luzes da cidade piscando lá embaixo, uma visão que normalmente a acalmaria, mas que agora só intensifica sua sensação de desamparo. Um suspiro escapa de seus lábios enquanto ela se afasta da janela, decidida a não deixar que o desgosto por sua própria ingenuidade a consuma.Com um novo fogo queimando em seus olhos, Ana pega sua bolsa e começa a se vestir rapidamente, determinada a sair daquele lugar e nunca mais olhar para trás. Ela se recusa a ser mais uma vítima do jogo cruel de poder e manipulação de Robert.Enquanto ajusta as alças do vestido e ajeita o cabelo, Ana repete para si mesma as palavras de empoderamento que sua mãe costumava lhe dizer:Você é forte, Ana. Você é capaz de enfrentar qualquer desafio que a vida lhe apresentar."Com essa determinação renovada pulsando em suas veias, Ana abre a porta do quarto e dá um passo firme em direção à saída.Mas seu coração salta uma batida quando se depara com Robert, deitado no sofá, dormindo profundamente.Um turbilhão de emoções a assalta enquanto ela o observa ali, tão sereno em seu sono. A raiva queimando dentro dela se mistura com uma pontada de compaixão, uma pequena parte dela ainda incapaz de ignorar a vulnerabilidade do homem que a havia magoado tão profundamente.Caminhando lentamente ela tenta sair sem fazer barulho. Mas ele resonando e mumura... Ana Ana, fica por favor.Apesar de ouvi-lo chamá-la enquanto dormia, Ana estava decidida a não se deixar levar pelo sentimento que tinha por Robert."Bebeu tanto que agora chama por mim...", murmurou Ana para si mesma enquanto enxugava as lágrimas e engolia seu choro.Soltando um suspiro pesado, ela abriu a porta sem fazer barulho e foi embora para casa de sua madrasta.Sua irmã Monique estava na sala quando Ana adentrou em casa com os olhos vermelhos de lágrimas."Aninha estava chorando?", disse sua meia-irmã em um tom de deboche.Monique era uma mulher cruel, ela não suportava Ana porque achava que era a preferida do seu pai. Vê-la mal para ela era o motivo de extrema alegria. Ana, com olhos estreitos, apenas deu um olhar desafiador para Monique e começou a caminhar para finalmente ir para o quarto.Monique continuou com as ofensas. "Por acaso você foi demitida? Eu realmente ainda não sei como você conseguiu esse emprego de secretária do Sr. Craner. Não vejo potencial nenhum em você para estar ao lado de
Robert se aproximou de Ana, cujo coração começou a bater mais rápido. Ela sabia que precisava manter uma distância profissional, mas a proximidade de Robert a perturbava. Senhor Craner, acho que é melhor mantermos nossa relação estritamente profissional. disse Ana, tentando manter a compostura. Robert sorriu, mas havia um brilho nos olhos que deixava Ana desconfortável. Você sabe que não é apenas profissional, Ana. Há algo entre nós... Ana o interrompeu, sua voz firme. Eu sei que você gosta disso, senhor. Mas não serei mais seu objeto de desejo. Robert ficou surpreso com a ousadia de Ana. Ele pensou que ela era uma mulher submissa, e a resposta fria o desconcertou. Desde quando você é tão afrotosa? ele questionou. Ana sorriu confiante. Desde sempre, senhor. Estou na sua empresa há pouco tempo... Fomos para a cama, sim, mas é só isso. Nem eu sei nada sobre você, e nem você sobre mim. Robert se sentiu desconfortável com a postura firme de Ana. Lembre-se do seu lugar nesta empre
Dois meses depois, Ana percorreu incansavelmente a cidade em busca de um novo emprego. Seu currículo reluzia com qualificações impecáveis, mas, para sua frustração, não havia uma única oferta à vista. Exausta, ela se refugiou em uma pequena cafeteira, desabafando consigo mesma:-Parece que a sorte decidiu virar as costas para mim, mesmo com todas as minhas habilidades, não consigo encontrar uma oportunidade.Ana suspirou, sentindo o calor sufocante da tarde a envolver. O cansaço começava a pesar em seus ombros, e um desconforto crescente se instalava em seu estômago. Decidida a enfrentar o restante do dia, ela retornou para casa, onde o relógio marcava já 18 horas. Porém, ao chegar, deparou-se com uma cena que fez seu coração disparar: o carro de Robert estacionado em frente à sua casa, e Monique saindo dele."Ele está com ela agora... canalha," murmurou Ana, seu rosto contorcido pela raiva e pela desilusão.Sentindo as pernas fraquejarem, Ana segurou-se na parede quando sua meia-
Ana, com os olhos cheios de lágrimas, implorou à madrasta com voz trêmula:"Por favor, Helen, não conta nada ao meu pai...Helen, com um sorriso malicioso, não perdeu a oportunidade de cutucar Ana ainda mais:"Quem é o pai dessa criança? Provavelmente é filho de algum Zé ninguém que você ficou... você deveria ter vergonha disso...Ana respondeu com dor e indignação:"Você não faz ideia do que está dizendo. Não vou permitir que continue me ofendendo...Helen, de forma ameaçadora, acrescentou:"Vou chamar seu pai. Ele vai adorar saber quem é você de verdade.De volta ao seu quarto, Ana sentou-se na cama, tentando assimilar a notícia avassaladora da gravidez. Enquanto acariciava sua barriga, uma mistura de amor e preocupação a inundava.Os batimentos na porta a fizeram levantar apressadamente. Ao abrir a porta e encontrar seu pai e madrasta juntos, um nó se formou em seu estômago. A expressão de Joseph era uma mistura de raiva e decepção enquanto ele a encarava."Ana, é verdade que está
Ana sentia uma imensa tristeza no coração enquanto fechava as cortinas do quarto, tendo a certeza de que Robert estava com sua irmã. O frio da noite parecia ecoar sua solidão, e ela jurou odiar Robert para sempre...No dia seguinte, Ana acordou às seis da manhã, profundamente magoada com seu pai. Cada batida do relógio ecoava como uma contagem regressiva para sua decisão de sair de casa. Ela não podia suportar a ideia de encarar o pai novamente.Pegou um táxi que a deixou no centro da cidade, levando consigo apenas as poucas economias que restavam de seu tempo na empresa de Robert. Ao conferir o pouco dinheiro que tinha na bolsa, a realidade cruel da sua situação bateu forte: ela não tinha dinheiro suficiente para pagar um quarto de hotel.O que tenho não dá pra nada, eu preciso arrumar um emprego... Ou não sei o que será de mim, e dessa criança que espero", murmurou Ana enquanto caminhava até a lanchonete para tomar café.Ao entrar na lanchonete, Ana ficou surpresa ao encontrar s
O Sr. Campbell ouviu atentamente a explicação de Ana, seu olhar transmitia compreensão e empatia genuínas. Com um gesto gentil, ele colocou uma mão sobre o ombro dela, oferecendo conforto e apoio."Ana, sinto muito por tudo o que você está passando. Ninguém deveria ser tratado dessa forma, especialmente em um momento tão delicado como este. Você tem minha palavra de que estou aqui para ajudá-la. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para tornar essa transição mais fácil para você", disse ele, com sinceridade, sua voz carregada de compaixão.As palavras reconfortantes do Sr. Campbell trouxeram um leve alívio para Ana, que jamais esperava encontrar tal apoio em meio à sua difícil situação."Obrigada, Sr. Campbell. Significa muito para mim saber que tenho alguém em quem posso confiar", respondeu Ana, com gratidão sincera.Um sorriso gentil iluminou o rosto do Sr. Campbell. "Você não está sozinha, Ana. Agora, vamos resolver essa questão das suas malas e garantir que você tenha tudo o
A mão de Charles apoiada na poltrona estremeceu ao ouvir o nome da mãe de Ana. Tudo indicava que Ana era sua amada neta desaparecida.Ana, que estava sentada, levantou-se com preocupação na voz. "Sr. Campbell? O senhor está bem? Com voz trêmula, o homem de idade avançada respondeu, "Estou, Ana. Foi apenas uma leve queda de pressão."Aliviada, Ana sugeriu, "Quer que eu chame a Nora? Talvez seja melhor chamar um médico.Não, minha querida. Agora, quero que me conte mais sobre sua mãe. Achei o assunto interessante.Então sua mãe se chama Cristina? E o seu pai, como se chama, Ana?Sim, senhor. Esse é o nome dela. Meu pai se chama Joseph. Mas tenho poucas lembranças dela. Quando ela foi embora, eu tinha apenas 7 anos..." Nesse momento, Nora chegou com a bandeja de café e deixou-a cair no chão, murmurando: "Senhor amado, ela é a filha da senhorita Cristina.Charles sentiu uma imensa tristeza; suas suspeitas foram confirmadas. Ele olhou para Ana com uma mistura de emoções: alegria por fin
Ana sentiu um misto de angústia e nojo ao avistar Robert ao lado de Monique. Era como se uma onda de desconforto tomasse conta dela, e o impulso de afastá-lo era irresistível. Com um gesto firme, Ana empurrou a mão de Robert e proferiu, com um tom seco:"Isso não é da sua conta, sr. Craner. Se puder me dar licença, ficarei grata."O olhar de Robert se tornou sombrio. Ana sempre fora amável com ele durante todo o tempo em que trabalharam juntos, e vê-la agora tão distante mexia com seu ego. Uma raiva ardente cresceu dentro dele, e com um tom carregado de amargura, ele disparou:"Humm, vejo que você já encontrou um ricasso para dar o golpe do baú. Você não perde tempo mesmo, não é Ana?"A intervenção de Charles não tardou, chocado com a maneira que Robert estava tratando Ana."Você não sabe o que está falando, Robert. Saia daqui antes que as coisas piorem para o seu lado, seu moleque. disse Charles, com firmeza.Apesar de já se conhecerem, a presença de Ana ao lado de Charles pareci