ele está com ela

Dois meses depois, Ana percorreu incansavelmente a cidade em busca de um novo emprego.

Seu currículo reluzia com qualificações impecáveis, mas, para sua frustração, não havia uma única oferta à vista. Exausta, ela se refugiou em uma pequena cafeteira, desabafando consigo mesma:

-Parece que a sorte decidiu virar as costas para mim, mesmo com todas as minhas habilidades, não consigo encontrar uma oportunidade.

Ana suspirou, sentindo o calor sufocante da tarde a envolver.

O cansaço começava a pesar em seus ombros, e um desconforto crescente se instalava em seu estômago.

Decidida a enfrentar o restante do dia, ela retornou para casa, onde o relógio marcava já 18 horas.

Porém, ao chegar, deparou-se com uma cena que fez seu coração disparar: o carro de Robert estacionado em frente à sua casa, e Monique saindo dele.

"Ele está com ela agora... canalha," murmurou Ana, seu rosto contorcido pela raiva e pela desilusão.

Sentindo as pernas fraquejarem, Ana segurou-se na parede quando sua meia-irmã, prestes a entrar em casa, lançou palavras desdenhosas.

"Credo, sai do meu caminho... desempregada... O emprego de recepcionista ainda te espera...

Ana ignorou o comentário e entrou em casa.

Ao sair apressada, esbarrou em Monique, que resmungou:

"Olha por onde anda, chata...

"Desculpa, preciso ir ao banheiro, estou muito enjoada...",

explicou Ana, tentando conter a náusea.

A madrasta, que ouvira toda a conversa, aproximou-se de sua filha enquanto observava Ana vomitar no banheiro.

"Eca, o que há com essa coisa?",

expressou Monique, demonstrando sua repugnância.

Helen olhou para sua enteada e proferiu com um tom carregado de sarcasmo:

"Ou está doente, ou... engravidou de algum Zé ninguém... se for a opção dois, essa é a nossa chance de fazer o Joseph colocá-la para fora desta casa."

Um riso malicioso escapou dos lábios de Helen enquanto sussurrava sua sugestão.

Ao sair do banheiro, ainda sentindo o estômago embrulhar, Ana caminhou sem dizer uma palavra para as duas mulheres.

Helen segurou o braço de Ana com firmeza, lançando-lhe um olhar gélido.

Está doente?", perguntou com um tom cortante.

Ana, sentindo-se irritada, respondeu com determinação:"Isso não é da sua conta, me solta! Tive um dia exaustivo e preciso descansar...

"Helen não recuou: "Não, garota, você ainda está na minha casa e me deve satisfações."Ana não se conteve:

Essa casa não é sua, é da minha mãe. pois foi comprada com o dinheiro dela.

Com um movimento brusco, Ana soltou o braço de Helen e afirmou com firmeza:"Nunca mais me segure desse jeito.

Um silêncio tenso pairou entre a madrasta e a enteada, enquanto seus olhares se desafiavam, carregados de hostilidade.

Diante da falta de resposta de Helen, Ana dirigiu-se ao seu quarto.

Lá, deitou-se na cama e deixou as lágrimas rolarem livremente.

Seus pensamentos se voltaram para o momento em que viu sua irmã saindo do carro de Robert.

Ana imaginou-os na cobertura, envolvidos em atividades que Robert costumava fazer.

A mera ideia inundou sua alma de tristeza, e ela sussurrou consigo mesma, enquanto enxugava as lágrimas dos olhos:

"Eu preciso esquecê-lo."

Mas, mais uma vez, um forte enjoo a assaltou, deixando-a perplexa quanto ao que poderia estar acontecendo com seu corpo. Então, a lembrança da noite em que a camisinha de Robert rompeu veio à tona, provocando um calafrio na espinha de Ana ao considerar a possibilidade de estar grávida.

"Grávida? Eu não posso estar"

murmurou para si mesma, incapaz de conter a crescente preocupação que se apoderava de sua mente.

Ana sentiu-se sobrecarregada com o peso da possibilidade. A ideia de estar grávida, especialmente do homem que a havia magoado tanto, era avassaladora.

Ela lutou para controlar as lágrimas que ameaçavam cair novamente.

Mesmo sentindo-se cansada e um pouco fraca, ela decidiu ir a uma farmácia próxima comprar um teste de gravidez.

Caminhando até lá, Ana murmurou para si mesma, num misto de sentimentos:

"Em outras circunstâncias, adoraria receber essa graça... mas não posso me sentir feliz com a ideia de estar grávida de alguém que prefere que eu aborte."

Chegando à farmácia com os olhos marejados, ela comprou o teste e voltou para casa rapidamente.

Dirigindo-se ao banheiro, Ana fez o teste e esperou pelo resultado com apreensão.

Com os olhos fixos no teste, Ana sentiu seu coração pulsar rapidamente. Quando viu as duas linhas rosas, uma mistura de emoções a invadiu.

"Oh meu Deus. Estou grávida. Grávida de Robert..." Ana passou as mãos em sua barriga, sentindo-se preocupada.

Depois das palavras que tinha ouvido de Robert meses atrás, ela sabia que ele jamais poderia saber que esse filho que esperava era dele.

"Meu Deus, o que vou fazer agora? O que?" murmurou Ana, enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto, num misto de medo, incerteza e um amor crescente pelo pequeno ser que começava a se formar dentro dela.

O som das batidas na porta do banheiro fez Ana estremecer.

Era sua madrasta, desconfiada, querendo saber por que Ana estava há tantos minutos trancada ali.

"Abra essa porta. Agora. Seu pai acabou de chegar de viagem e quer te ver", exigiu a madrasta.

Enxugando as lágrimas rapidamente, Ana escondeu o teste atrás das mãos e abriu a porta, tentando disfarçar sua agitação.

"Será que não posso nem usar o banheiro em paz?" Ana respondeu, com um tom de desdém.

A madrasta, com os olhos carregados de raiva, retrucou:

Você é mesmo muito mal educada, garota... O que tanto faz nesse banheiro? E o que esconde em suas mãos?

Engolindo em seco, Ana respondeu com um leve tremor na voz: "

Eu... estava passando hidratante no meu rosto.

A madrasta, com uma expressão raivosa, não se convenceu e continuou a pressionar:

"Você não me engana... O que está tentando esconder? Desde quando você gosta de usar essas coisas?"

Ana ignorou a provocação e tentou passar pela madrasta, mas ela a impediu, segurando seu braço. Num movimento rápido, a madrasta pegou o teste de gravidez da mão de Ana, e um sorriso malicioso surgiu em seus lábios.

"Então eu estava certa... você engravidou de algum Zé ninguém,

murmurou a madrasta com sarcasmo. "Que notícia maravilhosa. Joseph vai adorar saber que a sua filhinha de ouro não passa de uma qualquer.

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