David colocou os pés na Madeireira Santa Cruz e respirou fundo.
- Ah, eu amo esse cheiro. Sente, Chris.Christian respirou fundo. Cheiro de madeira nova. David sorriu.
- Agora imagina esse cheiro dentro da sua casa.Christian olhou para o enorme galpão lotado do chão até o teto com todos os tipos e cores de madeira.
- Eu não sei se posso fazer isso, David.- Seja homem. Lá vem o Rubens. Deixa que eu abro o caminho. - David sorriu para o dono da madeireira. - Bom dia, Rubens. Eu te trouxe um cliente em potencial. Christian vai reformar o chalé e vai precisar de muita madeira. Eu disse para ele te dar preferência.
Christian quis enforcar David. Os dois entraram sem um centavo no bolso e o deli
Amanda estava cansada. Tinha muita coisa acontecendo ao mesmo tempo na sua vida. A reforma, o relacionamento intenso com Christian, Mike fechado e calado, David os tirando da cama, ou melhor, dos colchões, antes do sol nascer e Amanda começou a receber ligações de empresários para finalizar alguns contratos de trabalho.O chalé estava de pernas para o ar, pedaços de madeira, ferramentas e pó de serragem estavam por todos os lados. Amanda precisou admitir, David trabalha muito bem e não tem preguiça.Ele impôs um ritmo rígido e constante, e estabeleceu horários para Christian que estava atrasando o serviço para dar uns pega nela. Christian reclamou.- Eu sou o patrão aqui.David não quebrou as suas próprias regras.- Grande coisa. Você achou que ia ser brincadeira carregar telha e madeira o dia inteiro? Isso é trabalho de homem.- Coisa que você não é. - Christian disse em tom de brincadeira.
Com as pernas trêmulas, Amanda subiu a escada. Christian estava de costas medindo um pedaço de madeira. Amanda sorriu. Deus como o ama!- David!- Ele saiu.Christian se virou ao ouvir Amanda atrás dele. Ela estava preocupada.- Tudo bem? - Christian perguntou colocando o pedaço de madeira de lado.Amanda mordeu o lábio inferior.- Você sabe que eu vou embora em algumas semanas, não sabe?Christian endureceu o olhar.- É claro que você não vai.- Eu tenho uma vida, Christian. Eu não posso simplesmente largar tudo e ficar aqui. Eu tenho os meus pais, os meus amigos, minha casa, meu emprego, Mike vai para o último ano da escola e...- Nada disso me interessa. - Christian pegou Amanda pelo braço. - Você e Mike são meus!Amanda ficou chocada com o descontrole emocional de Christian. Ele gritou com ela e estava machucando o seu braço.Porém
Os latidos de Bryan chamaram a atenção de Christian. Ele olhou no relógio 18:30h. David já tinha ido embora, Amanda estava no banho e Mike assistia TV deitado no sofá. Ele levantou.- Por que Bryan está latindo?- Vamos descobrir.Os dois saíram. A primeira reação de Mike foi de incredulidade. Seu avô acabava de estacionar o HB20 prata em frente ao chalé. Sua avó estava aterrorizada com Bryan.- São meus avôs.Christian teve a mesma reação de Mike.- O que eles estão fazendo aqui?- Vieram impedir o casamento e levar a mim e a minha mãe de volta.- Eu devo deixar Bryan atacar?Mike riu de nervoso.- É melhor você causar uma boa impressão. Uma ótima impressão. Minha avó tem a mente aberta, mas o meu avô fará da sua vida um inferno.Christian engoliu em seco e passou a mão na cabeça de Bryan.- Está tudo bem. Fica quietinho. Não me ferra ainda mais.<
Christian ignorou o olhar aflito de Amanda. Ele olhou diretamente para Armando.- Eu quero falar com você. A sós.- Eu não acho que seja uma boa ideia, Christian. Meu pai está cansado da viagem e...- Não. - Christian não cedeu. - Ele parece ótimo. Eu quero resolver isso aqui e agora.Armando, de má vontade, concordou. O vagabundo tem coragem.- Está bem. Eu preciso esticar as pernas. Vamos dar uma caminhada na praia.Armando foi na frente. Amanda segurou Christian pelo braço.- Por favor, tenha calma. Meu pai é como uma cebola. Você tem que tirar camada por camada.Christian deu um selinho molhado em Amanda.- Eu vou usar uma faca.Com o horário de verão, sete horas da noite ainda é dia. Armando contemplou o pôr do sol no horizonte alaranjado. Ele tirou os sapatos e as meias e pisou na areia branca ainda quente do fim de tarde.Armando chegou a fecha
Oliver saiu do carro e ergueu as mãos.- Antes que você me coloque para correr, nós precisamos conversar sobre o Inventário do pai.Christian encarou o irmão.- Que Inventário? Você já se apossou de tudo. O que quer agora? O chalé?- Não. A advogada pediu um monte de papéis e documentos. O cartório exige a documentação necessária para fazer o Inventário. Eu vou precisar dos seus documentos e das escrituras, do chalé e da casa.- Eu não confio em você.Oliver assentiu e abaixou os braços.- Talvez isso possa fazer você mudar de ideia.Oliver tirou dois papéis do bolso da calça jeans e entregou para o irmão.Christian olhou a Nota Promissória no valor de R$ 5.250,00 referente a compra do material da reforma e que ele havia assinado. Estava carimbada PAGO. Christian olhou para o cheque nominal no valor de R$ 60.000,00 e olhou para Oliver.- É a metade do que o pai tinha
Um ano depoisChristian estava na praia. Um olho no filho e outro no chalé de três andares. Se Amanda sonhar que o filho virou um bife a milanesa, ela surta.- Ele só tem três meses! É muito novo para ficar no sol! É muito novo para ficar na areia! -Christian imitou a esposa e riu.Ele pegou Arthur e o ergueu no ar.- Eu não vou criar filho com bolacha recheada. Você vai comer cuscuz igual o seu pai.Arthur grunhiu. Christian beijou o filho na bochecha. Mike zombou.- Ele tem cara de bolacha recheada.Christian olhou para o rostinho lindo do filho.- Não dê ouvidos ao seu irmão. Você é lindo.David, deitado confortavelmente entre as pernas de Mike pegou Arthur.- Como você fez um filho tão lindo, Christian?- Eu tirei uma noite inteira para fazer ele.Os três riram. Até Arthur sorriu e bateu as mãozinh
Mãe e filho trocaram um olhar incrêdulo. Amanda olhou novamente para a foto no celular que mostrava um maravilhoso chalé de frente para a praia. O anúncio dizia: "Alugo chalé para férias. Pagamento adiantado por depósito em conta". Amanda achou o lugar paradisíaco. Sol, mar, piscina e um aconchegante chalé de madeira. Ligou, conversou com o proprietário, fez o depósito e fecharam um contrato de trinta dias. Depois de trabalhar por dois anos seguidos como Promotora de Eventos, Amanda enfim juntou dinheiro para as suas merecidas férias. O anúncio apareceu do nada na tela do seu celular e ela se encantou pelo lugar. Sim, estava a procura de um lugar calmo e tranquilo p
Amanda não acreditou. Ela estava tendo um pesadelo. Era isso. Em breve iria acordar e rir de tudo aquilo.- Como assim você mora aqui?- É a minha casa. - Christian apontou para o quarto ao lado da cozinha. - Meu quarto.Mike fez uma careta.- Você está dizendo que "vive" aqui?Christian enfiou as mãos nos bolsos da frente da bermuda jeans.- Há dois meses. O chalé era do meu pai, mas ele ficou doente e foi morar comigo em Ventura. Ele tinha que ficar na cidade por causa da quimio. Com a morte dele, eu resolvi vir para cá.Amanda percebeu o semblante triste de Christian ao falar do pai. Ela se sentia lesada, mas tentou ser razoável.- Então, você teve a brilhante ideia de alugar.Christian sorriu.- Sim. Vocês são os primeiros hóspedes.- As primeir