Caleb
Fiquei sem palavras com os machucados de Mia. Corri para ela e quando a abracei, ela se encolheu de dor, fazendo meu coração se apertar ainda mais. - O que aconteceu? – perguntei desesperado, sem nem me preocupar em falar com a mulher que estava com ela. - Foi horrível. – a mulher respondeu por Mia – Meu nome é Sonia, Caleb. – ela se apresentou e eu apenas acenei com a cabeça. Só então percebi que seus olhos estavam tão inchados quanto os da filha. - Caleb. – a voz de Mia saiu fraca, sem forçaPaloma Caleb para de falar subitamente e se levanta. - Tudo bem? – pergunto me levantando também. - É uma memória boa. – ele responde andando pela varanda – Eu me lembro exatamente como me sentia quando decidi me casar com a Mia. Mia realmente era a esposa, como eu imaginara. Isso me deixa feliz, mas triste ao mesmo tempo, significa que em algum momento dessa história ela vai morrer. Isso me deixa levemente angustiada, porque aparentemente esse final feliz que tiveram não vai durar por muito tempo.
Caleb Meus pais ficaram emocionados com a ideia, o que me deixou um pouco surpreso. Eu imaginava que eles iriam querer que eu esperasse mais, mas acho que ninguém estava duvidando do quanto eu amava Mia. Então, no dia seguinte, eu saí para fazer compras e aproveitei para passar numa loja e comprar as alianças. Eu queria ser tradicional, não sei por quê. Eu queria me ajoelhar e fazer o pedido com um buquê de flores. Nem eu mesmo estava me reconhecendo, poucos meses antes eu não queria nem ter uma namorada, e agora estava querendo uma esposa. Quando voltei ao quarto do hotel, Mia estava no banheiro e achei que seria o momento ideal pa
Paloma - Por que estou achando que vocês cometeram um erro? – pergunto, cortando a narrativa de Caleb. - Vamos almoçar. – ele corta o assunto e se levanta. Caleb improvisa comida com as poucas coisas que ele tem ali, e eu só consigo pensar que foi por causa da flexibilização do cuidado que tinham inicialmente que alguma coisa deu errado. - Você gosta do seu trabalho? – ele corta meus pensamentos. - Bastante. – respondo sinceramente &n
Caleb Você tem razão, foi um erro nós termos no sentido seguros. Hoje em dia, eu teria agido diferente, mas naquela época confiei que estávamos seguros o suficiente para ter uma vida completamente normal. Afinal, Denis tão tinha procurado Mia e nem tinha aparecido na casa dos pais dela durante aqueles mais de dois anos. - Acho que poderíamos ter um filho. – ela me disse um dia, quando eu estava quase caindo no sono. - O quê? – abri os olhos, surpreso com a sua ideia. Nunca tínhamos falado sobre isso. - Imagina... &ndash
Paloma Caleb termina sua narrativa aos prantos e percebo que também estou chorando. Nós nos sentamos na cama e seguro suas mãos com firmeza. - Sinto muito. – falo sinceramente. É a primeira vez que o sinto gelado contra a minha pele. - Também sinto muito. – ele fala com a voz tremida – Queria ter podido protegê-la melhor do que eu fiz. - Eu acho que você deu uma vida incrível à ela por mais de dois anos. – falo baixinho.&nbs
Paloma Quando abro a porta do apartamento fico aliviada por Aurora não estar ali. Quero pensar em algo diferente do que aconteceu para contar quando ela pedir detalhes. E, com certeza, não vou falar que estava com Caleb esse tempo todo. Me concentro em deixar as coisas em ordem para o dia seguinte e afasto qualquer memória de Caleb o quanto posso. Porém, quando deito para dormir, lembro de nós dois juntos e é tão forte que quase o sinto ali, me tocando. Acordo de repente, percebendo que é madrugada e que eu estava sonhando com ele. Puxo as cortinas da janela e olho para fora, para a rua vazia e o céu que já nã
Paloma Quando avisto a casa de Caleb, fico completamente ansiosa. O que vou dizer? Paro o carro e desço correndo para porta, para só então perceber que o carro dele não está estacionado ali. Todo o ânimo some de mim no mesmo instante e me sento no sofá suspenso, onde estávamos pouco tempo antes. Como vou encontrá-lo agora? Arriscando minha tranquilidade, ligo novamente para Aurora e peço o telefone de Breno. - O que está a
Paloma Paro o carro e ando até a praia rapidamente. Não é difícil ver Caleb, já que não há mais ninguém ali além dele. Respiro fundo, parando para olhá-lo por um momento antes de ir até lá. Ele está de costas para mim, usando o tal do jeans preto enrolado nas canelas e as mãos nos bolsos. Ele é lindo, é tudo que consigo pensar, e está ali parado bem perto de mim. Só preciso andar e falar com ele sobre... Não sei mais nada do que ensaiei, as palavras parecem flutuar para longe com o vento. Caleb apenas observa o mar e imagino no que ele está p