Em algum lugar ao norte da muralha...
O inverno havia chegado enfim, e não era algo incomum para o povo do norte, afinal eles eram cercados pelo frio em todas as épocas do ano. Mas, havia um pequeno vilarejo ao leste de Hestia, onde poucos camponeses e ex militares moravam onde o frio era duas vezes mais forte. Não havia uma explicação lógica para aquele fenômeno, mas muitos dos que residiam por lá afirmavam que o lugar era assombrado pelo fantasma da antiga rainha, por isso eram sempre severamente castigados no inverno.O lugar era chamado de entremeio, pois ficava entre o território da capital e a cidade espiritual de Chaastil.Fazia algumas semanas que Torvi havia retornado para o norte a pedido de Gaius, afinal ela era muito boa em rastrear coisas e pessoas e o NürSon mais velho não fazia ideia de onde seu tolo irmão poderia estar. Torvi sempre tivera um respeito assíduo por Torsten, mas por trás de toda aquela admiração havia algo mais e ela sabia bem, afinal escondeu(...)— Você está com raiva! — Ezioh exclama assim que seu braço alcança o de Calía.Ela enfim para de andar e se volta para ele séria.— Quer realmente saber o que eu estou sentindo Ezioh? — Ela pergunta. Meio incerto, ele assente. — Tesão! Conran morreu, eu não.— Está noiva do meu irmão. — ele retruca.Calía ri. — Nós dois sabemos que essa raiva não é pelo seu irmão, mas sim por que você queria meter em mim no lugar de Torsten. — ela suspira. — Não se preocupe, em breve tudo isso vai acabar.— Do que está falando?— Você irá embora, simples!— Calía!Com uma das mãos levantada, Calía dispara: — É vossa majestade imperial real. — ela parecia realmente irritada. — Talvez eu deva lembrar a todos vocês do por que eu sou a imperatriz do fogo.Dito isso, ela lhe dá as costas novamente e se vai, mas dessa vez ele não foi atrás dela....No dia seguinte...A manhã ensolarada despontou em Caroenne lindamente, mas o humor de ninguém além da imperatriz
É uma forma bastante retórica quando as coisas que você mais odeia na vida se juntam em uma união estável. Dentro da família Caphossìo, Susana aprendeu com o tempo a separar suas emoções de decisões racionais, apesar de sempre estar tentando buscar uma maneira de derrubar as barreiras do próprio marido. Ela sabia o que era ser deixada de lado por causa dos desejos de terceiros, e vendo Ophélia passar pela mesma situação, duas vezes pior, a deixava frustrada e muito irritada.— Por quanto tempo mais teremos de ficar aqui? — Susana questiona pesarosa a Lothaire.O homem de longos cabelos vermelhos nada diz.— Ótimo momento para permanecer em silêncio, seu bastardo! — Aleah indaga visivelmente irritada. — Minha filha precisa de mim mais do que nunca.Susana ri sem vontade. — Até por que se ela continuar agindo feito uma vadia, não sobrará mais ninguém para ajudá-la.Aleah sabia que aquilo tudo era um jogo que Susana gostava de fazer quando estava frustrada
(...)Não houve murmurios ou falação, os nobres olhavam fascinados para a figura distinta que ressurgia como uma fênix em meio as chamas. Calía estava brilhando em um lindo vestido dourado que mais parecia uma segunda pele de tão fino e transparente, em seus pés nada havia além de pinturas selvagens da mesma cor do vestido, seus olhos também estavam demarcados em um dourado cintilante, e em seus lábios um nada discreto rubro marcante. Em sua cabeça uma coroa grande mas que não parecia pesar quase nada. Seus cabelos que outrora estavam curtos, resplandeciam como cascatas esbranquiçadas por toda sua costa desnuda.Passou-se alguns muitos segundos antes que alguém abrisse a boca.Com um sorriso beirando a presunção, Calía exclama: — Que se dê início á festa!Ela caminhou graciosamente até seu trono instalado na cabiceira da mesa e lá sentou-se sedutoramente sob o olhar atento de todos os homens que ali estavam presentes.Bardon nem sequer despediu-se de Ma
Muitos séculos antes do novo continente...A linhagem que nos precede é ligada pelo sangue, mas, em algumas poucas ocasiões, o sangue é meramente sangue e uma pessoa é simplesmente uma pessoa, não ligada pelos títulos de seus antepassados, nem por sua vaga sorte de ter nascido com “sangue azul”, e sim por ter nascido em uma família de verdade constituída por afeto e amor. Era assim na família Hampiert, cujo patriarca Thomas, regozijava do amor da mulher e de seus filhos. Eram anos difíceis desde o grande desastre que havia destruído o mundo antes daquele em que eles viviam. Por séculos afins o restante do grupo que sobrevivera a grande calamidade que ocorrera durante o século XXV, cuja as guerras entre as nações corrompeu e destruiu grande parte do mundo. Os cidadãos que vieram depois desta tiveram que retroceder aos tempos passados onde viviam a realeza, e com isso os séculos predominantes do passado se ressaltaram na cultura em que o mundo vivia atualmente.Co
(...)— Minha mãe, meu pai... — Maria corre instantaneamente para abraçá-los. — Por Deus! Quantas saudades...Thomas ainda tinha os olhos arregalados, mas, Catarina logo abraçou a sua tão amada filha caçula enquanto chorava. — Está tão crescida meu amor. — A condessa distribui milhares de beijinhos na face rubra da jovem. — Tão linda!Amily continuava impassível em frente a carruagem avaliando a cena, logo sentiu braços a rodearem para perceber que Conrad a abraçava.— Continua esquisita Amily.Ela não pôde deixar de sorrir.Estava em casa e aquilo era assustador.— Como vai irmão?— Não melhor que você pelo visto. — Ele a rodopia a contra gosto dela. — Vocês duas parecem ter saído da realeza, não de um colégio interno.Amily sorri sem mostrar os dentes.— Acredite meu irmão, não era tão ruim quanto parece. — Ela pisca cúmplice ao mesmo.Amily, diferente de Maria, caminha graciosamente em direção a família.
O sol adentrou fortemente o quarto do sobrinho mais novo do rei, Ethan Briene.O jovem espreguiça-se lentamente enquanto tenta inutilmente deixar os olhos abertos. Ele força mais um pouco as vistas para pôr fim ficar de pé.Era cedo ainda, nem oito da manhã, mas tinha coisas a fazer, papéis para carimbar, conversas a ter, enfim... Coisas que certamente lhe tomariam a manhã inteira, e se tivesse o mínimo de sorte, nem seu irmão, nem o primo o perturbariam durante o dia. Mas, como era um ser provido de azar, quem aparece em suas vistas assim que abri as portas do quarto, foi seu querido irmão James.— Está atrasado! — James diz já impaciente.Ethan revira os olhos. — Bom dia para você também meu honroso irmão.James lhe olha apático.— Vamos, o rei está a nossa espera no salão real. — Dito isto, ele Nicholai na frente enquanto Ethan arrastava-se atrás.James andava como um perfeito diplomata a mando da coroa espanhola, ele certamente tinha puxado o pai. Já Ethan,
Terras do conde HampiertMaria sentia a brisa de o campo abraçar seus cabelos ferozmente, de um jeito delicioso. Saíra de casa há quase três horas, Amily havia se despedido dela antes mesmo de descer, ela parecia estranhamente calada e melancólica, mas pediu carinhosamente a mais nova que se divertisse e não fizesse besteiras. Catarina por incrível que pareça chorou como se nunca mais sua filha fosse voltar para casa, fazendo com que Thomas gargalhasse da mesma.— Senhorita Hampiert, estamos a chegar. — O cocheiro comunicou alegremente a ela.Maria pôs a cabeça para fora de sua carruagem e passou a admirar a magnitude das terras da irmã. A casa era enorme, perdendo apenas para a casa maior, os jardins da frente eram carregados de flores e arbustos límpidos, era tudo esplendidamente bem organizado e belo aos olhos da loira. Quando deram a curva em direção a porta principal, pôde ver os belos cabelos da irmã a distância sorrindo animadamente.O coc
A casa maior estava a todo vapor com os preparativos para recepcionar a noiva de Conrad, Brenda Cathor. Havia se passado cinco dias desde que as irmãs Hampiert haviam voltado para casa, e ainda eram o assunto mais falado no condado. Maria havia voltado da casa da irmã ontem à tarde, e para seu desgosto o cunhado tinham vindo pessoalmente trazê-la. Islia acabou pegando uma virose e não poderia comparecer à recepção da futura cunhada, mas Victor fez questão de vir aproveitando para trazê-la.O trajeto de volta nunca lhe pareceu mais demorado, nenhum dos dois trocaram uma sequer uma palavra o caminho inteiro, mas ela sabia que não poderia esperar muito vindo daquele ser chamado Victor Graham.Amily ajudava a mãe com alguns doces na cozinha, enquanto Maria brincava com o sobrinho Leo nos jardins. Hayel e Heitor não haviam saído do quarto ainda e Amily não iria chamar ninguém daquela vez, uma vez já foi o bastante para seu ego machucado. Ela e Heitor não se falaram durante