— Estou indo para a capital. — Disse, enquanto arrumava minhas coisas. — O quê? Uma hora dessas? — Saulo me repreendia. — Não posso mais perder tempo, Saulo, Aurora pode estar passando por necessidades. — Minha preocupação era toda para ela naquele momento. — Eu sei, cara, mas descansa hoje, esse dia já foi muito cheio, fica com seu filho um pouco. — Você quer que eu fique com o Noah, para você ficar com a Denise, não é mesmo? Um sorrisinho de canto brotou em seus lábios. A cara de Saulo não negava que eu havia pegado-o no flagra. — Também, não vou negar. — Riu — A morena está como um cão de guarda por muito tempo, hoje a noite eu iria comemorar nossa liberdade. — Tudo bem… Além disso, o que eu poderia fazer hoje, não é mesmo? O Noah também precisa de mim, já faz um tempo que não temos um tempinho só para nós. — Pois é, descanse. Amanhã bem cedo irei com você para a capital, iremos buscar a Aurora, nem que tenhamos que revirar todo o país, aliás, e se ela foi para fora
Eu não sei o que anda acontecendo comigo, se essa maré de azar e sorte é algum sinal divino, mas… Toda vez que penso que minha vida vai se resolver, acontece algo, eu não suporto tanta informação simultaneamente. Após voltar para a fazenda e arrumar nossas malas, pegamos o avião para o sul do país. Atrás desse especialista. Saulo e Denise vieram juntos. Denise como babá e Saulo como amigo. Mesmo dando as férias para Denise, eles insistiram em adiá-la até que a suspeita sobre Noah chegasse ao fim. Gratidão era pouco sobre o que tinha por ele. Meu melhor amigo e irmão do coração, não havia palavras para descrever o que sentia. Já fazia quase um ano que ele estava comigo na fazenda, sem um dia sequer de descanso. Faz um tempo que ele quer levar Denise para conhecer a família, mas toda vez tem adiado por minha causa. Eu seria eternamente grato por tudo que ele me fez. Sentado na poltrona do avião, com meu filho no colo, sentia que a vida me afastava mais da possibilidade de encontrar a
— Oliver Caetano, não é mesmo?—Um homem se aproximou, estendendo a mão em forma de cumprimento. — Sou o doutor Tácio Duarte, minha secretária disse que o senhor já havia chegado, então vim o mais rápido que pude. — Oh, sim! Muito prazer em conhecê-lo, me perdoe por chegar mais cedo, é porque estou um pouco ansioso. — Sei como se sente Oliver, se quiser, já podemos ir para a minha sala. — Ah, claro, vamos sim! Enquanto acompanhava o médico, ele perguntou. — Você iria entrar na copa? Queria beber alguma coisa? — Beberia algo para passar o tempo. — Ah, não se preocupe, irei pedir que tragam algo. — Passamos pela recepção e o médico falou com a secretária. — Rafaela, por favor, traga um café para mim e para o senhor Oliver. — Prefiro água, obrigado! — E sua acompanhante vai querer algo para beber? Se referiu à Denise. — Não, obrigada, estou bem. — Denise respondeu. Entramos na sala do doutor Tácio, que era um homem muito educado e jovem, devia ter quase a mesma idade que eu. El
Já faz um tempinho que sentia uma dorzinha na ponta da barriga, mas não queria falar com ninguém, me sentia inchada, e parecia que a qualquer momento eu iria explodir. Havia chegado ao sétimo mês de gestação e pedia que essas crianças ficassem por mais tempo dentro da minha barriga, para que nascessem saudáveis e não precisassem de nenhuma intervenção. Hoje, trabalhei mais cedo, meu horário de entrada agora era às sete e meia, mas cheguei às sete, arrumei a copa e fiquei sentada. A dorzinha ficava indo e vindo e torcia para isso não ser uma contração, pois ainda não estava preparada. Na verdade, nem sei se ficaria uma hora, eu morria de medo do parto e me senti frustrada em saber que iria enfrentar tudo isso sozinha. Havia me decidido que, após os meninos nascerem, iria ligar para Denise, mesmo morrendo de vergonha. Pediria que ela falasse com o Oliver sem que Liana pudesse ouvir, que eu precisava falar e vê-lo pessoalmente, então ele viria e eu apresentaria as crianças. Sei que seri
— Preciso falar com o Oliver, Tácio! — Aurora, a única coisa que você precisa nesse momento é ir para casa e descansar! — Falava bravo, como se fosse meu pai. — Você não entende? Preciso muito. — Sei o que você quer falar com ele, na verdade, eu quase acabei tocando no assunto, mas deixei quieto, por respeito a você, mas serei bem sincero, eu quase falei. — O quê? Do que você está falando? — Que ele tem um funcionário lá na tal fazenda, o qual é um vagabundo, que sabe que você está grávida, mas não quer assumir as responsabilidades. Eu iria falar para ele pegar esse desgraçado e mandá-lo embora por justa causa! — Meu Deus, Tácio, para esse carro agora! — Tentava abrir a porta desesperada, mas estava trancada. — Eu só vou parar, quando te deixar em casa, se quiser falar com ele, descanse, ele ficará na cidade, não irá embora por agora. — Para o carro, por favor. — Implorei. — Eu não vou parar! — Insistia autoritário. — Tácio, para com isso, você está tomando parte de um assunt
Ao ver Aurora, meu coração teve um mini infarto, fiquei sem reação por alguns segundos e até pensei que poderia ser alucinação da minha cabeça. Mas minha mente voltou em si. O que ela fazia com aquele médico? Cogitei de ir atrás deles, mas pensando melhor, sabia quem poderia me ajudar a descobrir as coisas. Voltei para o consultório do médico e falei com a secretária. — Senhor Oliver, que bom que voltou, olha. — Mostrou um papel. — Esse aqui ficou sem assinar. — Tudo bem — assinei — Aqui. — Entreguei o papel assinado. — Rafaela, não é mesmo? — Sim. — sorriu tímida. — Acabei de ver o doutor Tácio saindo com uma moça no carro, é a namorada dele? — Ah, a moça que o senhor deve ter visto é a Aurora, ela trabalha aqui conosco, mas não é namorada do doutor não, ele só a ajuda devido à barriga. — Barriga? — Perguntei confuso. — É, ela está grávida. Um misto de emoções surgiu em meu peito, Aurora estava grávida? Como assim? Era por isso que o médico estava empolgado mais cedo pegand
— Eu não estou acreditando! — Falava, enquanto era abraçada fortemente pelos braços de quem tive tanta saudade. Dos meus olhos, escorriam lágrimas e notei que ele começou a chorar também. — Estava com tanta saudade de você. — Não mais do que eu. — Respondeu me soltando do abraço, e me olhou nos olhos. — Você está bem? Cadê o Noah, como ele está? — Ele está bem, está no hotel com a Denise e o Saulo, não se preocupe. — Você está com alguém no carro? — Não, eu vim sozinho. — Por favor, entre! Estava com medo de que a bruxa da Liana tenha o seguido. Após passarmos pelo corredor, ele se sentou na cadeira da sala, eu estava tão nervosa, que não sabia o que falar ou fazer. — Quer tomar alguma coisa? — Perguntei tímida. — Estou bem, obrigado. — Vou vestir uma blusa e já volto. — Não, por favor, fica assim. Você está tão linda desse jeito! — Alguém te viu vindo para cá? O Noah está seguro no hotel? — Perguntei preocupada. — Avisei ao Saulo que viria, por que está preocupada, Auror
Após ver aquela barriga enorme de Aurora, eu senti que Saulo tinha razão. Aqueles bebês eram meus filhos. Fiquei tão feliz, mas notei que seus olhos estavam assustados, quando me chamou para entrar em sua casa. Em seguida, descobri que seu medo era da Liana. Após falar da morte de Liana, vi um alívio de sua parte. Que bom que toda essa tensão foi resolvida! Aurora falou de como conseguiu o emprego no consultório do médico e como o Tácio a ajudou, mas notei que ela ocultava algumas coisas. Acho que esse médico tinha segundas intenções com ela… Porém, tirei esse pensamento da cabeça, seja o que for, eu sabia que ela não havia correspondido e agora que a havia encontrado, eu tomaria conta de tudo. — Pegue apenas o que acha que seja necessário e importante para você, com o resto não se preocupe, nós vamos doar para quem realmente precisará. — Quero levar essas roupinhas que comprei para a saída deles, e esses presentes aqui, não posso doar o que ganhei com tanto amor. — Tudo bem, e