CAPÍTULO 69

Quinta taça de champanhe e eu já estava me perguntando onde é que eu havia enfiado o meu juízo.

Não costumava beber, isso de longe era uma coisa que não entrava no meu dia a dia.

Álcool podia ser um real pesadelo, fosse nas mínimas doses, ainda assim podia fazer um estrago. Sabia muitíssimo bem disso.

Conseguia me lembrar de quando minha mãe passava dias e dias bêbada, caindo pelos cantos da casa, às vezes se machucava feio e os vizinhos pensavam que ela havia apanhado de algum homem na rua, mas no final era só o resultado de sua bebedeira infindável e da sua necessidade de se vitimizar.

Minha mãe amava ser vista com pena.

"Ah, olha só, a mulher que foi abandonada pelo marido com uma filha pequena para cuidar sozinha."

"Tadinha, precisa dar conta de uma criança, e ainda vende o próprio corpo e se submete a machos para não deixar a menina passar fome."

Eram essas e mais diversas frases que ouvia pelas ruas.

Todos conseguiam olhar para a minha mãe e enxergar uma coitada, só que ningué
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