Indignado com a insinuação da amiga, Saulo a repreendeu.— Arya, o que é isso, por que está dizendo essas coisas para a Denise? — Perguntou nervoso.— Somos amigos há quantos anos, Saulo? Vinte, vinte e cinco? Eu nem me lembro mais, pois perdi as contas! Não estou criticando o relacionamento de vocês, mas eu te conheço melhor do que ninguém, eu conheci todas as mulheres com quem se relacionou, Denise é totalmente diferente de todas elas, vocês não irão dar certo. Você só está trazendo um motivo para as pessoas falarem mal de você e de sua família, que sei muito bem, que não é de acordo com esse relacionamento, a presença dela aqui, só deve ter sido algum tipo de brincadeira de mau gosto, ou para se vingar de algo, não acredito que esteja mesmo pensando em se casar com alguém como ela, sua aparência comum, me choca, não há nada nela que possa achar ser atrativo.As falas da mulher lhe deixaram de certo modo chocado, não imaginava que Arya diria aquele tipo de coisa, ainda mais na frent
Sábado havia chegado, e com ele, uma movimentação na casa começou logo cedo, Denise ainda estava dormindo. Também, Saulo havia pegado pesado na noite passada, após resolveram tirar todo o estresse na cama, o que a fez praticamente desmaiar.Já Saulo, havia levantado cedo e foi logo procurando pela mãe. A encontrou sentada no jardim, tomando chá e lendo um livro, até que o filho se aproximou.— Bom dia, mãe. — Beijou seu rosto. — O que significa esse pessoal todo aqui, logo cedo? — Questionou.— Bom dia, filho, teremos uma festinha de Boas-vindas para você.— Como assim? Você sabe que não gosto dessas coisas, ainda mais sabendo de última hora, por que não me avisou?— Seus amigos querem te ver filho, então nada melhor do que uma boa recepção, para comemorarmos sua presença nesta casa.— Estou tão cansado, devia ter me avisado isso, bem antes.— Para você recusar? Não mesmo! — Soltou o livro que estava na mão, colocando-o no canto do aparador, que estava ao seu lado. Olhando para o filho
— Morena?Saulo entrou no quarto nervoso, acordando Denise, que estava na cama em sono profundo.— O que houve? — Ao ver a expressão do noivo, espreguiçou-se e, imediatamente, se se sentou. — Qual é o motivo para esta alteração?— Você sabia que teria alguma coisa, hoje a noite aqui em casa? A postura de Saulo na frente da cama, a fez estremecer. Ele estava com uma mão na cintura, enquanto passeava a outra pelo cabelo, o arrumando para trás, nervoso, deixando à mostra suas veias do pescoço alteradas."Para de pensar besteira agora." — Voltou a si.Ela foi pega de surpresa, havia prometido ao pai de seu noivo, que não contaria sobre a recepção, até o dia da mesma, já que o homem jurou ser surpresa, porém, ao ver agora a expressão do noivo, percebeu que alguém já havia se adiantado e contando o que aconteceria a noite.— Quem te falou? — Preocupou-se.— Não interessa quem falou, o que quero saber, é o porquê de você ter escondido isso de mim. — Respirava fundo, tentando não perder a ca
Saulo já havia terminado de se arrumar no banheiro e adentrou o quarto.— Já está pronta? — Perguntava a amada, enquanto terminava de passar seu perfume. — Ainda não. — Ela respondeu, enquanto começava a passar a base no rosto. — Começarei a me maquiar agora.— Meu Deus, por que mulheres demoram tanto para se arrumar? — Levantava as mãos para o céu, em busca de respostas.— Não seja chato, se quiser pode ir à frente, tudo bem? Não fica me dando pressão não, quando estiver pronta, irei descer, vai ver se seus amigos já chegaram, olha se a decoração está de acordo com seu gosto, vê se há comida o suficiente para todos, sei lá, faça alguma coisa! E me deixa aqui, só vou sair, quando minha maquiagem estiver perfeita, e quero arrasar no delineado, se você estiver aqui dentro me dando pressão, irei ficar parecendo a Cleópatra.— Você é linda de qualquer jeito, morena, nem sei para quê todo esse reboco na cara. — Ria, sabendo que ela iria se estressar.— Mas já que gosta, tudo bem! Vou desce
O salão de festa já estava cheio, várias pessoas elegantes estavam conversando, enquanto o som de um violino, ecoava pela grande sala.Betty Taylor sorria, ao conversar com Arya sobre algo que havia feito há alguns minutos.— Tinha que ter visto a cara dela, ficou sem reação, aposto que quando saí e fechei a porta, começou a chorar feito uma criança. — Ria, tentando não chamar muito a atenção.— Acha que vai dar certo tia? — Arya estava ansiosa. — Será que apenas isso, vai poder pará-la.— Ela não terá outra coisa elegante para vestir, e com certeza, não irá descer com qualquer roupa, não acredito que ela tenha coragem de querer envergonhar meu filho, ainda mais na frente dos amigos. — Explicou.— Tia, sabia que faria algo, mas não imaginava que chegaria a esse extremo.— Tem coisas que é melhor falar na língua desse povo mesmo! Para aprenderem, essa selvagem não terá coragem de envergonhar o Saulo, com certeza, irá se trancar naquele quarto e chorar a noite inteira, lamentando e quer
Enquanto o casal andava de mãos dadas, pelo salão, sendo observados por todos. Arya procurava por Betty, que havia saído dali, muito nervosa. Pensou que a mulher havia subido para o quarto, mas ao encontrar a governanta da casa, descobriu que Betty estava no jardim.Chegando ao local, viu que a tia não estava nada bem, suas mãos tremiam e ela suava frio.— Tia, você está bem, por que saiu daquele jeito? — Perguntou preocupada.— Como posso estar bem, se essa selvagem ousou me desafiar?— Calma tia, vamos tentar outra coisa, não podemos nos dar por vencidas, na primeira batalha perdida.— Eu sei, estou tentando pensar em algo, mas nada me vem à cabeça agora, só consigo pensar que neste momento, ela está desfilando por aquele salão, sorrindo, como se fosse uma de nós.— Fica calma, eu tenho uma ideia. — Sorriu diabólica olhando para a tia, que ao ver a empolgação da moça, se recompôs, sorrindo igualmente.— Diga Arya, eu quero muito ouvir você, minha querida.[...]No salão, Saulo parou
Denise correu imediatamente para onde o noivo havia ido e viu Saulo tentando levantar o pai desacordado.— Pai, acorda, pai! — Saulo gritava desesperadamente. — Chamem um médico imediatamente! — Pediu. Era nítido seu desespero, seu pai não acordava de modo algum, ele não podia acreditar que o homem que conhecia por ter a saúde de ferro, estava em seus braços, tão desfalecido.— Chamamos uma ambulância, mas vai demorar demais, é melhor o levarmos no carro, para o hospital. — Disse um dos homens, que tentava ajudar.Depressa, Saulo, com ajuda de alguns dos amigos, carregou o pai no colo, até um carro que já estava à espera deles, saindo dali apressados, sob os olhares das pessoas que estavam no salão.Angelina, ficou com Denise, já que era o marido que estava dirigindo o carro que levava George Taylor para o hospital.— Vai ficar tudo bem, Denise, não se preocupe. — Abraçou a moça, que estava com olhar desesperado.— Você viu como o Saulo estava preocupado? Quero ir com ele também, Ang
— Não tenho o telefone dela, para falar a verdade, as coisas não estão sendo nada fáceis por aqui. — Sua voz ficou triste.— Como assim? — Aurora perguntou preocupada.— A mãe dele não gosta de mim, se você observasse o tipo de pessoa que ela é, ficaria chocada, do mesmo jeito que estou. Desde que cheguei, tivemos zero diálogo, e sempre que nos vemos, é desagradável! Me julga pela minha aparência, nacionalidade, condição social, e mais um milhão de coisas, me olha da cabeça aos pés, é altiva, soberba, desrespeitosa, se acha a rainha do país e dona da razão.— Denise, eu sinto muito, não sabia destas coisas, de tudo que me contou agora sobre ela, fico assustada, com o que pode passar por aí. — Preocupou-se.— Tudo bem, eu até sabia que ela não me aceitaria de primeira, mas não estava esperando por certos acontecimentos, pense numa pessoa preconceituosa, nem ao menos conversou comigo, no primeiro dia que me viu, já virou as costas, me julgando como se eu fosse alguém que não presta.— A