Capítulo I
ORIGEM DE PEDRO BEATO, ANA GOMES E JOÃO DO JEEP
“Existe uma busca constante da raça humana na confirmação da interação entre espírito e matéria”.
O Seminário já não parecia o próprio, Pedro já não sentia a mesma atração, suas ideias, pensamentos já eram tidas como anormais dentro do Seminário, a maioria dos seminaristas já não se aproximavam, faltava pouco, as intensas aulas de filosofia e teologia já tinha o enchido de argumentos e pensamentos. O Sertão guardava muitos segredos, todos os dias se conhecia um, tudo no Sertão parecia pertencer a dois mundos, o material e o espiritual, e por incrível que parecia, muitas vezes pelos fatos contados, os dois mundos se entrelaçavam, um parecia invadir o outro por alguns instantes. Pedro se sentia incomodado, sua ligação com o “Padre Exorcista” como os seminaristas o chamavam acabava o deixando só, apesar de sua dedicação ao sacerdote, muitos não acreditavam que Pedro fosse terminar sua missão ali. E numa conversa com o “Padre Exorcista” Pedro revelou:
- Padre, eu não posso ser eu mesmo aqui e no seminário, talvez o senhor não acredite, mas estou sempre fingindo ser outra pessoa - Sinto estar em outra dimensão, com outras pessoas, acho que aqui apenas uso uma máscara para circular entre os seminaristas – Isso me deixa esgotado, tanto no lado espiritual como no físico.
- Filho, você está recebendo um chamado, aconteça o que acontecer, siga seu coração – Diz o Padre inflamando sua alma.
- Padre, eu vim para o seminário, como o senhor sabe, porque não consigo conceber para mim nada mais que eu queira fazer, exceto ser um sacerdote para o resto da minha vida. E, como o senhor também sabe, no centro desse desejo está essa paixão sobrenatural, tenho muitas dúvidas e histórias na mente sobre os fatos sobrenaturais – Foi com o senhor que descobri esse dom ou sina, sei lá, e isso se aprofundou minha compreensão no sobrenatural - Isso seria visto de forma negativa e afetaria meu futuro no Seminário, podendo mesmo impedir que eu seja ordenado – Outros aqui nutrem do amor pela Missa Tradicional, seguem de cabeça baixa, sorrindo, ninguém os deixam saber o que estão em seus pensamentos, até sua ordenação – Explica Pedro pensativo.
- Pedro, vejo que está confuso, mas essa sua paixão pelo sobrenatural é uma coisa incomum, raro alguém que tem tanta vocação para uma coisa não muita aceita na Igreja nem na sociedade, essas coisas escondem mistérios, causam medo, todos fogem, mas querem saber dos fatos sobrenaturais que acontecem a sua volta, mais uma vez, siga seu coração – Explica com mais detalhe o Padre.
- Então, será seguro sair e seguir meus instintos, deixar os últimos dois anos que falta e ser honesto comigo sobre quem eu sou e sobre o que realmente me conduz - Isso não terá um efeito negativo sobre mim e, se eu for ordenado, será que esse modo de viver, essa ‘negação de mim mesmo’ no seu sentido profundo, não continuará dentro de mim e fará do meu sacerdócio uma farsa? – Diz Pedro apreensivo.
- Filho, os mistérios sobrenaturais surgem em nossos caminhos quando menos esperamos, mas com vocação e um chamado, essa missão pode nos atrair, então, é uma decisão muito difícil, mas possível de conviver com ela – Diz o Padre esclarecendo sua visão sobre o sobrenatural.
- Penso muito sobre isso Padre, explica mais ou pouco de acordo com o seu conhecimento – Diz Pedro já curioso.
- Meu filho, em geral, explicações sobrenaturais pressupõem a existência de algum tipo de realidade além da física, com o mundo espiritual, Deus, uma dimensão mental não detectável pela matéria. Seria, então, nesta instância superior, que estaria a causa do fenômeno sobrenatural, que poderia ser detectada por meios físicos, visto estar acima da natureza, transcendendo-a – na religião, o sobrenatural, geralmente personifica-se na forma dos então denominados milagres ou na assumida existência de entidades e forças não reconhecidas pela ciência – A morte é um fato marcante na história do ser humano, é difundida também a ideia de existência de um universo transcendente, onde a essência do ser continuaria a existir mesmo após a morte física – Contudo, não há indício algum qualificado que conclua isso com segurança a realidade sobrenatural subjacente ao universo natural em que vivemos – Explica o Padre com mais detalhes.
- Padre, tem noites que de repente, surge um ruído que aumenta de volume até chegar ao som estarrecedor de uma explosão. Sinto uma onda de eletricidade passar pelo o meu corpo e uma forte luz no meu olhar, como se alguém tivesse acendido um grande candeeiro no meu rosto, fico confuso, mas não fico com medo, como posso controlar isso ou conviver – Explica Pedro uma de suas aflições.
- Filho, O mal é como uma chama, você não pode vê-lo, mas sentir a sua presença. Quanto mais perto dele, maior o calor ou a influência dele sobre você, em Mateus 26:42 ele explica, “A ação do Satanás para atingir os filhos de Deus não é novidade para nós, cristãos. A Palavra está repleta de versículos e relatos que falam acerca das constantes tentativas do diabo de derrotar os salvos. Jesus preparou seus discípulos para que tivessem vitória na luta contra o inimigo” - Vultos, aparições, objetos que se movimentam com a força da mente, luzes misteriosas, símbolos e hematomas que surgem no corpo. Indícios de eventos sobrenaturais que afetam o ser humano ou estão presentes em ambientes ditos “mal-assombrados” assustam e tiram o sono de muita gente, você parece escolhido para decifrar alguns desses eventos, se o chamado for mais forte, siga seu coração, um Padre a mais outro a menos não vai fazer diferença se não tem vocação para o sacerdócio – Continua explicando o padre.
- Padre, não tenho mais nada que me segure aqui, já tenho o apelido de Beato, os seminaristas só me chamam por esse nome, acho que nem lembram mais do meu nome, me acostumei, já pensei várias vezes em fugir, mas queriam conhecer mais o Senhor, o que me segurou aqui foi suas convicções sobre o sobrenatural, acho que já sabia que não iria ficar, então agradeço seus ensinamentos e suas explicações, espero que não conte a ninguém sobre minha decisão até eu ganhar o mundo – Descreve Pedro sua ideia e vontade.
- Pode ir tranquilo meu filho, não deixe de estudar e conhecer a mitologia. A Mitologia é o estudo de mitos, lendas e a interpretação dos mesmos em alguma cultura. Mitos são histórias populares ou religiosas complexas, com vários pontos-de-vista, das pessoas que viviam na época em que os mitos foram criados. Normalmente é uma narrativa, na qual se usa a linguagem simbólica, e que busca retratar e descrever a origem e suposições de alguma cultura, explicar a criação do mundo, do universo, ou qualquer assunto de difícil explicação - Os mitos geralmente retratam o mundo como ele era antes de o conhecermos. O tempo, o lugar e os personagens sobrenaturais e divindades fizeram com que muitos mitos tivessem um cunho religioso, sendo que em algumas religiões restam alguns resquícios mitológicos – Procure conhecer melhor e boa sorte nessa aventura sem fim – Diz o Padre em tom de despedida.
- Obrigado por suas informações Padre, tentarei lembrar dos detalhes, vou estudar sobre esses assuntos e tentar desvendar esses mistérios, ou alguns – Sei que é uma tarefa difícil, mas partirei pela madrugada, espero conseguir sair daqui sem que ninguém descubra pelo menos, em algumas horas – Diz Pedro, segurando a mão do Padre pedindo sua benção.
- Tentarei esconder seu paradeiro por algumas horas, enquanto você ganha o Sertão, o Mosteiro de São Bento tem alguns lugares para se esconder, então vou dizendo onde podem te encontrar, até eles desconfiarem de sua fuga de Garanhuns – Se você vai para a região de Iguaracy e Afogados, pega rodovia 424 até Arcoverde, depois segue para Sertânia e depois Iguaracy e Afogados da Ingazeira – O Sertão do Pajeú tem muitos mistérios – Orienta o Padre.
- Nossa conversa já fez com que o Senhor criasse um roteiro inicial de minha missão, não é padre – Pode deixar já tenho anotado tudo em meu caderno, irei por esse caminho, tem muitas histórias e estórias naquela região, tentarei descobrir as verdadeiras e as falsas – Diz Pedro esboçando um sorriso tímido.
Antes que o sol apareça, Pedro percorre a pé a rodovia 424, uma capa preta, que o Padre fez questão de lhe dar antes de sair, cobre seu corpo do frio do fim da noite e da poeira do Sertão, seu chapéu de feltro preto complementa seu disfarce. Pedro Beato – Pele clara, olhos castanhos, juntos pequenos e redondos, sobrancelhas finas, escuras e pequenas, nariz pequeno, lábios pequenos e finos, cabelo curto, liso e preto, estatura média, forte, de boa aparência, sem barba, confiante, inteligente e desconfiado aguarda ansioso por uma carona. Ainda não circula muitos carros pela rodovia, mas sua esperança de pegar uma carona em direção a Iguaracy é grande. Não demora muito e uma caminhonete velha para bem à sua frente, Pedro corre em sua direção e o veículo ganha a rodovia de novo deixando no ar a fumaça e o cheiro de óleo diesel queimado...
Neste mesmo caminho, após tomar um caldo de cana gelado na beira da rodovia, uma mulher anda de um lado para outro, tentando ajeitar uma câmara fotográfica, um equipamento de fotografia de alta definição, tinha também câmaras de imagem térmica, fotojornalista tem essas coisas. Em seu percurso, de um lado para o outro, Ana Gomes esbanjava uma descrição, que chamava atenção: estatura média, pele morena, olhos castanhos, grandes, redondos e afastados, sobrancelhas grossas e escuras, nariz pequeno, lábios grossos, cabelo preto, comprido e liso, demostrava confiança, ousadia e inteligência.
O Fotojornalismo trabalha com câmeras especiais, câmeras de imagem térmica, podem captar radiação infravermelha e converter elas em imagens visíveis aos nossos olhos, o profissional conhece os amplos espectros de um determinado lugar ou de presenças visualmente capturadas, com equipamentos de fotografias de alta definição. Ana Gomes tem esse propósito e convenceu seu editor de jornalismo, que levaria do Sertão, histórias e imagens, que provaria a existências de muitos casos sobrenaturais contatos pelo povo da região.
Ali por perto um cidadão comum na região, mas não tão comum em sua atividade, vasculha em seu Jeep se encontra alguma avaria ou alguma sujeira, desde que herdou esse veículo de seu pai, que sumiu em uma aventura misteriosa juntamente com sua mãe e nunca encontraram seus corpos ou alguma explicação, pois o Jeep herdado ainda foi encontrado ligado e com as luzes acessas numa Serra cheia de mistérios, então ele vaga o Sertão, carregando pessoas curiosas, repórteres e pesquisadores. Nessa empreitada tinha como parceira naquele momento, a Repórter do Diário de Pernambuco, Ana Gomes. João do Jeep como era conhecido, sabia de todos os acontecimentos e percorria todos os cantos, atrás dos mistérios, o qual poderia leva-lo ao encontro com seu pai e sua mãe ou pelo ao encontro de seus corpos enterrados em alguma serra da região, alguma grota, algum riacho seco. Havia muitos mistérios, histórias e estórias naquela região.
Depois de um certo tempo, a manha já estava quente, o sol do sertão não dar trégua, a estrada ainda oferecia muito chão, quero dizer asfalto para serem percorridos, então João do Jeep diz...
- Doutora, é hora de seguir a estrada, vamos, que Iguaracy ainda está um pouco longe – Diz João do Jeep, se ajeitando atrás do volante do Jeep.
- Estou Indo seu João – Responde Ana Gomes, se aproximando e ajeitando suas câmaras fotográficas no banco do veículo.
- A senhora prepara essas câmeras, suas canetas e papéis, aqui no Sertão tem muitas histórias de assombração, cada cidade e cada fazenda tem uma ou mais dessas coisas sobrenaturais, umas parecem mentiras, outras parecem verdades, aí quem vai ficar para saber né dona? - Diz João do Jeep com tom de motejo.
- Você não está levando na brincadeira né João, seu pai, sua mãe pode terem sumidos por causa de alguma coisa sobrenatural, cuidado com essas coisas, já fiz várias pesquisas e tenho certeza que muitas são verdadeiras. – Alerta Ana Gomes o João do Jeep.
- Levo nada na brincadeira não Dona, é força do hábito, aqui a gente parece que está brincando, mas é uma forma de amenizar a dor, a tristeza, a saudade, essas coisas, sabe – Diz João do Jeep amenizando o tom de sua fala.
- Tudo bem, então vamos buscar algumas dessas histórias por esse sertão sem tamanho, se é que esse Jeep aguenta o tranco visse – Diz Ana Gomes esboçando um sorriso.
- Pois então, esse daqui é o dos melhores, é um Jeep bem conservado e cuidado, meu pai era apaixonado por ele, nunca deixou meu pai na mão, acho que aconteceu foi o contrário, meu pai é que o deixou na mão – Diz João do Jeep sorrindo.
- Tem jeito não, lá vem você de novo com suas piadas, vou me acostumar – Diz Ana.
- Então vamos, Iguaracy, Afogados, Sertânia, Arcoverde, Tabira, Triunfo etc. - Os Lobisomens, as Almas Penadas, Comadre Florzinha, Papafigo, Caboclo D’água, tantos outros mistérios estão nos esperando para serem desvendados – Diz João do Jeep dando um sinal que o sertão tem muitos mistérios para publicar.
O Jeep se aproxima da cidade... Oriundo de estradas empoeiradas, calorentas, escuras e outras vezes, tão claras e quentes, sabe-se que o asfalto faz as noites serem até cinco graus Celsius mais quentes, deixando o sertão com uma atmosfera de deserto, assim como em outros locais de igual o superior temperatura no mundo.
Capítulo IIALMAS REJEITADASIniciação O restaurante Aliança à beira da estrada em um fim de tarde cinzento estava cheia de clientes, dois carros abasteciam no pequeno posto de gasolina próximo, enquanto algumas pessoas matavam a fome no pequeno restaurante, parecia à última parada antes de seguir caminho para Triunfo pela PE 320, apesar do Caldo de Cana Sabor do Sertão ficar bem à frente, que se podia apreciar caldo de cana, outro ponto que valeria uma visita seria a Cacimba de João Neco já na PE 365, que fica um pouco fora da estrada, mas chama atenção sua engenharia para se obter água no sertão. Apenas pouco mais de vinte quilômetros, depois de trezentos e noventa e poucos quil
Capítulo IIIA Chegada das almas Os cinco jovens já tinham passado pelo o centro da cidade de Triunfo e seguiam pela estrada empoeirada e esburacada que dava no sítio. Enquanto o carro ia desviando de alguns buracos, levanta poeira na pequena estrada, a noite vai sugando o dia, assumindo o mundo em volta da serra. A diversão dentro do carro é intensa. Renata mais contida é chateada por Rodrigo, que não perde um instante sem fazer gozação, ainda se lembrando da Velha Senhora do quiosque. Claudia chama atenção de Rodrigo: - Rodrigo deixa a Renata em paz? Parece que estar apaixonado por ela
Capítulo IVO Espectro Negro A noite parece longa, o tempo não passava e Renata inquieta, com os olhos assustados, ficava sentada em um canto da casa, envolvida com a capa de Pedro Beato aguardando algum sinal. Pedro Beato tentava acalma-la, mas nada adiantava, parecia que Renata estava aguardando o Espectro Negro aparecer do fundo escuro da floresta e arrastá-la para o Senhor das Almas Rejeitadas. Um uivo sonoro invade toda a serra, chamando atenção de Pedro Beato e Ana Gomes, que rapidamente cercam Renata, tentando protege-la de algo desconhecido, mas naquele instante é apenas um uivo.&nbs
BIOGRAFIA Leonires Barbosa Gomes (Léo Bargom) nasceu em Iguaracy-PE, a 5 de fevereiro de 1961. Antes de completar 10 anos de idade, os seus pais levaram-no para Brasília onde permanece até hoje. Cresceu por entre livros, gibis e outros tipos de leituras, gosto incutido em si pela mãe desde a tenra idade. Da leitura à escrita foi um longo passo, e foi no ciclo secundário que começou a criar poesias. Aos 15 anos passou a conhecer melhor a ditadura brasileira e sofrer influência dos escritores e grandes festivais de músicas. Com 17 anos iniciou a aventura de escrever uma poesia, mas a noção de que lhe faltava vocabulário, conhecimento e vivência levaram-no a reconsiderar tal tarefa. Era ainda novo para tal empreendimento.&nb
Capítulo IO MISTÉRIO DAS MORTES NO POÇO FUNDO Pedro Beato começou a subir os degraus da igreja São Sebastião em Iguaracy, quando chegou ao último degrau, parou e olhou sobre o ombro para sua esquerda e avistou a “bodega do Vicente” ainda vazia. Vicente varria vagarosamente a calçada, a lentidão naquela manhã parecia ser cúmplice do dia que parecia longo. Pedro Beato desceu os degraus em direção à bodega, tirou o chapéu em feltro preto, segurou por sua aba e bateu em sua perna direita como se quisesse tirar algum resto de poeira do chapéu e de suas roupas, se aproximou de Vicente e o cumprimentou:&
A BOTIJA AMALDIÇOADACAPÍTULO IO ENTERRO O Sítio da Cruz fica no final da estrada sem saída, pois a grande estrada, antes se fazia em duas, uma légua antes, apesar de uma placa sem muita visibilidade informando, muitos viajantes iam parar em seu final, tendo que voltar para seguir outro caminho. Senhor Pedro não gostava muito dessas pessoas que iam buscar informações em sua casa no Sítio da Cruz, isso o colocava como uma pessoa ranzinza e agourenta, pois, alguns sofriam acidentes graves, quando pediam informações e novamente seguia seu caminho. Para muitos o Sítio da Cruz carregava alguma maldição, recebia poucas visitas e a sequências de crianças que não sobreviviam após alguns dias do nascim
CASA DAS ALMAS Está presente nessa edição o conto “Casa das Almas”. Narrativa que mescla desde a ficção ao suspense, ao mistério à imaginação. Nesse conto, temos Léo Bargom explorando a Imaginação e todas as suas facetas, em CASA DAS ALMAS. Um conto sensitivo e reflexivo, mas, de uma forma ou de outra, desperta no leitor alguma forte emoção. A narrativa, “Casa das Almas”. Muitos conhecem histórias de ficção científica, aparições, espectros, ectoplasmas, vultos, um romance de ficção gótico com inspirações do movimento romântico. A Casa das Almas segue uma mesma tendência, mas já em outros t