2º CAPÍTULO
O AMOR NÃO NOS DÁ ESCOLHA.
SIMPLESMENTE ELE
ATREVE-SE,
APOSSA-SE!
- Helen minha amiga. Você está esplêndida, um “arraso”! Não sei não, se apaixonou?! Arrumou um amante?!
- Fala sério Vera! Um amante?!
- Estou brincando! Com o marido que você tem, nem precisa de um amante. Em falar... Como estão eles?
- Maravilhados! Até Lisa está adorando o Pantanal. Desconfio que não seja propriamente as belezas de lá, mas, algum garotão.
- Essas garotas volúveis...Viva a juventude! E Henrique, não tem ciúmes dele por lá?
- Sozinho ele não está. E mesmo que estivesse como já esteve em viagem á trabalho muitas e muitas vezes, creio que não pule cerca, se o faz, faz bem feito. Mas, acho que ele é fiel até demais.
- Nossa! Você fala como se não gostasse da fidelidade dele! Se meu marido fosse como ele Oxalá!
- Vera, queridinha, não estamos atrasadas?
- Está bem! Vamos indo, espero que você goste.
- Faz muito tempo que não vou á uma exposição. – e seguimos.
- Veja como tem gente importante!
- Vera Mathias. – uma mulher muito bonita, elegantemente vestida, veio ao nosso encontro.
- Lola querida. Como vai? Obrigada pelos convites. Quero lhe apresentar uma amiga, Helen esta é Lola a diretora desta galeria.
- Muito prazer Helen! Sejam bem-vindas.
- O prazer é todo meu! Li muito á respeito desta galeria nos jornais, apesar de que, confesso há muito tempo que não leio mais nada estou por fora de muitas novidades do mundo das artes, adorei o convite, estou muito agradecida.
- Helen, raramente sai de casa. Como o marido e as crianças foram viajar, aproveitei e arrastei-a para sair.
- Fez muito bem! Mas, cuidado Helen, Vera vai te levar também para o mau caminho.
Rimos juntas.
- Recebê-las aqui. Foi um grande prazer, Vera eu já conhecia há tempo. E você Helen, além de linda, é muito encantadora!
- Obrigada. Você é muito gentil. Percebo que esta exposição é bastante importante, a galeria está repleta...
- Realmente. Foi muito premiada, estamos orgulhosas de expô-la aqui. Por favor, fiquem a vontade, outros convidados estão chegando. Até mais, com licença.
- Obrigada Lola. Vamos Helen.
Adentramos na Galeria, estava repleta de pessoas que aguardavam a abertura da exposição.
Eu me sentia ansiosa e feliz.
Fomos até o barzinho e pedimos vinho branco.
- Que vinho delicioso. Vera minha amiga, estou adorando estar aqui hoje, quer dizer esta noite.
- A noite é nossa.
- Veja, Lola vai anunciar.
E Lola chamando a atenção, anunciou:
- Boa noite á todos! É com muita honra que a Galeria “ARTES&ARTES” tem o prazer de apresentar: “Contrastes de vidas” uma obra sensível e maravilhosa desta fotógrafa que foi premiada na Europa, e agora no Brasil, e para nosso orgulho conseguimos trazê-la primeira mão para nossa galeria. Pedimos desculpas, nossa fotografa teve um atraso no vôo, mas, graças a Deus já chegou e logo estará aqui conosco. Obrigada! Se emocionem e se identifiquem com “Contrastes de vidas!”
- Vera, você ouviu? É fotógrafa! – disse-lhe repreendendo-a levemente.
- Que desatenção a minha. Ah, o importante é estarmos aqui. Olhe ta vendo aquele bonitão de terno claro?
- Ah sim, não o conheço. Que tem ele?
- O que tem?! Está brincando?! Ele tem tudo... Que eu gosto. O companheiro dele, que tipão também, estão olhando para nós.
- Ta maluca Vera?!
- Helen, caia na real!
- Por que, não estou?!
- Isto não importa agora! Tolice vamos indo.
- Mas...
Vera me pegou pelo braço e seguimos. Ao entrarmos no salão, um painel enorme com uma foto onde havia rios, nascentes, montanhas, árvores, animais, pássaros etc.E uma placa ao lado escrita: “Início”
Foi então uma viagem, uma viagem no tempo, e dentro de nós mesmos.
Realmente as fotos eram impressionantes, belíssimas, imagens impactantes, fantásticas. E no final da exposição, outro painel enorme, reunidos na foto pessoas de todas as raças, e ao lado em outro painel estava escrito:
“Por que nascemos?”.
Para que viemos?
Riqueza para outros tantos?
Porque perfeições físicas para uns
Imperfeições para outros tantos?
Por que guerras
E não a paz?
Por que tantos “Bandidos”
E não só “mocinhos”?
Por que o egoísmo
E não a divisão?
Por que o ódio
E não só o amor?
Por que a desunião
E não a união?
Por que tanto poder
Se ele só destrói?
Por que tantos preconceitos
Se cada ser tem seu pecado
Pecado?!
Por que credos diferentes
Se o criador é um só?
Por que tantos por quês
E nenhuma resposta?!
Por quê?
- Meu Deus! Estou surpresa!
- Eu... Idem! É de nos deixar... Perplexas Helen!
- Que exposição! Precisamos rever muita coisa em nossas vidas, nossas atitudes... Não é por menos que foi tão premiada.
Os comentários soavam por toda à parte.
- Queria tanto conhecer esta fotógrafa! – disse.
- Eu também! Será que ela já chegou? Nem sabemos o nome dela.
- Tem razão. Não ouvi Lola citar o nome dela.
- Olhe só, que aglomeração lá na frente. Não tem como chegarmos.
- Enquanto esperamos, vamos beber um vinho.
Vera e eu tomávamos vinho, quando ouvimos a voz alegre de Lola:
- Vera, Helen, quero apresentar á vocês a autora da exposição...
Ao virar-me...
- Kay Anderson! Kay, esta é Vera e sua amiga Helen.
Eu comecei a tremer dos pés á cabeça! Não! Não é possível!
Kay! Kay!
Quis sair correndo, mas, não conseguia me mover, as pessoas, o ambiente, tudo começou á girar, girar...
- Que maravilhosa coincidência! A Sra Henrique de Andrade e Lins em pessoa. Quanto tempo!
Tentei falar, mas, nenhum som saia da minha boca.
Vera me olhava assustada, juntamente com Lola.
- Helen! Helen... Ah, muito prazer, ficamos encantadas com sua exposição!
Maravilhosamente realista! Desculpe minha amiga... Que surpresa, vocês se conhecem?!
- Fui “Madrinha” no seu casamento. Tão lindo! Um casamento e tanto!
- É... - eu não conseguia falar, eu gaguejava.
- Que legal! E você hein Helen, nem me disse nada! Conhecia a famosa fotógrafa Kay Anderson!
- Apesar de nos conhecermos a muito tempo e termos crescidos praticamente juntas...Há vinte anos não nos vemos. Nem deu para nos despedirmos, lembra-se Helen?! - sua voz soava fria, carregada de ironia, mágoas...
“Por favor, Kay, não faça isso comigo! Supliquei em pensamentos”.
- Helen! Helen! Que foi?! Não está se sentindo bem?! Quer um pouco de água?!
Aos poucos fui voltando em mim, ouvindo de longe o chamado aflito de Vera.
Meus olhos estavam fixos naquele rosto, naqueles olhos que me fitavam frios, acusadores.
- Helen?!
- Não! Não foi nada, Vera! Já me sinto melhor. Deve ter sido o calor, o vinho...
- Ou então, o impacto que nos causou as fotografias! Nossa! Como você está pálida, trêmula!
- Não se preocupe Lola! Helen é assim mesmo! Um tanto frágil demais para determinadas situações! – disse Kay com ironia novamente.
- Você já está melhor não é querida?! Podíamos ir comemorar juntas o sucesso da exposição, o reencontro de vocês duas, que acha Kay?
- Por mim será um prazer... Mas, para minha amiga... É casada, tem marido!
“Não! Eu não podia mais suportar seu olhar, sua frieza que me atingia em cheio”.
Eu tinha que sair dali e depressa.
- Eu, eu... Tenho que ir!
- Helen, por que a pressa?! À noite nem terminou, aliás, nem começou...
- Não! Desculpem-me! Tenho mesmo que ir...
E sai correndo, esbarrando nas pessoas, antes de passar pela porta, olhei para trás e lá estava ela, olhando-me, e seu olhar ficou perdido no meu.
Sai chorando! Sem conseguir entender o destino, que fez nós nos encontrarmos novamente depois de tanto tempo! Tanto sofrimento!
Entrei no táxi ainda chorando.
- Que foi madame? Está passando mal?!
- Não... Não é nada... Obrigada!
Dei-lhe meu endereço e o táxi seguiu pelas ruas, pela noite indiferente.
Havia lua...
Havia estrelas... Mas, nada disso despertou minha atenção.
Pra mim só havia o brilho dos seus olhos presos ao meu!
Desci do táxi correndo.
Entrei em casa, me servi de uma dose de wísque, o gosto amargo desceu queimando minha garganta coloquei um CD no aparelho e a voz de Elis Regina entoou pela sala:
“Quando te prendo, na cadeia dos abraços...”
E te torturo e te sufoco entre meus braços.
E te fuzilo com os olhos do desejo...
Te mordendo no gosto do meu beijo.
Quando te arranho, te lanho de delicia...
“Vertendo sangue do meu corpo de malícia...”.
Quanto tempo fiquei ali na sala sentada ouvindo Elis, eu não soube, as doses de wísque que tomava parecia não fazer efeito.
Eu estava em choque!
Despida de mim!
Tudo que me afligia, tudo que eu sentia... E que me faltava?
Agora eu sabia.
O fantasma do passado que me rondou durante estes vinte anos todos voltara...
Materializava-se, estava vivo.
Bem vivo.
E se chama Kay Anderson!
Foi com muito custo que ouvi o soar insistente da campainha.
Quem podia ser a esta hora?!
Com certeza seria Vera.
Abaixei o som e fui abrir a porta...
- Vera, não precisava se incomodar...
Não era Vera.
Era Kay, ali na porta da minha casa:
- Posso entrar ou vai chamar a polícia?
Eu devia estar horrível, com os olhos inchados, cabelos desalinhados...
Quis aparecer normal indiferente... Não consegui.
Ela sentia, percebia, e se divertia me vendo assim.
Entrou e ficou parada no meio da sala quando finalmente disse:
- Bela casa! – e ficamos nos olhando.
Kay ficara mais bonita ainda, com sua cor morena dourada, os cabelos castanhos até o ombro, soltos, cacheados, sua boca sensualmente perfeita, olhos mel esverdeados, não engordara nada, o corpo esguio, o colo dos seios atraentes pela abertura da blusa arfante, seu perfume, seu cheiro... Como eu ela também me avaliava.
- Que foi? O gato comeu sua língua?!
- Eu... Eu... - de novo gaguejava - Não... Esperava ninguém há essa hora... Pensei ser Vera...
- Coitadinha, ficou tão preocupada com você... E eu á convenci a me dar seu endereço.
Disse-lhe que gostaria de saber sobre os seus filhos, seu marido... Eles estão no Pantanal não é?
- Por favor, sente-se! Toma alguma coisa?
-Wísque com duas pedras de gelo.
Preparei para nós duas e ao lhe dar o copo, nossas mãos se tocaram e um arrepio percorreu meu corpo, sedento dela!
Sentei-me em frente a ela, podíamos sentir a tensão e o desejo que pairava entre nós!
- Você está muito bem Helen! Ainda mais bonita do que nunca!
- Você também Kay!
O silêncio.
- Ah... O nosso velho piano! – se levantou e foi até o piano, levantou a tampa dos teclado, dedilhou algumas notas, e ao ver a foto no porta-retratos, onde estávamos, eu e minha família - perguntou: - Seus filhos são bonitos, se parecem com você! – seu piano! – e fechou-o bruscamente – desculpe-me, escapou! Que linda foto, mamãe, papai, e os filhinhos, típica família feliz- pausa - olhando as fotos - Era isso que você queria Helen?!
- Não! –quase gritei desesperada - Você sabe que não!
- Não! –quase gritei desesperada - Você sabe que não!
- Eu sei?! Você está tão feliz aqui juntinho do seu maridinho, seu homem!
“Se você soubesse o que passei todos esses anos fingindo...”
- O que você sabe da minha vida hein, Kay?
- Ora! Não é o que estou vendo nesta foto?! Diga-me... - veio em minha direção e colocou a foto diante do meu rosto - Você tem noção, do quanto eu sofri quando te esperei na estação e você não apareceu?! Deixou-me plantada feito uma idiota esperando. Sabe como eu soube que você estava se casando?! Foi a Didi, lembra da Didi?
Em silêncio eu ouvia, Kay fazia forças para não chorar, enquanto eu chorava sem parar.
- “Hei Kay, você não vai ao casamento da sua melhor amiga?” Ela me perguntou e eu não acreditei! Ela confirmou, “Helen, deve estar entrando na igreja agora”, deixei-a falando sozinha e corri desesperada para a igreja que estava lotada de carros em frente. Tive tempo ainda de vê-la saindo da igreja, todos felizes, seu pai, sua mãe, seu marido... Eu morri naquele dia Helen! Imaginando você na lua-de-mel... Aquele homem tocando seu corpo... Escondi-me, não queria que me visse... Chorei, chorei até não ter mais lágrimas! Eu odiei você Helen!Odiei seus pais! Odiei minha mãe, minha avó... E odiei á Deus por me fazer assim. Por me deixar amar você! E no outro dia, peguei minha mala que já estava arrumada e fugi! Fui embora. Por que Helen?! Por que não foi ao meu encontro?! Era ele quem você queria não é?
- Pare Kay! Por Deus Pare! Você não sabe o que está falando!
- Não?! Eu... Eu estou inventando toda esta história?! Não é você quem está nesta foto?!
Meu Deus! Por que eu não conseguia falar, negar tudo?! Dizer, que fui obrigada á casar, que não tive coragem de enfrentar meu pai, que me ameaçava, e eu morria de medo dele! E que este meu silencio não era uma confissão de culpa, e sim, ouvir dela, do meu único amor, que ela também sofreu como eu! Que também não conseguia me esquecer, eu queria lhe falar de todo o meu sofrimento, de todo o meu amor... Mas, mesmo de longe, e de tanto tempo, e o fato de ser agora uma mulher madura, e não mais uma adolescente me impedia de sentir medo do meu pai, das pessoas. Queria falar, mas, só conseguia ver a imagem dele gritando “Sua sem-vergonha! Vadias, se pegá-las de novo mato as duas! Vou lhe dar uma surra, que nunca mais vai esquecer!”
Não esqueci...!
Levei uma surra que fiquei de cama durante uma semana. E minha mãe nada pôde fazer, como sempre, e sabia que ela também não aprovava e nem minha irmã.
Meu irmão foi o único que ficou ao meu lado.
- Diz pra mim, que tudo o que aconteceu entre nós foi verdadeiro, das promessas, dos planos, dos nossos sonhos... Sabíamos que não iriam aceitar principalmente nossos pais, mas, lembra-se o que dissemos uma á outra?! Que nada, e nem ninguém nos separaria... Que enfrentaríamos tudo e a todos! Que fugiríamos caso fosse necessário! Você me iludiu Helen!
Lembra-se do bilhete que me mandou? – ela tirou a carteira da bolsa que estava no sofá e de dentro tirou um papel amarelado pelo tempo, abriu-o e leu: “Meu amor, as coisas aqui na minha casa estão péssimas. Precisamos ser fortes e dar um tempo sem nos ver! Vou morrer a cada dia, que passarei sem te ver, sem sentir seu beijo, seu corpo, seu amor! Espere-me na estação daqui a vinte dias à tarde, você sabe a hora da partida do trem, e iremos embora juntas. Para sempre sua, Helen”.
Ela ainda tinha o bilhete! O meu amor, o meu doce amor...!
- E a idiota aqui, ficou esperando lá na estação! Sabe quantas e quantas vezes eu li e reli este bilhete?! Era dele que eu encontrava forças por não te ver! E para não lhe causar mais problemas não lhe procurei, minha mãe me mandou para casa de minha vó na roça. E lá, quase enlouqueci! Minha mãe estava morrendo de vergonha, pois as “pessoas de bem” da cidade falavam:” Lá vai a mãe da Maria-homem!” E minha avó dizia, isso é coisa do demônio, e me benzia, me benzia! Eu sofria e você lá namorando seu futuro marido rico, o partidão da cidade”
E nos meus pensamentos... ”Não! Meu amor não! Eu queria gritar, dizer que ela estava enganada, mas, a imagem do meu pai não deixava! Odeio você Pai! Odeio!”
- Helen, pelo amor de Deus! Diga alguma coisa! Diz o que realmente significou para você, o que houve entre nós?! Foi só uma brincadeirinha de “papai e mamãe” entre duas meninas?! “Sem-vergonhice” de duas adolescentes?! O que significou para você Helen responda?
E eu ali em silêncio. Sentindo todo o amor que um ser humano pode sentir por outro! Desejando loucamente, desesperadamente que ela me tomasse em seus braços, me beijasse, me possuísse como somente ela sabe!
Ela sentou-se, apoiou a cabeça entre as mãos e começou a chorar, e após uns minutos me disse: - Você não tem nada para me dizer?! Então o que vejo nos seus olhos é ilusão?! Estou me iludindo novamente?!
- É isto que você acha Kay?! – perguntei-lhe finalmente.
Ela deu um suspiro, levantou-se, pegou sua bolsa, parou na porta, abriu e disse tristemente: - Eu não sei! Você não me disse nada, nada! Adeus Helen! Não se esqueça de trancar a porta.
O bater da porta abafou meu chamado.
- Kay! Kay! Espere...
Levantei-me, e fui até o piano, nosso velho piano.
Dei uns acordes, lembrei-me de nós duas aprendendo, tocando juntas as canções, selando nosso segredo de amor, nossas mãos se tocando a cada nota, os arrepios de desejos invadindo nossos corpos...
Abri os olhos e dei com o porta-retrato, abaixei-o, fechei o piano.
Eu ainda podia sentir a flagrância do seu perfume...
Debrucei-me sobre o piano.
Meu amor...
E chorei, como chorei!
3° CAPÍTULO TEMPO BOM. TEMPO DA INOCÊNCIA. AINDA NÃO CONHECEMOS A PAIXÃO! O MAR &Eac
4º CAPÍTULO- Dona Helen! Dona Helen! Acorda Dona Helen...- Korina... Que horas são?- Quase nove da manhã! Desculpa dona Helen, mas, que porre hein? Não agüentou nem subir para o quarto, foi a solidão não é?- Bom-dia Korina! Que dor de cabeça... Devo estar com a cara péssima!- Nada melhor que um suco, com os ingredientes certos, para acabarmos com essa dor de cabeça.- Vou tomar um banho, e preparar alguma coisa.- Deixe que eu lhe preparo o suco e o café dona Helen.- Se me acompanhar...- Combinado.Subi a escada ainda tonta, será que foi um sonh
5º CAPÍTULO DIZEM; QUE...
6º CAPÍTULO- A Sra. deseja mais alguma coisa?- Outra xícara de café, por favor.Era a terceira xícara de café que eu tomava, no bar do aeroporto, onde aguardava o vôo de chegada deles. Ainda podia ouvir as vozes alegres de Tiago e Lisa na secretária, comunicando o horário que chegariam.A voz de Henrique, dizendo estar morrendo de saudades...E eu morrendo de saudades dos meus filhos e de... Kay!Estremeci, quando o alto-falante anunciou a chegada do vôo.Pedi a conta, paguei deixando uma gorjeta ao garçom, que sorriu satisfeito e agradecido. Suspirei e levantei-me, rumo ao sagu
7º CAPÍTULO Korina morava numa boa e ampla casa para surpresa minha, bonita e bem conservada. Herdara de uma tia-avó viúva sem filhos, que Korina cuidou, quando adoeceu vindo a falecer. Fui bem recebida por seu filho Téo de 17 anos, um bonito rapaz, educado que ao sorrir mostrava a
8º CAPÍTULO Nem sei como consegui dirigir e ainda houve um grave acidente e ficamos parados por um bom tempo até liberarem a estrada. Era passada da meia-noite, que chorando cheguei á casa de korina, que se assustou ao ver meu estado, abriu seus braços e calorosamente me acolheu entre eles. - Minha querida, que fizeram com você?&nbs
9º CAPITULOPassei o fim-de-semana preocupada com papai, no domingo me enchendo de coragem disquei o numero da casa de meus pais, ao ouvir a voz fria de minha mãe ao atender, me acovardei e desliguei sem falar nada. E a voz de minha mãe dizendo “alô!” alô!” Ficou ecoando por tempos na minha cabeça. O restante do domingo se arrastou, as horas não passavam, eu estava mal, me sentindo pesada, sem vontade de nada, pouco dormi e na segunda fui trabalhar me sentindo cansada, péssima, com dor de cabeça, já fazia três meses que eu estava trabalhando e conquistara a simpatia e a amizade de todos ali no escritório até das mulheres que no inicio me viam como concorrente da cobiça dos
10 º CAPÍTULO O amor de Kay me fortalecia. Viver juntas, trabalhar juntas, me fazia sentir uma felicidade plena, uma felicidade que não é efêmera, porque ela não vem na superfície do corpo, fica dentro continuamente, como uma áurea de luz circundando mesmo diante dos obstáculos do dia-a-dia. Os encontros com os amigos, as reuniões espíritas em c