Paloma
Quando avisto a casa de Caleb, fico completamente ansiosa. O que vou dizer? Paro o carro e desço correndo para porta, para só então perceber que o carro dele não está estacionado ali. Todo o ânimo some de mim no mesmo instante e me sento no sofá suspenso, onde estávamos pouco tempo antes. Como vou encontrá-lo agora? Arriscando minha tranquilidade, ligo novamente para Aurora e peço o telefone de Breno. - O que está aPaloma Paro o carro e ando até a praia rapidamente. Não é difícil ver Caleb, já que não há mais ninguém ali além dele. Respiro fundo, parando para olhá-lo por um momento antes de ir até lá. Ele está de costas para mim, usando o tal do jeans preto enrolado nas canelas e as mãos nos bolsos. Ele é lindo, é tudo que consigo pensar, e está ali parado bem perto de mim. Só preciso andar e falar com ele sobre... Não sei mais nada do que ensaiei, as palavras parecem flutuar para longe com o vento. Caleb apenas observa o mar e imagino no que ele está p
Paloma Acordo no meu quarto impecavelmente arrumado após escutar barulhos no apartamento. Ainda estava escuro, como eu podia ver pela fresta na cortina da janela enquanto sentava na cama. Parecia que tinha alguém rindo, percebi enquanto ficava completamente imóvel. Ainda com a mente enevoada pelo sono, me levanto com uma inspiração profunda. Assim que abro a porta do quarto, avisto a luminosidade na sala e percebo que a garota com a qual eu divido o apartamento – Aurora - está com visitas. - Paloma! – ela exclama quando eu já fechava a porta do quarto – Vem cá! – ela aparece no pequeno corredor.&nbs
Caleb Tudo começou quando eu era um garoto de dezessete anos no final do ensino médio. Tudo que eu e meus amigos pensávamos era no fim da escola – que estava quase chegando – e em como iríamos tirar umas férias juntos antes da vida de adulto começar. Planejávamos fazer essa viagem desde os quinze anos. Eu costumava ficar entediado com frequência. As aulas pareciam incrivelmente longas e idiotas. Para mim tudo aquilo já tinha dado o que tinha que dar, era hora de sair da escola e nunca mais pisar ali – graças a Deus. As tardes sempre pareciam sem graça também, sem muitas coisas para fazer. Ten
Paloma - Você pode me dar um pouco de água? – Caleb me pede, interrompendo a sua narrativa. - Claro. – me levanto na mesma hora para pegar um copo na cozinha para ele. Quando volto, ele está segurando a cabeça com as mãos. Não consigo imaginar como ele está se sentindo. - Você está bem? – pergunto voltando a me sentar do seu lado. - Sim. – ele ergue a cabeça e pega o copo – É só difícil relembrar essas coisas. – vira o liquido numa golada só. – Obrigado. &
Caleb Fiquei com receio de voltar a praia no dia seguinte e Mia estar brava comigo, mas estava preocupado com ela e queria respostas. Então, fui mais cedo do que o os outros dias e parei diretamente no local mais afastado da praia, encostando as costas numa pedra mais ao fundo, dando a opção de ela não seguir adiante ao me ver. Minutos depois eu a vi andando de cabeça baixa, segurando um caderno entre o corpo e os braços, com suas mãos nos bolsos do moletom. Fiquei imediatamente nervoso, o coração batendo forte. Mia estava com raiva de mim? Quando ela ergueu os olhos e me viu, já estávamos perto o suficiente p
Paloma - Meu Deus! – exclamo com o corpo inclinado na direção de Caleb. Estou completamente absorta pela história dele. - Preciso beber alguma coisa. – ele se levanta do sofá – Você também quer? - Claro. – me coloco em pé também – Algo para esquentar. Está ficando frio e o céu escuro está anunciando uma tempestade. – comento. Entramos na casa. O primeiro cômodo é uma sala confortável com tapete no chão e sofás macios, mas logo ao fundo sem divisã
Caleb Mia ficou parada me olhando por um longo tempo e eu fiquei com medo de ter me precipitado ao dizer aquilo. E se ela quisesse deixar de me ver? Ela se afastou de mim, indo para as pedras mais ao fundo, e eu a segui buscando palavras que pudessem amenizar o peso da minha declaração. Mas não havia como voltar atrás, era a verdade e eu não queria me arrepender de ser sincero. - Caleb. – ela murmurou meu nome e me olhou. - Sinto muito se isso é... – comecei a dizer.&
Paloma - Deve ter sido horrível. – falo imaginando a cena. - Foi. – ele balança a cabeça afirmativamente. A chuva caia forte lá fora, impedindo de ver a paisagem. Tudo tinha se tornado um borrão cinza. - Você chegou a pensar a ficar com a menina morena para fazer ciúmes nela? – pergunto sem hesitar. - Nem passou pela minha cabeça. – ele responde virando para me olhar melhor – Seria algo que um adolescente faria, n