Ângela pede ao homem que os leve de volta a casa, não quer continuar a ouvir as mentiras que ele lhe conta, não acredita nele, já desconfia dele e vai demorar muito tempo a voltar a confiar nele como no passado, porque era uma menina inocente e apaixonada, acreditava em tudo e era uma presa fácil do seu jogo maléfico.- Mamã, porque é que nos vamos separar do tio Mário, ele tem sido muito bom para nós? -Por favor, dá-nos autorização para irmos comer uns hambúrgueres com ele.A rapariga ficou em silêncio, não podia dar-lhes uma resposta porque se sentia entre a espada e a parede. Ela, por seu lado, nunca teria permitido que o Mário se aproximasse dos seus filhos, mas agora eles estão derretidos de amor e gratidão por ele, só porque ele fingiu ser o pai deles na escola, estão tão gratos mesmo sem suspeitarem que ele é realmente o pai deles.- Faz isso por eles, vem connosco para que eu possa passar tempo com eles, quero compensar todo o tempo que perdi da sua infância. -suplicou Mário.
Com os nervos à flor da pele, Ângela pergunta e pergunta quem é ele e o que fez com Mário José. O homem, mudando de voz, respondeu que, se ela não calasse a boca, lhe daria uma pancada para a adormecer, como fazem os seus filhos.Ela perguntou-se porque é que estava a ser levada para o mesmo local onde Mário José veio escolher a sua casa e precisamente ali, em frente à casa escolhida, o homem estacionou o carro.- Aqui estão as chaves da casa, entrem. Eu levo os meus sobrinhos.-Owen! -exclamou a rapariga quando viu que o condutor tinha tirado a balaclava e que era o tio dos seus filhos, ficou aliviada, mas ao mesmo tempo irritada.- É verdade cunhada, não havia maneira mais simpática do que trazer-te assim.- Pregaste-me um susto de morte, seu idiota. Agora diz-me o que estamos a fazer aqui.- Esta é a tua casa, é aqui que vais viver. - E conta-me essa história, de certeza que o idiota que os meus
Nesse dia, como não havia trabalho na empresa, Mário convida a mãe e o irmão para jantar na sua nova casa, ela não sabe que vai conhecer os netos, tal como Ângela não sabe que vai conhecer a futura sogra.- Vamos sair outra vez, tio Mário? Fazem esta pergunta porque acabaram de regressar a casa, pois foram almoçar a um restaurante fino e agora ele pediu-lhes para mudarem de roupa e ficarem ainda mais bonitos, pois tem uma surpresa para eles.- Não, desta vez não é preciso sair, vou preparar um jantar especial para comeres aqui em casa com a tua mãe.- Tio, sabe porque é que ela não se quis juntar a nós hoje?- Ela disse-lhes que queria descansar, por isso agora vou cozinhar para ela descansar.- Tratas muito bem a minha mãe. Se vais viver aqui connosco, podemos chamar-te pai, como se fosses mesmo?- Claro que sim, e na escola também. Agora podem gritar aos quatro ventos que têm o vosso pai ao vosso lado, que ele vos ama de todo o coração.- É tão fixe, é como se fosses mesmo nosso pai
Ângela soltou-se dos braços de Mário José e ajeitou o vestido, ao mesmo tempo que se amaldiçoava por ser tão preguiçosa e se deixar cair facilmente nas tentações daquele homem. Mas é que este sacana derrete qualquer uma, com aquele olhar sedutor e aqueles lábios tão apetitosos que se pode agarrar a eles todo o dia e toda a noite.A Sra. Estrella regressa à mesa onde o filho e os netos aguardam que lhes seja servida a comida. Vai com um sorriso no rosto e vê-se claramente a sua grande felicidade.-O que é que se passa, mãe, o que é que aconteceu para vires para aqui a sorrir tanto? -O filho mais novo acaba de desligar uma chamada e olha para ela com confusão e talvez até com algum divertimento.-Oh, filho, não imaginas a pena que acabei de passar, encontrei um par de ratos numa batalha campal para provar a saliva um do outro.-O quê! -exclamou o rapaz sem perceber o que a mãe tinha dito.-Ratos em nossa casa? Vamos tirá-los de lá com a vassoura. As crianças gritaram entusiasmadas e lev
Na manhã seguinte, os dois rapazes estavam nos braços um do outro e com as pernas entrelaçadas, cada um, segundo eles, era o seu filho que estavam a abraçar. A rapariga, sentindo o rosto do outro tão perto, deu-lhe um beijo de bom dia, como costumava dar aos seus dois filhos quando os três dormiam na mesma cama desde o nascimento.- Mmm, é assim que é bom ser acordado, com deliciosos beijos matinais.- O que é que ainda estás a fazer aqui e... e onde está o meu filho?- Bem, não sei, só acordei quando a princesa beijou o príncipe adormecido.- Não acredito em nada do que dizes, de certeza que o mandaste para o quarto para estar sozinho comigo.- Já te disse que não é assim. Sabes, adoro ver-te zangada, minha linda ruiva. -Estás tão bonita, toda despenteada assim, que me dá vontade de te foder até ficar com a cara azul, enquanto te seguro pelo teu cabelo ruivo.- Desaparece-me da vista, seu pervertido! -Não sei em que momento da minha adolescência reparei em ti. Amaldiçoo o dia em que
Quando Ângela chega a casa, só encontra o jovem Owen e as crianças. -De certeza que o Mário José foi à clínica ver o pai. -pensou ela.- Muito obrigada por tomares conta deles, podes ir ver como está o teu pai.- O meu pai? O que é que ele tem?- Ainda não te disseram?- Não, diz-me o que aconteceu.- Bem, disseram à tua mãe que o marido teve um ataque cardíaco e está muito mal, numa clínica privada.- Ah, esse velhote! -De certeza que faz parte do espetáculo dele pressionar o meu irmão a casar com a maluca da Amanda.- Não acho que ele esteja a fazer isso por pura maldade, não se brinca com doenças.- Ele até brinca com o coração da minha mãe, já para não falar de inventar as suas supostas doenças.- Já que estás a falar nisso, digo-te que à porta de um centro comercial encontrámos a noiva do teu irmão e reparei que ela trata muito mal a tua mãe.- E só agora é que te apercebeste disso? -Porque é que achas que te implorámos para parares este casamento? -Essa mulher é muito má, imagin
Por falar em Ángela, desde que acordou esta manhã que está a telefonar a Mario José porque uma das crianças está com dores de cabeça e febre alta, mas não consegue contactá-lo e o irmão dele, Owen, tem o telemóvel desligado.- Porque é que tenho de esperar que esse idiota venha ajudar-me com os meus filhos? -Se ele nunca esteve presente quando precisámos dele, que se lixe, a partir de agora vou continuar como antes e fingir que ele não existe.Ângela diz ao outro filho que se levante e se prepare, porque vão receber cuidados médicos num hospital e ela tem de o levar porque não o pode deixar sozinho em casa.Perto de casa, encontrou um centro de saúde, praticamente dentro da colónia residencial onde vivem. Trataram o filho e disseram-lhe que a febre e o mal-estar no corpo dele se deviam ao início da gripe que os espirros repetidos estão a anunciar. Deram-lhe medicamentos e depois, mais calmos, regressaram a casa.Mais tarde, chegou a mulher que toma conta dos filhos e os leva à escola
No salão onde decorre a cerimónia, todos esperam que o noivo faça a sua entrada principal, virando-se uns para os outros porque ele está a demorar a aparecer. Mas a espera acabou, o noivo entra pendurado no braço da sua mãe.Todos bateram palmas para o receber e não pararam de o fazer até ele chegar ao lado da sua futura esposa. Depois de ambos terem dito os seus votos, falsos, claro, da parte de Mário José, com o microfone numa mão e a Bíblia Sagrada na outra, o padre pergunta:- Alguém tem algum impedimento para que esta união se realize? -Se tem, que se levante e fale agora ou cale-se para sempre.- Aqui... queremos impedir este casamento, senhor. -disseram dois pequenos que tinham entrado no salão e que caminhavam lentamente pelo mesmo caminho que o pai também tinha percorrido há poucos minutos.- Oh, meu Deus! -Quem sois vós, lindos filhos de Deus! -O padre está consciente de que, se alguém se opõe, tem de ter provas de que o que diz é verdade.- Somos os filhos abandonados deste