Apesar de ouvi-lo chamá-la enquanto dormia, Ana estava decidida a não se deixar levar pelo sentimento que tinha por Robert.
"Bebeu tanto que agora chama por mim...", murmurou Ana para si mesma enquanto enxugava as lágrimas e engolia seu choro.Soltando um suspiro pesado, ela abriu a porta sem fazer barulho e foi embora para casa de sua madrasta.Sua irmã Monique estava na sala quando Ana adentrou em casa com os olhos vermelhos de lágrimas."Aninha estava chorando?", disse sua meia-irmã em um tom de deboche.Monique era uma mulher cruel, ela não suportava Ana porque achava que era a preferida do seu pai.Vê-la mal para ela era o motivo de extrema alegria. Ana, com olhos estreitos, apenas deu um olhar desafiador para Monique e começou a caminhar para finalmente ir para o quarto.Monique continuou com as ofensas."Por acaso você foi demitida? Eu realmente ainda não sei como você conseguiu esse emprego de secretária do Sr. Craner. Não vejo potencial nenhum em você para estar ao lado de um homem como Robert Craner...Ana, que já estava no meio da escada, voltou para dar uma boa resposta à sua irmã."Você pode não ver, mas ele viu, e isso é o que importa... Você também colocou vários currículos lá... mas eu que fui contratada...Com um olhar sombrio, Monique disse: "Você está querendo dizer que tem mais potencial do que eu é isso?"Ana deu de ombros e deu as costas a Monique, que bufava enquanto murmurava: Você vai me pagar, Ana... juro que vai me pagar. Terei o prazer de fazer sua vida infeliz para sempre, m*****a.Enquanto isso, Ana foi para o banheiro tomar um bom banho. Ela ficou por uns bons minutos no chuveiro tentando esquecer as duras palavras de Robert.Ana já imaginava como seria o dia seguinte, quando ela tivesse que vê-lo novamente. Uma mágoa profunda estava no coração de Ana, e seus sentimentos estavam extremamente confusos.Ao sair do banho, ela vestiu o seu pijama e foi tentar dormir.O que pareceu algo impossível, a voz de Robert ecoava em sua mente a todo instante.Assim o dia amanheceu, extremamente exausta ela fez toda sua rotina matinal.E se preparou para ir trabalhar.Quando já estava saindo, sua madrasta a chamou e disse com extrema arrogância: Ana... preciso falar com você... quero que arrume um trabalho para sua irmã na empresa onde trabalha.Ana virou-se lentamente sentindo todo seu corpo extremecer de Raiva e disse. "O quê?"Helen olhando para Ana com desprezo respondeu: Não se faça de sonsa, menina. Quero que der um jeito de arrumar um bom cargo para sua irmã nessa empresa... ontem Monique me falou que você teve a audácia de dizer que ela não tinha potencial para trabalhar em uma empresa como essa...Ana preparada rebateu: Eu não falei isso. Ela começou tudo. Não vou arrumar emprego nenhum para Monique. Não tenho influência para isso...Helen, sua madrasta, não estava disposta a desistir.Ela estava determinada a fazer o impossível para que sua filha entrasse na empresa. Pois bem, ou você faz o que estou pedindo ou contarei ao seu pai que você tem tido caso com homens casados... ele vai adorar saber disso.Ana sentiu uma raiva profunda, pois sua madrasta estava sendo extremamente maldosa ao ameaçá-la dessa forma. Como pode ter a coragem de mentir tanto, Helen? Eu sei que me odeia, mas agora você foi longe demais. disse Ana com a voz embargada. Helen deu um sorriso debochado e continuou sua provocação. "Você merece bem pior... É uma infeliz que acolhi e agora se volta contra mim. E contra a própria irmã..." Ana sorriu com tristeza, parecia que ela nunca teria paz. Ela já estava tão ferida por tudo que Robert havia feito que não queria mais guerra com sua cruel madrasta. Respirando fundo, Ana respondeu com resignação: "Ok, tentarei arrumar um emprego para Monique... Ótimo, aproveite e leve ela até a empresa, e dê um jeito de apresentá-la ao Sr. Craner. insistiu Helen. Nesse momento, Monique apareceu em um vestido vermelho extremamente sexy e disse: "Estou prontíssima. Não vejo a hora de conhecer o Sr. Craner. Ana olhou para sua meia-irmã dos pés à cabeça e perguntou com desaprovação: Sério que você vai com esse vestido? Sim... quero que o Robert me note, respondeu Monique, com um brilho de determinação nos olhos.Ana sentiu um aperto no peito ao perceber que estava sendo manipulada por sua madrasta e que sua própria irmã estava disposta a usar sua beleza para conseguir o que queria. Ela se perguntou se estava fazendo a coisa certa ao ceder às pressões de Helen, mas sabia que não tinha escolha naquele momento. Ao chegarem à empresa, Ana conduziu Monique pelos corredores, tentando ignorar a sensação de desconforto que a acompanhava. Ela observou enquanto sua meia-irmã lançava olhares provocantes aos colegas de trabalho, consciente do impacto que sua presença estava causando. Finalmente, chegaram à sala de Robert, e Ana hesitou antes de bater à porta. Ela sabia que enfrentaria um desafio ao apresentar Monique a ele, especialmente considerando a reputação do chefe. Entre, chamou a voz de Robert do outro lado da porta. Com um suspiro resignado, Ana abriu a porta e entrou na sala, seguida por Monique, cujo sorriso radiante contrastava com a expressão séria de Robert. Ana, quem é essa?", perguntou Robert, levantando uma sobrancelha com curiosidade.Respirando fundo para encontrar coragem, Ana respondeu: "Este é Monique, minha irmã. Ela estava interessada em conhecer um pouco mais sobre o ambiente de trabalho aqui na empresa. "Monique avançou com confiança, estendendo a mão para cumprimentar Robert. "É um prazer conhecê-lo, Sr. Craner. Ouvi coisas maravilhosas sobre você.Olhando para Monique, Robert estendeu a mão para cumprimentá-la e com uma voz suave disse: Então, ouviu maravilhas sobre mim? Com um sorriso sedutor, Monique respondeu: Sim, sempre sonhei fazer parte do grupo Craner... então, se o senhor pudesse me dar uma oportunidade, eu não o decepcionaria... Ana sentia-se extremamente desconfortável com as falas de sua meia-irmã, e Robert percebeu. Ele olhou para Ana, sorriu e voltou seu olhar para Monique, dizendo: Hum, vou te dar uma oportunidade... você ficará em período de teste. Monique sorriu, apertou a mão de Robert novamente e disse: Garanto que não vou decepcioná-lo, Sr. Craner. Qual será minha função aqui? Bem, a Isabel é quem decide isso, mas há uma vaga para telefonista no momento. Acho que seria mais adequado para você... respondeu Robert.Monique ficou visivelmente descontente. Ela não esperava uma vaga de telefonista; tinha ambições maiores. Respirando fundo, ela sorriu e disse: Mas o senhor já teve a chance de ver meu currículo? No momento, estou ocupado demais para isso... Ana, por favor, leve sua irmã até a sala da Isabel, e depois volte aqui.Precisamos conversar", disse Robert em um tom autoritário. Ana assentiu e acompanhou Monique até a sala de Isabel. Após isso, Ana, ainda com as lembranças da noite passada gravadas em sua mente, voltou para a sala de Robert. Ele estava analisando alguns documentos e parou imediatamente ao vê-la entrar."Tranque a porta", ordenou Robert. Ela obedeceu e, voltando-se para ele, disse: "O que deseja, Sr. Craner? Ana, agora que estamos a sós, não precisamos dessas formalidades..começou Robert com um tom mais suave. Senhor Craner, acredito que essas formalidades são necessárias. Por que me chamou aqui? respondeu Ana. Ontem, depois de... fazermos sexo, te fiz um pedido. E queria saber se você cumpriu. Você tomou a pílula? perguntou Robert. Ana ficou desconcertada. Ela se esqueceu de tomar a pílula do dia seguinte. Mas não poderia admitir isso a Robert, afinal, ele não queria que o filho dele fosse gerado por sua secretária. Com um tom frio, ela respondeu: Sim, eu tomei. Era só isso, senhor? Ele se aproximou dela e, com um olhar penetrante, disse:"Então, podemos continuar nosso... relacionamento secreto. o que acha?Robert se aproximou de Ana, cujo coração começou a bater mais rápido. Ela sabia que precisava manter uma distância profissional, mas a proximidade de Robert a perturbava. Senhor Craner, acho que é melhor mantermos nossa relação estritamente profissional. disse Ana, tentando manter a compostura. Robert sorriu, mas havia um brilho nos olhos que deixava Ana desconfortável. Você sabe que não é apenas profissional, Ana. Há algo entre nós... Ana o interrompeu, sua voz firme. Eu sei que você gosta disso, senhor. Mas não serei mais seu objeto de desejo. Robert ficou surpreso com a ousadia de Ana. Ele pensou que ela era uma mulher submissa, e a resposta fria o desconcertou. Desde quando você é tão afrotosa? ele questionou. Ana sorriu confiante. Desde sempre, senhor. Estou na sua empresa há pouco tempo... Fomos para a cama, sim, mas é só isso. Nem eu sei nada sobre você, e nem você sobre mim. Robert se sentiu desconfortável com a postura firme de Ana. Lembre-se do seu lugar nesta empre
Dois meses depois, Ana percorreu incansavelmente a cidade em busca de um novo emprego. Seu currículo reluzia com qualificações impecáveis, mas, para sua frustração, não havia uma única oferta à vista. Exausta, ela se refugiou em uma pequena cafeteira, desabafando consigo mesma:-Parece que a sorte decidiu virar as costas para mim, mesmo com todas as minhas habilidades, não consigo encontrar uma oportunidade.Ana suspirou, sentindo o calor sufocante da tarde a envolver. O cansaço começava a pesar em seus ombros, e um desconforto crescente se instalava em seu estômago. Decidida a enfrentar o restante do dia, ela retornou para casa, onde o relógio marcava já 18 horas. Porém, ao chegar, deparou-se com uma cena que fez seu coração disparar: o carro de Robert estacionado em frente à sua casa, e Monique saindo dele."Ele está com ela agora... canalha," murmurou Ana, seu rosto contorcido pela raiva e pela desilusão.Sentindo as pernas fraquejarem, Ana segurou-se na parede quando sua meia-
Ana, com os olhos cheios de lágrimas, implorou à madrasta com voz trêmula:"Por favor, Helen, não conta nada ao meu pai...Helen, com um sorriso malicioso, não perdeu a oportunidade de cutucar Ana ainda mais:"Quem é o pai dessa criança? Provavelmente é filho de algum Zé ninguém que você ficou... você deveria ter vergonha disso...Ana respondeu com dor e indignação:"Você não faz ideia do que está dizendo. Não vou permitir que continue me ofendendo...Helen, de forma ameaçadora, acrescentou:"Vou chamar seu pai. Ele vai adorar saber quem é você de verdade.De volta ao seu quarto, Ana sentou-se na cama, tentando assimilar a notícia avassaladora da gravidez. Enquanto acariciava sua barriga, uma mistura de amor e preocupação a inundava.Os batimentos na porta a fizeram levantar apressadamente. Ao abrir a porta e encontrar seu pai e madrasta juntos, um nó se formou em seu estômago. A expressão de Joseph era uma mistura de raiva e decepção enquanto ele a encarava."Ana, é verdade que está
Ana sentia uma imensa tristeza no coração enquanto fechava as cortinas do quarto, tendo a certeza de que Robert estava com sua irmã. O frio da noite parecia ecoar sua solidão, e ela jurou odiar Robert para sempre...No dia seguinte, Ana acordou às seis da manhã, profundamente magoada com seu pai. Cada batida do relógio ecoava como uma contagem regressiva para sua decisão de sair de casa. Ela não podia suportar a ideia de encarar o pai novamente.Pegou um táxi que a deixou no centro da cidade, levando consigo apenas as poucas economias que restavam de seu tempo na empresa de Robert. Ao conferir o pouco dinheiro que tinha na bolsa, a realidade cruel da sua situação bateu forte: ela não tinha dinheiro suficiente para pagar um quarto de hotel.O que tenho não dá pra nada, eu preciso arrumar um emprego... Ou não sei o que será de mim, e dessa criança que espero", murmurou Ana enquanto caminhava até a lanchonete para tomar café.Ao entrar na lanchonete, Ana ficou surpresa ao encontrar s
O Sr. Campbell ouviu atentamente a explicação de Ana, seu olhar transmitia compreensão e empatia genuínas. Com um gesto gentil, ele colocou uma mão sobre o ombro dela, oferecendo conforto e apoio."Ana, sinto muito por tudo o que você está passando. Ninguém deveria ser tratado dessa forma, especialmente em um momento tão delicado como este. Você tem minha palavra de que estou aqui para ajudá-la. Farei tudo o que estiver ao meu alcance para tornar essa transição mais fácil para você", disse ele, com sinceridade, sua voz carregada de compaixão.As palavras reconfortantes do Sr. Campbell trouxeram um leve alívio para Ana, que jamais esperava encontrar tal apoio em meio à sua difícil situação."Obrigada, Sr. Campbell. Significa muito para mim saber que tenho alguém em quem posso confiar", respondeu Ana, com gratidão sincera.Um sorriso gentil iluminou o rosto do Sr. Campbell. "Você não está sozinha, Ana. Agora, vamos resolver essa questão das suas malas e garantir que você tenha tudo o
A mão de Charles apoiada na poltrona estremeceu ao ouvir o nome da mãe de Ana. Tudo indicava que Ana era sua amada neta desaparecida.Ana, que estava sentada, levantou-se com preocupação na voz. "Sr. Campbell? O senhor está bem? Com voz trêmula, o homem de idade avançada respondeu, "Estou, Ana. Foi apenas uma leve queda de pressão."Aliviada, Ana sugeriu, "Quer que eu chame a Nora? Talvez seja melhor chamar um médico.Não, minha querida. Agora, quero que me conte mais sobre sua mãe. Achei o assunto interessante.Então sua mãe se chama Cristina? E o seu pai, como se chama, Ana?Sim, senhor. Esse é o nome dela. Meu pai se chama Joseph. Mas tenho poucas lembranças dela. Quando ela foi embora, eu tinha apenas 7 anos..." Nesse momento, Nora chegou com a bandeja de café e deixou-a cair no chão, murmurando: "Senhor amado, ela é a filha da senhorita Cristina.Charles sentiu uma imensa tristeza; suas suspeitas foram confirmadas. Ele olhou para Ana com uma mistura de emoções: alegria por fin
Ana sentiu um misto de angústia e nojo ao avistar Robert ao lado de Monique. Era como se uma onda de desconforto tomasse conta dela, e o impulso de afastá-lo era irresistível. Com um gesto firme, Ana empurrou a mão de Robert e proferiu, com um tom seco:"Isso não é da sua conta, sr. Craner. Se puder me dar licença, ficarei grata."O olhar de Robert se tornou sombrio. Ana sempre fora amável com ele durante todo o tempo em que trabalharam juntos, e vê-la agora tão distante mexia com seu ego. Uma raiva ardente cresceu dentro dele, e com um tom carregado de amargura, ele disparou:"Humm, vejo que você já encontrou um ricasso para dar o golpe do baú. Você não perde tempo mesmo, não é Ana?"A intervenção de Charles não tardou, chocado com a maneira que Robert estava tratando Ana."Você não sabe o que está falando, Robert. Saia daqui antes que as coisas piorem para o seu lado, seu moleque. disse Charles, com firmeza.Apesar de já se conhecerem, a presença de Ana ao lado de Charles pareci
Após a revelação emocionante de Charles, Ana ficou atordoada. As lágrimas inundaram seus olhos e ela mal conseguia conter a avalanche de emoções que tomava conta de si. "Eu... eu sou sua neta?", Ana murmurou, com a voz embargada pela emoção. "Sim, Ana. Você é minha neta, e estou aqui para te apoiar em tudo o que precisar", respondeu Charles, segurando as mãos de Ana com ternura. Ana deixou-se envolver pelo abraço reconfortante de Charles, finalmente compreendendo o vazio que sempre sentira em relação à sua família. "Mas como... como isso pode ser verdade?", Ana perguntou, sua voz trêmula com a intensidade das emoções. Charles respirou fundo antes de continuar, compartilhando a história que mudaria o rumo da vida de Ana para sempre. "Ana, sua mãe, Cristina, nunca a abandonou de fato. Ela foi vítima de uma traição cruel por parte do seu pai, que a roubou de sua mãe e fugiu com sua amante quando Cristina descobriu a infidelidade... explicou Charles, enquanto as lágrimas cont