(…)
Fogo…
Calor…
Errado…
Completamente errado...
Porque justo com ele, ela não podia sentir o que estava sentindo à medida que ele movia os lábios junto aos dela, isso era extremamente errado, mas por que ela não conseguia parar? Por que havia fechado os olhos? Esse momento não lhe pertencia, era de William.
William...
Maria abriu os olhos institivamente lembrando dos belos traços de seu noivo. Empurrou Victor com brutalidade e lhe deu as costas completamente atordoada, e sem rumo certo voltou-se a caminhar cambaleante para qualquer lugar que lhe fizesse esquecer o que lhe aqueceu fervorosamente por breves segundos.
Victor olhava o ponto louro desaparecer fora dos estábulos. Podia ir atrás dela e lhe implorar por perdão, mas ele apenas se limitou a sorrir de canto.
— Você será minha! — Murmurou sorrindo largamente.
Enquanto acariciava seu belo Faizão negro, o beijo lhe voltava a cabeça inúmeras vezes, mas nada se comp
Pálacio Real, dois dias atrás…As passadas imponentes que se seguiam salão a dentro, deixavam todas as pessoas de fora amedrontada por tamanho porte daquele homem. William sempre fora centrado em tudo que fazia, desde criança preferia ser o mais responsável possível, pois nunca se saberia se viria a ser rei um dia, mas sabia que isso jamais aconteceria.Queria poder sair daquele castelo e visitar sua tão estimada noiva, mas estava proibido, assim como todo o resto. Seguia em direção ao salão real, onde sua irmã e o duque de Estival, o esperavam há alguns minutos.A figura loira elegantemente vestida de costas para os vitrais da janela, virou e sorriu largamente ao notar seu querido irmão de braços abertos a encarando.— William! — Safira jogou-se sobre o irmão em um abraço apertado e cheio de saudades.— Safira! — Exclamou o mais novo feliz, apesar de sua feição demonstrar o contrário.— Quanto tempo meu querido. — Safira se pôs a analisa-lo
(...)Pensar rápido!Amily tinha o sangue por inteiro na face, as passadas rápidas de Heitor, a cena logo abaixo de si, sua mente estava desprovida de qualquer coisa, especialmente raciocinar logicamente.— Amily você… Ela não pensou, apenas o beijou desesperada.Literalmente.Heitor que até então estava desnorteado, finalmente circundou a fina cintura da dama e a retribuiu com desejo insano que não tinha a dias.Amily acalmava-se à medida que ele apertava sua cintura e o desejo ia os consumindo lentamente, e mesmo que seus pulmões estivessem sedentos por falta de ar, nem assim soltaram-se.O beijo fora finalizado com delicados selinhos, e por fim apenas testa com testa.— Por que fez isto? — Heitor perguntou ofegante, sem solta-la.Amily ficou tensa e lembrou de o porquê ter feito aquilo. — Me perdoe. — Disse entre um suspiro pesado.Não podia tê-lo beijado, ele mesmo a recusou fielmente quando conversara
Com a respiração pesada e ofegante, Heitor chutou a primeira coisa que viu pela frente.Estava em um misto de emoções que poderiam facilmente desestabiliza-lo em questões de segundos. Não conseguia entender Amily, ontem havia o beijado de forma tão intensa que por um segundo sentiu vontade de largar tudo por ela, mas hoje faz isto.Bater na própria irmã... Grávida!Quando Hayel começou a se explicar noite passada, Heitor esperava qualquer coisa, menos que ela estivesse grávida novamente, mas agora… — Por mil infernos!Victor assistia a cena que seu irmão fazia com os braços cruzados.— Não acho que se descabelar fará alguma diferença irmão. — Comentou o mais novo revelando-se. — Quer conversar?Heitor suspirou pesado e sentou-se no chão perto do mesmo. — Eu sei que a culpa é minha. — Confessou tristemente. — Eu deveria ter parado, ou melhor, não podia nem ter começado, mas…— Você a ama! — Concluiu Victor como se fosse óbvio.Heitor arregalou os olhos c
(…)— Tu e Heitor?Hayel arregalou os olhos sem querer entender. Amily mordeu o polegar procurando um jeito de dizer aquilo sem ferir o ego da irmã mais velha.— Preciso que me escutes antes de fazer ou dizeres qualquer coisa, entendeu? — Mesmo temerosa, Hayel assentiu. — Tu precisas saber, que nem eu ou ele planejamos tal coisa. Quando fomos apresentados, logo senti antipatia por ele. — Hayel lembrava-se bem do momento em que seu marido fora apresentado a irmã, e ela nem ao menos olha-lo nos olhos. — Ele era tudo o que eu esperaria em um cunhado. Sempre perfeitinho, quase nunca mal educado, ou rigoroso com o filho. Particularmente, nunca amoroso contigo, era o que eu percebia, mas foi quando eu torci o tornozelo que tudo pareceu fazer sentido para mim.— Do que estás a falar Amily?A morena já notava a falha na voz da irmã, mas não se permitiu ceder.— Duas noites antes, eu tinha feito uma tolice e Heitor acabou por me dizer coisas desagradáveis, qu
O dia estava bonito, Ethan queria sair e caminhar pelos jardins, mas seu corpo não o obedecia. Tudo em sua cabeça, em seu coração, em seu âmago mais profundo, queria estar com Hayel, tudo nele, desejava tudo nela.Entre um suspiro e outro, embainhou sua espada e seguiu vagarosamente até a sala do trono. Queria conversar com alguém, queria tirar aquela mulher da cabeça, mas desanimou assim que viu o estado deplorável de William, e a face distante de seu primo Nicholai.Ambos pareciam estar em um mundo completamente paralelo a este, e talvez, só talvez, Ethan os entendesse. — Me parece que todos estamos a divagar hoje. — Comentou em um riso contido. — É patética nossa situação. Todos aqui, aceitando o destino designado a nós… — Sentou-se perto da janela, enquanto era observado por Nicholai e William. — E me parece que daqui para frente, tudo só tende a piorar.Nicholai suspirou baixo. — Vivemos em um ciclo limitado, só podemos ser, aquilo que todos esperam de nós.—
A chuva parecia não ter fim. Amily e Heitor iam na frente, enquanto Victor ia atrás com Maria apoiada em si. A mulher estava pálida e com bastante sangue em todo o braço e dorso.— Aguente um pouco mais, estamos a chegar. — Victor dizia baixo.Ela apenas assentiu, sem forças para falar.— Tudo bem meu irmão? — Heitor perguntou preocupado com Maria, assim como Amily que seguia a seu lado.— Está perdendo muito sangue. — Declarou se sentindo culpado. — Se acontecer algo a ela, eu nem sei…Amily parou ao seu lado tocando gentilmente o ombro do cunhado. — Acredite, Maria já passou por coisa pior e cá estamos nós de novo.Victor sorriu fraco. — Vossa irmã chama por problemas.Maria mesmo fraca lhe deu um tapa no peito. — Idiota!Amily sorriu. — Suponho que não esteja tão fraca assim.Victor concordou baixo.Mais à frente, já se notava os grandes portões da casa maior. Heitor acelerou seu cavalo e acompanhado dos outros, chegaram rapidamente.Conrad e Thom
Vários dias depois…Naquela bela tarde de verão tudo parecia perfeito. Ethan passou a ficar de vez na casa do conde até que seu primogênito nascesse, enquanto Amily e Heitor eram somente sorrisos a todos. Estavam radiantes com tudo que lhes acontecera em tão pouquíssimo tempo, e em quanto estavam felizes com esta nova possibilidade.Hayel estava com uma barriga saliente e um enorme sorriso na face, enquanto Maria penteava seus lustrosos cabelos vermelhos sentindo-se feliz por suas irmãs. — Que nome dará a criança minha irmã? — A loura perguntou curiosa.Fazia alguns dias que seu ombro finalmente cicatrizara, e por mais dolorido que estivesse por causa dos remédios de cicatrização que Stuart lhe recomendara, ainda sorria pelo furtuito de tamanha felicidade da ruiva.Hayel tocou seu ventre sorridente. — Eduardo caso for menino, e Helena se for menina.— Belíssimos nomes minha irmã, e seria melhor ainda se viessem os dois. — Comentou a mais nova lhe sorrindo.Hayel re
(…)A carruagem com o emblema da família real aproximava-se rapidamente em direção à frente da casa maior. Dentro do veículo, o príncipe juntamente com a noiva, William e lady Leah, fixaram-se em um silêncio confortável. William estava deveras incomodado com a mulher a sua frente, mas tinha que manter sua pose até o fim, caso contrário cometeria alguma sandice.Os olhos do príncipe Nicholai percorreram atenciosamente toda a pompa e organização por certo da condessa Hampiert à frente da mansão, justamente para ter que evitar o olhar questionador de sua noiva, que com plena ciência o encarava confusa.— Meu senhor esteve calado por todo trajeto, algo lhe incomoda? — Sua voz excessivamente doce fazia o príncipe surtar internamente.Com toda sua falsidade, o nobre sorriu. — Equívoco seu, minha querida, só estou ansioso com o presente de meu pai.A mulher assentiu iluminada lembrando do singelo baile de noivado que o rei lhe presentearia para com seu noivo daqui a uma sema