Terras do conde Hampiert
Maria sentia a brisa de o campo abraçar seus cabelos ferozmente, de um jeito delicioso. Saíra de casa há quase três horas, Amily havia se despedido dela antes mesmo de descer, ela parecia estranhamente calada e melancólica, mas pediu carinhosamente a mais nova que se divertisse e não fizesse besteiras. Catarina por incrível que pareça chorou como se nunca mais sua filha fosse voltar para casa, fazendo com que Thomas gargalhasse da mesma.— Senhorita Hampiert, estamos a chegar. — O cocheiro comunicou alegremente a ela.
Maria pôs a cabeça para fora de sua carruagem e passou a admirar a magnitude das terras da irmã. A casa era enorme, perdendo apenas para a casa maior, os jardins da frente eram carregados de flores e arbustos límpidos, era tudo esplendidamente bem organizado e belo aos olhos da loira. Quando deram a curva em direção a porta principal, pôde ver os belos cabelos da irmã a distância sorrindo animadamente.O cocA casa maior estava a todo vapor com os preparativos para recepcionar a noiva de Conrad, Brenda Cathor. Havia se passado cinco dias desde que as irmãs Hampiert haviam voltado para casa, e ainda eram o assunto mais falado no condado. Maria havia voltado da casa da irmã ontem à tarde, e para seu desgosto o cunhado tinham vindo pessoalmente trazê-la. Islia acabou pegando uma virose e não poderia comparecer à recepção da futura cunhada, mas Victor fez questão de vir aproveitando para trazê-la.O trajeto de volta nunca lhe pareceu mais demorado, nenhum dos dois trocaram uma sequer uma palavra o caminho inteiro, mas ela sabia que não poderia esperar muito vindo daquele ser chamado Victor Graham.Amily ajudava a mãe com alguns doces na cozinha, enquanto Maria brincava com o sobrinho Leo nos jardins. Hayel e Heitor não haviam saído do quarto ainda e Amily não iria chamar ninguém daquela vez, uma vez já foi o bastante para seu ego machucado. Ela e Heitor não se falaram durante
Um mês depois...Havia se passado um mês desde que as filhas de Thomas haviam chegado. Foram a eventos, festas e bailes para apresenta-las a sociedade, lá conheceram várias pessoas influentes e reencontraram outras, como o príncipe Nicholai, o chanceler e o rei. No último baile em que foram, Islia as acompanhou junto com Victor e seu pai, o duque Theodore que era muito apegado à filha caçula de Thomas.Como era de praxe foram logo registrados seus noivados, mesmo sem conhecerem os noivos ainda. William tinha viajado para Normano por questões políticas e voltaria em dois dias, Ethan estava muito ocupado para Nicholair do palácio, e mesmo estando ansioso para conhecer a noiva, não tivera tempo algum para tal coisa.Ethan andava emburrado e irritado, seu irmão não o deixava respirar em momento algum desde que chegara, tinha ido Nicholair e beber, seu irmão lhe dera um sermão a semana inteira. Sua cabeça doía como nunca e estava cansado a um nível extremo, suas olheiras denunci
Victor descia do seu Faizão vagarosamente sem tirar os olhos da cunhada. Thomas estava irritado e era perceptível por todos. — Por que diabos suas irmãs estão aqui Conrad?Thomas viu Maria engolir a seco. — Desculpe meu pai, não deveríamos ter vindo tão longe.Amily desviou do olhar de Heitor e voltou-se rapidamente em defesa do irmão.— A culpa é minha pai, pedi a Maria que viéssemos até a extremidade da muralha, estava entediada. — Lorde Briene sorriu baixo. — Conrad estava tentando nos levar para casa, me perdoe.Thomas bufou irritado. — Quando chegarmos em casa conversaremos seriamente senhorita Amily. — Pegou a mão da filha. — Venha, seu cavalo já está bem longe para ir buscar agora. — Amily subiu receosa em frente ao pai. — Lorde Briene me perdoe por isso.Ethan riu. — Não se preocupe, vamos! — Ele e William voltaram para sua carruagem, e seguiram atrás e Thomas e Heitor. Conrad ajudou Maria a subir em seu cavalo e logo seguiu atrás.— Su
Vermelho, era só no que Maria conseguia pensar enquanto arrumava-se para o casamento da filha do chanceler.— Se continuar a suspirar desse jeito vão começar a achar que estás com alguma doença respiratória. — Amily comentou, enquanto penteava os longos e macios cabelos da irmã mais nova.— Ele é tão maravilhoso minha irmã.Amily fez uma careta engraçada.— Tudo bem! Se tu dizes quem sou eu pra duvidar.Maria sorriu animada.— E você com lorde Briene, ele era só sorrisos a você que eu vi.Amily deu de ombros sem vontade.— Ele foi gentil, somente isso. — Maria olhou para ela sorridente. — Ora não me olhe assim, ele só foi extremamente gentil e respeitoso. — Maria riu mais ainda pela face corada da irmã.— Se tu dizes, quem sou eu para duvidar.Amily puxou seu cabelo de leve.— Idiota!Ambas ficaram em silêncio por alguns minutos.Amily estava dividida entre pensar sobre o noivo, ou pensar
Verde, a mais pura e viva cor, Hayel nunca gostou muito de jardins ou campos com verde em excesso, mas estranhamente a estufa de lady Amélia lhe chamava bastante atenção. Talvez a predominância de flores, arbustos e ervas tivessem variadas colorações, tamanhos e cheiros, mas lá estava ele o magnífico verde presente em todas elas, dando contraste ao rosa, vermelho, amarelo e outras infinidades de cores chamativas.Hayel estava a mais de duas semanas no palácio real da Hermania com seu pai e seu noivo Heitor Graham. Estava sendo cortejada oficialmente a dois meses, mas estranhamente seu noivo não transbordava emoção alguma além de apatia para com aquele noivado. Hayel não pediu para casar-se, muito menos com o filho do duque, tentou deixar aquilo bem claro logo no primeiro encontro oficial de ambos, mas ele era tão empossado do próprio orgulho que não escutava aquilo que não lhe convinha.O pai e o noivo estavam a mando do rei Ivan para tratarem de assuntos do reino,
Uma Semana Depois…A casa maior nunca estivera tão quieta em toda sua longa história de moradores, Maria era a única sem motivos para silêncio e melancolia, mas era puxada para aquela aura de qualquer forma. Lady Catarina estava viajando com a nora e o filho para Polimenia, eles estavam estranhos e com cara de choro, mas nada disseram. O conde estava trabalhando como nunca por causa da onda de ataques dirigidas pelos rebeldes de Krivis. Amily estava em seu quarto desde o casamento de lady Emily, só saía para comer e tomar sol, nada mais. Nem quisera falar com a mais nova e isso era completamente estranho para Maria.Islia e Victor viriam em dois dias para casa maior, assim como Heitor e Hayel, exigência do conde por conta dos ataques ele queria toda família em um só lugar. William e Ethan não deram notícias desde o casamento, segundo o conde eles estariam trabalhando muito durante a semana no palácio a pedido do rei e estavam sem tempo para visitas formais as noivas.
(…)Fogo…Calor…Errado…Completamente errado...Porque justo com ele, ela não podia sentir o que estava sentindo à medida que ele movia os lábios junto aos dela, isso era extremamente errado, mas por que ela não conseguia parar? Por que havia fechado os olhos? Esse momento não lhe pertencia, era de William.William...Maria abriu os olhos institivamente lembrando dos belos traços de seu noivo. Empurrou Victor com brutalidade e lhe deu as costas completamente atordoada, e sem rumo certo voltou-se a caminhar cambaleante para qualquer lugar que lhe fizesse esquecer o que lhe aqueceu fervorosamente por breves segundos.Victor olhava o ponto louro desaparecer fora dos estábulos. Podia ir atrás dela e lhe implorar por perdão, mas ele apenas se limitou a sorrir de canto.— Você será minha! — Murmurou sorrindo largamente.Enquanto acariciava seu belo Faizão negro, o beijo lhe voltava a cabeça inúmeras vezes, mas nada se comp
Pálacio Real, dois dias atrás…As passadas imponentes que se seguiam salão a dentro, deixavam todas as pessoas de fora amedrontada por tamanho porte daquele homem. William sempre fora centrado em tudo que fazia, desde criança preferia ser o mais responsável possível, pois nunca se saberia se viria a ser rei um dia, mas sabia que isso jamais aconteceria.Queria poder sair daquele castelo e visitar sua tão estimada noiva, mas estava proibido, assim como todo o resto. Seguia em direção ao salão real, onde sua irmã e o duque de Estival, o esperavam há alguns minutos.A figura loira elegantemente vestida de costas para os vitrais da janela, virou e sorriu largamente ao notar seu querido irmão de braços abertos a encarando.— William! — Safira jogou-se sobre o irmão em um abraço apertado e cheio de saudades.— Safira! — Exclamou o mais novo feliz, apesar de sua feição demonstrar o contrário.— Quanto tempo meu querido. — Safira se pôs a analisa-lo