Eu estava parado no acostamento da ponte, enquanto a equipe de bombeiros tentava descer para tirar o resto que sobrou do corpo de Liana. Saulo estava mais adiante no celular, acho que ele conversava com Denise para voltar para casa. Enquanto observava a cena e os destroços do carro de Liana, me lembrei de quando o comprei para lhe dar de presente. Ela amava carros de luxo e disse que seu sonho sempre foi ter um desses, então, no dia do seu aniversário, lhe fiz uma surpresa. Ela ficou radiante no dia, e eu, como estava perdidamente apaixonado, me hipnotizava com aquele sorriso. Sempre a tratei como uma criança mimada, dando tudo o que queria e fazendo seus gostos. Fui muito errado, mas na época só pensava nela e em sua felicidade. Me senti mal por meu pai, ele não merecia o que aconteceu. Tantas vezes tentou me alertar sobre ela, mas eu estava cego. Ninguém naquela época poderia mudar minha mente, nem mesmo quando a peguei no flagra. A cena perturbou minha mente por tanto tempo, p
Peguei o celular da mão da Denise imediatamente, tentei ligá-lo, mas parecia está descarregado. — Me tragam um carregador agora! — Gritei. Estava nervoso. O que Liana havia feito com a Aurora? Denise trouxe um carregador, então coloquei o celular na tomada, mas o telefone demorou para ligar. — Mas que merda! — Meu estresse já havia voltado. — Calma Oliver. — Saulo falava. — Como ter calma, Saulo? O celular dela estava com a Liana, o que ela fez com a Aurora? — Perguntei preocupado. — Vamos perguntar para a Bia. — Ela está inconsciente, esqueceu? — Que droga, é verdade! Vamos à polícia denunciar o desaparecimento de Aurora então. — Saulo tentava achar uma solução. Minha cabeça começou a doer de um jeito desesperador, após checar o celular, vi que as últimas conversas que tive por mensagem com a Aurora, foram, na verdade, respondidas por Liana. — E se Liana matou a Aurora? Denise falou e logo uma pontada forte veio em minha cabeça, comecei a ver a casa rodar e senti meu corpo
— Estou indo para a capital. — Disse, enquanto arrumava minhas coisas. — O quê? Uma hora dessas? — Saulo me repreendia. — Não posso mais perder tempo, Saulo, Aurora pode estar passando por necessidades. — Minha preocupação era toda para ela naquele momento. — Eu sei, cara, mas descansa hoje, esse dia já foi muito cheio, fica com seu filho um pouco. — Você quer que eu fique com o Noah, para você ficar com a Denise, não é mesmo? Um sorrisinho de canto brotou em seus lábios. A cara de Saulo não negava que eu havia pegado-o no flagra. — Também, não vou negar. — Riu — A morena está como um cão de guarda por muito tempo, hoje a noite eu iria comemorar nossa liberdade. — Tudo bem… Além disso, o que eu poderia fazer hoje, não é mesmo? O Noah também precisa de mim, já faz um tempo que não temos um tempinho só para nós. — Pois é, descanse. Amanhã bem cedo irei com você para a capital, iremos buscar a Aurora, nem que tenhamos que revirar todo o país, aliás, e se ela foi para fora
Eu não sei o que anda acontecendo comigo, se essa maré de azar e sorte é algum sinal divino, mas… Toda vez que penso que minha vida vai se resolver, acontece algo, eu não suporto tanta informação simultaneamente. Após voltar para a fazenda e arrumar nossas malas, pegamos o avião para o sul do país. Atrás desse especialista. Saulo e Denise vieram juntos. Denise como babá e Saulo como amigo. Mesmo dando as férias para Denise, eles insistiram em adiá-la até que a suspeita sobre Noah chegasse ao fim. Gratidão era pouco sobre o que tinha por ele. Meu melhor amigo e irmão do coração, não havia palavras para descrever o que sentia. Já fazia quase um ano que ele estava comigo na fazenda, sem um dia sequer de descanso. Faz um tempo que ele quer levar Denise para conhecer a família, mas toda vez tem adiado por minha causa. Eu seria eternamente grato por tudo que ele me fez. Sentado na poltrona do avião, com meu filho no colo, sentia que a vida me afastava mais da possibilidade de encontrar a
— Oliver Caetano, não é mesmo?—Um homem se aproximou, estendendo a mão em forma de cumprimento. — Sou o doutor Tácio Duarte, minha secretária disse que o senhor já havia chegado, então vim o mais rápido que pude. — Oh, sim! Muito prazer em conhecê-lo, me perdoe por chegar mais cedo, é porque estou um pouco ansioso. — Sei como se sente Oliver, se quiser, já podemos ir para a minha sala. — Ah, claro, vamos sim! Enquanto acompanhava o médico, ele perguntou. — Você iria entrar na copa? Queria beber alguma coisa? — Beberia algo para passar o tempo. — Ah, não se preocupe, irei pedir que tragam algo. — Passamos pela recepção e o médico falou com a secretária. — Rafaela, por favor, traga um café para mim e para o senhor Oliver. — Prefiro água, obrigado! — E sua acompanhante vai querer algo para beber? Se referiu à Denise. — Não, obrigada, estou bem. — Denise respondeu. Entramos na sala do doutor Tácio, que era um homem muito educado e jovem, devia ter quase a mesma idade que eu. El
Já faz um tempinho que sentia uma dorzinha na ponta da barriga, mas não queria falar com ninguém, me sentia inchada, e parecia que a qualquer momento eu iria explodir. Havia chegado ao sétimo mês de gestação e pedia que essas crianças ficassem por mais tempo dentro da minha barriga, para que nascessem saudáveis e não precisassem de nenhuma intervenção. Hoje, trabalhei mais cedo, meu horário de entrada agora era às sete e meia, mas cheguei às sete, arrumei a copa e fiquei sentada. A dorzinha ficava indo e vindo e torcia para isso não ser uma contração, pois ainda não estava preparada. Na verdade, nem sei se ficaria uma hora, eu morria de medo do parto e me senti frustrada em saber que iria enfrentar tudo isso sozinha. Havia me decidido que, após os meninos nascerem, iria ligar para Denise, mesmo morrendo de vergonha. Pediria que ela falasse com o Oliver sem que Liana pudesse ouvir, que eu precisava falar e vê-lo pessoalmente, então ele viria e eu apresentaria as crianças. Sei que seri
— Preciso falar com o Oliver, Tácio! — Aurora, a única coisa que você precisa nesse momento é ir para casa e descansar! — Falava bravo, como se fosse meu pai. — Você não entende? Preciso muito. — Sei o que você quer falar com ele, na verdade, eu quase acabei tocando no assunto, mas deixei quieto, por respeito a você, mas serei bem sincero, eu quase falei. — O quê? Do que você está falando? — Que ele tem um funcionário lá na tal fazenda, o qual é um vagabundo, que sabe que você está grávida, mas não quer assumir as responsabilidades. Eu iria falar para ele pegar esse desgraçado e mandá-lo embora por justa causa! — Meu Deus, Tácio, para esse carro agora! — Tentava abrir a porta desesperada, mas estava trancada. — Eu só vou parar, quando te deixar em casa, se quiser falar com ele, descanse, ele ficará na cidade, não irá embora por agora. — Para o carro, por favor. — Implorei. — Eu não vou parar! — Insistia autoritário. — Tácio, para com isso, você está tomando parte de um assunt
Ao ver Aurora, meu coração teve um mini infarto, fiquei sem reação por alguns segundos e até pensei que poderia ser alucinação da minha cabeça. Mas minha mente voltou em si. O que ela fazia com aquele médico? Cogitei de ir atrás deles, mas pensando melhor, sabia quem poderia me ajudar a descobrir as coisas. Voltei para o consultório do médico e falei com a secretária. — Senhor Oliver, que bom que voltou, olha. — Mostrou um papel. — Esse aqui ficou sem assinar. — Tudo bem — assinei — Aqui. — Entreguei o papel assinado. — Rafaela, não é mesmo? — Sim. — sorriu tímida. — Acabei de ver o doutor Tácio saindo com uma moça no carro, é a namorada dele? — Ah, a moça que o senhor deve ter visto é a Aurora, ela trabalha aqui conosco, mas não é namorada do doutor não, ele só a ajuda devido à barriga. — Barriga? — Perguntei confuso. — É, ela está grávida. Um misto de emoções surgiu em meu peito, Aurora estava grávida? Como assim? Era por isso que o médico estava empolgado mais cedo pegand